sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Eles berraram porque nada têm a dizer

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1. Mamadou Ba ataca violentamente a Nova Portugalidade. Percebemos porquê: aqui encontrou quem lhe faz frente, quem o ouve, o percebe, o supera e o refuta; na Nova Portugalidade encontrou a mensagem estruturada, pensada, serena, inteligente, filha do estudo e do trabalho de que eles pura e simplesmente não estavam à espera - e para a qual, francamente, não têm resposta alguma. O Prós e Contras de ontem, na RTP, foi a esse respeito eloquente. Aos argumentos do representante da Nova Portugalidade, o Doutor Miguel Castelo Branco, com melhor não puderam responder que com gemidos, unhas roídas, frenéticos movimentos nas cadeiras e berros - berros que envergonharam os demais participantes, a assistência, a televisão e o país. Ora, histeria nunca a tem quem está seguro; a histeria é característica primeira do nervosismo, e nervosismo é o que sente quem se sabe derrotado. Os guinchos insistentes dos sequazes de Mamadou não revelam apenas má educação e falta de urbanidade, não obstante muito haja a ser dito a esse respeito. Mostra, sobretudo, a pobreza dos seus argumentos, a fragilidade dos seus esquemas e uma preguiça intelectual a que se habituaram quando não havia Nova Portugalidade, mas a que já não mais podem dedicar-se.

2. Ainda assim, o ódio incontrolável de Mamadou e colegas pela Nova Portugalidade não radica apenas no ressentimento. É igualmente um ódio de estupidez - manifestamente, nunca se deram ao trabalho de tentar perceber o que é a Nova Portugalidade -, um ódio de medo (aqui têm oposição tenaz) e um ódio de substância. É que, malgrado os teatros cuidadosamente orquestrados, Mamadou e colegas sabem perfeitamente (isso sabem) que a Nova Portugalidade é, pela sua visão da História, pela sua compreensão da natureza do povo português e pelas suas ideias de futuro, a mais coerente adversária do racismo que há em Portugal. A razão que despoleta neles erupções incontroláveis de azedume? É que Ba e o seu grupo, a Associação SOS Racismo (bem podia chamar-se "Associação Só Racismo"), não são contrários ao racismo; são justamente a mais influente, gabada, presente e relevante organização racista do país. Os portugueses ouviram-no ontem no Prós e Contras na linha dos que se nos opuseram. Francisco Bettencourt, alinhado com Ba e colegas, dizia com todas as letras, sem aperceber-se da evidente contradição, que Portugal é uma "nação racial"- isso para opor-se ao ponto da Nova Portugalidade de que Portugal se fez também, pela sua História e através dos séculos, uma nação africana, sul-americana e asiática. Caídas as máscaras e os acessórios retóricos, expurgada a doutrina de todo o disfarce, compreende perfeitamente o ouvinte que, para os identitários de esquerda como para os de direita, nem História nem cultura importam ou podem importar, e que a sua vocação não é fazer a unidade dos portugueses, seja qual for a sua cor ou religião, mas justamente destruí-la em nome de critérios biológicos. Temos nós e devem ter todos quanto a isto a coragem da clareza conceptual. A associação Só Racismo não é anti-racista; é racista. Mamadou Ba não é anti-racista; é racista.

3. É contra este programa de destruição da harmonia nacional, da unidade dos portugueses e da vontade de todos eles em serem cidadãos orgulhosos, iguais e fiéis da mesma comunidade humana, que se tem insurgido a Nova Portugalidade. É uma luta que insistimos em manter, pois sabemo-la essencial ao bem comum, à felicidade do povo português e ao interesse da nação; é uma luta que manteremos porque esta ideia portuguesa de fraternidade humana é resultado de uma experiência secular que sabemos autêntica; é uma luta que continuaremos porque falhar nela seria entregar o país ao comunitarismo, à divisão, à partição dos portugueses em grupos mutuamente excludentes e mutuamentes hostis, o que teria as consequências mais graves para o país. Em nós, encontraram quem lhes dá resposta - pior, encontraram quem os deixa sem ela. Por isso nos odeiam, e por isso difamam este movimento composto por centenas de cidadãos de quase todas as nações da Portugalidade, e que postula, pratica e celebra a diversidade humana do espaço português como eles, sempre incoerentes e nunca convincentes, jamais serão capazes de fazer.

Estamos cá, e daqui não saímos, pois manter posição é para nós o mais alto dever patriótico. Por muito que eles não queiram. E por muito que berrem dos assentos.

A Direcção da Nova Portugalidade

25 de Fevereiro de 2020

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