Foi há 637 anos a vitória das tropas portuguesas comandadas por D. João I de Portugal e o seu Condestável D. Nuno Álvares Pereira, em Aljubarrota, sobre o exército castelhano e seus aliados liderados por D. João I de Castela. O resultado foi a derrota definitiva de Castela, o fim da crise de 1383-1385 e a consolidação de D. João I, Mestre de Aviz, como Rei de Portugal, o primeiro da Dinastia de Avis.
A Batalha de Aljubarrota, também chamada Batalha Real por os exércitos serem comandados pelos respectivos reis, ocorrida no planalto de S. Jorge no dia 14 de Agosto de 1385 constituiu um dos acontecimentos mais decisivos da História de Portugal. Sem ela, o pequeno reino português teria, muito provavelmente, sido para sempre absorvido pelo seu poderoso vizinho castelhano.
Sem o seu contributo, o orgulho que temos numa história largamente centenária, configurando o estado português como uma das mais vetustas e homogéneas criações políticas do espaço europeu, não seria hoje possível.
A Batalha de Aljubarrota proporcionou definitivamente a consolidação da identidade nacional, que até então se encontrava apenas em formação, e permitiu às gerações futuras portuguesas a possibilidade de se afirmarem como nação livre e independente.
A Batalha de Aljubarrota foi uma das raras grandes batalhas campais da Idade Média entre dois exércitos régios e um dos acontecimentos mais decisivos da história de Portugal. Inovou a táctica militar, permitindo que homens de armas apeados fossem capazes de vencer uma poderosa cavalaria. No campo diplomático, permitiu a aliança entre Portugal e a Inglaterra, que perdura até hoje. No aspecto político, resolveu a disputa que dividia o Reino de Portugal do Reino de Leão e Castela, abrindo caminho sob a Dinastia de Avis para uma das épocas mais marcantes da história de Portugal, a era dos Descobrimentos.
Directamente associada à vitória dos portugueses nesta batalha, celebrizou-se a figura lendária da heroína Brites de Almeida, mais conhecida como "a Padeira de Aljubarrota", que com a sua pá terá matado sete castelhanos que encontrara escondidos no seu forno.
Foto: D. João l invocando Nossa Senhora da Oliveira de Guimarães, na batalha de Aljubarrota. Óleo sobre tela, da autoria de Frei Manuel dos Reis.
Manuel Beninger
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