domingo, 31 de maio de 2020
sábado, 30 de maio de 2020
O Rinoceronte de Dom Manuel, o animal mais famoso da renascença
Uma das gravuras mais famosas da renascença é a de um rinoceronte-indiano, desenhado pelo famoso alemão Albrecht Dürer em 1515, baseada numa descrição detalhada do animal exótico que se encontrava em Lisboa, já que Dürer nunca viu o rinoceronte em pessoa, e daí a existência de erros óbvios em relação ao aspeto de um verdadeiro rinoceronte, animal esse que não era visto na Europa desde os romanos. Esta xilogravura ficou conhecida como o Rinoceronte de Dürer, que imprimiu a imagem e vendeu exemplares por toda a Europa, podendo-se considerar uma das primeiras imagens a ser fabricada em massa, e logo se tornou num símbolo popular de arte europeia.
O rinoceronte foi uma oferta do sultão de Cambaia, Muzaffar Shah II, a Afonso de Albuquerque que logo tratou de enviar o animal como oferenda ao Rei D. Manuel I, juntamente com o seu tratador, partindo de Goa. O rinoceronte chegou a Lisboa em maio de 1515, e as notícias de uma estranha e bizarra criatura logo começaram-se a espalhar por Portugal e pela Europa.
O rinoceronte era mantido no Paço da Ribeira, longe de outros grandes animais do rei, relata-se no entanto uma batalha entre o rinoceronte e um jovem elefante também do monarca, batalha esta que nada mais foi que um frente a frente entre os dois animais, mas o elefante fugiu. Este evento deveu-se a uma ideia do naturalista romano Caio Plínio Segundo (o velho), que dizia que os dois animais eram inimigos, despertando a curiosidade das pessoas e do rei para verificar a veracidade da afirmação.
No final desse ano, D. Manuel I decide enviar o rinoceronte ao Papa Leão X como oferenda. O navio parte em dezembro de Lisboa a caminho de Roma, passa por Marselha, onde é visto pelo rei Francisco I de França, e após retornar a viagem, uma tempestade atinge o navio, e, infelizmente, o rinoceronte não sobrevive ao naufrágio, mas para sempre ficará imortalizado no imaginário português e europeu como símbolo do exótico e diferente, fruto de novos contactos que os descobrimentos e as grandes viagens possibilitaram e do espírito renascentista da época.
Martim Alvim
Fonte: Nova Portugalidade
sexta-feira, 29 de maio de 2020
O papel dos partidos e do parlamento
“Os partidos doutrinários e radicais saídos da Revolução Francesa apenas tiveram um programa: demolir toda a estrutura do edifício que com sublimes e seculares esforços levantaram as gerações católicas e monárquicas sobre um solo amassado com o seu sangue.
A cada empreendimento histórico opuseram uma catástrofe, a cada glória uma ignomínia, a cada direito uma licença, a cada virtude cívica uma corrupção e, por fim, à comunidade de crenças, de sentimentos, de instituições fundamentais, de tradições, de recordações e de aspirações comuns que constituíam o espírito nacional, aplicaram um só princípio: negar esse espírito; e uma só liberdade: a de romper essas unidades e de dissolver a Pátria.
A cada empreendimento histórico opuseram uma catástrofe, a cada glória uma ignomínia, a cada direito uma licença, a cada virtude cívica uma corrupção e, por fim, à comunidade de crenças, de sentimentos, de instituições fundamentais, de tradições, de recordações e de aspirações comuns que constituíam o espírito nacional, aplicaram um só princípio: negar esse espírito; e uma só liberdade: a de romper essas unidades e de dissolver a Pátria.
Eliminar os partidos parlamentares não é cercear o ser da Pátria, é aliviá-la de um peso que a oprime, é libertar um cativo, é fazer renascer uma Nação desfalecida e humilhada.
Também o Parlamento não serve para governar, não serve para legislar, não serve para evitar desperdícios e é impotente para evitar revoluções. Então não serve para nada e quando uma instituição não tem qualquer utilidade, suprimi-la é responder sensatamente às questões mais rudimentares do senso comum.”
Retirado de "Vázquez de Mella e a educação nacional"
Fonte: Causa Tradicionalista
quinta-feira, 28 de maio de 2020
O Rei Não Tem Partido E Não Toma Partido
‘Concebido assim, nenhum Rei é obstáculo. A nenhum ideal político o Rei é oposto. A nenhum homem e a nenhuma ideia. Só ele é por si, um princípio de síntese, de integração histórica dos contrários no processo evolutivo da vida nacional. Só o rei, só o princípio real, contem a força política autónoma que o torna «indiferente». O Rei não precisa de partido porque não é votado; não precisa de propaganda porque não é efémero; não precisa de conquistar o poder porque está para além do poder.’
Francisco Sousa Tavares | Jornalista e Político Monárquico português in "Combate Desigual - Ensaios", 1960
quarta-feira, 27 de maio de 2020
Os 376 anos da Batalha do Montijo
Em plena Guerra da Restauração, travada por Portugal em prol da sua independência da vizinha Espanha, ocorre a 26 de maio de 1644 a batalha do Montijo, na vila espanhola do mesmo nome.
As tropas portuguesas, lideradas por Matias de Albuquerque, enfrentariam neste dia um exército espanhol comandado pelo Barão de Mollingen, destacado para tal posto pelo famoso Marquês de Torrecuso, que confrontava os portugueses após estes terem tomado sem enfrentar resistência a vila espanhola supramencionada.
O primeiro embate com as tropas filipinas revelou-se desastroso para os portugueses, pelo forte ataque da cavalaria castelhana sobre o seu flanco esquerdo, que levou a uma grande desorganização dos elementos que o integravam.
Sem se conformar com a infelicidade inicial, Matias de Albuquerque, ajudado pela artilharia liderada pelo conjurado D. João da Costa, terá conseguido reunir a infantaria lusitana e obrigado os soldados do Barão de Mollingen que ainda não tinham perecido a retirar-se para a outra margem do rio Guadiana.
Matias de Albuquerque seria posteriormente recebido em Portugal com grandes honras e a vitória portuguesa levou à elevação da moral das tropas e populações, causando regozijo em Lisboa e grande espanto nas cortes estrangeiras, perante a humilhação sofrida pelo exército de D. Filipe IV de Castela.
Miguel Louro
Na imagem, painel de azulejos representando a batalha no Museu Militar de Lisboa.
Fonte: Nova Portugalidade
terça-feira, 26 de maio de 2020
Sangue Português
Sangue de Portugal... Devemos honrá-lo, mas sem cair no mito do sangue e sem pretender divinizá-lo, como querem alguns por cá e fazem outros por lá. O Sangue Português deixaria de o ser, quando deixasse de ser cristão.
Não consigo nunca ler as Crónicas dos nossos reis, as Relações dos nossos descobridores, missionários e colonizadores, que não sinta em mim uns frémitos de entusiasmo, e ao mesmo tempo de admiração e de respeito. Verdadeiramente, não há palmo da terra que pisamos, não há onda em todos os mares, nem areia em todas as praias, nem floresta virgem em qualquer canto do mundo, nem montanha escalvada ou deserto sem água, que não tenha visto correr o sangue português!
Mas para quê tanto martírio, tanta dor, tanta canseira?... Sangue Português?... Fica aos que sobrevivem o dever de substituírem os que caem. Para que Portugal viva, é preciso que viva o sangue de Portugal; para que viva o sangue de Portugal – é preciso não o matar, não o envenenar. Mata-se ou envenena-se o sangue de Portugal, profanando-o, dispersando-lhe a vitalidade em prazeres de puro egoísmo, comprometendo assim as energias da raça e a sua fecundidade. Para transmitir aos vindouros seiva robusta, é preciso ser forte e não ter enxovalhado, nem ter posto em almoeda, o corpo ou o coração.
Sangue de mortos... Sangue de vivos...
Pe. Raúl Plus in «Diante da Vida», 1947
Fonte: Veritatis
segunda-feira, 25 de maio de 2020
AUSTERIDADE OU IMBECILIDADE MILITANTE?
“A Política passou de ser (se é que alguma vez foi) a “arte” de governar para ser a arte de mentir”.
Autor: espero ter sido eu.
Austeridade, do latim, “austeritas”, qualidade do que é austero (rigor, severo); o que aplicado à Economia significa “rigor teórico no controle dos gastos”. Uma política de austeridade é utilizada quando o nível do “deficit” é considerado insustentável e é implementada através do corte de despesas.
Imbecil, do latim, “imbecillis”, fraco, sem carácter, humilde; quem demonstra fraca inteligência ou discernimento; idiota, parvo, tolo; o que manifesta imbecilidade. Em Psicopatologia representa um atraso mental equivalente a uma idade mental entre os três e os sete anos e um QI entre os 30 e os 50.
Agora que estamos situados, vamos imaginar uma família que tenha um rendimento mensal de 9.000 euros. Se devido a uma doença, um acidente, um mau investimento, ou qualquer outra coisa que corra mal (em que a vida é fértil), perder um terço do seu rendimento, no mês seguinte tem apenas 6.000 euros para gastar.
Daqui decorre uma coisa simples e que é esta, a família não pode viver do mesmo modo como vivia no mês anterior (isto é, manter o nível de vida). Vai ter de se adaptar. Vai ter de se tornar mais austera…
Tal só não acontecerá se dispuser de reservas acumuladas (poupança) ou se tenha precavido com planos de contingência (seguros, aplicações financeiras, etc..).
Mesmo alguns muito ricos, que vivem de especulação bolsista (ou bolseira?) podem cair de um dia para o outro…
Ora a esmagadora maioria das famílias e empresas portuguesas, além de terem baixos rendimentos; guardarem pouquíssimas reservas (poupanças), ou estarem descapitalizadas, estão afogadas em dívidas, sem fim à vista.
O Estado está exactamente na mesma posição. Arrasta-se em falência técnica permanente; vive de habilidades (a que chamam “engenharia financeira”); de alienação de património (às vezes para resolver problemas de tesouraria), aliena a Soberania a troco de “apoios” investimentos e “solidariedades” várias e prostitui a nacionalidade. E tudo isto sacando ao cidadão, uma quantia que já ultrapassa os 40% da sua riqueza, em carga fiscal (impostos directos e indirectos).
A banca então nem se fala, há décadas que é um desastre inominável (mas nunca paga pelos erros…), está também descapitalizada; cheia de crédito mal parado; metendo-se amiúde em negócios especulativos ruinosos e “empréstimos duvidosos a amigos”, etc.. E foi esticando a corda tão inconscientemente (o termo correcto é outro) que, estou em crer que se 10% dos depositantes fosse levantar metade do que lá têm a maioria dos bancos colapsava em horas. Mas nunca se regateia dividendos aos administradores; eles nem admitem discussões sobre a sua ganância…
Em síntese a banca em vez de investir dinheiro na economia, tem sobrevivido com o dinheiro que suga aos depositantes e com o dinheiro que o Estado (essa figura anónima de costas largas) lá mete, sacado dos impostos dos contribuintes. Desde os anos 80 calcula-se que o “saque” já vá em cerca de 50 mil milhões de euros, ninguém sabe ao certo. O que se sabe é que foi sempre a piorar e cada vez com menos pudor. Assaz educativo.
O que tem acontecido debaixo do olhar vigilante de uma corte de supervisores, principescamente paga, cuja característica maior tem sido a de nunca dar conta, ter presente nem se lembrar de nada! É obra.
Tudo isto vai passando sempre embrulhado em papel celofane com perfume rasca e mentiras q.b.. Perdão, “inverdades” pois é feio mentir!
Estávamos nós neste preparo e doce remanso que a ampla liberdade para mentir não chegava já para esconder, quando nos cai em cima esta história mal contada do “Covid19”, o qual por obra e graça do confinamento profilático nos meteu em casa, fazendo a vida social e económica cair a pique.
As estimativas projectadas a esmo vão variando, mas podemos fixar isto: as consequências económicas, financeiras e sociais vão ser muito, muito graves. E ainda só passaram dois meses.
Preparam-se agora as “forças vivas” do país para encetar a volta à “normalidade” e o retomar da vida – tanto quanto possível - a que estávamos habituados - e bem seria útil aproveitarmos para reverter as más práticas, que são muitas.
Eis senão quando, aparecem uns cómicos que dizem que tudo se tem que resolver sem a tal austeridade…
Eu sei que a maioria dos políticos de que temos sido servidos erraram a “profissão” pois deviam ter ido para ilusionistas, mas irrita-me que queiram fazer de nós todos imbecis, ou reduzirem-nos à imbecilidade!
A Economia não é uma ciência exacta e possui muitas variáveis. A única coisa que é exacta é a soma algébrica das operações, que é zero. Mas para ser zero há um fluxo de meios - o mais conhecido dos quais se chama dinheiro – que se movem de um lado para outros. E não é fácil saírem todos a ganhar.
Muitos factores contribuem para isso, mas quando se actua num, tal vai replicar-se noutros. Sempre. E tudo tem consequências. Por isso a Economia não é apenas ciência também tem algo de “arte”. De que resulta ser difícil encontrar dois economistas a defender a mesma coisa…
Como a Estratégia, que deriva de uma política a qual tem origem numa ideia. Ora quanto melhores forem a ideia, a política e a estratégia, melhor será a economia.
Acontece, porém, que há muito que não existe uma Ideia para Portugal; a Política é medíocre e escreve-se com minúscula e a estratégia desprezada. Não é de estranhar que a economia e as finanças (e tudo o resto) se ressintam disso…
Ou seja a Economia deve derivar de uma Política e ser instrumento de uma Estratégia e as Finanças devem servir a Economia e ambas terem preocupações sociais. Não devem apenas servir para engordar banqueiros, promover negociatas e corrupções ou ser objecto de influência de “lóbis” político/empresariais.
Por este encadeamento simples de entender (ou falta dele), se pode perceber o descalabro das últimas décadas, do qual só saíremos com muitos sacrifícios e mudanças radicais de comportamento e organização política.
Ora não se tem encontrado um filho d’Algo interessado e na disposição de o fazer. E também jamais haverá enquanto não se vislumbrar nos altos cargos do Poder pessoas dispostas a dar o exemplo. Vai-se fugindo para a frente…
E, deste modo, a “liberdade” mais utilizada na sociedade seja a do livre arbítrio de mentir. Mentir muito e impunemente (a que alguns se atrevem a chamar de “certezas ideológicas”).
Por isso a “tanga” da austeridade ou falta dela, vai continuar com as "nuances" necessárias a prepararem a opinião pública para mudarem de agulha quando necessário. E tal vai acontecer quando finalmente, a nível da UE, se tiver acordado (ou não) no pacote de ajudas para fazer face à débacle. E independentemente daquelas que surgirem haverá aí sempre, campo de manobra a ser usado como desculpa…
Não há, todavia, alternativa para Portugal, que não seja o tal rigor prático no controlo dos gastos!
A preocupação deveria ser então, procurar distribuir os custos e danos que tal vai acarretar de um modo equitativo por toda a Nação, com os órgãos do Estado a darem o exemplo…
Em conclusão já vimos que não temos reservas de nada (nem de divisas – o que resta do ouro não se pode tocar pois está “hipotecado” ao BCE – de cereais; de outros alimentos (a não ser algum vinho e azeite); de metais e outras matérias primas; até de água, etc..). Dispomos apenas de três meses de reservas de crude, mas a maioria está guardada na Alemanha… E alguma capacidade recente para guardar gaz natural por via das cavernas construídas na zona de Pombal, cujo montante desconheço.
O Estado está sempre em fio de bancarrota, e os bancos não têm dinheiro para emprestar.
A Economia (partindo do princípio que a balança comercial seria positiva) não tem capacidade de nos retirar só por si do fundo do poço onde nos encontramos.
Ainda se consegue financiamento externo, mas tal já não será ao preço baixo a que nos habituámos últimamente, mas deitar mão dessa ferramenta é absolutamente desaconselhável, pelo gravíssimo endividamento em que já estamos e ao estado de escravatura a que nos sujeitamos; e vender património é a mesma coisa por outra via… Mas parece que ainda se aventa a hipótese de despejar na TAP centenas de milhões de euros, depois de se andar a fazer asneiras grossas com ela desde… 1974!
De facto só resta o dinheiro da UE, mas mesmo esse é uma ilusão de óptica. Ninguém dá nada a ninguém…
Mas de onde sairá o dinheiro?
Do orçamento comunitário? Mas esse pertence a todos os países.
Serão os países ricos que disponham de “superavit” a emprestar aos mais necessitados? Mas isso implica juros; seria a fundo perdido? Mas como justificar tal medida? As formigas vão dar dinheiro sempre que as cigarras precisem?
Portanto o dinheiro só pode vir do BCE, mas o bolo lá guardado também é de todos (os que aderiram à moeda única – e há que resolver também o problemas dos outros) além de que tem accionistas privados, algo que é por norma escamoteado.
Há sempre a solução de produzir moeda – a maioria em circulação é já escritural há muito tempo (ou seja é algo fictícia pois não tem nenhum “bem” a sustentá - la) e é baseada numa coisa a que chamam “confiança” - que ninguém sabe definir muito bem - mas tal iria depreciar o valor da moeda, incorrer em inflação e afectar a concorrência das exportações e o preço das importações.
E, mais uma vez neste âmbito, para o valor final ser zero há uns que perdem e outros que ganham.
Como qualquer agricultor sabe, por mais humilde que seja, não se pode ter sol na eira e chuva no nabal ao mesmo tempo, que é o que os espertos da política – querendo fazer dos outros cidadãos, imbecis (não é por acaso que se tem assistido à imbecilização da sociedade) - andam a tentar fazer há muito. Democraticamente é claro.
Não era pois necessário o governo ter-se dado ao trabalho de declarar o “estado de calamidade” no país. Há mais de quatro décadas que ele existe.
João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador (Ref.)
Fonte: O Adamastor
domingo, 24 de maio de 2020
SAR D.Duarte, Duque de Bragança participou na celebração de um importante Protocolo com a DGPC
No Dia Internacional dos Museus a Fundação Histórico - Cultural Oureana anuncia que teve lugar no Palácio Nacional da Ajuda, a celebração de um importante Protocolo com a DGPC. Igual Protocolo foi celebrado com a Fundação D. Manuel II a primeira parceira protocolar da Fundação Oureana.
Dom Duarte de Bragança, Presidente da Fundação D. Manuel II considera "importante o estudo e a preservação da memória dos seus antepassados que muito contribuíram para o enriquecimento cultural da nação e do espólio que deixaram a Portugal."
O Protocolo foi assinado pelo Director do Palácio Dr. José Alberto Ribeiro e pelos Presidentes das Fundações Oureana e D. Manuel II devidamente mandatados para o efeito e foi depois ratificado pela DGPC.
Fonte: A Monarquia Portuguesa
sábado, 23 de maio de 2020
Um milagre chamado Portugal
Como é possível que vós, embora sendo poucos, tenham feito tanto na santa cristandade? Onde Portugal encontrou forças para acolher tantos territórios da África e da Ásia sob o seu domínio, e estendê-lo até às mais distantes terras americanas? Onde, senão naquela ardente fé do povo português, cantada pelo seu maior poeta, e na sabedoria cristã dos seus governantes, que fizeram de Portugal um dócil e precioso instrumento nas mãos da Providência, para a realização de obras tão grandiosas e benéficas?
Papa Pio XII in encíclica «Saeculo Exeunte Octavo», 1940
Fonte: Veritatis
sexta-feira, 22 de maio de 2020
O primeiro tratado de equitação europeu
Como temos vindo a explanar em publicações anteriores, a bibliografia eduardina é repleta de surpresas e dotada de categórica originalidade. Se já se falou que o Leal Conselheiro foi escrito apenas para um círculo restrito, o monarca quis compor, para além desta, outra obra absolutamente inovadora que pensava vir a atingir maior divulgação. Infelizmente a sua morte inesperada, com quarenta e seis anos, não o permitiu terminar. Porém, um frade, ou alguém que conseguiu obter o manuscrito, copiou-o e finalizou-o com o tradicional “Deo gracias”, como se a obra estivesse acabada. Não sendo, ao que se sabe, mais copiada, andou como perdida até ao século XIX, restando dela apenas uma vaga memória; considerando-a mesmo perdida, Barbosa Machado no século XVIII, na sua monumental Biblioteca Lusitana, escreveu que o Rei teria escrito um livro sobre “domar cavalos”, que desconhecia. Tratava-se portanto de o Livro da Ensinança de bem Cavalgar Toda a Sela.
Desenhado para ser composto por dezasseis partes, ficou apenas com sete redigidas. Não obstante uma obra inacabada, é muito mais que um tratado puramente técnico, pois a há nitidamente uma promoção das capacidades tanto físicas como emocionais. Desenvolve temas como a vontade humana para cavalgar, o poder do corpo, os requisitos materiais para a aprendizagem da arte equestre, princípios elementares da técnica de montar, formas como saber lidar com o medo, a segurança no cavalo, a elegância ou os preceitos do torneio. Estamos diante de “o nosso primeiro tratado completo, perfeito, científico, de pedagogia desportiva”, escreveu Joseph Peil, responsável pela excelente edição da obra. Mais, Rodrigues Lapa acrescentou ser um tratado de equitação escrito por um psicólogo. O zelo da sua actividade física e a paixão pelos cavalos, a sua fervorosa vida religiosa - própria de alguém conhecedor do psicológico pela ultrapassagem de uma depressão, e daí saber do que lhe valia a sua dimensão espiritual -, foram os condimentos para esta obra, que começou a escrever apaixonado, logo quando ainda era infante. “Insisto numa ideia: o Livro de Cavalgar, como o Leal Conselheiro, foram terminados pela mesma altura, remetem constantemente de um para o outro, de forma explícita, reproduzindo capítulos ou passagens, ou indirecta, e comungam das mesmas preocupações, dos mesmos gostos, dos mesmos objetivos.” O pensamento é de Luís Miguel Duarte, que biografou este Rei.
Escarneceu com refinado talento os fidalgos que se arrastavam obesos e inúteis, preocupados com jogos e intrigas palacianas, com o vestir e com o calçar, quando deveriam cavalgar, caçar javalis pelos montados, exercitar o físico e respirar ar puro. Lembra o seu saudoso pai, apresentando-o como paradigma, que com setenta anos ainda subia para a sela do cavalo sem qualquer tipo de ajuda, exercício que muitos homens de cinquenta anos já não era capazes de fazer.
Peça da nossa literatura, jóia da cultura medieval europeia, seja o pioneiro Livro da Ensinança de bem Cavalgar Toda a Sela, exemplo da essência dos homens que construíram este Portugal.
Tomás Pinto Bravo
Fonte: Nova Portugalidade
quinta-feira, 21 de maio de 2020
quarta-feira, 20 de maio de 2020
Portugal No Mapa
Sua Majestade Fidelíssima El-Rei O Senhor Dom Carlos I de Portugal, envergando o uniforme militar de Coronel-honorário do Regimento do Oxfordshire Light Infantry para cujo posto foi nomeado pelo primo Sua Majestade o Rei Imperador Eduardo VII do Reino Unido
‘É na situação exterior criada pelo Senhor D. Carlos a Portugal que o Bragança se afirma nas suas excepcionais qualidades de governante. A herança política de D. João IV mantivera-se sempre com brio e só quem ignorar a nossa história diplomática é que pode colaborar de boa-fé na difamação sistemática de que é vítima a última série dos nossos Reis. Com a permanência de pensamento que é virtude da hereditariedade monárquica, El-Rei D. Carlos não serviu durante a sua existência outro desígnio que não fosse o de valorizar a posição do seu minúsculo país no concerto das grandes potências da Europa.’
António Sardinha | Excerto de Texto do Político Monárquico, antimaçónico e anti-iberista, historiador, poeta, ensaísta e doutrinador português
terça-feira, 19 de maio de 2020
domingo, 17 de maio de 2020
sábado, 16 de maio de 2020
O Senhor Duque de Bragança esteve à conversa com Júlia Pinheiro
No dia em que completa 75 anos de vida, SAR Dom Duarte Pio esteve à conversa com Júlia Pinheiro onde esclareceu algumas das curiosidades que muitas pessoas têm em relação à sua vida. Ora, neste contexto, uma das questões colocadas pela apresentadora ao Herdeiro do trono de Portugal foi como é que ele e a respectiva família se sustentavam.
Entretanto, num contexto histórico, começou por responder à questão: "As propriedades da família, que deviam ser da família, foram confiscadas, primeiro com o exílio. Começou em 1834. Depois quando voltamos a Portugal morreu o rei D. Manuel II e considerou o meu pai como seu herdeiro pelas linhas dinásticas portuguesas. A rainha D. Amélia foi minha madrinha, o rei D. Manuel II foi padrinho de uma tia minha, fizeram um acordo com os dois ramos da família".
"Só que o Estado Português, aí já no tempo do Dr. Salazar, não queria entregar à família o seu património, que era o morgadio da Casa de Bragança, então criou uma fundação, a Fundação da Casa de Bragança. Fundação que a determinada altura começou a apoiar o meu pai, forneceu uma habitação, uma casa em São Marcos, perto de Coimbra, e dava um subsídio para sustento da casa. Em 1974 a fundação decidiu que não podíamos continuar lá e cortou-nos o subsídio", continuou.
Foi nesta altura que assumiu uma posição de consultor: "Entretanto, na altura comecei a dar algum apoio a empresas para a exportação e aí também comecei a ganhar".
"A rainha D. Amélia deixou ficar alguma herança para mim, que são alguns prédios em Lisboa. Depois a viúva do D. Manuel II criou a Fundação D. Manuel II, onde o duque de Bragança tinha de escolher um presidente. Escolhi-me a mim próprio como presidente e agora trabalho com a fundação e esses trabalhos feitos com o antigo Ultramar, a CPLP, outras obras humanitárias", fez saber.
Posteriormente, Júlia ainda lembrou outra curiosidade, referente à cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, Brasil. "Todo o território onde está construído Petrópolis é propriedade da minha família materna e daí recebemos também um rendimento. O imperador D. Pedro II, bisavô da minha mãe, comprou aquela fazenda e construiu lá a sua casa de verão. Muita gente foi viver para lá e queria comprar terrenos. Ele não vendeu nada, mas cedeu os terrenos em troca do pagamento de uma pequena percentagem de 2,5% sobre futuras vendas de casas e isso vigora até hoje".
Fonte: Fama ao minuto
sexta-feira, 15 de maio de 2020
75º ANIVERSÁRIO DE S.A.R., O SENHOR DOM DUARTE DE BRAGANÇA
Sua Alteza Real, Dom Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança nasceu na Suíça mas em território português: na Embaixada de Portugal em Berna, a 15 de Maio de 1945. Teve por padrinhos Sua Santidade o Papa Pio XII e por madrinha a Rainha Dona Amélia de Orleans e Bragança, então viúva de D. Carlos I, Rei de Portugal.
Desejamos a Vossa Alteza muitas Felicidades, Saúde, Paz e Longa Vida. Que Deus continue a Guarda-lo, a Protege-lo e Iluminá-lo. Agradecemos toda a dedicação para com Portugal e os Portugueses.
Feliz aniversário para o nosso Rei Bem-Amado junto da nossa Querida Família Real.
Que Deus O ajude a fazer da Pátria o Reino que todos sonhamos.
VIVA O REI!
VIVA A FAMÍLIA REAL!
VIVA PORTUGAL!
quinta-feira, 14 de maio de 2020
Fátima e a perseguição republicana (ontem)
Capelinha das Aparições: ataque bombista de 6 de Março de 1922
Parte do relatório do Administrador do Concelho de Ourém, o maçon republicano Artur de Oliveira Santos, ao Governador Civil do Distrito de Santarém:
Fátima é hoje, no País, uma etapa da Reacção, que procura ponto de apoio para base da sua resistência. O facto de se não ter impedido eficazmente a peregrinação deveu-se simplesmente a terem as forças armadas chegado tarde. É certo que foram postas à minha disposição forças das unidades mais próximas porque aquelas que chegaram no dia 12, à tarde, eram insuficientíssimas, mas, requisitando mais, tinha dois caminhos que trariam para o Regime inconvenientes novos.
As forças que eu requisitasse das unidades mais próximas, só aqui chegariam no dia 13. Ora no dia 12, já estavam em Fátima, seguramente, 25 000 pessoas. Com o auxílio de novas forças poderia eu ter ido a Fátima dispersar 50 000 a 60 000 pessoas? O sangue que fatalmente correria não seria uma arma terrível contra o Governo e contra o Regime? Por outro lado, não me utilizando a força, cairia, pelo menos, no ridículo, e não querendo, por princípio algum, desobedecer a V. Ex.ª, preferi não requisitar mais a tropa e mandar a pequena força para onde fora requisitada, fora do local da Cova de Iria, tanto mais que a mesma força seria suficiente para impedir a saída da procissão de Fátima, caso teimassem em realizá-la, o que, todavia, não era preciso, pois que eu já tinha conseguido impedir a sua realização por outros meios mais suasórios, embora não deixassem de causar receio ao pároco da freguesia e a outras pessoas.
Às 22 horas da noite de 12, veio o Dr. Andrade e Silva (a pedido da Sr.ª D.ª Madalena Serrão Machado, que tem feito a perigosa propaganda da cura do cancro pelas águas pluviais da Cova de Iria) pedir a realização da procissão. Neguei-lhe terminantemente permissão para esta e fiz-lhe saber que no dia 13, prenderia o pároco da freguesia. Pediu-me então aquele cidadão que tal não fizesse, tão convencido estava o Dr. Andrade e Silva de que eu tinha esse intuito.
Na comunicação enviada a V. Ex.ª, julgo que em 10 do corrente mês, frisava eu que havia duas maneiras de intervir: 1ª) O Governo mobilizaria os meios de transporte em diversos distritos; 2ª) ou, então, a Guarda Republicana impediria que se realizassem actos de culto externo. Embora, como V. Ex.ª sabe, me prejudique materialmente continuar por muito tempo neste lugar, que V. Ex.ª se dignou confiar-me, eu não terei essa dúvida, se assim for preciso, de nele me conservar, porque nunca hesitei no cumprimento dos deveres de republicano, que me prezo de ser, desde há longos anos.
A Reacção vai triunfando, hipocritamente, e a Liberdade perde terreno, fazendo-lhe concessões. Aquela está fora da lei, e é necessário metê-la na ordem. Julgo que há maneira de jugular a Reacção da Cova de Iria. Quando o Governo não possa, ou, para melhor dizer, não queira mobilizar os meios de transporte em diversos distritos, tomar-se-iam, a pouca distância da Cova de Iria, as embocaduras das estradas que conduzem a Fátima, anunciando-se devidamente o caso com certa antecedência. Fazendo isto, durante meses consecutivos estou certo que a Reacção sofreria um grande golpe, deixando a pretensão de ter um Estado dentro do Estado.
Junto vários documentos.
Saúde e fraternidade!
Vila Nova de Ourém, 31 de Outubro de 1924.
O Delegado do Governo encarregado do inquérito,
Artur de Oliveira Santos
Fonte: Veritatis
quarta-feira, 13 de maio de 2020
25º ANIVERSÁRIO DO MATRIMÓNIO DE SS. AA. RR., OS SENHORES DUQUES DE BRAGANÇA
Hoje, dia 13 de Maio, dia de Nossa Senhora de Fátima, comemora-se as Bodas de Prata de SS.AA.RR., Os Senhores Duques de Bragança, Dom Duarte Pio e Dona Isabel.
Desejamos a Vossas Altezas as maiores felicidades e que Deus Vos Abençoe.
Que Nossa Senhora de Fátima esteja sempre presente no Amor, na Alegria e na Caridade dos Nossos Reis e Infantes.
VIVA O REI! VIVA A RAINHA!
VIVA A FAMÍLIA REAL!
terça-feira, 12 de maio de 2020
Fátima e a perseguição republicana (hoje)
O Santuário de Fátima está a ser fortemente vigiado por milhares de militares da GNR, que garantem que nenhum peregrino possa entrar no recinto de oração. A notícia é avançada pela edição em papel do CM deste Sábado, que dá conta que a operação de segurança, montada pela GNR, tem como objectivo o não acesso àquele local sem uma justificação plausível por parte de quem entra e com a devida autorização por parte dos responsáveis da Igreja.
A operação vai decorrer em duas fases, até terça-feira. Os militares vão impedir o acesso ao Santuário, parques de estacionamento, entre outras áreas envolventes. Já na estrada, a operação começa nas entradas da Cova da Iria, onde vai decorrer uma operação de sensibilização aos peregrinos e o aconselhamento a voltarem para casa.
Nesta operação está envolvida toda a logística da GNR, que tem no terreno 3500 militares. Os dias mais complicados vão ser a 12 e 13 de Maio, onde a GNR terá no terreno uma força visível para que possa proibir qualquer acesso ao recinto de orações, entre militares apeados, a cavalo, com cães e elementos da unidade de intervenção. Fátima vai ser um autêntico forte a proteger, não de vândalos, mas sim de peregrinos que ficam privados às celebrações de Fátima.
Na prática todos os caminhos de acesso ao Santuário vão estar vedados, mas outros locais também estão na mira das autoridades, como a aldeia de Aljustrel, onde nasceram os três pastorinhos (Lúcia, Francisco e Jacinta), os Valinhos, local da Aparição de Agosto, e a própria Via-Sacra.
Fonte: «Diário do Distrito», 9 de Maio de 2020.
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Antes, a perseguição das forças maçónico-republicanas era aberta e declarada, feita em nome do ateísmo e contra a vontade das autoridades eclesiásticas. Agora, a perseguição das forças maçónico-republicanas é velada e insidiosa, feita em nome da "saúde pública" e com a cumplicidade das autoridades eclesiásticas.
Como bem ensinou Santo Agostinho: Tal como aos nossos pais era necessária a paciência no combate contra o leão, assim também nós precisamos de vigilância contra o dragão. No entanto, a perseguição, seja do leão, seja do dragão, nunca cessa para a Igreja; e é mais temível quando engana, do que quando se enfurece. Naquele tempo queria forçar os cristãos a negarem a Cristo; agora ensina os cristãos a negarem a Cristo. Então coagia, agora ensina. Então era violenta, agora é insidiosa. Então era furiosa, agora é cativante e sem aparência de erro.
Fonte: Veritatis
segunda-feira, 11 de maio de 2020
Duque de Bragança entrega donativo da RAL aos Bombeiros Voluntários de Lisboa
A Real Associação de Lisboa (RAL) realizou durante o mês de Abril pela internet uma recolha de fundos para acudir aos Bombeiros Voluntários de Lisboa seus vizinhos na freguesia da Misericórdia. A esse apelo corresponderam numerosos associados e simpatizantes, tendo sido alcançada a verba de 4.296 euros. O cheque foi simbolicamente entregue no passado dia 7 de Maio em frente ao quartel pelo Chefe da Casa Real Portuguesa, o Duque de Bragança, a Rafael Amad, Vice-presidente dos Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lisboa para a área financeira. Presentes ao acto estiveram o comandante daquele corpo de bombeiros, Paulo Vitorino, e João Távora, presidente da Real Associação de Lisboa. A cerimónia de entrega decorreu ao ar livre e no respeito das distâncias de salubridade aconselhadas pela DGS.
Com esta acção pretendeu-se mitigar a grave crise de tesouraria de que sofre a Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lisboa - uma das raras instituições portuguesas centenárias que preservaram a sua designação original - resultante da suspensão do transporte de doentes não-urgentes por motivo da crise de saúde pública causada pela epidemia de COVID-19.
Fonte: A Monarquia Portuguesa
sábado, 9 de maio de 2020
APELO PARA A IGREJA E PARA O MUNDO aos fiéis Católicos e aos homens de boa vontade
Num momento de grave crise, nós, Pastores da Igreja Católica, em virtude do nosso mandato, consideramos que é nosso dever sagrado dirigir um Apelo aos Nossos Irmãos no Episcopado, ao Clero, aos Religiosos, ao Povo santo de Deus e a todos os homens de boa vontade. Este Apelo é subscrito também por intelectuais, médicos, advogados, jornalistas e profissionais que concordam com o seu conteúdo, e é aberto à subscrição de quantos desejem fazê-lo. Os factos demonstraram que, com o pretexto da epidemia do COVID-19, se chegou, em muitos casos, a violar os direitos inalienáveis dos cidadãos, limitando, de modo desproporcional e injustificado, as suas liberdades fundamentais, entre as quais o exercício da liberdade de culto, de expressão e de movimento. A saúde pública não deve e não pode tornar-se um álibi para desprezar os direitos de milhões de pessoas em todo o mundo, e muito menos para que a Autoridade civil negligencie o seu dever de agir com sabedoria para o bem comum; isto é ainda mais verdadeiro à medida que crescem as dúvidas, levantadas por diversas partes, sobre a efectiva contagiosidade, perigosidade e resistência do vírus: muitas vozes autorizadas do mundo da ciência e da medicina confirmam que o alarmismo sobre o COVID-19, por parte dos media, não parece absolutamente justificado.
Temos razões para crer, com base nos dados oficiais relativos à incidência da epidemia no número de mortes, que existem poderes interessados em criar pânico entre a população com o único objectivo de impor permanentemente formas de inaceitável limitação das liberdades, de controlo de pessoas, de rastreamento das suas deslocações. Estes métodos de imposição arbitrária são um prelúdio perturbador da criação de um Governo Mundial isento de qualquer controlo.
Acreditamos também que, em algumas situações, as medidas de contenção adoptadas, incluindo o encerramento das actividades comerciais, determinaram uma crise que prostrou sectores inteiros da economia, favorecendo a interferência de poderes estrangeiros, com graves repercussões sociais e políticas.
Estas formas de engenharia social devem ser impedidas por aqueles que têm responsabilidades governamentais, adoptando as medidas destinadas a proteger os seus cidadãos, de quem são representantes e em cujo interesse têm uma séria obrigação de agir. Da mesma forma, ajude-se a família, célula da sociedade, evitando penalizar injustificadamente as pessoas débeis e os idosos, forçando-os a dolorosas separações dos seus entes queridos. A criminalização dos relacionamentos pessoais e sociais também deve ser julgada como parte inaceitável do plano daqueles que promovem o isolamento dos indivíduos, a fim de melhor manipulá-los e controlá-los.
Pedimos à comunidade científica que esteja atenta para que os tratamentos para o COVID-19 sejam promovidos com honestidade para o bem comum, evitando escrupulosamente que interesses iníquos influenciem as escolhas dos governantes e dos organismos internacionais. Não é razoável penalizar medicamentos que se mostraram eficazes, geralmente baratos, apenas porque se pretendem privilegiar tratamentos ou vacinas que não são igualmente válidas, mas que garantem às empresas farmacêuticas lucros muito maiores, agravando as despesas da saúde pública. Recordamos igualmente, como Pastores, que, para os Católicos, é moralmente inaceitável tomar vacinas nas quais seja usado material proveniente de fetos abortados.
Do mesmo modo, pedimos aos Governantes que estejam vigilantes para que sejam rigorosamente evitadas as formas de controlo dos cidadãos, seja através de sistemas de rastreamento, seja com qualquer outra forma de localização: a luta contra o COVID-19, por mais grave que seja, não deve ser o pretexto para favorecer intenções pouco claras de entidades supranacionais que têm fortíssimos interesses comerciais e políticos neste plano. Em particular, deve ser dada a possibilidade aos cidadãos de recusarem estas limitações da liberdade pessoal, sem impor qualquer forma de penalização para aqueles que não pretendem fazer uso de vacinas, métodos de rastreamento e de qualquer outro instrumento análogo. Considere-se também a óbvia contradição em que se encontram aqueles que adoptam políticas de redução drástica da população e, ao mesmo tempo, se apresentam como salvadores da humanidade sem terem legitimidade alguma, seja política ou social. Finalmente, a responsabilidade política de quem representa o povo não pode absolutamente ser confiada a técnicos que até reivindicam para si mesmos formas de imunidade penal no mínimo inquietantes.
Apelamos energicamente a que os meios de comunicação se empenhem activamente para uma exacta informação que não penalize a discordância, recorrendo a formas de censura, como está a acontecer amplamente nas redes sociais, na imprensa e na televisão. A exactidão da informação exige que seja dado espaço a vozes que não estejam alinhadas com o pensamento único, permitindo aos cidadãos que avaliem conscientemente a realidade, sem serem fortemente influenciados por intervenções parciais. Um confronto democrático e honesto é o melhor antídoto para o risco de impor subtis formas de ditadura, presumivelmente piores do que aquelas que a nossa sociedade viu nascer e morrer no passado recente.
Recordamos, por último, como Pastores responsáveis pelo Rebanho de Cristo, que a Igreja reivindica firmemente a própria autonomia no governo, no culto, na pregação. Estas autonomia e liberdade são um direito inato que Nosso Senhor Jesus Cristo lhe concedeu para a prossecução das finalidades que lhe são próprias. Por este motivo, como Pastores, reivindicamos firmemente o direito de decidir autonomamente sobre a celebração da Missa e dos Sacramentos, assim como pretendemos absoluta autonomia nos assuntos que sejam da nossa imediata jurisdição, como as normas litúrgicas e os métodos de administração da Comunhão e dos Sacramentos. O Estado não tem direito algum de interferir, por qualquer motivo, na soberania da Igreja. A colaboração da Autoridade Eclesiástica, que nunca foi negada, não pode implicar, por parte da Autoridade Civil, formas de proibição ou de limitação do culto público ou do ministério sacerdotal. Os direitos de Deus e dos fiéis são a lei suprema da Igreja, que esta não pretende, nem pode, derrogar. Pedimos que sejam eliminadas as limitações à celebração pública dos serviços religiosos.
Convidamos as pessoas de boa vontade a não se esquivarem do seu dever de cooperarem para o bem comum, cada um segundo o próprio estado e as próprias possibilidades e em espírito de fraterna Caridade. Tal cooperação, desejada pela Igreja, não pode, contudo, prescindir nem do respeito pela Lei natural, nem da garantia das liberdades dos indivíduos. Os deveres civis, aos quais os cidadãos estão vinculados, implicam o reconhecimento, por parte do Estado, dos seus direitos.
Somos todos chamados a uma avaliação, coerente com o ensinamento do Evangelho, dos factos presentes. Isto implica uma escolha de campo: ou com Cristo ou contra Cristo. Não nos deixemos intimidar nem assustar por aqueles que nos fazem crer que somos uma minoria: o Bem é muito mais difundido e poderoso do que aquilo que o mundo nos quer fazer crer. Estamos a lutar contra um inimigo invisível, que separa os cidadãos entre si, os filhos dos pais, os netos dos avós, os fiéis dos seus pastores, os estudantes dos professores, os clientes dos vendedores. Não permitamos que, com o pretexto de um vírus, se apaguem séculos de civilização cristã, instaurando uma odiosa tirania tecnológica na qual pessoas sem nome e sem rosto possam decidir o destino do mundo, confinando-nos a uma realidade virtual. Se este é o plano a que se pretendem curvar os poderosos da terra, saibam que Jesus Cristo, Rei e Senhor da História, prometeu que «as portas do Abismo nada poderão» (Mt 16, 18).
Confiamos os Governantes e aqueles que regem o destino das Nações a Deus Omnipotente, para que os ilumine e os guie nestes momentos de grande crise. Lembrem-se de que, tal como a Nós, Pastores, o Senhor julgará pelo rebanho que nos confiou, também julgará os Governantes pelos povos de que têm o dever de defender e governar. Peçamos com fé ao Senhor para proteger a Igreja e o mundo. A Virgem Santíssima, Auxílio dos Cristãos, possa esmagar a cabeça da antiga Serpente e derrotar os planos dos filhos das trevas.
8 de Maio de 2020
Santíssima Virgem do Rosário de Pompéia
Santíssima Virgem do Rosário de Pompéia
ASSINAR O APELO EM: http://veritasliberabitvos.info/apelo/
sexta-feira, 8 de maio de 2020
Um Futuro Português
No dia em que se comemora o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa importa sublinhar a influência histórica e afectiva que ele transmite e que redimensionar Portugal muito para além das nossas fronteiras. Falada por mais de 260 milhões de pessoas que representam 3,7% da população mundial, presente nos cinco continentes, é também a língua mais falada no hemisfério sul
Transporta com ela uma cultura e um “ser português” que podem e devem ser reforçadas neste tempo de mudança.
Num país cada vez mais multicultural onde convivem gentes vindas do mundo lusófono, é também dia de fazer pensar sobre quem somos. Que “saber fazer” é este que se tem vindo a construir ao longo do tempo e que incorpora saberes e sabores de onde passa e de quem vem? Que capacidade única é esta de fazer pontes entre pessoas de diferentes credos e origens tão bem demonstrada em cargos internacionais desempenhados por portugueses em áreas que impliquem cooperação e superação das diferenças?
Soubemos sempre educar a mentalidade colectiva para a aceitação do outro, fundamental para a integração e convivência entre os povos. E é isso mais uma vez que precisamos de fazer, numa época em que Portugal e a Europa registam uma acentuada quebra demográfica que põe em causa a sua sustentabilidade económica e o seu modelo de sociedade e que enfrenta agora o terrível desafio que esta pandemia nos coloca a todos. Acolhendo quem vem com uma perspectiva humana em relação a quem escolhe a nossa Pátria como sua e mantendo uma Identidade que sabemos ser nossa.
Mas como é que este “Ser Português” pode ser alterado com a actual inexistência de políticas estruturais que promovam a natalidade e diminuam as assimetrias demográficas que diminuem o bem estar da população e potenciam o aparecimento de fenómenos mais extremistas? Os dados oficiais não deixam dúvida: há que actuar e já para reforçar este sentido de pertença que sempre foi o nosso. Num Portugal que afirme a sua portugalidade na diversidade da sua multiculturalidade.
Quem são os portugueses reais de 2020 e como serão os portugueses do futuro?
O que é preciso para construir “Um Futuro Português”?
O que é preciso para construir “Um Futuro Português”?
Teresa Côrte-Real
Fonte: Causa Real
quinta-feira, 7 de maio de 2020
El Rei D. Duarte, paradigma de erudição e de entrega ao bem-comum
Na imagem, o túmulo de D. Duarte e de sua esposa, D. Leonor de Aragão, nas Capelas Imperfeitas, no Mosteiro da Batalha.
Veemente atacado por Oliveira Martins e Júlio Dantas, que matizaram uma imagem de um Rei tíbio, fraco, e de grande incapacidade governativa, exagerando os traços com que Zurara e Rui de Pina o pintaram, aparece o Rei D. Duarte reconstruído na magistral biografia que lhe dedicou Luís Miguel Duarte - D. Duarte - Requiem Por Um Rei Triste (2005).
Filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, nasceu em 1391 em Viseu. Aos vinte anos foi “associado” ao trono, ou seja, não sendo regente, passou a administrar toda a parte burocrática da governação sempre com parecer do pai. Mostrou-se capaz de desempenhar esta tarefa que lhe consumiu todo o seu tempo e saúde durante vinte e dois anos. Graças a estas funções a que se dedicou com afinco entrou numa terrível depressão da qual felizmente soube sair triunfador. Armado cavaleiro em Ceuta com vinte e quatro anos, casou-se em 1428 em Coimbra com Leonor de Aragão, sendo aclamado Rei, por morte de seu pai, cinco anos depois. Reinou apenas cinco anos.
Apesar de devoto, respeitoso dos mandamentos da Igreja, preocupado em conformar a sua vida com a moral evangélica, mostrou-se pouco permissivo e pouco generoso em relação aos privilégios eclesiásticos e às liberdades da Igreja. Sem dúvida dos monarcas da nossa monarquia, o mais culto no que respeita às Letras, mostrando-se um grande estudioso do Direito e da Filosofia do seu tempo. Legou-nos o Leal Conselheiro, o Livro da Ensinança de bem Cavalgar Toda a Sela - o primeiro tratado de equitação europeu - e o Livro da Cartuxa, ou de Apontamentos - obras cujo conteúdo iremos explanar em próximas publicações.
Infelizmente o seu reinado que tinha tudo para ser longo e próspero, teve um triste fim. Pressionado pelos irmãos Henrique e Fernando, por um lado, e por outro, com forte sentido de responsabilidade em respeitar o que D. João I desejava - continuar a guerra em África -, autoriza uma expedição a Tânger, que devido a uma série de imprudências, saiu malograda. D. Duarte assumiu as responsabilidades. Ficou refém o seu irmão Fernando, e foi pedido como resgate a praça de Ceuta. Ninguém estava disposto a entregar Ceuta, ou quase ninguém, nem mesmo D. Duarte. Devia-se, isso sim, tentar ao máximo outras formas de resgatar D. Fernando. Esta situação torturou-o de duvidas, não por ser fraco, mas por ser inteligente, lúcido e reflectido. Jamais as suas duvidas, ou a sua hesitação, podem ser confundidas com debilidade ou fraqueza de espírito.
Mês e meio antes de fazer quarenta e sete anos, em Tomar, foi assolado pela peste que desgraçava o Reino, e passados doze dias de enfermidade entregou a alma ao Criador. Sucedeu-lhe o seu filho Afonso, D. Afonso V, o mais velho dos seus nove filhos, dos quais três morreram logo na primeira infância. Deixou no testamento que ditou à hora da morte, atormentado de sentimento de culpa, que se deveria entregar a praça de Ceuta, se esta fosse o único recurso para que o seu irmão pudesse retornar com vida à sua pátria. Deixou também no mesmo testamento que quem deveria assumir a regência era a sua esposa D. Leonor, durante a menoridade de D. Afonso. Nenhuma destas vontades foi cumprida, e Portugal quase entrou numa guerra civil.
Político eloquente, como o seu cognome indica, é um Rei esquecido, e por vezes, tristemente mal lembrado. Soube ultrapassar as dificuldades que a vida lhe apresentou, e continuar a obra iniciada pelo pai, promovendo com elegância a memória da fundação da Dinastia de Avis. Os seus escritos e sua acção revelam uma elevada capacidade introspectiva, o que fez com que Eduardo Lourenço concluísse: “um espírito capaz de se olhar sem complacência até ao mais profundo de si”.
Muito se poderia continuar a dizer em torno deste nosso soberano. Ficamos com os versos certeiros, profundos, e sublimes, em que Pessoa eternizou, como se o próprio D. Duarte os proferisse:
“Meu dever fez-me, como Deus ao Mundo.
A regra de ser Rei almou meu ser,
Em dia e letra escrupuloso e fundo.
A regra de ser Rei almou meu ser,
Em dia e letra escrupuloso e fundo.
Firme em minha tristeza, tal vivi.
Cumpri contra o Destino o meu dever.
Inutilmente? Não, porque o cumpri.”
Cumpri contra o Destino o meu dever.
Inutilmente? Não, porque o cumpri.”
Tomás Pinto Bravo
Fonte: Nova Portugalidade
quarta-feira, 6 de maio de 2020
Dos últimos tempos
Agora direi algumas palavras sobre a situação internacional. Parece-me que temos que reflectir e tirar uma conclusão ante os acontecimentos que vivemos actualmente, que têm bastante de apocalípticos.
São algo surpreendentes esses movimentos, que nem sempre compreendemos bem; essas coisas extraordinárias, que sucedem atrás, e agora através, da cortina de ferro.
Não devemos esquecer, por ocasião destes acontecimentos, as previsões feitas pelas seitas maçónicas e que foram publicadas pelo Papa Pio IX. Elas aludem a um governo mundial e à submissão de Roma aos ideais maçónicos; isto faz já mais de cem anos.
Também não devemos esquecer as profecias da Santíssima Virgem. Ela advertiu-nos. Se a Rússia não se converte, se o mundo não se converte, se não rezar nem fizer penitência, o comunismo invadirá o mundo.
O que significa isto? Sabemos muito bem que o objectivo das seitas maçónicas é a criação de um governo mundial com ideais maçónicos, ou seja, os direitos humanos, a igualdade, a fraternidade e a liberdade, compreendidas num sentido anticristão, contra Nosso Senhor.
Esses ideais seriam defendidos por um governo mundial que estabeleceria uma espécie de socialismo para uso em todos os países, e, depois, um congresso das religiões, que abarcaria a todas, incluindo a católica, e que estaria ao serviço do governo mundial, como os ortodoxos russos estão ao serviço do governo soviético.
Haveria dois congressos: o político universal, que dirigiria o mundo; e o congresso das religiões, que iria em auxílio deste governo mundial, e que estaria, evidentemente, a soldo deste governo.
Corremos o risco de ver chegar estas coisas. Devemos estar sempre preparados para elas.
D. Marcel Lefebvre in «Sermão do 60º Aniversário de Sacerdócio», 19 de Novembro de 1989
Fonte: Veritatis
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