quinta-feira, 30 de março de 2023

Histeria climática

 


"O planeta vai morrer”. É assim que uma professora se dirige aos alunos da 1ª classe de uma das escolas públicas espalhadas por este Portugal.

As alterações climáticas são um facto conhecido e ancestral. O que é novo é o seu significado contemporâneo, que pretende forçar a ideia de que essas alterações são causadas pelo homem e podem ser mitigadas pelo homem. Esta ideia não é consensual entre os especialistas, porém, ela é hegemónica nos meios de comunicação.

O que temos aqui não é um problema material, mas sim um problema de linguagem. Os pós-modernistas diziam que a realidade é uma construção sócio-linguística, e estavam parcialmente certos. A realidade é o que é, mas a nossa concepção dela, por vezes, é um produto das frentes da comunicação social – informação e entretenimento – que depois é reafirmado pelas pessoas do nosso entorno que consomem os mesmos conteúdos.

Para isso contribui muito a formatação precoce, mas as crianças pequenas não poderiam entender a complexidade do assunto das alterações climáticas. Por isso os adultos utilizam uma analogia totalmente falsa (o planeta não morre pelos seus próprios processos naturais, como ninguém morre por fazer a digestão), mas que produz o efeito pretendido, que é induzir a ansiedade e a histeria, de modo a adestrar a futura massa de manobra do movimento revolucionário.

Torna-se ainda mais claro que o assunto é exacerbado e instrumentalizado pelos grupos revolucionários quando vemos associações de conceitos como “racismo climático”. Quando se faz um esforço acrobático para conectar o conceito da luta de classes com algo completamente externo à sociedade humana, sabemos que estamos perante teorias neo-marxistas, cujo objectivo é, sempre foi e sempre será tomar o poder para escravizar os indivíduos.

A humanidade sempre viveu apesar das alterações climáticas. Elas são um dado da natureza. Desde sempre, vemos humanos construírem morada nas condições mais inóspitas que se possa imaginar. O perigo material faz parte da nossa existência.

Evoluímos muito para criar uma segurança colectiva que nos permitisse viver mais e mais confortavelmente, mas chegamos num ponto em que essa blindagem se tornou opressiva para as novas gerações. Elas já nasceram no conforto e na protecção máxima, e isso, junto com a perda do fervor religioso e da consciência de que só em Deus pode existir a segurança máxima, está a dar-se uma transferência nas mentes mais jovens.

Elas protestam contra as alterações, pois estão aprisionadas no efémero. Sendo que o desejo humano pelo eterno e imutável permanece, pois faz parte da nossa condição ontológica, e tendo-o desconectado da imagem de Deus, resta-nos procurar um substituto secular. Daí os protestos contra as alterações climáticas, que não são mais do que protestos contra o efémero e a busca histérica por uma segurança que só existe espiritualmente. Essa busca é a manifestação pervertida da busca desejável e necessária do verdadeiro e único Imutável. Porém, sem ter para onde virar a sua angústia, rogam ao Estado que resolva o problema, como se fosse ele o todo-poderoso.

Como sempre, os humanos vão reaprender a viver no meio das mudanças e da insegurança. Mas tenhamos presente que sem Deus, sem a presença da estrutura da realidade, e sem a consciência da hierarquia natural da existência, os nossos gritos sempre serão mudos.


Francisca Silva

Fonte: Inconveniente

Sem comentários: