O município de Abrantes inaugurou no Dia da Cidade, 14 de Junho, feriado municipal, o projecto da Museografia e Arquitectura Expositiva do Panteão dos Almeida, na Igreja de Santa Maria do Castelo. O Museu Regional D. Lopo de Almeida foi musealizado como Panteão dos Almeida e integrará a rede de Museus de Abrantes, em constituição, para atrair mais pessoas ao território, juntando-se a outras áreas de interesse turístico.
O Panteão dos Almeida, que abre ao público no dia 15 de Junho, abriga vários túmulos, entre os quais os dos Condes de Abrantes (sécs. XV e XVI), destacando-se os túmulos em estilo gótico florido flamejante, uma estrutura retabular quinhentista, azulejos hispano-mouriscos, e exemplares de frescos ou pinturas murais, que datarão do século XVI.
A igreja de Santa Maria do Castelo, que se presume tenha sido mandada construir por D. Afonso II em 1215, foi o panteão dos Almeidas, condes de Abrantes, que também tinham o seu palácio dentro do recinto do castelo, construído por ordem do alcaide-mor de Abrantes, D. Diogo de Almeida, por volta de 1432.
Luís Dias, vereador da Cultura na Câmara de Abrantes, disse que o projecto que vai ser inaugurado na Igreja de Santa Maria do Castelo, um monumento nacional integrado em plena fortaleza, pretende dignificar toda a estrutura tumular da família Almeida que está ali sepultada e de tudo o que respeito ao espírito de lugar da igreja.
Com a intervenção realizada nos últimos meses, através de painéis expositivos, o visitante poderá usufruir de ambientes cenográficos e sonoros, recordando dentro de cada espaço diferentes memórias da história e obra da família Almeida, a ínclita geração da nobreza portuguesa, associada à história de Abrantes e a vários momentos da história de Portugal.
Na antiga sacristia exibe-se um documentário e no templo está também instalada uma mesa interactiva que dá a conhecer de forma lúdica um conjunto de temas e personagens intimamente ligados com a história da Igreja. No acesso ao coro alto pode ainda observar-se algum acervo arqueológico recolhido em várias escavações que, em diferentes momentos, ocorreram na fortaleza abrantina.
O vereador da Cultura lembrou que foi naquela igreja que decorreu um dos episódios mais marcantes da história de Portugal: o Conselho de Guerra da Batalha de Aljubarrota, em 1385, onde D. João I e D. Nuno Álvares Pereira decidiram que iriam para o campo da batalha, em São Jorge, combater os castelhanos.
A igreja de Santa Maria do Castelo foi classificada como Monumento Nacional a 16 de Junho de 1910. Desafectada ao culto em 1834, a igreja alberga o Museu D. Lopo de Almeida, fundado em 1931, e que conta com diversas colecções museológicas, que irão integrar o espólio do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA).
Panteão funerário da família dos Almeidas, alberga os restos mortais do refundador da igreja, D. Diogo Fernandes de Almeida, de D. Lopo de Almeida, primeiro Conde de Abrantes, assim como o túmulo do segundo Conde de Abrantes, D. João de Almeida, D. António de Almeida e do primeiro Marquês de Abrantes, D. Rodrigo Anes de Almeida Meneses, membro fundador da Real Academia Portuguesa de História.
A partir do dia 15 de Junho, reabre as portas para a visita ao público, no horário de terça-feira a domingo das 10h às 12h30 e das 14h às 17h30. Encerra à segunda-feira e feriados (excepto 25 de Abril, 10 e 14 de Junho, 5 de Outubro e 1 de Dezembro).
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