Fernão de Magalhães, argonauta português, terá nascido em Sabrosa – embora Ponte da Barca também reclame a sua naturalidade -, na Primavera de 1480 ou a 14 de Outubro desse mesmo ano e notabilizou-se por ter organizado a primeira viagem de circum-navegação ao globo de 1519 até 1522.
Fernão de Magalhães era oriundo de uma família da baixa Nobreza, pois era filho de Rui de Magalhães, um Cavaleiro-Fidalgo que exerceu cargos de governação na Cidade do Porto e de Alda de Mesquita. Sendo Rui de Magalhães Cavaleiro Fidalgo da Casa de D. Afonso, 1.º Conde de Faro, 2.º Conde de Odemira jure uxoris, Fernão de Magalhães com dez anos tornou-se pagem da Corte da Rainha D. Leonor, consorte de D. João II.
Em 1505, com 25 anos, alistou-se na Armada da Índia, na frota de 22 navios expedida para estabelecer D. Francisco de Almeida como primeiro vice-rei da Índia, onde Magalhães permaneceu oito anos, repartindo a estadia por Goa, Cochim e Quíloa. Tomou parte em várias batalhas, inclusive na célebre a batalha naval de Cananor em 1506, onde foi ferido, e na determinante batalha de Diu. Em 1509 partiu com Diogo Lopes de Sequeira na primeira embaixada a Malaca, onde seguia também o seu grande amigo e parente Francisco Serrão. Chegados a Malaca em Setembro, foram vítimas de uma conspiração e a expedição terminou em fuga, na qual Magalhães teve um papel crucial avisando Sequeira e salvando Francisco Serrão que havia desembarcado. Para trás ficaram dezanove prisioneiros. A sua valentia valeu-lhe honrarias e uma promoção.
Fernão de Magalhães era oriundo de uma família da baixa Nobreza, pois era filho de Rui de Magalhães, um Cavaleiro-Fidalgo que exerceu cargos de governação na Cidade do Porto e de Alda de Mesquita. Sendo Rui de Magalhães Cavaleiro Fidalgo da Casa de D. Afonso, 1.º Conde de Faro, 2.º Conde de Odemira jure uxoris, Fernão de Magalhães com dez anos tornou-se pagem da Corte da Rainha D. Leonor, consorte de D. João II.
Em 1505, com 25 anos, alistou-se na Armada da Índia, na frota de 22 navios expedida para estabelecer D. Francisco de Almeida como primeiro vice-rei da Índia, onde Magalhães permaneceu oito anos, repartindo a estadia por Goa, Cochim e Quíloa. Tomou parte em várias batalhas, inclusive na célebre a batalha naval de Cananor em 1506, onde foi ferido, e na determinante batalha de Diu. Em 1509 partiu com Diogo Lopes de Sequeira na primeira embaixada a Malaca, onde seguia também o seu grande amigo e parente Francisco Serrão. Chegados a Malaca em Setembro, foram vítimas de uma conspiração e a expedição terminou em fuga, na qual Magalhães teve um papel crucial avisando Sequeira e salvando Francisco Serrão que havia desembarcado. Para trás ficaram dezanove prisioneiros. A sua valentia valeu-lhe honrarias e uma promoção.
Ao serviço do novo governador, Afonso de Albuquerque, participou junto com Serrão na conquista de Malaca em 1511. Após a conquista da cidade os seus caminhos separaram-se: Magalhães promovido, com um rico saque e na companhia de um escravo malaio, regressou a Lisboa em 1513.
Mas Fernão de Magalhães, ausenta-se da Capital do Reino sem permissão real e perde influência. Em Azamor, Marrocos, é ferido em combate, sendo ainda acusado de comércio ilegal com os mouros. Regressa a Lisboa a 15 de Maio de 1514 e D. Manuel I recusa-lhe aumento de tença. Mais tarde, em 1515, surgiu uma oferta para membro da tripulação de um navio de Português, mas Magalhães rejeitou-a, o que enfureceu El-Rei.
Em Lisboa, Magalhães dedica-se a estudar toda a ciência saída da cadeira de Astronomia na Universidade de Coimbra, cujo mecenas havia sido o Infante Dom Henrique, e da escola náutica do Infante responsável pelo desenvolvimento da Caravela, dos portulanos, de roteiros e de instrumentos náuticos que facilitassem as descobertas por parte dos navegadores portugueses. Recorde-se que “O Navegador” investiu toda a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia. Todo esse conhecimento, aproveitou Magalhães e nas mais recentes cartas procurou em parceria com o cosmógrafo Rui Faleiro, uma passagem para o pacífico pelo Atlântico Sul e a possibilidade de as Molucas – onde D. Manuel I não o autorizava a ir – estarem na zona espanhola definida pelo Tratado de Tordesilhas.
Em 1517, Magalhães foi para Sevilha com Rui Faleiro, encontrando no feitor da “Casa de la Contratación” da cidade um adepto do projecto que entretanto concebera: dar a Espanha a possibilidade de atingir as Molucas pelo Ocidente, por mares não reservados aos portugueses no Tratado de Tordesilhas e, erradamente, provar que as ilhas das especiarias se situavam no hemisfério castelhano.
Ao fazer isso, Fernão de Magalhães cometia traição, pois El-Rei Dom João II estabelecera o Segredo de Estado: a salvaguarda dos segredos e da tecnologia marítima de que Portugal foi pioneiro, com vista à supremacia da sua política de expansão marítima, proibindo a divulgação dos planos de construção e a venda de caravelas portuguesas. Criou o conceito de material classificado, organizando e limitando o acesso a esses segredos, que eram agora da Coroa e do Estado. Assim, passou a haver níveis de informação com diferentes graus de acesso que estava limitado a pessoas autorizadas para o fazer consoante a sua grandeza na cadeia de comando, peso estratégico e posição no Estado. Desta forma mapas, cartas de marear, livros de astronomia, roteiros de viagem, instrumentos de navegação ficavam apenas ao alcance de quem tivesse autorização régia para os usar, pois eram ‘classified & top secret’. Dom João II, proibiu ainda pilotos, mestres e marinheiros de servir nações e entidades estrangeiras adversárias. Para quem violasse estas regras instituídas pela Coroa, severas penas estavam reservadas, pois constituiriam acto de traição – tal como nos nossos dias.
Mas Fernão de Magalhães, ausenta-se da Capital do Reino sem permissão real e perde influência. Em Azamor, Marrocos, é ferido em combate, sendo ainda acusado de comércio ilegal com os mouros. Regressa a Lisboa a 15 de Maio de 1514 e D. Manuel I recusa-lhe aumento de tença. Mais tarde, em 1515, surgiu uma oferta para membro da tripulação de um navio de Português, mas Magalhães rejeitou-a, o que enfureceu El-Rei.
Em Lisboa, Magalhães dedica-se a estudar toda a ciência saída da cadeira de Astronomia na Universidade de Coimbra, cujo mecenas havia sido o Infante Dom Henrique, e da escola náutica do Infante responsável pelo desenvolvimento da Caravela, dos portulanos, de roteiros e de instrumentos náuticos que facilitassem as descobertas por parte dos navegadores portugueses. Recorde-se que “O Navegador” investiu toda a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia. Todo esse conhecimento, aproveitou Magalhães e nas mais recentes cartas procurou em parceria com o cosmógrafo Rui Faleiro, uma passagem para o pacífico pelo Atlântico Sul e a possibilidade de as Molucas – onde D. Manuel I não o autorizava a ir – estarem na zona espanhola definida pelo Tratado de Tordesilhas.
Em 1517, Magalhães foi para Sevilha com Rui Faleiro, encontrando no feitor da “Casa de la Contratación” da cidade um adepto do projecto que entretanto concebera: dar a Espanha a possibilidade de atingir as Molucas pelo Ocidente, por mares não reservados aos portugueses no Tratado de Tordesilhas e, erradamente, provar que as ilhas das especiarias se situavam no hemisfério castelhano.
Ao fazer isso, Fernão de Magalhães cometia traição, pois El-Rei Dom João II estabelecera o Segredo de Estado: a salvaguarda dos segredos e da tecnologia marítima de que Portugal foi pioneiro, com vista à supremacia da sua política de expansão marítima, proibindo a divulgação dos planos de construção e a venda de caravelas portuguesas. Criou o conceito de material classificado, organizando e limitando o acesso a esses segredos, que eram agora da Coroa e do Estado. Assim, passou a haver níveis de informação com diferentes graus de acesso que estava limitado a pessoas autorizadas para o fazer consoante a sua grandeza na cadeia de comando, peso estratégico e posição no Estado. Desta forma mapas, cartas de marear, livros de astronomia, roteiros de viagem, instrumentos de navegação ficavam apenas ao alcance de quem tivesse autorização régia para os usar, pois eram ‘classified & top secret’. Dom João II, proibiu ainda pilotos, mestres e marinheiros de servir nações e entidades estrangeiras adversárias. Para quem violasse estas regras instituídas pela Coroa, severas penas estavam reservadas, pois constituiriam acto de traição – tal como nos nossos dias.
Magalhães ignorando tudo isso, estabelece-se em Sevilha, casando, em Dezembro de 1517, com Beatriz Barbosa, sua parente, filha de Diogo Barbosa e de sua mulher Maria Caldeira, e teve dois filhos: Rodrigo, que faleceu muito novo, e Carlos, que faleceu ao nascer.
A Coroa espanhola cobiçava as riquezas que os portugueses obtinham no Oriente. Ciente da forma esférica da Terra, Fernão de Magalhães com a ciência portuguesa propôs-se a navegar através dos mares do sul dobrando a extremidade do subcontinente americano. Esperava desta forma encontrar as cobiçadas Ilhas das Especiarias e reclamá-las para o rei de Espanha.
Com a influência do bispo de Burgos consegue o beneplácito para o projecto por parte do Imperador Carlos V – Carlos I de Espanha -, principiando os demorados preparativos para a viagem. O cartógrafo de origem portuguesa Diogo Ribeiro, com a ciência que aprendera em Portugal, participou no desenvolvimento dos mapas utilizados na viagem.
A 20 de Setembro de 1519, com uma esquadra de cinco navios e uma tripulação total de 234 homens, com cerca de 40 portugueses entre os quais Álvaro de Mesquita, primo co-irmão de Magalhães, e Duarte Barbosa, primo da mulher, João Serrão, primo ou irmão de Francisco Serrão e Estevão Gomes e Henrique de Malaca, Fernão de Magalhães parte de Sanlúcar de Barrameda, para a primeira viagem de circum-navegação ao globo.
Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo sul do continente americano, a atravessar o estreito que hoje leva seu nome e a cruzar o Oceano Pacífico, a que deu o nome. O Pinguim-de-magalhães recebeu o seu nome como homenagem, já que Magalhães foi o primeiro Europeu a ter visto um. Aí, também, encontrou as nebulosas que hoje ostentam o seu nome – as nebulosas de Magalhães.
Em Março de 1521, a expedição alcançara a ilha de Ladrões no actual arquipélago de Guam, alcançando a ilha de Cebu, em 7 de Abril. Aí encetaram trocas comerciais com os nativos. Contudo, no dia 27 de Abril, em 1521, o navegador português Fernão de Magalhães, como gesto de boa vontade resolve auxiliar um Chefe local, que convertera ao cristianismo, a subjugar uma tribo inimiga na ilha vizinha de Maktan. Todavia, ao confrontar a tribo numa praia apercebeu-se que esta era mais belicosa do que antecipara, forçando a retirada atabalhoada dos soldados de Magalhães. Na sortida é atingido por uma flecha envenenada e abandonado pelos soldados em fuga. Magalhães cai morto pelo nativo Lapu-Lapu.
A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de Março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano.
A Coroa espanhola cobiçava as riquezas que os portugueses obtinham no Oriente. Ciente da forma esférica da Terra, Fernão de Magalhães com a ciência portuguesa propôs-se a navegar através dos mares do sul dobrando a extremidade do subcontinente americano. Esperava desta forma encontrar as cobiçadas Ilhas das Especiarias e reclamá-las para o rei de Espanha.
Com a influência do bispo de Burgos consegue o beneplácito para o projecto por parte do Imperador Carlos V – Carlos I de Espanha -, principiando os demorados preparativos para a viagem. O cartógrafo de origem portuguesa Diogo Ribeiro, com a ciência que aprendera em Portugal, participou no desenvolvimento dos mapas utilizados na viagem.
A 20 de Setembro de 1519, com uma esquadra de cinco navios e uma tripulação total de 234 homens, com cerca de 40 portugueses entre os quais Álvaro de Mesquita, primo co-irmão de Magalhães, e Duarte Barbosa, primo da mulher, João Serrão, primo ou irmão de Francisco Serrão e Estevão Gomes e Henrique de Malaca, Fernão de Magalhães parte de Sanlúcar de Barrameda, para a primeira viagem de circum-navegação ao globo.
Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo sul do continente americano, a atravessar o estreito que hoje leva seu nome e a cruzar o Oceano Pacífico, a que deu o nome. O Pinguim-de-magalhães recebeu o seu nome como homenagem, já que Magalhães foi o primeiro Europeu a ter visto um. Aí, também, encontrou as nebulosas que hoje ostentam o seu nome – as nebulosas de Magalhães.
Em Março de 1521, a expedição alcançara a ilha de Ladrões no actual arquipélago de Guam, alcançando a ilha de Cebu, em 7 de Abril. Aí encetaram trocas comerciais com os nativos. Contudo, no dia 27 de Abril, em 1521, o navegador português Fernão de Magalhães, como gesto de boa vontade resolve auxiliar um Chefe local, que convertera ao cristianismo, a subjugar uma tribo inimiga na ilha vizinha de Maktan. Todavia, ao confrontar a tribo numa praia apercebeu-se que esta era mais belicosa do que antecipara, forçando a retirada atabalhoada dos soldados de Magalhães. Na sortida é atingido por uma flecha envenenada e abandonado pelos soldados em fuga. Magalhães cai morto pelo nativo Lapu-Lapu.
A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de Março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano.
Decidiram incendiar a nau Concepción, visto o pequeno número de homens para operá-la, e finalmente conseguiram chegar às Molucas, onde obtiveram seu suprimento de especiarias. Essa acabou ali a viagem,permanecendo para reparos e a “Victoria” voltou sozinha para casa, contornando o Índico pelo sul, a fim de não encontrar navios portugueses.
Em Trinidade, após os reparos tentou seguir uma rota pelo Pacífico até a América Central, onde poderia contactar os espanhóis e levar sua carga, no entanto acabou tendo de retornar às Molucas onde seus tripulantes foram aprisionados pelos portugueses que haviam chegado. A nau “Victoria” dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1522, fez escala em Cabo Verde, onde alguns homens foram detidos pelos portugueses, alcançando finalmente o porto de San Lúcar de Barrameda, com apenas 18 homens na tripulação.
Uma única nau tinha completado a circum-navegação do globo ao alcançar Sevilha em 6 de Setembro de 1522. Juan Sebastián Elcano, a restante tripulação da expedição de Magalhães e o último navio da frota regressaram decorridos três anos após a partida. A expedição poucos benefícios financeiros trouxe, não tendo a tripulação chegado a receber o pré.
Uma única nau tinha completado a circum-navegação do globo ao alcançar Sevilha em 6 de Setembro de 1522. Juan Sebastián Elcano, a restante tripulação da expedição de Magalhães e o último navio da frota regressaram decorridos três anos após a partida. A expedição poucos benefícios financeiros trouxe, não tendo a tripulação chegado a receber o pré.
Concluindo: uma expedição paga e ao serviço da Coroa espanhola, mas comandada pelo português Fernão de Magalhães, com ciência portuguesa – subtraída -, com tripulação de diversas nacionalidades – entre as quais, a portuguesa – descobriu a passagem entre o Oceano Pacífico e dá pela primeira vez a volta ao Mundo, demonstrando a esfericidade da Terra.
Miguel Villas-Boas
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