Há 359 anos, na tarde de, quarta-feira, 17 de Junho de 1665, ocorreu a Batalha de Montes Claros, a quinta e derradeira batalha das ocorridas entre 1640-1668, e que terminou com a avassaladora vitória do Exército do Reino de Portugal, sobre a Espanha dos Habsburgo, pondo fim à Guerra da Restauração e assegurando, definitivamente, independência (pela 3.ª vez) do Reino de Portugal.
À revolução nacional e patriótica que Restaurou a Independência e a Soberania de Portugal e entronizou El-Rei Dom João IV, após a dominação Filipina que durou entre 1580 e 1640, seguiu-se uma contra-ofensiva castelhana que deu origem à Guerra da Restauração travada entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela, e que se estendeu por um período de 28 anos, entre 1640 e 1668, e na qual os bravos portugueses se ilustraram pelas armas.
Prova dessa bravura temerária dos portugueses, foi a missiva, que, em 1663, um dos ministros do Rei Don Filipe IV enviou ao monarca castelhano:
‘Dizem a Vossa Majestade que Portugal não tem dinheiro, não tem navios, não tem pessoas: traidores são os que dizem isso. Bem, com o que eles nos destruíram? Sem pessoas, eles nos derrotaram tantas vezes; Bom Deus, vá com as pessoas! Sem dinheiro, choramos nossas ruínas, o que choraríamos se tivessem dinheiro? Senhor: Portugal nos derrotou em 'Montijo', destruiu-nos em 'Elvas', Luis Méndez de Haro fugiu deixando cavalos, artilharia, infantaria e bagagem. Portugal em Évora destruiu a Flor da Espanha, o melhor de Flandres, o lúcido de Milão, o escolhido de Nápoles e a romã da Extremadura. Vergonhosamente, SA o príncipe D. João José da Áustria se retirou, deixando oito milhões que custaram à empreitada, oito mil mortos, seis mil prisioneiros, quatro mil cavalos, vinte e quatro peças de artilharia e a coisa mais lamentável foi que, de cento e vinte estandartes e afins, apenas cinco escaparam (...). Todos os dias Sua Majestade espera estar ganhando, e todos os dias Sua Majestade sabe que está perdendo e que a perda de todos os dias é grande.’
Pouco tempo depois dessas palavras o exército português infligiria mais uma derrota aos castelhanos em 'Castelo Rodrigo' em 1664, e alcançaria a vitória esmagadora de 'Montes Claros', em 1665, já reinando em Portugal D. Afonso VI. No sítio de Montes Claros, D. António Luís de Menezes, Marquês de Marialva, Capitão General do Alentejo, comandou as forças portuguesas, e entre as 9 horas da manhã até às 6 da tarde, matou, rompeu, desbaratou e venceu o exército castelhano, que o Marquês de Canacena, Capitão General da Estremadura, liderava, e que, batendo em retirada, deixou na campanha um grande número de prisioneiros, toda a artilharia e carnagem.
'Ao cabo de sete horas de luta, os atacantes começaram a debandar e o próprio general Caracena, reconhecendo que a batalha estava perdida, fugiu para Juromenha, de onde seguiu mais tarde a caminho de Badajoz.'
O saldo final traduziu-se em 700 vítimas entre as hostes portuguesas e 10.000 mortos entre o exército espanhol.
A 4ª Dinastia Portuguesa, com a Coroa cingida pela Casa de Bragança, elevará de novo Portugal, e, a Monarquia durará por mais 2 séculos e meio.
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