Crise actual comparada à da I República
Na mensagem de 1.º de Dezembro que costuma proferir todos os anos, D. Duarte Pio de Bragança lançou ontem a ideia de uma futura confederação de Estados lusófonos e sublinhou a importância do Congresso Mares da Lusofonia, que promoveu no âmbito da Comissão D. Carlos - 100 Anos e que juntou representantes de todos os países da CPLP.
"Hoje", afirmou o pretendente ao trono, "é no mar e na Lusofonia que a nossa atenção deve ser focada como áreas de eleição para realizar um projecto de futuro para o País e para a Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa. Afinal, são estas duas vertentes que, desde o início da expansão marítima portuguesa, com períodos de maior ou menor brilho, maior ou menor envolvimento, têm vindo a constituir o nosso desígnio."
Comparando a crise actual "à vivida nos tempos da I República" - "cujo centenário este ano faustosamente se comemorou" -, D. Duarte considera que "a situação humilhante em que a Nação se encontra" obriga "a reflectir sobre novos modelos de desenvolvimento económico e de vida em sociedade".
Além de dizer que nos devemos inspirar na caridade ("conceito mais abrangente do que o de solidariedade"), entende que é fundamental a "reactivação estratégica de uma agricultura sustentável e ecologicamente equilibrada", que "seria desejável dinamizar as antigas tradições de voluntariado", recorrendo também aos beneficiários de subsídios do Estado ("receber subsídios sem dar a sua contribuição para a sociedade equivale a receber esmolas"), e que se deve repensar o sistema educativo, desde o pré-primário ao superior, adaptando os cursos às necessidades profissionais actuais e futuras e criando condições às famílias com menos recursos para escolherem os estabelecimentos onde gostariam de matricular os filhos.
E ainda se pronunciou sobre a situação da União Europeia. "Depois da expectativa inicial do projecto europeu, que a generalidade dos membros abraçou e que assumindo-se, na sua origem, como um projecto de cooperação entre Estados - com os mais ricos a ajudarem os mais pobres - passou, rapidamente, de miragem a tragédia, com os mais fortes a ditar regras e a impor sanções aos mais vulneráveis."
Fonte: DN
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