segunda-feira, 12 de julho de 2021

As rosas de Santa Isabel abrem-se hoje à «vastidão de lugares, tempos e modos de exprimir o amor»

 


«Santa Isabel, na sua condição social, cultural e religiosa, oferece-nos esse imenso testemunho de alguém que se deixou seduzir por Deus, se centrou no seu amor conhecido e acolhido, e fez da fé cristã o caminho único da sua vida», seguindo os passos que lhe conferem plenitude: celebrar a Eucaristia e os outros sacramentos, a profecia-anúncio de Cristo e o testemunho da caridade, «de um modo especial os mais pobres no âmbito material, espiritual, social, sanitário ou outro, seja ele qual for».

O bispo de Coimbra presidiu no domingo à missa na solenidade de Santa Isabel de Portugal, tendo-se lhe referido como «a mulher da caridade cristã, que acolhe e testemunha de modo exemplar este ir ao encontro dos mais pequeninos, este “ser para os outros”».

«Da atenção a cada pessoa nas suas debilidades à assistência social organizada, do amor familiar ao sentido de oferta de si mesmo em âmbito laboral, cultural, político, económico, cada um e todos temos à nossa frente uma vastidão de lugares, tempos e modos de exprimir o amor de Deus», assinalou D. Virgílio Antunes.

Depois de ter chamado a atenção para o facto de nas grandes procissões a atenção recair «mais nas multidões que se juntam para participar ou para ver do que na dimensão celebrativa da fé ou na catequese e evangelização», o prelado apontou para a necessidade de «retomar a centralidade da fé» na vida cristã.

A fé «não pode ser alguma coisa a mais, um conjunto de ritos ou práticas cíclicas, um calendário de festas, um refúgio nos perigos e medos da vida, uma tradição cultural no meio de tantas outras», mas fonte que determina o «rumo» e «ritmo de vida», «mobiliza todas as dimensões» do ser humano e «não rivaliza com nada nem com ninguém porque tem o primeiro lugar».

O prelado vincou que a existência cristã «não pode assentar somente em generalidades ou num conjunto de ideias nascidas a partir do Evangelho de Jesus ao longo da história», mas tem de conduzir ao Evangelho, que «tem poder transformador» de cada pessoa «e de todas as realidades que dela fazem parte a nível pessoal, social, cultural e religioso».

A padroeira principal da cidade de Coimbra palmilhou a rota traçada por D. Virgílio Antunes quando «foi ao âmago da fé que está para além de todas as suas roupagens, foi às fontes do coração de Deus e deixou que nela fossem regadas as sementes de santidade».

«Somos convidados a dar à fé a centralidade única, procurando purificá-la cada vez mais de todas as poeiras que a podem obscurecer e tornar pouco relevante», assinalou o bispo, que concluiu a homilia com um apelo-síntese das suas palavras: «Cresçamos na fé, alimentemo-nos da Palavra de Deus e testemunhemos a caridade».


Fonte: Pastoral da cultura

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