sexta-feira, 8 de março de 2019

Abecedário socialista - letra A



Arrendamento: - comédia urbana em três actos com desfecho conhecido – o mercado de arrendamento morre sempre no fim!

Primeiro acto: - a primeira república congela as rendas porque os inquilinos são pobrezinhos segundo a lei, ao contrário dos senhorios que são ricos e maus segundo a tradição socialista.

Segundo acto: - a segunda república, que se auto proclamou estado novo, manteve o velho guião porque não havendo votos, é preciso manter as maiorias sossegadas. Foram mais de quarenta anos de congelamento e há quem compare os seus efeitos a um terramoto lento mas mais eficaz.

Terceiro acto: - estávamos em Abril e com ele chegou a terceira república cheia de vontade de fazer ressurgir o mercado do arrendamento. Mas como vinha com a marca republicana/socialista, e não querendo perder votos, achou que podia ultrapassar a dicotomia senhorio /inquilino transformando os portugueses em proprietários de casa própria! Aquilo que não era possível fazer nos países ricos Portugal ía conseguir! Sabemos como acabou (ou vai acabar) esta história. 

Mas como é preciso dar um fim à comédia, as alterações à lei do arrendamento não param! Na sua última versão, que a assembleia da república já aprovou, estima-se que só um herói (ou um santo) se atreva a ser senhorio! Fora, claro, os grandes fundos imobiliários que vão comprando tudo, e se perdem aqui, ganham acolá. Ou seja, temos o mercado de arrendamento possível numa república socialista de um país a fingir.


Saudações monárquicas


Nota: ADSE também começa pela letra A e talvez seja útil perguntarmos o que faz um subsistema de saúde num país socialista?! É certo que na antiga união soviética havia duas classes de pessoas – os funcionários do estado e os outros. A ideia é essa?! O SNS é para os 'outros'?!



Fonte: Interregno

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