O Livre de Joacine Katar Moreira e do dr. ruizinho exigiu em comunicado que "o património das ex-colónias existente em museus possa ser-lhes restituído, por forma a descolonizar museus e monumentos estatais".
Um dos tópicos da demagogia de hoje repousa sobre a reivindicação de tesouros desviados. O Egipto, o México, a China, a Índia, o Sudão travam batalhas sem derramamento de sangue para ver restituídos objectos retirados dos territórios que compõem actualmente estados soberanos. Com uma pontinha de advogado do Diabo, diríamos que tais obras estão melhor entregues às colecções britânicas, alemãs, americanas e portuguesas que nas mãos de governos que dão testemunho de desprezo pela arte e pela cultura. Não teria sido preferível se as colecções do Afeganistão tivessem sido retiradas nos séculos XIX e XX e expostas/ estudadas/fruídas em Berlim, Londres, Paris e Lisboa ? Entre nós, respeita-se ou aprendeu-se a respeitar o valor de tais objectos. Noutras paragens, a reivindicação serve, pelo que vemos, para espicaçar vaidades nacionalistas ou, pior, para os oferecer à destruição. Talvez um dia a Sociedade de Geografia de Lisboa veja entrar pela porta adentro um diplomata do Benine reclamando as belíssimas peças de estatuária de fundição que os "portugueses roubaram" nos séculos XV e XVI.
O tema é um não-tema, porquanto, se tal enormidade viesse a acontecer, seria um tremendo crime contra património insubstituível. Tais colecções, ao invés de se oferecerem ao estudo e fruição, depressa seriam desviados, roubados ou destruídos, pois em África não há condições mínimas de preservação, nem condições culturais, sociais e políticas que os poupem aos desastres.
Contem com a Nova Portugalidade para travar pleito cerrado contra os novos bárbaros na defesa no nosso património museológico.
A Nova Portugalidade, 28 de Janeiro de 2020
Fonte: Nova Portugalidade
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