A revista Hola realizou um documentário intitulado "Reyes sin Corona" sobre as famílias reais não reinantes da Europa.
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A Capela da Academia Militar está hoje conspurcada, bem como a memória de todos aqueles que, desde 1837, foram formados naquela casa.
O Estado e a Nação deviam pintar a cara de preto.
BF
Sequência cronológica dos atentados
1980
· Março - Formação da coligação Força de Unidade Popular;
· 20 de Abril - Apresentação pública da organização Forças Populares 25 de Abril com o rebentamento por todo o país de dezenas de engenhos explosivos de fraca potência contendo o documento “Manifesto ao Povo Trabalhador”[7];
· 3 de Maio - Assalto simultâneo a dois bancos no Cacém, Banco Totta e Açores e Crédito Predial Portugués que resulta na morte do soldado da GNR Henrique do Nascimento Hipólito, durante a confrontação com elementos da organização; Neste assalto foi roubado 5.141.982$00[7].
· 9 de Maio - Assalto ao Banco Espirito Santos em Paço de Arcos e colocação de uma bomba- relógio contra o administrador da fábrica Alfa. Esta bomba não chegou a deflagrar[7].
· 13 de Maio - Morte do militar da GNR Agostinho Francisco Ferreira, por tiros de pistola metralhadora, durante a detenção de elementos de um comando da organização em Martim Longo, Algarve[7];
· 9 de Julho - Assalto ao Banco Borges e Irmão na Cruz de Pau. Neste assalto foram roubados 1.340.207$00[7];
· Julho - Destruição por incêndio de viaturas da PSP; · 22 de Julho - Assalto à Conservatória do Registo Civil de Vila Nova de Gaia tendo sido roubados impressos para bilhetes de identidade[7];
· 30 de Julho - Assalto ao Caixa Geral de Depósitos em Xabregas. Neste assalto foram roubados 113.500$00[7];
· 12 de Setembro - Rebentamento de explosivos no consulado e na embaixada do Chile respectivamente no Porto e em Lisboa[7];
· 4 de Outubro - Rebentamento de explosivos nas sedes dos ex-Comandos em Faro e Guimarães e Porto; esta associação era considerada pelas FP-25 como a tropa de choque das desocupações de terras no Alentejo[7];
· 6 de Outubro - Assalto simultâneo a dois bancos na Malveira na sequência do qual são mortos três pessoas: dois elementos da organização mortos durante a fuga, (Vítor Oliveira David e Carlos Alberto Caldas) um morto por tiros de caçadeira por um comerciante local e outro linchado pela população. Nesse assalto viria ainda a morrer um cliente de um dos bancos (José Lobo dos Santos), baleado na cabeça quando tentava desarmar um dos terroristas, ficando ainda feridos dois elementos da população local; Neste assalto foram roubados 2.854.822$00[7] [8];
· 5 de Novembro - Troca de tiros com PJ na Cova da Piedade[7];
· 24 de Novembro - Assalto ao Banco Pinto e Sotto Mayor no Fogueteiro. Neste assalto foram roubados 3.200.787$00[7];
· 28 de Novembro - Tentativa de assalto ao Banco Totta e Açores em São Roque da Lameira, Porto. Na troca de tiros com a PSP é morto o terrorista Carlos Pé Curto. Na fuga os terroristas atiram uma granada para baixo de um dos carros da PSP, provocando ferimentos graves em dois agentes e seis transeuntes[7][8].
1981
· 3 de Fevereiro - Atentado com explosivos na filial do Banco do Brasil em Lisboa que, destrói o edifício e causa um ferido, o segurança das instalações[7];
· 10 de Março - Assalto ao Banco Espírito Santo, na Trofa. Neste assalto conduzido por 8 operacionais, um deles envergando uma farda da PSP foram roubados mais de 7.000.000$00[7][8];
· 19 de Março - Ferimentos ligeiros num comerciante da Malveira (Fernando Rolo) acusado de ser o autor dos disparos que causam a morte de um dos elementos da organização aquando de um assalto frustrado naquela povoação a 6 de Outubro do ano anterior; Foram disparados mais de 13 tiros sobre Fernando Rolo que ficou paraplégico[7].
· 25 de Março - Disparos nas pernas de um dos administradores da empresa SAPEC, Manuel Inglês Esquível no Dafundo, por um comando que o esperava à porta de casa, em protesto pela eventual existência de conflitos laborais na empresa. Tratava-se de um operacional das FP-25A a quem tinha sido instaurado um processo disciplinar.[7][8];
· 16 de Abril - Disparos nas pernas de Arnaldo da Silva Rodrigues, no Porto[7];
· Abril - Acção de solidariedade para com o Exército Republicano Irlandês, cuja bandeira é hasteada numa sucursal da British Airways, no Porto;
· Maio - Disparo de um rocket no interior do Royal British Club em Lisboa, em solidariedade com o Exército Republicano Irlandês[7];
· 12 de Junho - Assalto ao Banco Totta & Açores em Leça do Bailio. Neste assalto foram roubados 170.000$00[7];
· 17 de Junho - Troca de tiros com PSP na Avenida de Berna em Lisboa[7];
· 28 de Junho - Disparos nas pernas de um dos administradores da empresa Tebe, em Braga, por um comando que o esperava porta de casa, em protesto pela eventual existência de conflitos laborais na empresa[8];
· 14 de Julho - Assalto ao Banco Fonsecas e Burnay em Vila Nova de Gaia. Neste assalto foram roubados 6.764.000$00[7];
· 19 de Julho - Roubo de explosivos à empresa Mota & Companhia em Montemor- o- Novo[7];
· 24 de Julho - Assalto ao Banco Nacional Ultramarino em Vila da Feira. Neste assalto foram roubados mais de 7.000.000$00[7];
· 23 de Agosto - Disparos sobre o director-delegado da empresa Standard Eléctrica à porta da empresa, em Cascais causando-lhe ferimentos graves nas pernas; na mesma acção é ferido gravemente o seu motorista, nas pernas e no peito; a acção é justificada pela organização como uma resposta aos despedimentos e conflitos laborais que afectavam a empresa[7]. A Policia identificou e prendeu um dos operacionais envolvidos. O operacional, membro das FP-25A, viria a ser absolvido pelo Tribunal de Cascais[8].
· 27 de Setembro - Atentado à bomba em Felgueiras
· 3 de Outubro - Morte de dois militares (Adolfo Dias e Evaristo Ouvidor da Silva) da GNR vitimas da explosão de um carro armadilhado em Alcaínça, arredores da Malveira; a acção inseria-se ainda no processo de retaliação relativo às mortes de dois elementos (Vítor David e Carlos Caldas) da organização num assalto a um banco desta localidade, no ano anterior[7];
· 13 de Outubro - Assalto ao Banco Fonsecas & Burnay, na Póvoa de Santo Adrião;. Em resultado da troca de tiros é morto um terrorista um elemento da organização - António Guerreiro baleado acidentalmente por outro operacional e é assassinado um cliente do banco, Fernando Abreu, com um tiro certeiro no coração. Este, armado de pistola, fez frente aos terroristas. Neste assalto foram roubados mais de 2.443.855$00[8];
· 28 de Outubro - Disparos nas pernas de um administrador da empresa Carides, João Mesquita de Oliveira, em Vila Nova de Famalicão; a acção é justificada como uma resposta aos salários em atraso e aos despedimentos efectuados na empresa. Este atentado resultou em ferimentos graves nas pernas, já que por sorte, a arma encravou, obrigando o terrorista a fugir[7].
· 14 de Dezembro - Atentado com explosivos ao posto da GNR de Alcácer do Sal[7];
· Dezembro - Atentados com explosivos nos postos da GNR do Fundão e da Covilhã;
1982
· Janeiro - Atentado com explosivos ao posto da GNR do Cacém;
· Janeiro - Atentado com explosivos à residência de um industrial no Cacém;
· 6 de Abril - Assalto a uma carrinha de transporte dos salários dos funcionários da empresa H.Abrantes, em São Pedro de Muel. Neste assalto foram roubados mais de 5.000.000$00[7][8];
· 19 de Abril - Atentados com explosivos sobre o automóvel e a residência de dois administradores da empresa SAPEC, bem como do director de marketing da mesma empresa[7];
· 9 de Junho - Disparos sobre a viatura onde se deslocavam dirigentes da cooperativa “Boa Hora”; Não se registaram vitimas[7];
· Agosto - Atentado com explosivos colocados numa viatura, em Montemor-o-Novo[7];
· 15 de Agosto - Atentado com explosivos colocados na delegação da Air France e Lufhtansa, em Lisboa do qual resultaram elevados prejuízos materiais[9];
· 10 de Setembro - Assalto à União de Bancos Portugueses, em Avintes. Neste assalto foram roubados mais de 1.250.000$00;
· 21 de Outubro - Dois assaltos na zona de Leiria. Assalto ao Banco Português do Atlântico, em Pataias. Neste assalto foram roubados mais de 40.000$00; Assalto ao balcão do Crédito Predial Português, em Cruz de Légua. Neste assalto foram roubados mais de 1.300.000$00[7];
· Outubro - Assalto a uma carrinha de transporte dos salários dos funcionários da empresa Electro Cerâmica do Candal, em Vila Nova de Gaia. Neste assalto foram roubados mais de 14.000.000$00[7];
· 24 de Novembro - Assalto à Conservatória do Registo Civil de Mafra tendo sido roubados mais de centena e meia de impressos para bilhetes de identidade, bem como alguns já feitos[7]
· Dezembro - Um militante da organização evade-se da cadeia de Pinheiro da Cruz, em Grândola[7];
· 6 de Dezembro - Atentado mortal sobre o administrador da Fábrica de Louças de Sacavém, Diamantino Monteiro Pereira, em Almada. Este foi o primeiro atentado que condenava à morte um empresário. A organização justificou-o como uma resposta aos graves conflitos laborais e despedimentos verificados na empresa;[10]
1983
· 10 de Janeiro - Assalto à União de Bancos Portugueses, em Castelo da Maia no Porto[7];
· 10 de Janeiro - Ataque para a libertação de Daniel Horácio, operacional terrorista internado no Hospital Universitário de Coimbra[7];
· 29 de Janeiro - Ataque de um comando, obrigando um automobilista a parar para posteriormente fugirem no seu carro[7]
· Fevereiro - Assalto a um banco em Espinho;
· 24 de Fevereiro - Assalto à dependência do Banco Totta e Açores no Carregado. Neste assalto, foi utilizado o carro roubado a 29 de Janeiro e foram roubados mais de 250.000$00[7][8];
· 26 de Fevereiro - Um comando com sete operacionais das FP25 seguiam de Lisboa para o Porto com carregamentos de fardamento e armas militares, tendo como objectivo juntarem-se a um comando do Norte. À noite, já no Porto, parte do grupo foi circular de carro para as ruas da cidade. Perdendo-se, acabaram por entrar em ruas de sentido proibido, o que despertou a atenção da PSP. Temendo a descoberta do armamento na mala do carro, acabou por gerar-se um tiroteio no Jardim do Carregal, de que resultaram três feridos, um deles agente policial, e dois detidos da organização. Estes dois detidos, Figueira e Barradas, tornaram-se «arrependidos» e aceitaram colaborar com a Polícia a partir de então.[11]
· 31 de Março - Tentativa de assalto falhada à Renault Portuguesa em Setúbal. O móbil do assalto era o roubo de dinheiro destinado ao pagamento de salários aos trabalhadores. O assalto falhou devido à intervenção de um segurança e um elemento da Guarda Fiscal que ficaram gravemente feridos.[7];
· 13 de Abril - Assalto à dependência do Banco Pinto e Sotto Mayor, em Turquel, Alcobaça. Neste assalto foram roubados mais de 2.000.000$00[7];
· Abril - Assalto a um banco no Tramagal; Montante do assalto não apurado;
· 27 de Maio - Assalto à dependência de bancos: ao Banco Totta e Açores em São Martinho do Campo e à União de Bancos Portugueses em Vila das Aves, Santo Tirso; Nestes dois assaltos foram roubados respectivamente 1.008.000$00 e 369.015$00[7];
· 22 de Junho - Assalto a uma carrinha de transporte de valores da Efacec que transportava 5.712.900$00 que se destinavam ao pagamento de salários[7];
· 19 de Julho - Assalto à dependência do Banco Português do Atlântico, em Vilamoura . Neste assalto foram roubados mais de 14.300.000$00[12];
· 17 de Agosto - Assalto a uma carrinha de transporte de valores em Matosinhos que recolhia dinheiro da dependência do Banco Fonsecas e Burnay. Neste assalto foram roubados mais 1.000.000$00[7];
· 30 de Setembro - Assalto a uma carrinha de transporte de valores da empresa António Leite e Silva, no Porto . Neste assalto foram roubados mais 1.450.000$00[7];
· Novembro - Atentado com explosivos ao posto da GNR de Leiria[7];
· 2 de Novembro - Assalto à dependência do Crédito Predial Português, em Caneças. Neste assalto foram roubados mais de 2.000.000$00[7];
· 7 de Novembro - Atentado simultâneo com explosivos junto à residência de Francisco José Simões, no Estoril e numa rua do Dafundo. O primeiro atentado provocou apenas danos materiais e no segundo ferimentos num transeunte. Este segundo atentado, presume-se que tenha sido erro da organização em virtude da coincidência de nomes[7];
· 14 de Novembro - Atentado com explosivos visando os carros de dois administrador da empresa Cometna[7];
· 29 de Novembro - Atentados com explosivos em residências de empresários da empresa Lurgel, Jorge Cristóvão, na Cruz de Pau e Flaminio Rosa, no Seixal[7];
· 30 de Novembro - Assalto verificado À Rodoviária de Almada, no Laranjeiro e que culminou com o ferimento do funcionário da empresa, Manuel Amaro de Carvalho que ficou com várias lesões permanentes. Foram roubados 9.158.572$00, verba destinada ao pagamento de salários. [10] Assalto à firma Vaessen, em Miramar. Neste assalto foi roubado 147.000$00[7],[13];
· 3 de Dezembro - Atentado com explosivos a instalações bancárias do Banco Espírito Santo, em Leiria e Caldas da Rainha, por este banco se recusar a viabilizar a empresa vidreira CIVE.[7];
· 6 de Dezembro - Rebentamento de engenhos explosivos com difusão de panfletos em Almada, Barreiro, Lisboa e Setúbal; No atentado em Setúbal é ferido uma criança de apenas 12 anos[7]
· 23 de Dezembro - Atentado à bomba com 5kgs de TNT no automóvel do Presidente da empresa Petróleos Alfa. Por deficiência técnica o engenho não explode não havendo por isso danos materiais[7]
1984
· 6 Janeiro - Atentado com explosivos visando administradores das empresas Entreposto, Tecnosado e Tecnitool[7];
· 25 de Janeiro - Assalto à dependência do Crédito Predial Português, pela segunda vez em menos de 3 meses, em Caneças. Neste assalto foram roubados mais de 707.000$00[7];
· 25 de Janeiro - Atentado a tiro de metralhadora e "cocktails molotov" contra a residência em Leiria do Presidente do Concelho de Administração da fábrica de vidros Ivima da Marinha Grande, Jorge Raposo de Magalhães e da sua familia, incluindo 3 filhos menores entre os 13 e os 9 anos de idade, causando apenas danos materiais[7]; O atentado foi interrompido por tiros disparados por um empregado agrícola da propriedade e os operacionais puseram-se em fuga deixando os engenhos explosivos por detonar.
· 30 de Janeiro - Assalto a uma viatura de transporte de valores do Banco Espírito Santo, na Marinha Grande que resulta em ferimentos graves (tetraplegia num dos casos) em dois dos seus ocupantes; Neste assalto foram roubados mais de 5.000.000$00[7];[10]
· 31 de Janeiro - Assalto a um carrinha de transporte de valores, em Casal do Marco Seixal. Neste assalto foram roubados mais de 11.000.000$00[7] destinados ao pagamento de salários dos trabalhadores da Idelma[7];
· 7 de Fevereiro - Assalto a uma carrinha de transporte de valores que resulta no roubo de 108.240 contos, perto do Marquês de Pombal em Lisboa[7];
· 28 de Fevereiro - Atentados com explosivos colocados em viaturas, visando empresários na Covilhã e Castelo Branco[7];
· 20 de Abril - Atentado com explosivos em Évora visando o carro do chefe das Finanças local. Registados apenas danos materiais[7];
· 30 de Abril - Atentado com explosivos na residência de um agricultor Dionísio Luís Ciroula, um arrendatári, a quem havia sido devolvido o direito a explorar uma herdade, pagando renda, no âmbito da Lei de Bens da Reforma Agrária em S. Manços, Alentejo; os efeitos da explosão provocam a morte de uma criança de 4 meses de idade (Nuno Dionísio) bem como da sua avó. "Na noite de 30 de Abril de 1984, elementos das FP25 colocaram um engenho explosivo à base de nitrato de amónio e gasóleo na parede exterior do número 49 da Rua Gouveia, em São Manços. Cerca de trinta minutos depois da meia noite, o engenho explodiu contra a parede, provocando-lhe um buraco com cerca de um metro quadrado. Junto à mesma parede, no lado interior da casa, estava um bebé de 4 meses a dormir. Nuno Dionísio, neto do agricultor, morreu de imediato, resultado da «amputação traumática do membro superior direito no terço médio do braço, bem como uma ferida contuso-perfurante do hemitorax e o esmagamento, com exposição e perda de massa encefálica, do crânio» . Os efeitos do rebentamento levariam também à morte, por síncope cardíaca, de Rosa Pereira, avó de Nuno" [14].[15]
· 1 de Maio - Sabotagem da Estrada Nacional nº1 através do lançamento na via, de pregos soldados em T[7];
· 29 de Maio - Atentado mortal contra o administrador da empresa Gelmar, Rogério Canha e Sá, em Santo António dos Cavaleiros; a acção é justificada pela organização como uma resposta aos sucessivos despedimentos e falências registados não só na Gelmar como em outras unidades fabris onde o referido administrador havia exercido funções[7];
· 1 de Junho - Atentado a tiro, causando ferimentos graves, contra o administrador Arnaldo Freitas de Oliveira, da empresa Manuel Pereira Roldão, em Benfica. Apesar dos disparos de 5 tiros, a vitima sobrevive ao atentado porque, por sorte, uma das balas foi desviada do peito ao atingir um porta moedas que tinha no bolso. Arnaldo Freitas de Oliveira estava ao lado do filho deficiente mental quando foi atingido. A organização justifica a acção, que deveria resultar na morte do referido administrador, como uma punição pelas alegadas irregularidades e despedimentos verificados na referida empresa* [16]
· 19 de Junho - "Direcção Central de Combate ao Banditismo(DCCB), levou a cabo, na madrugada de 18 para 19 de Junho de 1984, uma operação policial que envolveu 200 agentes e centenas de outros homens de outras corporações – Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Guarda Fiscal – e que decorreu em Lisboa, Porto, Matosinhos, Gaia, São Mamede de Infesta, Póvoa de Varzim, Viana do Castelo, Caminha e Vila Real" operação policial" [17]. A operação ‘Orion’ destinada a desmantelar o Projecto Global e as Forças Populares 25 de Abril resultaria na detenção de cerca de quarenta pessoas, a maior parte das quais militantes e dirigentes da Frente de Unidade Popular. Foram ainda apreendidos documentos e armas, em casa dos detidos e nas sedes da Frente de Unidade Popular [18];
· 20 de Junho - Prisão de mais quatro dirigentes da Organização Otelo, Pedro Goulart, Vítor Guinote e Humberto Machado. Mouta Liz, funcionário do Banco de Portugal, foge das instalações do Banco, onde se encontrava, ao ser informado da presença da Policia Judiciária no edifício, para executar o mandado de captura emitido [19];
· 4 de Julho - Disparos contra o proprietário e administrador da Cerâmica Modelar, Manuel Liquito, em Barcelos. Este consegue desviar a arma disparada à queima roupa, salvando-o da morte certa mas do qual resultam ferimentos graves nas pernas. A organização justifica a acção como uma punição pela recusa do empresário em regularizar uma situação de emissão de resíduos que afectava a população local [20],[7];
· 4 de Julho - Disparos de metralhadora contra o posto da GNR de Barcelos [21],[7];
· 1 de Agosto - Assalto à dependência do Banco Espírito Santo, na Trofa. Neste assalto foram roubados mais de 5.000.000$00[7];
· 23 de Agosto - Atentado frustrado com explosivos numa serração de Proença-a-Nova resultando em ferimentos graves no elemento da organização que se preparava para os colocar[7];
· 14 de Setembro - Assalto à carrinha de transporte de valores da empresa Visegur, quando esta se preparava para transportar dinheiro para a Docapesca de Leixões do Banco Fonsecas & Burnay, em Matosinhos para a Docapesca de Leixões. Neste assalto foram roubados mais de6.923.891$00[7];
· 20 de Setembro - Atentado com uma granada de mão ofensiva contra a Penitenciária de Coimbra[7];
· 24 de Setembro - Atentado com explosivos na residência de uns rendeiros, em Montemor-o-Novo, no Alentejo[7];
· 29 de Novembro - Assalto à empresa Salvador Caetano, em Vila Nova de Gaia. Neste assalto foram roubados mais de 42.000.000$00[7] destinados ao pagamento de salários dos trabalhadores[7];
1985
· Janeiro - Ataque falhado com granadas de morteiro contra navios da NATO ancorados no rio Tejo, em Lisboa;
· Janeiro - Atentado com explosivos a uma residência de um agricultor, em Beja;
· Fevereiro - Atentado com explosivos no Bairro Residencial Alemão, habitado por militares alemães e trabalhadores da Base Aérea N.º 11 de Beja; grandes estragos materiais;
· 23 de Março - atentado mortal sobre o empresário da Marinha Grande, Alexandre Souto, levado a cabo no recinto da Feira Internacional de Lisboa. encontrando-se o empresário a atender clientes, dentro de uma caravana, foi abatido com cinco tiros por um militante das FP25, de braço dado com a filha de apenas 18 anos. A organização justifica a acção como uma resposta à morte de um membro das FUP, na Marinha Grande que teria morrido na sequência de uma luta com Alexandre Souto. Em Dezembro de 1983, Alexandre Souto tinha surpreendido militantes da FUP a roubar tijolos da sua loja. Estes, veio-se a descobrir mais tarde durante a acusação, destinavam-se a construir cárceres privados, destinados a alojar vitimas de raptos por parte das FP25[22][7];
· 10 de Abril - Na sequência de uma operação da Polícia Judiciária perto da Maia, são detidos três operacionais da organização e um quarto (Luís Amado) é morto a tiro[7];
· 29 de Abril - Assalto ao jornal Diário de Noticias, em plena Avenida da Liberdade em Lisboa. Neste assalto foram roubados mais de 14.000.000$00[7] destinados ao pagamento de salários dos trabalhadores[8];
· 15 de Maio - Assalto à dependência bancária do Banco Nacional Ultramarino, na Praia da Rocha no Algarve. Neste assalto foram roubados mais de 18.600.000$00[7]. Os operacionais viriam a ser interceptados por uma brigada da PSP, à entrada de Portimão. Da troca de tiros, estes operacionais acabaram presos e o dinheiro recuperado[8];
· 19 de Julho - Atentado mortal sobre um dos ‘arrependidos’ da organização (José Barradas), na Costa da Caparica, Almada;[10]. Em virtude deste atendado, o julgamento que deveria começar no dia seguinte, é adiado.
· 21 de Setembro - Fuga do Estabelecimento Prisional de Lisboa de um grupo de 10 presos entre os quais 9 elementos da organização[7];
· 9 de Dezembro - Atentado á bomba contra as instalações do COMIBERLANT, em Oeiras[8];
1986
· 16 de Fevereiro - Atentado contra o Diretor-geral dos Serviços Prisionais, Gaspar Castelo Branco, No caminho de regresso a casa, após ter ido visitar um amigo que se encontrava internado num hospital, parou numa charcutaria para comprar um queijo para o jantar. Como já estava perto do prédio onde vivia, estacionou o carro e seguiu a pé. Era uma tarde de Inverno, chuva miudinha. As ruas do bairro da Estrela estavam praticamente desertas. A poucos metros da porta de sua casa, esperava-o um carro com dois homens dentro e foi baleado na nuca, à queima-roupa. O carro pôs-se em fuga imediatamente. Esta foi uma morte encomendada e planeada, já que após a fuga da Penitenciária de Lisboa em Setembro de 1985 e após pedido expresso do Ministério Publico, foi imposto um regime mais restritivo, isolando-os e impedindo a sua circulação no interior da cadeia, limitando a comunicação entre os mesmos e restringindo a comunicação para o exterior. A acção é justificada pela organização como uma resposta às duras condições de detenção dos seus militantes e à alegada intransigência dos Serviços Prisionais na pessoa do seu Diretor-geral[23];
· 27 de Abril - Disparos sobre a esquadra da PSP dos Olivais em retaliação pelos alegados maus tratos aí sofridos por um elemento da organização aquando da sua detenção; desta acção resulta em ferimentos ligeiro num agente da PSP atingido por uma das balas [24];
· Setembro - Atentado com explosivos a um empreendimento turístico no Algarve; esta acção é reivindicada pela ORA (Organização Revolucionária Armada) um grupo formado por dissidentes das Forças Populares 25 de Abril;
1987
· 16 de Agosto - Morte do agente da Polícia Judiciária Álvaro Militão. Morreu com um tiro direto no coração, numa perseguição automóvel em Lisboa, junto à actual sede da RTP em Lisboa. Em consequência, "O Opel Kadett, quase novo, que Álvaro Militão conduzia, capotou junto à antiga rotunda do Batista Russo. A perseguição continuou até ao terminal dos contentores, onde as brigadas da DCCB conseguiram capturar António Manuel Batista Dias, o “Professor”, e Alberto Teixeira de Carvalho, o “Xavier” durante a detenção de elementos da organização, em Lisboa";[25]
1991
· Maio - Declaração de cessação de actividade e entrega simbólica de armamento a jornalistas, em Lisboa;
1992
· Meados - Detenção dos últimos militantes ainda clandestinos;
1996
· 1996 - É apresentada uma proposta de "amnistia às infracções de motivação politica cometidas entre 27.07.76 e 21.06.91", excluindo os chamados "crimes de sangue", vindo a ser aprovada pelos votos do PS, PCP e PEV na Assembleia da República e após negociação liderada por Almeida Santos, entre os réus do chamado processo FUP-FP-25, o Governo e a referida Assembleia da República, a pedido expresso do Presidente da República Mário Soares que depois a promulgou[26].
Referências
1. ↑ "As bombas não fazem milagres" - entrevista do semanário Expresso a Carlos Antunes, 25/04/2014
2. ↑ Diário de Notícias (20 de Abril de 2010). «Mágoas, feridas abertas e pouco arrependimento». Arquivado do original em 7 de Agosto de 2012
3. ↑ Manuel Castelo-Branco (28 de Fevereiro de 2021). «À lei da bala. Os 25 anos sobre a amnistia às Forças Populares-25 de Abril». https://observador.pt. Consultado em 12 de Março de 2021
4. ↑ «Cronologia das principais datas da história das FP-25». Diario de Noticias. Consultado em 11 de Setembro de 2020
5. ↑ «Saraiva de Carvalho, detenido en una operación antiterrorista». El País. Consultado em 24 de Abril de 2020
6. ↑ http://opj.ces.uc.pt/pdf/06.pdf
7. ↑ Viver e morrer em nome das FP-25, António José Vilela, Casa das Letras, Abril de 2005, pag 321 a 327.
8. ↑ O Terrorismo e as FP25 anos depois, José Barra da Costa, Edições Colibri, 2004"
10. ↑ «Julgamento do processo FP-25 recomeça hoje». TSF. Consultado em 25 de Novembro de 2012
11. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333
12. ↑ Viver e morrer em nome das FP-25, António José Vilela, Casa das Letras, Abril de 2005, pag 321 a 327.
13. ↑ O Terrorismo e as FP 25 anos depois
14. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333
15. ↑ «Terrorismo en Portugal.». EL País. Consultado em 24 de Abril de 2020
16. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333
17. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333
18. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333
19. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333
20. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333
21. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333
22. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333
23. ↑ * Presos por um Fio, Portugal e as FP-25 de Abril, de Nuno Gonçalo Poças, Casa das Letras, 4-2021, ISBN: 9789896610333
24. ↑ O Terrorismo e as FP 25 anos depois, José Barra da Costa, Edições Colibri, Junho de 2004
26. ↑ À lei da bala. Os 25 anos sobre a amnistia às Forças Populares-25 de Abril, por Manuel Castelo-Branco, 28 de Fevereiro de 2021
Fonte: O Adamastor
Com alegria, celebramos, hoje, a memória dos pais de Nossa Senhora: São Joaquim e Sant’Ana. Em hebraico, Ana exprime “graça” e Joaquim equivale a “Javé prepara ou fortalece”.
Alguns escritos apócrifos narram a respeito da vida desses que foram os primeiros educadores da Virgem Santíssima. Também os Santos Padres e a Tradição testemunham que São Joaquim e Sant’Ana correspondem aos pais de Nossa Senhora. Sant’Ana teria nascido em Belém. São Joaquim na Galileia. Ambos eram estéreis. Mas apesar de enfrentarem esta dificuldade, viviam uma vida de fé e de temor a Deus.
O Senhor então os abençoou com o nascimento da Virgem Maria e, também segundo uma antiga tradição, São Joaquim e Sant’Ana já eram de idade avançada quando receberam esta graça. A menina Maria foi levada mais tarde pelos pais Joaquim e Ana para o Templo, onde foi educada, ficando aí até ao tempo do noivado com São José.
A data do nascimento e morte de ambos não possuímos, mas sabemos que vivem no coração da Igreja e nesta são cultuados desde o século VI.
São Joaquim e Sant’Ana, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova
Este grande e forte artigo do Professor Massimo Viglione constitui um dos mais lúcidos e profundos comentários ao infausto Motu Proprio Traditionis Custodes. Ao subscrever esta intervenção magistral, pretendo oferecê-la à leitura e à reflexão de todos os fiéis, mesmo aos não católicos, para que todos possam haurir clareza profética e coragem apostólica na duríssima guerra que todos somos chamados a enfrentar, uma guerra cujo resultado inevitável será o triunfo da Esposa de Cristo sobre o desencadeamento dos poderes infernais.
Este artigo do Prof. Viglione merece ampla visibilidade também pela visão geral sobre a coerência de estratégia e de acção do deep state e da deep church. No momento em que a discriminação contra os não vacinados é também adoptada pela igreja bergogliana, é nosso dever e responsabilidade resistir com a maior determinação e levantar a voz, denunciando o que está a acontecer e revelando o que se prepara.
† Carlo Maria Viganò, Arcebispo
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«Sereis expulsos das sinagogas» (Jo 16, 2).
São muitas as intervenções que se sucedem nestes dias após a oficialização, pelo próprio Francisco, da guerra das hierarquias eclesiásticas contra a Santa Missa de sempre. E em mais de um comentário revelou-se o desprezo nada disfarçado e, ao mesmo tempo, a absoluta clareza de conteúdo e forma que caracteriza o Motu Proprio Traditionis Custodes, escrito com modalidades e formalidades políticas, mais do que teológicas e espirituais.
É, para todos os efeitos, um documento de guerra. É notável a diferença formal e de tom que se verifica nos diversos documentos com os quais Paulo VI, a partir de 1964, anunciou, programou e concretizou a sua reforma litúrgica, finalmente oficializada com a Constituição Apostólica Missale Romanum, de 3 de Abril de 1969, com a qual, de facto, o Rito Romano antigo foi substituído (é o termo mais apropriado tanto do ponto de vista das intenções como dos factos) pelo novo rito vulgar. Nos documentos montinianos encontramos, em várias ocasiões, a hipócrita, mas evidente, dor, pesar, nostalgia e, paradoxalmente, são celebradas a beleza e a sacralidade do rito antigo. Em suma, é como se Montini tivesse dito: “Caro rito de sempre, vou-te matar, mas quão belo eras!”.
No documento bergogliano, entretanto, conforme observado por muitos, transparecem a ironia e o ódio por esse rito. Um ódio tal a ponto de não poder ser contido.
Naturalmente, não é Francisco o iniciador desta guerra, que começou com o movimento litúrgico modernista (ou, se preferirmos, com o Protestantismo), mas, pelo menos a nível oficial e operacional, o próprio Paulo VI. Bergoglio apenas – se passarmos a forte e popular metáfora – “atirou furiosamente”, para tentar matar de uma vez por todas um ferido de morte que, no decorrer das décadas pós-conciliares, não só não morreu, mas voltou a uma nova vida arrastando consigo, com um crescimento exponencial nos últimos quatorze anos, um número incalculável de fiéis em todo o mundo.
E este é o verdadeiro cerne de toda a questão. O clero progressista e mais convictamente modernista teve que passar, obtorto collo, o Motu Proprio de Bento XVI, mas, ao mesmo tempo, operou constantemente contra a Missa de todos os tempos através da resistência hostil de grande parte do episcopado mundial, que sempre desobedeceu abertamente ao estabelecido pelo Summorum Pontificum desde os próprios anos do pontificado ratzingeriano, e ainda mais depois da renúncia, até hoje.
A hostilidade dos bispos fez com que, no final de contas, a tarefa de tornar activo o Motu Proprio recaísse muitas vezes sobre a coragem de alguns sacerdotes de celebrá-lo mesmo sem a permissão do bispo (o que simplesmente não era necessário). Agora, aqueles bispos que são constante e intransigentemente desobedientes ao Pontífice Máximo da Igreja Católica e ao seu Motu Proprio, em nome da obediência ao Pontífice Máximo da Igreja Católica e a um seu Motu Proprio, poderão não só continuar, mas intensificar a obra censora, a guerra já não oculta, mas agora clara, como já está a acontecer efectivamente.
Mas Francisco não se limitou a “disparar” contra a vítima imortal. Quis dar mais um passo, o de um rápido e furtivo, quanto monstruoso, “sepultamento em vida”, afirmando que o novo rito é a lex orandi da Igreja Católica. Do que se deve deduzir que a Missa de sempre já não seria a lex orandi.
O Nosso, é bem sabido, está em jejum de teologia (o que é um pouco como dizer que um médico está em jejum de medicina ou que um ferreiro não sabe usar o fogo e o ferro). A lex orandi da Igreja, de facto, não é uma “lei” de direito positivo votada por um parlamento ou prescrita por um soberano, que pode ser sempre retirada, alterada, substituída, melhorada ou piorada. Além disso, a lex orandi da Igreja não é uma “coisa” específica determinada no tempo e no espaço, mas é o conjunto das normas teológicas e espirituais, e dos usos litúrgicos e pastorais de toda a história da Igreja, desde os dias evangélicos – e especificamente do Pentecostes – até hoje. Embora obviamente viva no presente, está enraizada em todo o passado da Igreja. Portanto, não se está aqui a falar de algo humano – exclusivamente humano – que um qualquer cacique pode mudar à vontade. A lex orandi compreende todos os vinte séculos da história da Igreja e não há nenhum homem ou grupo de homens no mundo que possam mudar este vinte vezes secular depósito. Não há papa, concílio, episcopado que possam mudar o Evangelho, o Depositum Fidei, o Magistério universal da Igreja. E nem sequer a Liturgia de sempre. E se é verdade que o rito antigo teve um núcleo essencial apostólico que depois cresceu harmoniosamente ao longo dos séculos, com mutações progressivas (até Pio XII e João XXIII), também é verdade que estas mutações – às vezes mais adequadas às vezes menos, às vezes talvez nem um pouco – foram sempre harmoniosamente estruturadas num continuum de Fé, Sacralidade, Tradição, Beleza.
A reforma montiniana desfez tudo isso, inventando um novo rito adequado às necessidades do mundo moderno e transformando a sagrada liturgia católica de teocêntrica em antropocêntrica. Do Santo Sacrifício da Cruz, repetido incruentamente através da acção do sacerdos, passamos à assembleia dos fiéis dirigida pelo seu “presidente”. De instrumento salvífico e mesmo exorcístico, a aglomeração populista horizontal, passível de contínuas mutações autocéfalas e relativistas, e adaptações mais ou menos festivas, cujo “valor” estaria baseado na conquista do consenso de massa, como se fosse um instrumento político finalizado à audiência, que, além disso, se está gradualmente a anular completamente.
É inútil continuar neste caminho: são os próprios resultados desta subversão litúrgica que falam às mentes e aos corações que não mentem. O que é importante esclarecer, em vez disso, é a razão de tal passagem entre a hipocrisia montiniana e a sinceridade bergogliana.
O que mudou? Mudou o clima geral, que literalmente se inverteu. Montini acreditava que, em poucos anos, já ninguém se lembraria da Missa de sempre. Já João Paulo II, diante da evidência de que o inimigo não morria, foi forçado – também ele obtorto collo – a conceder um “indulto” (como se a sagrada liturgia católica de sempre precisasse de ser perdoada por algo para poder continuar a existir) que (nunca ninguém o diz) era ainda mais restritivo do que este último documento bergogliano, embora desprovido do ódio que caracteriza este último. Mas, sobretudo, foi o irrefreável sucesso de povo – e em particular dos jovens – que a Missa de sempre encontrou depois do Motu Proprio de Bento XVI o factor desencadeador deste ódio.
A “Missa nova” perdeu diante da história e da evidência dos factos. As igrejas estão vazias, cada vez mais vazias; as ordens religiosas – também, e talvez acima de tudo, as mais antigas e gloriosas – estão a desaparecer; os mosteiros e os conventos estão desertos, habitados apenas por religiosos já em idade muito avançada, esperando-se a sua morte para fechar as portas; as vocações estão reduzidas ao nada; até mesmo o oito por mil foi reduzido a metade, apesar da obsessiva, enjoativa e patética publicidade terceiro-mundista; as vocações sacerdotais escasseiam, por toda parte vemos párocos com três, quatro e, às vezes, cinco paróquias para administrar; a matemática do Concílio e da “Missa nova” é a coisa mais impiedosa que pode existir.
Mas o fracasso é, em especial, qualitativo, do ponto de vista teológico, espiritual, moral. Mesmo aquele clero que existe e resiste é, em grande parte, abertamente herético ou tolerante com a heresia e o erro exactamente tanto quanto é intolerante com a Tradição, não reconhecendo mais nenhum valor objectivo ao Magistério da Igreja (se não pelo que é agradável), mas vivendo na improvisação teológica e dogmática, bem como litúrgica e pastoral, tudo baseado no relativismo doutrinal e moral, acompanhado por uma imensa torrente de tagarelices e slogans vazios e insípidos; nem falemos da situação moral devastadora, senão monstruosa, de boa parte deste clero.
É verdade que são os chamados “movimentos” a salvar um pouco a situação. Mas salvam-na à custa, mais uma vez, do relativismo doutrinal, litúrgico (guitarras, pandeiros, diversão, “participação”), moral (o único pecado é ir contra os ditames desta sociedade: hoje contra a vacina; tudo o mais é, mais ou menos, permitido). Estes movimentos ainda são católicos? E em que medida e qualidade? Se fôssemos analisar a sua fidelidade com precisão teológica e doutrinária, quantos resistiriam ao exame?
Lex orandi, lex credendi, ensina a Igreja. E, de facto, a lex orandi dos dezanove séculos anteriores ao Concílio Vaticano II e à reforma litúrgica montiniana produziram um tipo de fé, os cinquenta anos seguintes um outro tipo de fé. E como católico.
«Pelos seus frutos os conhecereis» (Mt 7, 16), ensinou o Fundador da Igreja. Exactamente. Os frutos do fracasso total do modernismo (ou, se quiserem para os mais atentos e inteligentes, do triunfo dos verdadeiros objectivos do modernismo), do Concílio Vaticano II, do pós-concílio. Onde naufragou a mesma hermenêutica da continuidade? Juntamente com a misericordiazinha, na hermenêutica do ódio.
A Missa de sempre, por outro lado, é exactamente a antítese de tudo isto. É explosiva na sua propagação, apesar de toda a hostilidade e censura episcopal constantes; é santificadora na sua perfeição; é envolvente precisamente porque é expressão do Eterno imutável, da Igreja de sempre, da teologia e da espiritualidade de sempre, da liturgia de sempre, da moral de sempre. É amada porque é divina, sagrada e hierarquicamente ordenada, não humana, “democrática” ou liberal-igualitária. Divina e humana ao mesmo tempo, como o seu Fundador no dia da Última Ceia.
E é especialmente amada pelos jovens, tanto leigos que a frequentam, como entre aqueles que se aproximam do sacerdócio: enquanto os seminários do novo rito (a lex orandi de Bergoglio) são covis de heresia, apostasia (e é melhor calar sobre o que mais...), os seminários do mundo da Tradição transbordam de vocações, masculinas e femininas, numa continuidade irrefreável.
A explicação desse facto incontestável encontra-se na única lex orandi da Igreja Católica. Que é a querida pelo próprio Deus e à qual nenhum rebelde pode escapar.
Aqui está a raiz do ódio. É o consenso mundial e multigeracional para o inimigo que deve morrer. Confrontado com o fracasso do que deveria ter trazido nova vida e, em vez disso, está a morrer dissecado. Porque falta a força vital da Graça.
É o ódio pelas jovens ajoelhadas com véu branco ou pelas senhoras com muitos filhos e véu preto; pelos homens ajoelhados em oração e recolhimento, talvez com o rosário entre os dedos; pelos sacerdotes em batina fiéis à doutrina e à espiritualidade de sempre; pelas famílias numerosas e serenas, apesar das dificuldades desta sociedade; pela fidelidade, pela seriedade, pela sede do sagrado.
É o ódio por todo um mundo, cada vez mais numeroso, que não caiu – ou já não cai – na armadilha humanista e globalista do “Novo Pentecostes”.
No fundo, aquele disparar furioso nada mais é do que um novo homicídio de Caim invejoso de Abel. E, de facto, no novo rito, oferecem-se a Deus «os frutos da terra e do trabalho do homem» (Caim), enquanto no de sempre «hanc imaculatam Ostiam» (o Cordeiro primogénito de Abel: Gn 4, 2-4).
Caim vence sempre momentaneamente pela violência, mas, posteriormente, sofre infalivelmente a punição do seu ódio e da sua inveja. Abel morre momentaneamente, mas depois vive para sempre na sequela Christi.
O que acontecerá agora? Esta é uma questão mais interessante e inevitável do que se possa pensar, e a muitos níveis. Não podendo conhecer o futuro, coloquemos, entretanto, algumas perguntas fundamentais.
Todos os bispos obedecerão? Não parece. Além da grande maioria deles, que o fará de boa vontade, seja porque partilham do ódio do seu chefe (quase todos) ou porque temem pelo seu futuro pessoal, pensamos que não serão poucos aqueles que poderão opor-se à “metralhada” bergogliana, como já parece acontecer em vários casos nos EUA e na França (nutrimos pouca esperança pelos italianos, os mais pávidos e achatados como sempre), seja porque não são hostis de princípio, seja pela amizade com algumas ordens ligadas à Missa de sempre, seja talvez – é uma esperança vã? – por um golpe de justo orgulho pela humilhação, mesmo grotesca, recebida por este documento, onde a princípio se diz que a decisão quanto à concessão da licença é sua, e depois não apenas limita qualquer liberdade de acção condicionando qualquer possibilidade, por mínima que seja, de escolha, mas cai-se na mais óbvia contradição afirmando que devem, em qualquer caso, relacionar-se com a Santa Sé!
Será que realmente obedecerão todos cegamente ou algumas rachaduras começarão a abalar o sistema de ódio? E o que acontecerá no mundo dito “tradicionalista”? “Veremos das boas”, pode-se dizer popularmente… Sem excluir as reviravoltas históricas. Há quem cairá, quem sobreviverá, quem talvez tirará vantagem disso (mas cuidado com as bolas envenenadas dos servos do Mentiroso!). Em vez disso, confiemos na Graça divina para que os fiéis não só permaneçam fiéis, mas também cresçam.
Tudo isso será confirmado, particularmente, por um aspecto que ninguém destacou até agora: o verdadeiro propósito desta guerra de décadas à sagrada liturgia católica, que é o verdadeiro propósito da criação ex nihilo (dizendo melhor: à mesa, em qualquer antro) do novo rito, é a dissolução da própria liturgia católica, de todas as formas do Santo Sacrifício, da própria doutrina e da própria Igreja na grande corrente mundialista da religião universal da Nova Ordem Mundial. Conceitos como a Santíssima Trindade, a Cruz, o pecado original, o Bem e o mal entendidos no sentido cristão e tradicional, a Encarnação, a Ressurreição e, por conseguinte, a Redenção, os privilégios marianos e a figura da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, a Eucaristia e os sacramentos, a moral cristã com os seus Dez Mandamentos e a Doutrina do Magistério universal (defesa da vida, da família, da recta sexualidade em todas as suas formas, com todas as condenações decorrentes das loucuras de hoje), tudo isto deve desaparecer no culto universal e monista do futuro
E, em tal óptica, a Missa de sempre é o primeiro elemento que deve desaparecer, sendo o baluarte absoluto de tudo o que se quer fazer desaparecer: sendo o primeiro obstáculo a todas as formas de ecumenismo. Isso implicará, inevitavelmente, com o tempo, uma aproximação progressiva à sagrada liturgia de sempre da massa dos fiéis que ainda se demoram a frequentar o rito novo, talvez tentando ir para aqueles sacerdotes que o celebram com dignidade. Porque, no final, mais cedo ou mais tarde, também estes últimos serão colocados na encruzilhada da obediência ao mal ou da desobediência para permanecerem fiéis ao bem. O pente da Revolução, na sociedade como na Igreja, não deixa nós: mais cedo ou mais tarde, cai-se, aqui ou ali. E isto envolverá a procura, da parte dos bons ainda confusos, da Verdade e da Graça. Ou seja, da Missa de sempre.
Quem ainda hoje demora a ocupar-se destas “questões” e a seguir estes bispos e párocos, saiba que, se quiser ser verdadeiramente católico e gozar verdadeiramente do Corpo e do Sangue do Redentor… tem os dias contados. Deverá escolher em breve.
Tocamos agora no problema central de toda esta situação: como comportar-se diante de uma hierarquia que odeia a Verdade, o Bem, o Belo, a Tradição, que combate a única verdadeira lex orandi para impor uma outra que não agrada a Deus mas ao príncipe deste mundo e aos seus servos “controladores” (de alguma forma, aos seus “bispos”)?
É o problema-chave da obediência, sobre o qual, mesmo no mundo da Tradição, muitas vezes se joga um jogo sujo, muitas vezes incitado não por uma procura sincera do melhor e da verdade, mas por guerras pessoais, que hoje se tornaram mais agudas diante da ruptura causada pelo totalitarismo sanitário e pela vacinação.
A obediência – e este é um erro que encontra as suas raízes profundas também na Igreja do pré-concílio, é preciso dizer – não é um fim. É um meio de santificação. Logo, não é um valor absoluto, mas instrumental. É um valor positivo, muito positivo se dirigido a Deus. Mas obedecendo-se a Satanás, aos seus servos, ao erro, à apostasia, já não é um bem, mas uma deliberada participação no mal.
Como a paz, exactamente. A paz – divindade da subversão de hoje – não é um fim, mas um instrumento do Bem e do Justo, se finalizada a criar uma sociedade boa e justa. Se finalizada a criar ou a favorecer uma sociedade satânica, maligna, errónea e subversiva, então a “paz” torna-se instrumento do inferno.
Devemos «agradar não aos homens mas a Deus, que põe à prova os nossos corações» (1 Ts 2, 4). Exactamente! À vista disso, quem obedece aos homens na consciência de facilitar o mal e dificultar o Bem, seja quem for, inclusive as hierarquias eclesiásticas, inclusive o papa, torna-se, na realidade, cúmplice do mal, da mentira, do erro.
Quem obedece nestas condições, desobedece a Deus: «O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do senhor» (Mt 10, 24). Também Judas fazia parte do colégio apostólico.
Ou cai na hipocrisia. Como se – só para dar um exemplo básico – um católico tradicionalista, auto-erigido como dispensador e juiz da seriedade alheia, criticasse abertamente o actual pontífice por Amoris lætitia ou por este último documento, mas depois, no que respeita à submissão, mesmo obrigatória!, à vacinação em si e à aceitação do uso de linhas celulares humanas obtidas de fetos vítimas de aborto voluntário, declarasse, para se defender diante da justa e óbvia indignação geral, ser obediente ao que diz o “Soberano Pontífice” sobre o assunto.
A conditio sine qua non de toda a seriedade reside não tanto nos “tons” usados (também, este é um aspecto importante, mas absolutamente não primário e, acima de tudo, permanece subjectivo), mas, de forma particular, na coerência doutrinal, ideal, intelectiva ao Bem e à Verdade na sua integridade, em todos os aspectos e circunstâncias. Por outras palavras, devemos entender se quem, hoje, guia a Igreja quer ser servo fiel de Deus ou servo fiel do príncipe deste mundo. Na primeira hipótese, deve-se-lhe obediência e a obediência é instrumento de santificação. Na segunda, ocorre tirar as consequências. Claramente, no respeito das normas codificadas pela Igreja, como filhos da Igreja e também com a devida educação e serenidade de tom. Mas deve-se sempre tirar as consequências: a primeira preocupação deve ser sempre seguir e defender a Verdade, não o enjoativo beija-pé obsequioso e escrupuloso, fruto estragado de um tridentismo mal-entendido. Nem o papa e nem as hierarquias podem ser usadas como referentes da verdade aos soluços de acordo com os propósitos pessoais.
Estamos nos dias mais decisivos da história da humanidade e também da história da Igreja. Todos os autores que comentaram nestes dias convidam à oração e à esperança. Obviamente, também o faremos, com plena convicção de que tudo o que está a acontecer nestes dias e, de forma mais geral, desde Fevereiro de 2020, é sinal inequívoco de que se aproximam os tempos em que Deus intervirá para salvar o Seu Corpo Místico e a humanidade, além da ordem que Ele mesmo deu à criação e à convivência humana, na medida, com as modalidades e com os tempos que Ele quiser adoptar.
Oremos, esperemos, vigiemos e coloquemo-nos do lado certo. O inimigo ajuda-nos na escolha: na verdade, é sempre o mesmo de todas as partes.
Massimo Viglione
Fonte: Dies Irae