terça-feira, 23 de agosto de 2022

O BCE e outros vão aumentar a taxa de juro…

 


“Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e eu não me importo quem escreve as leis”.
“Eu me importo não com quem controla os assuntos políticos de uma nação, desde que eu controle a sua moeda”.
Mayer Amschel Rothschild [1]

“Lucrar com um empréstimo de uma pessoa pobre é
explorar essa pessoa”.
Êxodo 22: 25-27.

O BCE vai aumentar as taxas de juro. Surpresa? Alarido? Frases piedosas de inevitabilidade?

O FMI também vai aumentar? E o Banco Mundial? E o FED, etc?

Quem provoca o sobe e desce dos preços, que ninguém entende, nomeadamente os da energia com o crude à cabeça? A guerra que é cíclica? E quando não há guerra, isto é, há, mas ninguém repara nelas?

As agências de “rating” como vão reagir? A farsa do costume?

Atiram-se desculpas para cima da desgraça (que surge sempre do nada?), do momento?

É o lobby já antigo das “sete irmãs”? [2]

A culpa é da OPEP? [3]

Da Globalização?

Há especulação bolsista?

Ninguém vê, ninguém ouve, ninguém sabe…

Portugal com o “Estado Novo” fundado por Oliveira Salazar, nunca se deixou cair ou enredar, numa posição em que pudesse ficar refém destes “grupos” e organizações e, de um modo geral, do sistema financeiro internacional. Vivíamos pobres é certo, mas honrados, pois vivíamos do que produzíamos, amealhávamos e investíamos.

Não vivíamos do que nos emprestavam – a não ser pontualmente e pontualmente se pagava – nem se entrava em esquemas especulativos.

Não devíamos nada a ninguém e o orçamento estava equilibrado, ou seja, não se gastava mais do que se tinha. O Estado também pouco devia aos particulares.

A Bolsa não era um casino e as reservas de ouro e divisas, representavam um seguro de vida.

Os paraísos fiscais não eram acarinhados (apesar de todos os condenarem…).

Um verdadeiro milagre face ao descalabro dos últimos 130 anos…

A Nação vivia remediada, mas o Estado era, de certo modo, rico. E com isso protegia-nos a todos, até porque não havia necessidade de esbanjar dinheiro em promessas eleitorais frustres.

Os banqueiros não punham o pé em ramo verde e o capitalismo selvagem americano (agora apelidado de liberal) ficava sempre a uma prudente distância. Aprendeu-se bem com a crise da “Wall Street”, de 1929 e com a crise da libra, em 1931.

Não tínhamos que dobrar a cerviz a ninguém.

Durante cerca de trinta anos não se recorreu a mercados externos, e quando se recorria era o governo português que escolhia os credores e negociava, quando não impunha as condições. Nunca houve falta de crédito, mesmo tendo em vista a estafada mentira do “orgulhosamente sós”.

O Banco de Portugal não era dominado por famílias de financeiros sem rosto, tão pouco, pasto de organizações financeiras internacionais predadoras.

Acharam isto mal e passaram a fazer tudo ao contrário depois de 1974?

Pois têm (temos) o que merecem…

As coisas passam-se, em termos simples, mais ou menos da seguinte maneira (passando-se tudo debaixo dos nossos narizes, logo é menos visível…).

Numa situação “normal” (isto é, de alguma estabilidade económica) o sistema financeiro abre generosamente os cordões à bolsa e facilita e incentiva os empréstimos – chegando-se hoje em dia, ao cúmulo de existirem juros negativos. Quando o grau de endividamento (que cada vez se alarga mais) das famílias, das empresas, dos diferentes órgãos do Estado e dos próprios Estados, atinge um determinado valor, aproveita-se uma crise qualquer política, social, económica, etc. – ou cria-se uma artificialmente (as guerras são o ideal nestes casos) – e, subitamente o acesso ao crédito é drasticamente cortado e torna-se mais caro.

Isto faz com que uma grande quantidade das famílias e empresas, órgãos do Estado e o próprio Estado, fiquem impossibilitados de pagar os empréstimos e o serviço da dívida, gerando-se uma monumental venda ou captura de activos, causando falências, largando muita gente na pobreza e limitando cada vez mais a liberdade de todos.

Quando as situações de crise, provocadas ou não, passam, ou simplesmente o torniquete aplicado está prestes a causar uma explosão social ou torna a vida insuportável, facilita-se novamente o acesso ao crédito e as famílias, as empresas, os órgãos do Estado e o Estado, ele próprio, desatam novamente a endividar-se, sem nunca aprenderem nada.

Os ciclos vão-se repetindo cada vez com menos restrições (regulação) e com processos (cada vez mais refinados/loucos) de usura.

A escala é cada vez maior…

A riqueza está, deste modo, a ser sugada da base da pirâmide para o topo, gerando um poder e riqueza cada vez maior nas mãos de cada vez menos.

O esquema começou há muito tempo com a “invenção” de fazer “dinheiro a partir do nada”, que teve início com a criação do juro (que todas as religiões monoteístas condenaram no início e durante séculos – hoje é o que se vê – sendo S. Tomás de Aquino [4] aquele que melhor enquadrou a questão); aumentou com a criação das bolsas de valores, piorou com a usura e a especulação, que são transversais a tudo [5]; tentou-se moderar com a existência de um padrão-ouro (e de outros metais nobres) que originou o acordo de Bretton Woods, em 1944, e a correspondência do valor facial da moeda ao seu valor real (que acabou com a invenção do cuproníquel), mas nada deteve a sofreguidão em querer fazer e dispor de mais dinheiro.

O presidente Nixon acabou, unilateralmente, com o padrão-ouro e colocou os “petrodólares” a funcionar.

Mas agora anda tudo em roda livre (até se inventam cripto -moedas) e parece que ninguém sabe o que fazer.

Salvam-se as moedas de “referência”, a saber o dólar, a libra, o franco suíço e agora o euro.

Também ninguém sabe explicar porque é que isto se passa assim, isto é, porque é que há moedas que são de referência e as outras que valem… o que valem. Parece que é uma questão de confiança…

O escudo português nunca foi uma moeda de referência (como era a moeda nacional no tempo de D. Manuel I) mas era uma moeda respeitada e chegou a ser considerada em 1973/4 como a sexta mais forte do mundo.

Querem os nacionais continuar nesta senda? É porque gostam de ser escravos? Mordam-se!

Julgam que podiam ter sol na eira e chuva no nabal, em simultâneo? Então divirtam-se enquanto esperam sentados!

Querem estar no sempre em festa e no compre hoje e pague amanhã, saltando de cartão de crédito em empréstimo? Paz às vossas almas mas, depois, não se queixem!

Responsabilidade maior? Dos políticos, obviamente.

A maioria é ignorante e nem sabe ao que anda (a não ser dos seus negócios) – o que se pode esperar de gente oriunda de partidos políticos? Outros são “capturados” pelo “sistema” e são coniventes.

A grande maioria dos Presidentes da República depois da Constituição de 1976 ter sido aprovada, primeiros-ministros, presidentes do Parlamento e líderes dos partidos do centrão político, antes de o serem, passou, pelos menos, por uma reunião de um determinado “grupo” internacionalista, dito de “pensadores”, conhecido.

O primeiro-ministro António Costa e o anterior (dito) líder da oposição, Dr. Rui Rio, foram até juntos (em 2008), em parelha, a uma dessas reuniões. Nem sei porque é que há tanta gente admirada por não se notar ter havido qualquer tipo de… oposição…

Entretanto dispararam as taxas de juro das dívidas soberanas e o BCE (agora também às voltas com a inflação) já não sabe o que há-de fazer. É que já não tem só a Grécia e Portugal para resgatar ou salvar, já são quase todos os países da UE e o próprio euro. Por maioria de razão Portugal (que já vai com mais de 120% de dívida pública) – cujos governantes não sabem fazer mais nada do que vender o país, estender a mão e pedir emprestado – está já com as barbas a arder.

Mas a culpa, obviamente, continua a ser do Professor Salazar, esse ditador, mesquinho, provinciano e de vistas curtas, no dizer dos filhos d’algo modernos, impolutos, democratas do mais fino recorte e, naturalmente, de vistas largas, que para aí pontificam.

Isto vai de mal a pior e só não bate no fundo, pois há muito que deixou de haver fundo.

João José Brandão FerreiraOficial Piloto Aviador (Ref.)

Notas:

[1] Judeu Askenazi, nascido e enterrado em Frankfurt (23/2/1744 – 19/9/1812); Varão que deu origem à “dinastia” financeira mais rica e poderosa do mundo.
[2] As sete maiores e mais antigas multinacionais do petróleo.
[3] Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
[4] Dizia São Tomás: “A cobrança de juros é errada porque equivale a uma cobrança dupla, cobrando tanto pela coisa como pelo uso da coisa”; e “o pagamento de juros era para pagar um preço pela passagem do tempo e, como o tempo é um bem possuído por todos não se pode cobrar por ele”.
[5] Usura, pecado de juro abusivo, excessivo ou lucro exagerado sobre um empréstimo. Ainda São Tomás na sua “Suma Theológica” “São dignos de morte não somente os que cometem pecados, senão também os que consentem aos que fazem. Ora, quem recebe dinheiro mutuado, sob a condição de pagar usura, consente no pecado do usurário e dá-lhe ocasião de pecar. Logo também peca”.

Fonte: Inconveniente






























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