sábado, 6 de agosto de 2022

O que é que acontece quando a moral cristã é ignorada?

 


«Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.» (Salmos 14:1)

No período mais negro da Segunda Guerra Mundial, a seguir ao colapso da França e antes dos EUA se envolverem, Winston Churchill perguntou: «A Inglaterra também se renderá?»[1].

Na altura, ele fez um discurso com esta sentença: “Suponho que a Batalha da Inglaterra está quase a começar. Desta batalha, depende a sobrevivência da civilização cristã.»[2]

Apesar do seu ateísmo, o grande estadista reconheceu o vínculo entre o cristianismo e a civilização europeia como opostos ao neopaganismo e à tirania.

A história é clara: onde a civilização cristã perdeu o terror imperou.

Nestes dias, em que tantos repetem o mantra: “A religião é a maior causa de guerras!” – urge recordar que, no que diz respeito à matança do homem pelo seu semelhante, o séc XX lidera destacado — mais de 170 milhões de pessoas foram mortas por outros seres humanos.[3] Dessas, 130 milhões morreram em virtude de ideologias ateístas — o racismo de Hitler, que via os judeus e as pessoas com deficiência como bactérias humanas, a Revolução russa, com Stalin a mandar matar milhões de cidadãos russos (o livro “Arquipélago Gulag” devia ser de leitura obrigatória nas Escolas), ou o empenho de Mao em acabar de vez com o cristianismo, na Grande Revolução Cultural Proletária (1966-1976).[4]

A evolução tecnológica — sem Deus — tem sido usada pelo homem para provocar caos e morte a uma escala cada vez maior. Um século depois do Iluminismo ter questionado a Bíblia, Nietzsche foi o primeiro a dizer: «Deus está morto».

Este equívoco deu frutos e a amarga colheita resultou em mais genocídios no séc XX do que jamais havia sucedido no passado.

Na verdade, Nietzsche — não Deus — está morto.

Não há nada mais assustador num Estado humanista e ateu do que não haver ninguém, além do homem, a quem apelar. Os direitos inalienáveis dos seres humanos não nos foram dados pelo Estado, mas sim por Deus. O Estado pode concedê-los ou negá-los, conforme lhe aprouver, mas foi Deus quem no-los concedeu.

Inevitavelmente, o Estado humanista conduz à tirania e ao despotismo.

Dostoiévski escreveu: «Se Deus está morto, então todas as coisas são possíveis.»

Como um povo pensa no seu coração, assim será o mundo no qual ele vive. Há resultados que procedem do nosso pensamento, e os maiores resultados vêm do que pensamos acerca de Deus. A incredulidade e o ateísmo sempre trarão consigo a morte.

«Os gentios enterraram-se na cova que fizeram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé. O Senhor é conhecido pelo juízo que fez; enlaçado foi o ímpio nas obras de suas mãos. Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus. Porque o necessitado não será esquecido para sempre, nem a expectação dos pobres perecerá perpetuamente. Levanta-te, Senhor; não prevaleça o homem; sejam julgados os gentios diante da tua face. Põe-os em medo, Senhor, para que saibam as nações que são formadas por meros homens.» (Selá.). (Salmo 9:15-20)


[1] Memoirs of the Second World War, Boston: Houghton Mifflin Company, 1987, p. 325.

[2] Ibid., p. 326.

[3] Andrew GREELEY, Marxists escape indictmente for killing millions, The Chicago Sun-Times, 4/7/1993.

[4] BARRET, Cosmos, chaos, and the Gospel, p. 60.


Maria Helena Costa

Fonte: Inconveniente

Sem comentários: