segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Socialismo: atraso e êxodo

 


A perda generalizada de população nos últimos dez anos, registada nos Censos 2021, é a consequência da regressão económica provocada pelo socialismo.

Não se trata de o poder político fazer o desenvolvimento económico à maneira comunista do capitalismo de Estado, mas criar as condições públicas para que o desenvolvimento económico aconteça por ação das empresas e dos cidadãos.

Existem três factores de desenvolvimento económico: infraestructuras de transporte, educação e fomento empresarial.

O ciclo das infraestructuras está quase concluído: Portugal tem uma das melhores redes viárias da Europa, ainda que a circulação seja cara nas auto-estradas; a mudança de bitola na ferrovia está por fazer; os portos são caros por causa do custo absurdo dos estivadores; os aeroportos funcionam e não restringem o tráfego, mau grado a megalomania de construção de um novo aeroporto na capital de um médio país dos mais pobres da Europa.

A reforma da educação foi realizada na quantidade: criação e expansão de universidades e politécnicos; a certificação da população realizada com o artificialismo das Novas Oportunidades e o êxito do acesso ao ensino superior para os maiores de 23 anos, que não tiveram nesse nível qualquer concessão de exigência; e Estado recorreu aos politécnicos para criar uma rede de ensino tecnológico de especialização profissional para compensar a ineficiência da formação profissional institucional (off-firm). Mas ficou a meio a reforma da qualidade no ensino básico e secundário, iniciada pelo ministro Nuno Crato. E falta a internacionalização dos quadros docentes do ensino superior.

No fomento empresarial, a fiscalidade pesada reprime o crescimento económico, o licenciamento continua enfermo da corrupção e os apoios diretos ao investimento privilegiam grandes projectos e são desviados pelo nepotismo político. A grande reforma neste âmbito seria reorientar a carga fiscal do trabalho para o consumo, reduzindo o peso burocrático do Estado e das autarquias com redução de funcionários e acabar com a fiscalidade progressiva do socialismo no rendimento dos cidadãos.

Governantes e autarcas que não criaram condições para o desenvolvimento económico dos territórios sob sua tutela devem ser responsabilizados e substituídos.

E vice-versa: devem ser louvados os políticos no poder que criaram essas condições de desenvolvimento económico.

No País, a criação de condições de desenvolvimento económico é menos popular, e rende menos votos do que o socialismo da subsídio-dependência de quem não quer trabalhar, a sustentação de grandes empresas com resultados operacionais negativos (TAP, Groundforce, bancos…) e projectos faraónicos como a produção de hidrogénio em Sines. E ainda falta a regionalização que será muito dispendiosa e fonte de maior fluxo de corrupção…

Nos concelhos, a criação de condições de desenvolvimento económico são menos vistosas do que o alcatroamento de serventias, a construção de infraestruturas de lazer e desportivas (kapapavilhões multi-usos, megapiscinas…), a renovação frequente de praças ou a custosa (no médio e longo prazo) contratação de afilhados políticos.

Em ambos os níveis de poder político, a caça ao voto determina o atraso económico. E os cidadãos e as empresas tornam-se reféns do socialismo, arcando com pesados impostos e licenciamento corrupto, ou dependentes de subsídios.

O modelo pedinte de António Costa, em que Portugal vive na miséria à conta de esmolas europeias em vez de criar riqueza através do desenvolvimento económico, representa o estertor do socialismo. O socialismo está obsoleto e prejudica gravemente o bem-estar dos portugueses.


António Balbino Caldeira

Fonte: Inconveniente


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