terça-feira, 12 de março de 2013

Monarquia: razão e poesia

É ponto assente que Portugal necessita de uma mudança de rumo, o caminho escolhido até hoje não se adaptou ao novo mundo e não nos tornamos competitivos, um problema europeu que assola toda a Europa mas que nos afecta com maior gravidade devido à nossa periferia e ao atraso competitivo que ao longo da história recente tem sido permanente.

Tudo isto porque enquanto país fomos abdicando de alguns traços que nos definiam em prol de uma solidez europeia, solidez essa que em momentos de crise se mostra não estar consolidada. Fazendo com que os nossos esforços de integração não sejam recompensados, tendo sido perdidos pedaços da cultura lusitana sem aparente beneficio. Este ponto leva-me a dizer que não existe uma identidade europeia aceite por todos os seus habitantes que permita ser solidária aos problemas das outras nações pertencentes à união, o objectivo de um estado federal europeu falhou.

Na minha opinião falhou pois poucas foram as medidas políticas tomadas para que tal acontecesse, e todas as medidas foram de cariz económico. Medidas técnicas que não agregam vontades, por uma falta de sensibilidade social dos dirigentes, tanto portugueses como europeus. Tal raciocínio pretende ilustrar que faltam dirigentes que percebam a realidade social das populações e que moderam as medidas técnicas/económicas com as medidas políticas que façam a Europa sentir-se unida, com uma identidade.

Então agora pergunto a quem lê este texto, se não haverá nada mais revelador de uma identidade europeia que uma união de países monárquicos?

Monarquias essas que tinham por obrigação representar a totalidade dos seus súbditos garantido o seu melhor interesse. Sem ideologias, moderando a política da sua nação. Existindo um poder moderador isento dos jogos partidários, pois um presidente da república afecto a um partido é o mesmo que um arbitro de um jogo de futebol dirigente de uma das equipas em jogo, obviamente que tal não garante parcialidade nem zelo pelos melhores e reais interesses da população.

Mas a monarquia não se limita a argumentos e factos para descrever a sua valia, ela é poética. Uma das poesias da monarquia é o desejo que numa manhã de nevoeiro o encoberto regresse à sua pátria órfã de glórias, retornado do deserto onde se encontra perdido. O sebastianismo ainda é parte do ADN nacional, como mostra a saudade e a nostalgia de um passado glorioso sob a batuta de uma coroa. Mas o tempo em que vivemos impõe que se olhe para o futuro. O povo desespera por um D. Sebastião capaz de alanvancar Portugal através da sua cultura e do seu bravo povo.
Despeço-me então com uma mensagem tocante de uma pessoa que se chamava Fernando.

O Nevoeiro

"Nem rei nem lei, nem paz nem guerra
define com perfil e ser
este fulgor baço de terra
que é Portugal a entristecer-
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que cousa quer
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!"
Fernando Pessoa, Mensagem, 1928

Nunca é tarde de mais para começarmos, sou um jovem que tem um sonho. Assistir a um Portugal com rei e lei a definir com fulgor e ser este pequeno braço de terra que é Portugal a renascer. É a Hora!

Viva El' Rey

Viva Portugal


Francisco Themudo de Oliveira


Fonte: Realmentes

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