terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Regicídio - O Fim da Possibilidade do Renascimento Pátrio



‘Quanta vez O [Rei D. Carlos] ouvi descrever a esperança de edificar um futuro grandioso para a Pátria.

É claro que El-Rei não tinha a ilusão que esse sonho florisse de todo no Seu Reinado. Obras dessas não se realizam na vida de um homem. D. Manuel I foi precedido por D. João II. D. Carlos olhava para diante, a sua aspiração estava para lá da sua vida: era esse o seu melhor mérito.


E conscientemente, tenazmente, ia lançando as bases do engrandecimento pátrio, preparando o apogeu para o reinado do Seu amado Filho. Para que o Príncipe Real fosse o seu consciente e seguro continuador, o glorioso herdeiro da Sua obra, o facetador que havia de dar o último toque de cinzel no Seu sonho d’oiro, El-Rei, de passo que preparava a força interior que era o exército, e no exterior o ambiente de consideração, com as suas viagens e as suas óptimas relações pessoais com todos os tronos da Europa: de caminho que preparava um Povo, para as nobres alegrias do futuro, educava-lhe um Rei que incarnasse e guiasse esse Povo, nos últimos trechos da marcha para o renascimento. (…)
Mas D. Carlos educava o Príncipe Real não à Sua imagem, e sim à imagem do seu ideal de Rei. Queria-Lhe todas as virtudes que torna legendário um trono, e d’Ele tudo quanto havia de bom e grande havia repassado para o Filho.
O Príncipe sabia que o Pai lhe estava preparando uma grande Pátria. O muito amor por seu Pai era, a par da admiração de filho, a profunda, consciente gratidão de Português, que assistia ao engrandecimento incessante de trabalho de patriota. (…)
Afectuoso e educado como seu Pai, em El-Rei D. Carlos tinha um retrato do que é a cortesia e o respeito, dentro do afecto. (…)
Como nós nos não podemos aperceber do movimento da Terra, por nela estarmos, o Príncipe Real não se apercebia de que Portugal, para vir a ser grande, até o tinha a Ele! Do que o Príncipe se apercebia, d’olhos gratos e enlevados, era do que muitos ainda hoje se não apercebem, - do grande Rei que estava sendo El-Rei D. Carlos, e de que florescente época de Renascimento para que o seu reinado nos estava encaminhando.’


General António Coelho V.B. VASCONCELLOS PORTO | Ministro e secretário de Estado dos Negócios da Guerra (Mai. 1906 – Fev. 1908) e Ministro e secretário de Estado interino dos Negócios da Marinha e Ultramar (Jun. – Set. 1907) no Governo de João Franco; Ajudante-de-Campo-Honorário do Rei D. Carlos, na fotografia ao lado do Rei e do Príncipe Real; in ‘A Marcha Para O Renascimento - El-Rei D. Carlos e o seu Reinado’, Jornal ‘O Correio – Semanário Monarchico’.


Recolha do texto: Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

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