domingo, 2 de fevereiro de 2020

Também ali morreu Portugal


Monárquicos ou republicanos, basta-nos ser patriotas portugueses para sabermos como aquela manhã de 1 de Fevereiro nos levou muito do melhor que o país tinha. Habituados entretanto ao governo por burgessos, limitados mentais, oportunistas reles e ambiciosos sem prenda alguma de capacidade, ilustração ou sentido de serviço, é-nos quase espantoso pensar que ainda há tão pouco tempo - apenas um pouco mais que um século - este pequeno país, então ainda império, tinha à sua cabeça um homem da formação e dos dotes de Dom Carlos. Oceanógrafo, amante e respeitador do campo, aquele que electrificou Lisboa e foi o maior pintor naturalista português do seu tempo foi uma prenda do destino que Portugal recebeu sem perceber e de que se desfez com ingratidão. Da república das desordens que conduziu à ditadura e da ditadura ao regime que aniquilou Portugal na sua grandeza pluricontinental, o país nunca mais foi o mesmo, e nunca mais foi melhor. Fomos também nós quem morreu com o Rei e o seu filho, por muito que tantos não queiram vê-lo.

RPB

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