A 25 de Julho de 1109 nascia o Maior de todos os Reis na Terra: Sua Mercê Dom Afonso I Henriques, Pela Vontade dos Homens Rei dos Portugueses e Pela Graça de Deus Rei de Portugal. O Rei Fundador, D. Afonso, O Primeiro de seu nome, Rei dos Primeiros Portugueses, filho do Conde D. Henrique e como tal neto de Henrique de Borgonha, trineto de Roberto I de França, sobrinho-bisneto do Abade S. Hugo de Cluny, e que, como tal, tinha por avoengos os Reis Capetos de França e os Imperadores romanos da Dinastia Comnenus e Paleólogo, e, enquanto filho da Infanta D. Teresa de Leão, era neto do Imperador da Hispânia, o 1° Rei de Leão e Castela e de todos os Reis e Senhores de Leão e Castela, algoz do Sarraceno, Tomador de Praças e Unificador dos 5 Reinos (Suevos, Visigodos, Lusitanos, Bracos e Alanos).
Afonso I, mais conhecido pelo seu nome de príncipe, Dom Afonso Henriques (de Henrique, em tradução literal do patronímico Henriques), também chamado de Ibn-Arrik (“Filho de Henrique”) e El-Bortukali (“O Português”), apelidado de "o Conquistador", foi o primeiro Rei de Portugal desde 1139 até à sua morte, a 6 de Dezembro de 1185.
Devem-se-Lhe os Actos que levaram ao Nascimento de Portugal: no dia 24 de Junho de 1128, à dianteira dos barões e fidalgos portucalenses, Dom Afonso Henriques defrontou no campo de São Mamede, perto de Guimarães as forças galegas comandadas por Dona Teresa e por Fernão Peres de Trava, derrotando-os naquela que ficou conhecida pela Batalha de São Mamede e que marcou a Fundação da Nacionalidade Portuguesa, uma vez que o Infante Dom Afonso Henriques avoca a si o governo do Condado Portucalense, com pretensões de independência. Não é ainda após esta Batalha que se auto-intitula Rei, Rex Portucalensis, pois com duas frentes de Batalha – uma contra Leão e Castela, outra contra os sarracenos –, tal só se viria a acontecer após a Batalha de Ourique, em 1139, quando arrasou os mouros – que o temiam sobremaneira e Lhe chamavam o terrível Ibn Erik (Filho de Henrique) - e consegue uma importante vitória que o engrandece sobremaneira e assim declara a Independência face a Castela-Leão, após um Alevantamento seguido de Aclamação como Rei pelos Barões Portucalenses. Ainda no dia 25 de Julho de 1139 travou-se a célebre Batalha de Ourique, em que D. Afonso Henriques, segundo o Mito, recebe as Armas de Cristo e à frente dos barões e fidalgos portucalenses, arrasa os exércitos mouros de Omar que eram em razão numérica cinco vezes superior. Após a Batalha, na qual derrota avassaladoramente a hoste inimiga, os Barões aclamam Rei o jovem Infante que os guiara à vitória sobre cinco reis mouros que comandavam os exércitos sarracenos de África e Hispânia.
As armas e escudo armorial de Portugal mantêm desde a Batalha de Ourique, em 1139, e até hoje, cinco escudetes posicionados em forma de cruz, representando cada um dos cinco reinos mouros derrotados na batalha. Sobre esses cinco escudetes, estão inscritos besantes em número variável (inicialmente onze em cada escudete), que significavam, que por Direito e Graça divinos D. Afonso Henriques era Rei, e que por isso tinha direito a cunhar a sua própria moeda.
Ulteriormente, foi determinado o número de cinco besantes (em vez de onze) sobre cada um dos escudetes, passando a contar-se segundo a tradição duas vezes os besantes do escudete central. Nascia, assim, em 1139, o Reino de Portugal e a sua 1.ª Dinastia, com El-Rei Dom Afonso I Henriques de Borgonha. Em 1143, quando assina a Paz em Zamora com o Primo Rei de Leão e Castela, onde é reconhecido como Rei, Dom Afonso Henriques usava já o título havia três anos, desde o torneio de Arcos de Valdevez, após o episódio de Ourique. O chamado Torneio de Arcos de Valdevez, também conhecido por Recontro de Valdevez ou Bafordo de Valdevez, foi um episódio determinante da História de Portugal conexo à Fundação da Nacionalidade.
O evento teve lugar na Primavera de 1141, e não 1140 como erradamente foi enunciado durante muito tempo, no Vale do Vez - tributário do rio Lima-, em Arcos de Valdevez, quando o recém Aclamado Rei Dom Afonso Henriques, depois da vitória decisiva na batalha de Ourique, em 1139, rompeu a Paz de TUI, que em 1137, havia assinado com seu primo co-irmão o Imperador da Hispânia Don Afonso VII Rei de Leão e Castela, e o temerário Rei Portucalense fez uma incursão à Galiza, subjugando alguns castelos sob protecção do monarca leonês. Perante este cenário o Imperador envia um exército cuja força numérica era muito superior, e que penetrou em terras portucalenses, descendo as montanhas do Soajo em direcção a Valdevez, derribando tudo, castelos e povoações, à sua passagem.
Seguiram-se horas de refregas e desafios, mas a fim de prevenir uma batalha campal sangrenta que disperderia homens e recursos necessários para o combate contra o avanço sarraceno. Assim, foram escolhidos os mais bravos cavaleiros de ambos os contingentes para entre si decidirem o conflito num torneio de justa, de acordo com o uso medieval.
Na autenticidade da Justa saíram vitoriosos os cavaleiros de Afonso Henriques, ficando os cavaleiros leoneses retidos, conforme o Código de Cavalaria da Idade Média.
Mas, e só, em 1143, desaparece a designação histórica de Condado Portucalense e nasce o Reino de Portugal.
Assim, Dom Afonso Henriques, guerreiro completo, governante exemplar e virtuoso cristão, nasceu em 1109 e Reinou entre 1128 e 1185, como Dom Afonso I Henriques, 1.º Rei de Portugal, isto é, 57 anos - o 4.º Reinado mais longo da História, imediatamente ao Rei-Sol Luís XIV de França e a Suas Majestades a Rainha Isabel II e a Rainha Victoria do Reino Unido.
Morreu em Coimbra onde jaz sepultado em túmulo manuelino no Mosteiro de Santa Cruz, na capela-mor do lado do Evangelho. Na inscrição original do túmulo podia-se ler:
“Aqui jaz um outro Alexandre, ou outro Júlio César,
guerreiro invencível, honra brilhante do orbe.
Douto na arte de governar, alcançou tempos seguros,
alternando a sucessão da paz e das armas.
Quanto a religião de Cristo deve a este homem
provam-no os reinos conquistados para o culto da fé.
Alimentado pela doçura da mesma fé, cumulou,
além das honras do reino, riquezas para os pobres infelizes.
Que foi defensor da Cruz e protegido pela Cruz
assinala-o a Cruz, formada de escudos, no seu próprio escudo.
Ó Fama imortal, ainda que reserves para ti tempos longos,
ninguém pode proclamar palavras dignas dos seus méritos.”
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