A Fundação Aristides de Sousa Mendes, em colaboração GECoRPA – Grémio do Património, apresentou esta tarde, na Torre do Tombo, em Lisboa, uma moção pela reconstrução da Casa do Passal, a ser entregue junto do IGESPAR e da Direcção Regional de Cultura do Centro.
O objectivo é conseguir o apoio financeiro para começar as obras de reabilitação da casa onde viveu Aristides de Sousa Mendes, classificada como monumento nacional em 2005 e adquirida pela fundação em 2000. A moção foi aprovada por unanimidade por algumas dezenas de pessoas presentes no auditório.
Apesar da unanimidade em torno da figura de Aristides Sousa Mendes e da necessidade de fazer mais pelo seu legado, foram várias a perguntas surgidas da plateia que ficaram sem resposta durante o debate, por parte dos promotores da iniciativa, que assinalou os 126 anos de nascimento do diplomata.
D. Duarte de Bragança, que esteve na assistência durante uns breves minutos, delegou num outro elemento do público a questão “porque não o envolvimento dos descendentes das famílias ajudadas pelo cônsul português na recolha de fundos para ajudar na reconstrução da Casa do Passal?”; pergunta que viria a ser reforçada e alargada à falta de apoiou ao próprio Aristides Sousa Mendes, no final da sua vida, por parte dos familiares daqueles que o diplomata ajudou a fugir à perseguição dos Nazis. Houve também quem sugerisse a concretização de uma petição para recolher junto da população a quantia de um euro por cada assinante, uma ideia já antiga mas que não chegou a avançar. Também a necessidade da maior participação da Fundação, dirigida por Álvaro Sousa Mendes, neto do diplomata, junto das escolas foi manifestada por uma professora. Por definir está ainda o destino a dar à utilização da Casa do Passal, após a sua reconstrução. Sendo certo, segundo revelou Álvaro Sousa Mendes, que o edifício não será para uso da família, está no entanto, por decidir se será criado um museu sobre o legado do cônsul, sobre o holocausto ou, num âmbito mais alargado e anteriormente apoiado por várias personalidades, um Museu Internacional da Paz.
Entretanto, a Fundação revelou que já existe uma conta na Caixa de Crédito Agrícola para aqueles que quiserem fazer donativos e, dessa forma, colaborar na recuperação do edifício, respondendo, assim, a outra das questões levantadas pelos participantes no debate.
As obras de reconstrução da casa de Aristides Sousa Mendes estão orçadas em 2 milhões de euros, no total, sendo que as de carácter mais urgente deverão situar-se entre os 130 e 150 mil euros.
Fonte: jornal I
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