domingo, 5 de dezembro de 2010

Argumentos e contra-argumentos (II)

Súbdito! Esta palavra parece aterrorizar e fazer tremer os republicanos. Apesar de não compreenderem (ou fingirem que não compreendem) o significado contemporâneo de tal palavra, isso não os impede de usar a questão de “ser súbdito” como arma de arremesso contra o sistema monárquico. O ponto fundamental é que essas pessoas tendem a confundir frequentemente (de propósito ou não) o “ser súbdito” com o “ser subserviente”. Apesar de esta confusão ser do mais errado possível, este é um dos argumentos dos republicanos contra a monarquia e que é necessário desmistificar.

No que diz respeito às monarquias europeias, e apesar de estar claramente a cair em desuso, por vezes ainda se emprega a palavra súbdito quando se fala da população de determinado Reino relativamente ao seu Rei/Rainha. Esse uso, contudo, deve-se a uma questão unicamente de tradição não se traduzindo, na prática, em nenhum poder especial por parte do monarca nem na perda de nenhum tipo de liberdade por parte dos cidadãos. A verdade é que se pode dizer que a palavra ainda é usada simplesmente porque “fica bonito e soa bem”.

Ao contrário da ideia que muitas vezes os republicanos querem fazer passar, numa monarquia, “ser súbdito do Rei” não implica qualquer perda de liberdade (antes pelo contrário). Lamentavelmente muitas pessoas, na sua simplicidade e inocência, ainda acreditam, nestes mitos criados e difundidos por campanhas republicanas, o que se reveste de uma enorme gravidade. Não há que ter medo da palavra “súbdito”.

Mas para quem se preocupa tanto em não ser súbdito de ninguém (apontando de imediato o dedo ao Rei) é no mínimo estranho que nada diga quanto à subserviência que se vive, não estando nós em monarquia.

As nossas indústrias fecham, a agro-pecuária é deixada ao abandono e as pescas são desprezadas, trazendo o aumento da taxa de desemprego e a pobreza. Ao mesmo tempo os mercados nacionais são invadidos de todo o género de produtos estrangeiros. A partir desse momento os Portugueses passam a ser subservientes, queiram ou não.

A partir do momento em que se criam dívidas imensas com juros altíssimos, cada vez mais difíceis de pagar, Portugal passa a estar subserviente daqueles que lhe emprestaram o dinheiro.

A partir do momento em que não se abrem vagas em medicina (nas faculdades nacionais) suficientes para suprir as necessidades do País mas se contratam médicos estrangeiros, aí Portugal e os Portugueses estão a ser subservientes.

A partir do momento em que quase se despreza (e sem dúvida maltrata) a língua nacional (património único que define a identidade nacional), está-se a ser subserviente.

E a lista não fica por aqui!

O 1º de Dezembro aproxima-se, celebrando mais um aniversário da Restauração da Independência. É importante que todos compreendam, no quadro do séc. XXI, a diferença entre ser súbdito [de um Rei] e o ser subserviente e vejam o que preferem ser: se livres súbditos ou se aprisionados subservientes.

Fonte: Portugal Futuro

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