El-Rei Dom Manuel II percorre as Ruas do Porto em 1908
O Rei carrega a lição do passado que não é uma velha lição, mas um modelo, a virtude do exemplo, tão fundamental para o funcionamento de todas as instituições do Estado e também para regularizar as relações na Nação.
Este passado tem aos olhos de cada indivíduo que constituiu o Povo uma mística que permitirá no girar da história aplicar as premissas do bom e do correcto à realidade presente.
Seu, muito Seu, o Rei de Sua Nação, independente e livre de anómalas dependências! É necessário, Alguém com a força miraculosa de um princípio para chefiar a Nação, Esse só pode ser por propriedade do direito natural um Rei, síntese perfeita da História da Nação! O Rei está ao serviço da Nação e não reclama da dificuldade de ler o Povo, pois, dispõe-se a tal. O Monarca indaga cada camada da população, aprende na sua verdade, e através de uma atitude racional chega ao que acredita será o reflexo da vontade do Povo. Essa é uma tarefa infinda e a preparação começa com a educação do herdeiro presuntivo da Coroa, não é uma realidade que se pode apreender de um momento para o outro. Para conhecer o Povo é necessária presença, dirigir-se à própria matéria, face a face, acompanhá-la, permitir a espontaneidade, sair da confortável área da preguiça espiritual, para conhecer a «substância», e ouvindo as pretensões mais exageradas e os anelos mais essenciais, filtrar, chocar esses anseios e formar em consciência o que será o corpo do bem comum.
Como escreveu o colossal Eça de Queiroz no panegírico A Rainha:
Miguel Villas-Boas
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