sábado, 2 de julho de 2022

O que é uma mulher?

 


Que pergunta tão parva, pensará a maioria. Mas, neste mundo às avessas, já há muitos a afirmar que não há como desvendar tal mistério. Surreal, não deixa de ser o facto de muitas feministas responderem que “mulher não existe”. Por ex., Berenice Bento, feminista, ao discursar no I Seminário “Queer: Cultura e Subversões de Identidades”, foi muito clara ao afirmar que o movimento feminista usa as “mulheres” como propaganda e que mulher não existe:

“Você sabe que não existe mulher, que [a mulher] é um símbolo inventado e, como todo o símbolo, é unitário, é autoritário, é impositivo […] mas nós [as feministas] usamos esse símbolo “mulher” para construir uma agenda unificada de luta e, a partir daí, avançar numa determinada agenda […] Essa é a discussão do existencialismo estratégico: nós sabemos que não existe a mulher enquanto essência, mas usamos isso discursivamente e reforçamo-lo para que possamos construir e avançar em alguns momentos.” [1]

Creio que é fácil perceber que, para os activistas do género, a mulher tem que ser reduzida a uma ideia opressora, que tem que ser destruída para que a agenda avance.

E, não é só no Brasil que há quem defenda que a mulher não existe e que não pode ser definida.

Nos EUA, Ketanji Brown Jackson, formada em Harvard, nomeada para o cargo jurídico mais importante do mundo livre – o Supremo Tribunal dos Estados Unidos (SCOTUS)- também não sabe definir o que é uma mulher. Quando a senadora Marsha Blackburn lhe perguntou se podia definir a palavra mulher, respondeu:

– Não. Não posso. Não sou bióloga.

Ora, num tweet[2] de Joe Biden, podemos ver um vídeo no qual ela se congratula pelo facto de ser a primeira mulher negra, nos EUA, a exercer tão elevada função. 

Como é que ela sabe que é uma mulher, se não sabe definir o que isso é e não é bióloga?

Creio que foi por estas e por outras que Matt Walsh decidiu fazer um documentário cuja pergunta central é: What is a woman? [O que é uma mulher?]

E, pasme-se, o Facebook já censurou o vídeo – traduzido para português do Brasil – que publiquei no meu mural no dia 18-06-2022.

O que terá levado os censores da rede social a fazer isso?

Assim, e para que todos tenham acesso ao documentário[3], decidi traduzi-lo e partilhá-lo. Esta é a primeira parte:

«Ser Pai, é dos maiores privilégios da minha vida. Dar ao meu filho uma arma de brincar é basicamente todo o apoio de que ele precisa, a minha filha por outro lado…

Já ouvi pessoas a dizerem que não existem diferenças entre homem e mulher. Essas pessoas são idiotas. Eu sou marido, pai de 4, apresento um programa de entrevisas, faço discursos, escrevo livros, gosto que as coisas façam sentido. Mas, fazer ideia do que são as mulheres, isso já é outra história. Até mesmo o Astro-fisico Stephen Hawkins, que podia apresentar uma teoria sobre buracos negros, ficou estupefacto com as mulheres:

 “As mulheres são um absoluto mistério.”

E, agora, a nossa cultura diz-nos que as diferenças entre rapazes e raparigas não importam. Que se tu te identificas como algo, então isso é o que tu és.

Como é que ajudamos os nossos filhos a perceber o sentido das coisas quando eles são bombardeados com mensagens conflituosas sobre género e identidade?

Deixemo-nos de tentar perceber as mulheres, a verdadeira questão é:

O QUE É UMA MULHER?

Há alguns anos, ouvíamos: “À medida que crescemos o nosso corpo cresce do de uma rapariga para se tornar no de uma mulher. Brevemente, a Molly será uma jovem a ter encontros e a ir a bailes vestida com lindos e românticos vestidos”

“Os ombros do rapaz são largos e o seu corpo é musculado, mas o corpo da rapariga tem mais curvas”

“Eu gostaria de saber mais sobre os diferentes tipos de hormonas” – a presença destas hormonas no sangue trazem muitas mudanças ao corpo de ambos rapazes e raparigas.”

“Ser mulher é uma das coisas que gosto mais em mim. Acho que também vais gostar.”

O QUE É UMA MULHER?

A natureza parece dizer sempre a verdade mesmo que não queiramos ouvi-la. Mas, o que é a verdade? Há uma verdade? É assim o progresso? Podem mesmo os meus rapazes tornar-se raparigas? Tenho 4 filhas? Agora tenho que pagar 4 casamentos? Está um filho preso no corpo da minha filha? Se está, como o tiro? Será algum dos meus filhos quem diz ser? Quem são estas pessoas? Quem sou eu? É melhor eu consultar um terapeuta.»

Matt Walsh viajou até ao Estado de Tennessee, para se encontrar com Gert Comfrey, transgénero (nasceu homem, mas apresenta-se como mulher e parece ter feito toda a transição), Terapeuta Afirmativa de Género na área de casamentos e família, licenciada, treinada para pensar como os sistemas, as famílias, como crescemos e como nos tornamos naquilo que somos hoje.

No seu website faz uma citação em que diz que usa uma combinação de abordagens no seu trabalho terapêutico inclusive anti-opressão, estruturas e narrativas feministas, acredita profundamente nas teorias do sistema e entende que os indivíduos são produtos do que se passa à sua volta, incluindo as nossas famílias, cultura, locais de trabalho, natureza, e ambiente político.

Diante deste currículo, Matt Walsh deu início à entrevista:

O que é que isso quer dizer?

– Bom, pensando nos métodos que eu uso, estou definitivamente por dentro de uma terapia familiar feminista, tendo em mente que vivemos num mundo de géneros onde há certos imperativos que nos fazem questionar quem somos, e o que fazemos tendo em conta o género que nos foi dado. A partir do momento que foi determinado que eu sou do sexo feminino, foram-me atribuídos certos tipos de roupas, “estas são as coisas que vais usar, e estes são os brinquedos e os jogos que vais ter” – o percurso que a tua vida irá ter devido às expectativas sociais.

O que quer dizer “foi determinado que eu sou do sexo feminino – quem determina o sexo feminino”?

– A maioria das vezes, no momento do nascimento o médico atribui um determinado género às pessoas.

E eles baseiam essa atribuição em quê?

– Basicamente no aparelho genital, ou seja, olham para os órgãos genitais e decidem “isto é um rapaz ou uma rapariga” e, hoje, nós sabemos que o sexo e o género são muito mais do que estes dois. Algumas mulheres têm pénis, alguns homens têm vagina, o género não funciona dessa forma.

E como sabemos que isso não é assim? Onde aprendemos que não é assim?

– Eu aprendi isso ouvindo-o de pessoas transgénero, que me disseram “eu sou uma trans-mulher. Só porque tenho um pénis isto não quer dizer que seja quem eu sou como pessoa” – o aparelho genital não é sinónimo do género. Uma trans-mulher é uma mulher.

Então com a influência destas coisas, como sei que eu não sou uma mulher?

– Isso é uma óptima pergunta!

É que eu gosto de velas perfumadas, eu vi “o sexo e a cidade” então… como é que eu sei?

– Essa pergunta, particularmente essa pergunta quando feita com muita curiosidade é o começo do desenvolvimento da identidade de género de muitas das pessoas.

Se a minha mãe me tivesse dado à luz como mulher, e a minha mulher é uma mulher, nunca lhe perguntei, se calhar devia… mas se são todas mulheres e o rapaz que se senta ao seu lado diz “eu penso que sou rapariga” e realmente é uma, então o que é uma mulher?

– Óptima pergunta: eu não sou uma mulher, por isso não posso responder a isso…

Como espectadora, só consegui pensar:

Uau… Então, nasceu homem, auto-percebeu-se como mulher e quis parecer-se com uma – mudando o aspecto físico, a voz, usando roupas de mulher – mas, como muito bem disse, não é uma mulher nem sabe o que é uma mulher?

Pois não! É um homem, que sofre um transtorno grave, que não foi tratado e que coloca a ideologia à frente de qualquer realidade natural e biológica.

Também pensei: O que é que Gert aprenderia com alguém que nasceu homem, passou a identificar-se como mulher, fez a transição, e agora afirma ser a primeira mulher-trans dragão[4]?

Que o género humano não existe! Que foram os médicos que, no momento do nascimento, nos rotularam como seres humanos e nos atribuíram um corpo humano, mas que podemos ser o que quisermos? 

E com um homem de 46 anos, casado e pai de sete filhos, que agora se identifica como uma menina de 6 anos?[5]

Será que aprenderia que a idade é uma forma de opressão e que os médicos, no momento em que nascemos, nos atribuem uma data de nascimento, mas que essa data pode ser a que nós quisermos?

No fim da entrevista, Matt Walsh desabafou: “Pensei que a terapia me ia aliviar a confusão… Serei o único a sentir-se assim? Preciso de me fazer ao caminho e descobrir.”


Maria Helena Costa


[1] https://www.youtube.com/watch?v=Y3U2QwkWwBg

[2] https://twitter.com/JoeBiden/status/1512590810239356937?s=20&t=nZS2QMHeZE4Z0ZBJGEiiZg

[3] https://www.dailywire.com/videos/what-is-a-woman

[4] https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/conheca-a-mulher-trans-que-passa-por-plasticas-para-se-transformar-em-um-dragao

[5] https://revistamarieclaire.globo.com/Web/noticia/2015/12/homem-transgenero-abandona-familia-e-passa-viver-como-uma-menina-de-seis-anos-de-idade.html

Fonte: Inconveniente

Sem comentários: