De acordo com Carlos Pegado, responsável da empresa Terra Brava, "a entrega destes quadros esteve relacionada com a exposição "Arte & Toiros" que promovemos o ano passado de Maria Sobral Mendonça, por altura da XII Tourada Real, no M'Ar de Ar Aqueduto durante dois meses".
Tal como referiu, este evento foi "um complemento à Tourada Real. Achamos que a tauromaquia também está ligada a outras artes e manifestações culturais, neste caso a pintura, e faz todo o sentido interligar uma coisa com a outra".A obra que ficou no Hotel M'Ar de Ar Aqueduto foi "O Canto da Seara" e que, segundo Maria Sobral Mendonça, surgiu do "desafio de fazer um quadro emblemático para a recepção do hotel. O tema teria de estar relacionado com o Alentejo e com as muralhas". A esse respeito, a pintora explicou que foi buscar aquilo que, na sua opinião, "diferencia o Alentejo, que é o seu chão. Ao falarmos de chão, estamos a falar daquilo que a terra dá. E o chão do Alentejo vence pelo pão. Por isso desenvolvi um quadro que tem a ver com a seara. É o canto porque tem uma série de personagens, no fundo o povo alentejano, que estão a dançar, estando também relacionado com os cantares".
À Câmara Municipal de Évora (CME) foi entregue "um dos quadros que esteve na exposição do ano passado, altura em que a autarquia foi patrocinadora do beberete", realçou Maria Sobral Mendonça, acrescentando que "o senhor presidente e a senhora vereadora escolheram o quadro a ser oferecido".
O director-geral dos Hotéis M'Ar de Ar, Diogo Fonseca e Silva, mostrou-se satisfeito com o resultado, reforçando que "é aquilo que nós queríamos, uma peça marcante para a recepção do hotel".
Na altura da entrega do quadro à autarquia, a vereadora da CME, assumiu as dúvidas que ainda existiam acerca do local onde o quadro vai ficar exposto. Para Cláudia Sousa Pereira, "acolher este género de iniciativas na cidade é um motivo para que todos os eborenses perceberem que de facto Évora é uma pérola da Humanidade", lembrando que "é muito comum quem está longe apreciar mais do que quem está perto".
D. Duarte de Bragança, que veio assistir à Tourada Real de Évora, descerrou uma placa alusiva a esta iniciativa cultural. Na ocasião, o duque de Bragança confessou que "gosto muito das obras da pintora", classificando este quadro em particular ("O Canto da Seara) como "muito bonito e interessante".
Na sua perspectiva, "com a arte contemporânea há sempre um problema muito difícil que é saber quem define se é ou não bonito. Por vezes, há coisas completamente disparatadas que são consideradas como muito boas pelos críticos", frisou D. Duarte, afirmando que, "muitas vezes, o critério tem mais a ver com a personalidade do artista, do que com a obra em si".
Em relação a Évora, disse que "o mais importante é mostrar o exemplo de uma cidade que tem conseguido salvar o seu património e cuja área histórica conseguiu ser preservada. Por fora já não digo o mesmo. Era mais interessante que a nova arquitectura fora da cidade fosse de algum modo uma continuidade da arquitectura da cidade, em vez de ser a 'chapa três' que está no computador do arquitecto e que é igual em todo o lado", concluiu.
Fonte: Diário do Sul
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