sexta-feira, 30 de julho de 2021

Lista de crimes do "herói" Otelo

  A Capela da Academia Militar está hoje conspurcada, bem como a memória de todos aqueles que, desde 1837, foram formados naquela casa.

O Estado e a Nação deviam pintar a cara de preto.

BF

Sequência cronológica dos atentados

1980

· Março - Formação da coligação Força de Unidade Popular;

· 20 de Abril - Apresentação pública da organização Forças Populares 25 de Abril com o rebentamento por todo o país de dezenas de engenhos explosivos de fraca potência contendo o documento “Manifesto ao Povo Trabalhador”[7];

· 3 de Maio - Assalto simultâneo a dois bancos no Cacém, Banco Totta e Açores e Crédito Predial Portugués que resulta na morte do soldado da GNR Henrique do Nascimento Hipólito, durante a confrontação com elementos da organização; Neste assalto foi roubado 5.141.982$00[7].

· 9 de Maio - Assalto ao Banco Espirito Santos em Paço de Arcos e colocação de uma bomba- relógio contra o administrador da fábrica Alfa. Esta bomba não chegou a deflagrar[7]

· 13 de Maio - Morte do militar da GNR Agostinho Francisco Ferreira, por tiros de pistola metralhadora, durante a detenção de elementos de um comando da organização em Martim Longo, Algarve[7];

· 9 de Julho - Assalto ao Banco Borges e Irmão na Cruz de Pau. Neste assalto foram roubados 1.340.207$00[7];

· Julho - Destruição por incêndio de viaturas da PSP; · 22 de Julho - Assalto à Conservatória do Registo Civil de Vila Nova de Gaia tendo sido roubados impressos para bilhetes de identidade[7];

· 30 de Julho - Assalto ao Caixa Geral de Depósitos em Xabregas. Neste assalto foram roubados 113.500$00[7];

· 12 de Setembro - Rebentamento de explosivos no consulado e na embaixada do Chile respectivamente no Porto e em Lisboa[7]

· 4 de Outubro - Rebentamento de explosivos nas sedes dos ex-Comandos em Faro e Guimarães e Porto; esta associação era considerada pelas FP-25 como a tropa de choque das desocupações de terras no Alentejo[7]

· 6 de Outubro - Assalto simultâneo a dois bancos na Malveira na sequência do qual são mortos três pessoas: dois elementos da organização mortos durante a fuga, (Vítor Oliveira David e Carlos Alberto Caldas) um morto por tiros de caçadeira por um comerciante local e outro linchado pela população. Nesse assalto viria ainda a morrer um cliente de um dos bancos (José Lobo dos Santos), baleado na cabeça quando tentava desarmar um dos terroristas, ficando ainda feridos dois elementos da população local; Neste assalto foram roubados 2.854.822$00[7] [8]

· 5 de Novembro - Troca de tiros com PJ na Cova da Piedade[7];

· 24 de Novembro - Assalto ao Banco Pinto e Sotto Mayor no Fogueteiro. Neste assalto foram roubados 3.200.787$00[7];

· 28 de Novembro - Tentativa de assalto ao Banco Totta e Açores em São Roque da Lameira, Porto. Na troca de tiros com a PSP é morto o terrorista Carlos Pé Curto. Na fuga os terroristas atiram uma granada para baixo de um dos carros da PSP, provocando ferimentos graves em dois agentes e seis transeuntes[7][8].

1981 

· 3 de Fevereiro - Atentado com explosivos na filial do Banco do Brasil em Lisboa que, destrói o edifício e causa um ferido, o segurança das instalações[7];

· 10 de Março - Assalto ao Banco Espírito Santo, na Trofa. Neste assalto conduzido por 8 operacionais, um deles envergando uma farda da PSP foram roubados mais de 7.000.000$00[7][8]

· 19 de Março - Ferimentos ligeiros num comerciante da Malveira (Fernando Rolo) acusado de ser o autor dos disparos que causam a morte de um dos elementos da organização aquando de um assalto frustrado naquela povoação a 6 de Outubro do ano anterior; Foram disparados mais de 13 tiros sobre Fernando Rolo que ficou paraplégico[7].

· 25 de Março - Disparos nas pernas de um dos administradores da empresa SAPEC, Manuel Inglês Esquível no Dafundo, por um comando que o esperava à porta de casa, em protesto pela eventual existência de conflitos laborais na empresa. Tratava-se de um operacional das FP-25A a quem tinha sido instaurado um processo disciplinar.[7][8]

· 16 de Abril - Disparos nas pernas de Arnaldo da Silva Rodrigues, no Porto[7]

· Abril - Acção de solidariedade para com o Exército Republicano Irlandês, cuja bandeira é hasteada numa sucursal da British Airways, no Porto; 

· Maio - Disparo de um rocket no interior do Royal British Club em Lisboa, em solidariedade com o Exército Republicano Irlandês[7];

· 12 de Junho - Assalto ao Banco Totta & Açores em Leça do Bailio. Neste assalto foram roubados 170.000$00[7]

· 17 de Junho - Troca de tiros com PSP na Avenida de Berna em Lisboa[7]

· 28 de Junho - Disparos nas pernas de um dos administradores da empresa Tebe, em Braga, por um comando que o esperava porta de casa, em protesto pela eventual existência de conflitos laborais na empresa[8];

· 14 de Julho - Assalto ao Banco Fonsecas e Burnay em Vila Nova de Gaia. Neste assalto foram roubados 6.764.000$00[7];

· 19 de Julho - Roubo de explosivos à empresa Mota & Companhia em Montemor- o- Novo[7];

· 24 de Julho - Assalto ao Banco Nacional Ultramarino em Vila da Feira. Neste assalto foram roubados mais de 7.000.000$00[7]

· 23 de Agosto - Disparos sobre o director-delegado da empresa Standard Eléctrica à porta da empresa, em Cascais causando-lhe ferimentos graves nas pernas; na mesma acção é ferido gravemente o seu motorista, nas pernas e no peito; a acção é justificada pela organização como uma resposta aos despedimentos e conflitos laborais que afectavam a empresa[7]. A Policia identificou e prendeu um dos operacionais envolvidos. O operacional, membro das FP-25A, viria a ser absolvido pelo Tribunal de Cascais[8].

· 27 de Setembro - Atentado à bomba em Felgueiras 

· 3 de Outubro - Morte de dois militares (Adolfo Dias e Evaristo Ouvidor da Silva) da GNR vitimas da explosão de um carro armadilhado em Alcaínça, arredores da Malveira; a acção inseria-se ainda no processo de retaliação relativo às mortes de dois elementos (Vítor David e Carlos Caldas) da organização num assalto a um banco desta localidade, no ano anterior[7]

· 13 de Outubro - Assalto ao Banco Fonsecas & Burnay, na Póvoa de Santo Adrião;. Em resultado da troca de tiros é morto um terrorista um elemento da organização - António Guerreiro baleado acidentalmente por outro operacional e é assassinado um cliente do banco, Fernando Abreu, com um tiro certeiro no coração. Este, armado de pistola, fez frente aos terroristas. Neste assalto foram roubados mais de 2.443.855$00[8]

· 28 de Outubro - Disparos nas pernas de um administrador da empresa Carides, João Mesquita de Oliveira, em Vila Nova de Famalicão; a acção é justificada como uma resposta aos salários em atraso e aos despedimentos efectuados na empresa. Este atentado resultou em ferimentos graves nas pernas, já que por sorte, a arma encravou, obrigando o terrorista a fugir[7]

· 14 de Dezembro - Atentado com explosivos ao posto da GNR de Alcácer do Sal[7]

· Dezembro - Atentados com explosivos nos postos da GNR do Fundão e da Covilhã;

1982 

· Janeiro - Atentado com explosivos ao posto da GNR do Cacém;

· Janeiro - Atentado com explosivos à residência de um industrial no Cacém;

· 6 de Abril - Assalto a uma carrinha de transporte dos salários dos funcionários da empresa H.Abrantes, em São Pedro de Muel. Neste assalto foram roubados mais de 5.000.000$00[7][8];

· 19 de Abril - Atentados com explosivos sobre o automóvel e a residência de dois administradores da empresa SAPEC, bem como do director de marketing da mesma empresa[7];

· 9 de Junho - Disparos sobre a viatura onde se deslocavam dirigentes da cooperativa “Boa Hora”; Não se registaram vitimas[7]

· Agosto - Atentado com explosivos colocados numa viatura, em Montemor-o-Novo[7];

· 15 de Agosto - Atentado com explosivos colocados na delegação da Air France e Lufhtansa, em Lisboa do qual resultaram elevados prejuízos materiais[9];

· 10 de Setembro - Assalto à União de Bancos Portugueses, em Avintes. Neste assalto foram roubados mais de 1.250.000$00;

· 21 de Outubro - Dois assaltos na zona de Leiria. Assalto ao Banco Português do Atlântico, em Pataias. Neste assalto foram roubados mais de 40.000$00; Assalto ao balcão do Crédito Predial Português, em Cruz de Légua. Neste assalto foram roubados mais de 1.300.000$00[7];

· Outubro - Assalto a uma carrinha de transporte dos salários dos funcionários da empresa Electro Cerâmica do Candal, em Vila Nova de Gaia. Neste assalto foram roubados mais de 14.000.000$00[7]

· 24 de Novembro - Assalto à Conservatória do Registo Civil de Mafra tendo sido roubados mais de centena e meia de impressos para bilhetes de identidade, bem como alguns já feitos[7]

· Dezembro - Um militante da organização evade-se da cadeia de Pinheiro da Cruz, em Grândola[7]

· 6 de Dezembro - Atentado mortal sobre o administrador da Fábrica de Louças de Sacavém, Diamantino Monteiro Pereira, em Almada. Este foi o primeiro atentado que condenava à morte um empresário. A organização justificou-o como uma resposta aos graves conflitos laborais e despedimentos verificados na empresa;[10]

1983

· 10 de Janeiro - Assalto à União de Bancos Portugueses, em Castelo da Maia no Porto[7];

· 10 de Janeiro - Ataque para a libertação de Daniel Horácio, operacional terrorista internado no Hospital Universitário de Coimbra[7];

· 29 de Janeiro - Ataque de um comando, obrigando um automobilista a parar para posteriormente fugirem no seu carro[7] 

· Fevereiro - Assalto a um banco em Espinho;

· 24 de Fevereiro - Assalto à dependência do Banco Totta e Açores no Carregado. Neste assalto, foi utilizado o carro roubado a 29 de Janeiro e foram roubados mais de 250.000$00[7][8];

· 26 de Fevereiro - Um comando com sete operacionais das FP25 seguiam de Lisboa para o Porto com carregamentos de fardamento e armas militares, tendo como objectivo juntarem-se a um comando do Norte. À noite, já no Porto, parte do grupo foi circular de carro para as ruas da cidade. Perdendo-se, acabaram por entrar em ruas de sentido proibido, o que despertou a atenção da PSP. Temendo a descoberta do armamento na mala do carro, acabou por gerar-se um tiroteio no Jardim do Carregal, de que resultaram três feridos, um deles agente policial, e dois detidos da organização. Estes dois detidos, Figueira e Barradas, tornaram-se «arrependidos» e aceitaram colaborar com a Polícia a partir de então.[11]

· 31 de Março - Tentativa de assalto falhada à Renault Portuguesa em Setúbal. O móbil do assalto era o roubo de dinheiro destinado ao pagamento de salários aos trabalhadores. O assalto falhou devido à intervenção de um segurança e um elemento da Guarda Fiscal que ficaram gravemente feridos.[7];

· 13 de Abril - Assalto à dependência do Banco Pinto e Sotto Mayor, em Turquel, Alcobaça. Neste assalto foram roubados mais de 2.000.000$00[7]

· Abril - Assalto a um banco no Tramagal; Montante do assalto não apurado; 

· 27 de Maio - Assalto à dependência de bancos: ao Banco Totta e Açores em São Martinho do Campo e à União de Bancos Portugueses em Vila das Aves, Santo Tirso; Nestes dois assaltos foram roubados respectivamente 1.008.000$00 e 369.015$00[7];

· 22 de Junho - Assalto a uma carrinha de transporte de valores da Efacec que transportava 5.712.900$00 que se destinavam ao pagamento de salários[7];

· 19 de Julho - Assalto à dependência do Banco Português do Atlântico, em Vilamoura . Neste assalto foram roubados mais de 14.300.000$00[12]

· 17 de Agosto - Assalto a uma carrinha de transporte de valores em Matosinhos que recolhia dinheiro da dependência do Banco Fonsecas e Burnay. Neste assalto foram roubados mais 1.000.000$00[7];

· 30 de Setembro - Assalto a uma carrinha de transporte de valores da empresa António Leite e Silva, no Porto . Neste assalto foram roubados mais 1.450.000$00[7]

· Novembro - Atentado com explosivos ao posto da GNR de Leiria[7];

· 2 de Novembro - Assalto à dependência do Crédito Predial Português, em Caneças. Neste assalto foram roubados mais de 2.000.000$00[7];

· 7 de Novembro - Atentado simultâneo com explosivos junto à residência de Francisco José Simões, no Estoril e numa rua do Dafundo. O primeiro atentado provocou apenas danos materiais e no segundo ferimentos num transeunte. Este segundo atentado, presume-se que tenha sido erro da organização em virtude da coincidência de nomes[7];

· 14 de Novembro - Atentado com explosivos visando os carros de dois administrador da empresa Cometna[7];

· 29 de Novembro - Atentados com explosivos em residências de empresários da empresa Lurgel, Jorge Cristóvão, na Cruz de Pau e Flaminio Rosa, no Seixal[7];

· 30 de Novembro - Assalto verificado À Rodoviária de Almada, no Laranjeiro e que culminou com o ferimento do funcionário da empresa, Manuel Amaro de Carvalho que ficou com várias lesões permanentes. Foram roubados 9.158.572$00, verba destinada ao pagamento de salários. [10] Assalto à firma Vaessen, em Miramar. Neste assalto foi roubado 147.000$00[7],[13];

· 3 de Dezembro - Atentado com explosivos a instalações bancárias do Banco Espírito Santo, em Leiria e Caldas da Rainha, por este banco se recusar a viabilizar a empresa vidreira CIVE.[7];

· 6 de Dezembro - Rebentamento de engenhos explosivos com difusão de panfletos em Almada, Barreiro, Lisboa e Setúbal; No atentado em Setúbal é ferido uma criança de apenas 12 anos[7]

· 23 de Dezembro - Atentado à bomba com 5kgs de TNT no automóvel do Presidente da empresa Petróleos Alfa. Por deficiência técnica o engenho não explode não havendo por isso danos materiais[7]

1984

· 6 Janeiro - Atentado com explosivos visando administradores das empresas Entreposto, Tecnosado e Tecnitool[7];

· 25 de Janeiro - Assalto à dependência do Crédito Predial Português, pela segunda vez em menos de 3 meses, em Caneças. Neste assalto foram roubados mais de 707.000$00[7];

· 25 de Janeiro - Atentado a tiro de metralhadora e "cocktails molotov" contra a residência em Leiria do Presidente do Concelho de Administração da fábrica de vidros Ivima da Marinha Grande, Jorge Raposo de Magalhães e da sua familia, incluindo 3 filhos menores entre os 13 e os 9 anos de idade, causando apenas danos materiais[7]; O atentado foi interrompido por tiros disparados por um empregado agrícola da propriedade e os operacionais puseram-se em fuga deixando os engenhos explosivos por detonar.

· 30 de Janeiro - Assalto a uma viatura de transporte de valores do Banco Espírito Santo, na Marinha Grande que resulta em ferimentos graves (tetraplegia num dos casos) em dois dos seus ocupantes; Neste assalto foram roubados mais de 5.000.000$00[7];[10]

· 31 de Janeiro - Assalto a um carrinha de transporte de valores, em Casal do Marco Seixal. Neste assalto foram roubados mais de 11.000.000$00[7] destinados ao pagamento de salários dos trabalhadores da Idelma[7];

· 7 de Fevereiro - Assalto a uma carrinha de transporte de valores que resulta no roubo de 108.240 contos, perto do Marquês de Pombal em Lisboa[7];

· 28 de Fevereiro - Atentados com explosivos colocados em viaturas, visando empresários na Covilhã e Castelo Branco[7];

· 20 de Abril - Atentado com explosivos em Évora visando o carro do chefe das Finanças local. Registados apenas danos materiais[7];

· 30 de Abril - Atentado com explosivos na residência de um agricultor Dionísio Luís Ciroula, um arrendatári, a quem havia sido devolvido o direito a explorar uma herdade, pagando renda, no âmbito da Lei de Bens da Reforma Agrária em S. Manços, Alentejo; os efeitos da explosão provocam a morte de uma criança de 4 meses de idade (Nuno Dionísio) bem como da sua avó. "Na noite de 30 de Abril de 1984, elementos das FP25 colocaram um engenho explosivo à base de nitrato de amónio e gasóleo na parede exterior do número 49 da Rua Gouveia, em São Manços. Cerca de trinta minutos depois da meia noite, o engenho explodiu contra a parede, provocando-lhe um buraco com cerca de um metro quadrado. Junto à mesma parede, no lado interior da casa, estava um bebé de 4 meses a dormir. Nuno Dionísio, neto do agricultor, morreu de imediato, resultado da «amputação traumática do membro superior direito no terço médio do braço, bem como uma ferida contuso-perfurante do hemitorax e o esmagamento, com exposição e perda de massa encefálica, do crânio» . Os efeitos do rebentamento levariam também à morte, por síncope cardíaca, de Rosa Pereira, avó de Nuno" [14].[15]

· 1 de Maio - Sabotagem da Estrada Nacional nº1 através do lançamento na via, de pregos soldados em T[7];

· 29 de Maio - Atentado mortal contra o administrador da empresa Gelmar, Rogério Canha e Sá, em Santo António dos Cavaleiros; a acção é justificada pela organização como uma resposta aos sucessivos despedimentos e falências registados não só na Gelmar como em outras unidades fabris onde o referido administrador havia exercido funções[7];

· 1 de Junho - Atentado a tiro, causando ferimentos graves, contra o administrador Arnaldo Freitas de Oliveira, da empresa Manuel Pereira Roldão, em Benfica. Apesar dos disparos de 5 tiros, a vitima sobrevive ao atentado porque, por sorte, uma das balas foi desviada do peito ao atingir um porta moedas que tinha no bolso. Arnaldo Freitas de Oliveira estava ao lado do filho deficiente mental quando foi atingido. A organização justifica a acção, que deveria resultar na morte do referido administrador, como uma punição pelas alegadas irregularidades e despedimentos verificados na referida empresa* [16]

· 19 de Junho - "Direcção Central de Combate ao Banditismo(DCCB), levou a cabo, na madrugada de 18 para 19 de Junho de 1984, uma operação policial que envolveu 200 agentes e centenas de outros homens de outras corporações – Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Guarda Fiscal – e que decorreu em Lisboa, Porto, Matosinhos, Gaia, São Mamede de Infesta, Póvoa de Varzim, Viana do Castelo, Caminha e Vila Real" operação policial" [17]. A operação ‘Orion’ destinada a desmantelar o Projecto Global e as Forças Populares 25 de Abril resultaria na detenção de cerca de quarenta pessoas, a maior parte das quais militantes e dirigentes da Frente de Unidade Popular. Foram ainda apreendidos documentos e armas, em casa dos detidos e nas sedes da Frente de Unidade Popular [18];

· 20 de Junho - Prisão de mais quatro dirigentes da Organização Otelo, Pedro Goulart, Vítor Guinote e Humberto Machado. Mouta Liz, funcionário do Banco de Portugal, foge das instalações do Banco, onde se encontrava, ao ser informado da presença da Policia Judiciária no edifício, para executar o mandado de captura emitido [19];

· 4 de Julho - Disparos contra o proprietário e administrador da Cerâmica Modelar, Manuel Liquito, em Barcelos. Este consegue desviar a arma disparada à queima roupa, salvando-o da morte certa mas do qual resultam ferimentos graves nas pernas. A organização justifica a acção como uma punição pela recusa do empresário em regularizar uma situação de emissão de resíduos que afectava a população local [20],[7];

· 4 de Julho - Disparos de metralhadora contra o posto da GNR de Barcelos [21],[7];

· 1 de Agosto - Assalto à dependência do Banco Espírito Santo, na Trofa. Neste assalto foram roubados mais de 5.000.000$00[7];

· 23 de Agosto - Atentado frustrado com explosivos numa serração de Proença-a-Nova resultando em ferimentos graves no elemento da organização que se preparava para os colocar[7];

· 14 de Setembro - Assalto à carrinha de transporte de valores da empresa Visegur, quando esta se preparava para transportar dinheiro para a Docapesca de Leixões do Banco Fonsecas & Burnay, em Matosinhos para a Docapesca de Leixões. Neste assalto foram roubados mais de6.923.891$00[7];

· 20 de Setembro - Atentado com uma granada de mão ofensiva contra a Penitenciária de Coimbra[7];

· 24 de Setembro - Atentado com explosivos na residência de uns rendeiros, em Montemor-o-Novo, no Alentejo[7];

· 29 de Novembro - Assalto à empresa Salvador Caetano, em Vila Nova de Gaia. Neste assalto foram roubados mais de 42.000.000$00[7] destinados ao pagamento de salários dos trabalhadores[7];

1985 

· Janeiro - Ataque falhado com granadas de morteiro contra navios da NATO ancorados no rio Tejo, em Lisboa;

· Janeiro - Atentado com explosivos a uma residência de um agricultor, em Beja; 

· Fevereiro - Atentado com explosivos no Bairro Residencial Alemão, habitado por militares alemães e trabalhadores da Base Aérea N.º 11 de Beja; grandes estragos materiais;

· 23 de Março - atentado mortal sobre o empresário da Marinha Grande, Alexandre Souto, levado a cabo no recinto da Feira Internacional de Lisboa. encontrando-se o empresário a atender clientes, dentro de uma caravana, foi abatido com cinco tiros por um militante das FP25, de braço dado com a filha de apenas 18 anos. A organização justifica a acção como uma resposta à morte de um membro das FUP, na Marinha Grande que teria morrido na sequência de uma luta com Alexandre Souto. Em Dezembro de 1983, Alexandre Souto tinha surpreendido militantes da FUP a roubar tijolos da sua loja. Estes, veio-se a descobrir mais tarde durante a acusação, destinavam-se a construir cárceres privados, destinados a alojar vitimas de raptos por parte das FP25[22][7];

· 10 de Abril - Na sequência de uma operação da Polícia Judiciária perto da Maia, são detidos três operacionais da organização e um quarto (Luís Amado) é morto a tiro[7];

· 29 de Abril - Assalto ao jornal Diário de Noticias, em plena Avenida da Liberdade em Lisboa. Neste assalto foram roubados mais de 14.000.000$00[7] destinados ao pagamento de salários dos trabalhadores[8];

· 15 de Maio - Assalto à dependência bancária do Banco Nacional Ultramarino, na Praia da Rocha no Algarve. Neste assalto foram roubados mais de 18.600.000$00[7]. Os operacionais viriam a ser interceptados por uma brigada da PSP, à entrada de Portimão. Da troca de tiros, estes operacionais acabaram presos e o dinheiro recuperado[8];

· 19 de Julho - Atentado mortal sobre um dos ‘arrependidos’ da organização (José Barradas), na Costa da Caparica, Almada;[10]. Em virtude deste atendado, o julgamento que deveria começar no dia seguinte, é adiado.

· 21 de Setembro - Fuga do Estabelecimento Prisional de Lisboa de um grupo de 10 presos entre os quais 9 elementos da organização[7];

· 9 de Dezembro - Atentado á bomba contra as instalações do COMIBERLANT, em Oeiras[8];

1986 

· 16 de Fevereiro - Atentado contra o Diretor-geral dos Serviços Prisionais, Gaspar Castelo Branco, No caminho de regresso a casa, após ter ido visitar um amigo que se encontrava internado num hospital, parou numa charcutaria para comprar um queijo para o jantar. Como já estava perto do prédio onde vivia, estacionou o carro e seguiu a pé. Era uma tarde de Inverno, chuva miudinha. As ruas do bairro da Estrela estavam praticamente desertas. A poucos metros da porta de sua casa, esperava-o um carro com dois homens dentro e foi baleado na nuca, à queima-roupa. O carro pôs-se em fuga imediatamente. Esta foi uma morte encomendada e planeada, já que após a fuga da Penitenciária de Lisboa em Setembro de 1985 e após pedido expresso do Ministério Publico, foi imposto um regime mais restritivo, isolando-os e impedindo a sua circulação no interior da cadeia, limitando a comunicação entre os mesmos e restringindo a comunicação para o exterior. A acção é justificada pela organização como uma resposta às duras condições de detenção dos seus militantes e à alegada intransigência dos Serviços Prisionais na pessoa do seu Diretor-geral[23]

· 27 de Abril - Disparos sobre a esquadra da PSP dos Olivais em retaliação pelos alegados maus tratos aí sofridos por um elemento da organização aquando da sua detenção; desta acção resulta em ferimentos ligeiro num agente da PSP atingido por uma das balas [24];

· Setembro - Atentado com explosivos a um empreendimento turístico no Algarve; esta acção é reivindicada pela ORA (Organização Revolucionária Armada) um grupo formado por dissidentes das Forças Populares 25 de Abril;

1987

· 16 de Agosto - Morte do agente da Polícia Judiciária Álvaro Militão. Morreu com um tiro direto no coração, numa perseguição automóvel em Lisboa, junto à actual sede da RTP em Lisboa. Em consequência, "O Opel Kadett, quase novo, que Álvaro Militão conduzia, capotou junto à antiga rotunda do Batista Russo. A perseguição continuou até ao terminal dos contentores, onde as brigadas da DCCB conseguiram capturar António Manuel Batista Dias, o “Professor”, e Alberto Teixeira de Carvalho, o “Xavier” durante a detenção de elementos da organização, em Lisboa";[25]

1991

· Maio - Declaração de cessação de actividade e entrega simbólica de armamento a jornalistas, em Lisboa;

1992

· Meados - Detenção dos últimos militantes ainda clandestinos;

1996 

· 1996 - É apresentada uma proposta de "amnistia às infracções de motivação politica cometidas entre 27.07.76 e 21.06.91", excluindo os chamados "crimes de sangue", vindo a ser aprovada pelos votos do PS, PCP e PEV na Assembleia da República e após negociação liderada por Almeida Santos, entre os réus do chamado processo FUP-FP-25, o Governo e a referida Assembleia da República, a pedido expresso do Presidente da República Mário Soares que depois a promulgou[26].

Referências 

1. ↑ "As bombas não fazem milagres" - entrevista do semanário Expresso a Carlos Antunes, 25/04/2014 

2. ↑ Diário de Notícias (20 de Abril de 2010). «Mágoas, feridas abertas e pouco arrependimento». Arquivado do original em 7 de Agosto de 2012 

3. ↑ Manuel Castelo-Branco (28 de Fevereiro de 2021). «À lei da bala. Os 25 anos sobre a amnistia às Forças Populares-25 de Abril». https://observador.pt. Consultado em 12 de Março de 2021 

4. ↑ «Cronologia das principais datas da história das FP-25». Diario de Noticias. Consultado em 11 de Setembro de 2020 

5. ↑ «Saraiva de Carvalho, detenido en una operación antiterrorista». El País. Consultado em 24 de Abril de 2020 

6. ↑ http://opj.ces.uc.pt/pdf/06.pdf 

7. ↑ Viver e morrer em nome das FP-25, António José Vilela, Casa das Letras, Abril de 2005, pag 321 a 327. 

8. ↑ O Terrorismo e as FP25 anos depois, José Barra da Costa, Edições Colibri, 2004" 

9.https://www.cmjornal.pt/mais-cm/memoria-cm/detalhe/quando-lisboa-era-palco-do-terrorismo?ref=Mais%20Sobre_BlocoMaisSobre 

10. ↑ «Julgamento do processo FP-25 recomeça hoje». TSF. Consultado em 25 de Novembro de 2012 

11. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333 

12. ↑ Viver e morrer em nome das FP-25, António José Vilela, Casa das Letras, Abril de 2005, pag 321 a 327. 

13. ↑ O Terrorismo e as FP 25 anos depois 

14. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333 

15. ↑ «Terrorismo en Portugal.». EL País. Consultado em 24 de Abril de 2020 

16. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333 

17. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333 

18. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333 

19. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333 

20. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333 

21. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333 

22. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333 

23. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333 

24. ↑ O Terrorismo e as FP 25 anos depois, José Barra da Costa, Edições Colibri, Junho de 2004 

25.https://leitor.expresso.pt/semanario/semanario2529/html/primeiro-caderno/sociedade/fp-25-foram-mais-mortiferas-do-que-as-brigadas-vermelhas-ou-os-grapo 

26. ↑ À lei da bala. Os 25 anos sobre a amnistia às Forças Populares-25 de Abril, por Manuel Castelo-Branco, 28 de Fevereiro de 2021


Fonte: O Adamastor

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