domingo, 3 de julho de 2011

Missa em Lisboa assinala centenário da morte da Rainha Maria Pia, mulher de D. Luís

O Palácio Nacional da Ajuda (PNA), em Lisboa, inicia no dia 05 de Julho, quando se completa um século sobre a morte da Rainha Maria Pia, um programa de iniciativas que começa com a celebração de uma missa “In Memoriam”.

 
A missa será celebrada nessa terça-feira às 19:00 na igreja de S. Vicente de Fora, em Lisboa, pelo bispo titular de Belali e auxiliar de Lisboa, Carlos Azevedo, com a participação dos coros D. Luís, criado há 22 anos pelo palácio, Corelis (da Relação de Lisboa), Coral Stella Vitae, Cantus Certus (do Tribunal de Contas) e do organista João Vaz. Entre outras personalidades, assiste à missa S.A.R. Duarte de Bragança, chefe da Casa Real portuguesa.
Em declarações à Lusa, a directora do PNA, Isabel Silveira Godinho, lamentou “não ser possível fazer uma grande exposição como foi feita sobre D. Luís [marido da Rainha], em 1989”. “Se os tempos não fossem tão difíceis, faríamos uma grande exposição como a ‘D. Luís em 1989/1991’", disse a responsável, acrescentando que os monarcas eram, até então, “um casal praticamente desconhecido, estavam no limbo, e hoje fala-se da D. Maria Pia como se fosse prima, com um à vontade extraordinário”.
O programa de iniciativas, que em Dezembro Isabel Silveira Godinho adiantou à Lusa, inclui um concerto, uma exposição e a edição de um álbum de fotografias inéditas. Referindo-se ao álbum, a responsável adiantou que “será a história de Maria Pia desde pequenina até adulta, e o curioso é que todas estas fotografia, ou a grande maioria, foram tiradas por membros da família, e há cenas absolutamente familiares”.
A coordenação é de Carmo Rebelo de Andrade com a colaboração de toda a equipa do PNA, referiu.
"Certamente o dia do seu aniversário [16 de Outubro] será festejado com grande pompa e circunstância, e haverá ainda a exposição ’25 anos de aquisições, 25 anos de doações’, que também é uma homenagem a ela, pois foi uma senhora que comprou muito”.
“Maria Pia sabia o que comprava e a ela devemos as ricas colecções que hoje temos. Ela procurava o que de mais moderno havia, o seu gosto ia sempre para o ultramoderno, para os artistas mais arrojados”, disse.
A directora do PNA afirmou à Lusa que “o palácio foi feito à imagem e semelhança da Rainha, que contratou arquitectos e decoradores”.
“Logo em 1865 [três anos depois de se casar] já o arquitecto Possidónio da Silva estava a trabalhar para tornar o Palácio mais acolhedor, ela queria um ambiente de família e educar de perto os filhos, perdendo o paço aquele aspecto de casa fria e distante”, disse.
O Paço da Ajuda foi a sua residência oficial durante os 48 anos que viveu em Portugal.
Silveira Godinho reafirmou à Lusa o desejo de trasladar o corpo de Maria Pia para Portugal, “e [que] seja sepultado junto da sua família, o marido e os filhos”.
“Maria Pia é a única Rainha que está sepultada no estrangeiro. Ela era uma grande patriota, uma grande portuguesa por isso é que a quero trazer para Portugal”, disse a responsável que já em 2005 encetou contactos para a trasladação.
A Rainha Maria Pia, falecida a 05 de Julho de 1911 em Stupinigi (arredores de Turim), encontra-se sepultada no panteão real dos Sabóia na Basílica de Superga, em Itália.
Maria Pia de Sabóia chegou a Portugal com 14 anos, “vinda de uma corte onde se vivia a glória da vitória, pois o seu pai [Victor Manuel II] foi o unificador da Itália”.

Fonte: Destak

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