sexta-feira, 9 de julho de 2021

O maior plano de descristianização e de totalitarismo “verde” da História (2ª Parte)

 


(continuação)

6. Uma ditadura sanitária e político-ideológica sob o pretexto de bem comum

O mais paradoxal da actual situação é o facto de os responsáveis por essa catástrofe da saúde pública serem os mesmos que em nome da protecção da população estão se aproveitando das circunstâncias excepcionais para impor uma verdadeira ditadura sanitária sobre essa mesma população que pretendem proteger.

O IPCO alertou um ano atrás para o facto de que esses responsáveis estavam fazendo uma chantagem aos respectivos cidadãos: aceitar um maior controle estatal sobre suas vidas como condição para sair do lockdown. Tratava-se então primordialmente de tentar impor aplicativos de rastreio das pessoas através dos celulares.

Com a abertura parcial após o primeiro lockdown vieram restrições suplementares impostas por governos que agora detêm poderes excepcionais com base em um “estado de emergência sanitária” inexistente na maioria das legislações nacionais. A lista não exaustiva de tais restrições inclui: toque de recolher; obrigatoriedade do porte de máscaras (até mesmo para as poucas crianças que ainda podiam ter aulas presenciais); controle da temperatura e obrigação de lavar as mãos com álcool para poder ingressar nos lugares de trabalho ou nos comércios; testes PCR e antigênicos para viagens ou até para ingressar nos lugares de trabalho.

Sem dúvida alguma, a medida mais chocante foi a de impor, na Itália e alhures, o uso de luvas descartáveis para administrar a Sagrada Comunhão, assim como a obrigação de recebê-la na mão, contrariando tanto a autonomia da Igreja para regular seu culto quanto os direitos dos fiéis, reconhecidos pela legislação canônica e litúrgica. O mais doloroso é que autoridades católicas se dobraram, sem o menor constrangimento, a essas exigências ou até impuseram restrições mais drásticas que as determinadas pelas autoridades sanitárias.

Outra forma escandalosa de ditadura sanitária foi o facto de suas autoridades imporem, como tratamento primário para os contaminados de Covid-19, um protocolo sumário, consistente em tomar um analgésico/antipirético e ficar aguardando em casa a progressão da doença. Em muitos países, os médicos de família foram proibidos de tratar seus pacientes de Covid-19 com remédios que até então estavam livremente à venda em qualquer farmácia, carentes de efeitos secundários graves, e cuja eficácia contra o Sars-Cov-2 tinha sido documentada em vários estudos publicados em revistas científicas após revisão por seus pares[43].

Pior ainda, vários médicos foram ameaçados de sanções pelo respectivo Colégio Médico por terem sido fiéis ao seu juramento de Hipócrates, que os obriga a procurar o bem de seus pacientes. O caso mais publicitado foi o do Prof. Didier Raoult — fundador e diretor do Instituto Hospitalar Universitário (IHU) Mediterranée Infection, de Marselha, defensor de um protocolo de intervenção precoce com base na hidroxicloroquina e na azitromicina —, o qual foi vítima de uma denúncia junto à Ordem dos Médicos da França e de uma queixa-crime diante da justiça penal. O surpreendente do caso é que, enquanto lhe eram feitas tais denúncias, seu hospital IHU Mediterranée havia tratado 5.419 pacientes infectados, dos quais apenas 22 haviam falecido, ou seja, uma taxa de 0,4%, enquanto a taxa média de falecimentos nos demais hospitais da região tinha sido mais de cinco vezes superior (2,1%)![44] A Justiça francesa acaba de dar ganho de causa ao Prof. Raoult, no primeiro de três processos que ele iniciou contra seus detractores, mas nenhum jornal ou site de informação comunicou até agora a notícia[45].

O espectro de uma ditadura sanitária chegou, entretanto, ao seu clímax com a campanha de vacinação e as propostas de torná-la obrigatória. Ora, a vacinação importa um risco desnecessário para pessoas nas quais a doença terá um efeito levíssimo ou leve, como é o caso das crianças, dos jovens e dos adultos menores de 70 anos sem comorbidades, assim como para pessoas naturalmente imunizadas, por já terem sofrido a Covid-19.  Tanto mais quanto não é garantido que as vacinas sejam eficazes para prevenir novas variantes do coronavírus (como acontece anualmente com os vírus da gripe sazonal) e, acima de tudo, pelo fato de terem sido aprovadas apenas de modo experimental e de urgência, sem respeitar os protocolos habituais, com a circunstância agravante de que algumas dessas vacinas são baseadas num novo método de RNA mensageiro, cujas potenciais consequências genéticas em longo prazo são desconhecidas.

Cumpre recordar que depois da tragédia da Talidomida, responsável por 10 mil casos de defeitos congênitos em bebês, cujo efeito secundário foi percebido somente alguns anos mais tarde, esses protocolos passaram a exigir prazos longos.

Se, mesmo respeitando os protocolos, vigentes o laboratório francês Servier – por causa de seu remédio Mediator, indicado para suprimir a fome grave, mas que causava danos às válvulas cardíacas e hipertensão arterial pulmonar, provocando cerca de duas mil mortes – acaba de ser condenado em última instância por “publicidade enganosa agravada” e “homicídios e feridas involuntárias”, como olharão os futuros clínicos para os precipitados “testes universais” de vacinas anti-Covid e seus eventuais efeitos?

Cientes de que o artigo 6º da Declaração Universal sobre a Bioética e os Direitos Humanos exige um consentimento livre, prévio e informado dos pacientes para qualquer intervenção preventiva ou terapêutica, os governos têm avançado sub-repticiamente no seu plano.  Impuseram primeiramente a vacinação obrigatória para os funcionários da saúde nos hospitais e nas casas para anciãos, e agora estão querendo impor um “passaporte de vacinação” para as viagens internacionais e até mesmo para as viagens internas, dentro dos próprios países[46]. O método soft da chantagem já está sendo empregado: a presidente da Comissão Europeia aproveitou uma coluna no New York Times para advertir os potenciais turistas norte-americanos de que somente aqueles que já estiverem vacinados poderão viajar à Europa nas próximas férias de verão[47].

Em países como Israel e Dinamarca, esse passaporte sanitário já está sendo exigido para ingressar em restaurantes, cinemas e outros lugares públicos, ou para participar de eventos de qualquer tipo, criando um regime de apartheid entre os vacinados e os não vacinados[48].

Em seu documento do ano passado, o IPCO lamentou a conivência do Papa Francisco e de autoridades eclesiásticas católicas na imposição dos lockdowns e na supressão ou restrição do culto público.

A essa renúncia à sua missão de pastores somou-se mais tarde a conivência na promoção de uma suposta obrigatoriedade moral de se vacinar para proteger os demais, como resulta da entrevista concedida pelo Papa Francisco ao TG5[49] e da declaração conjunta da Academia Pontifícia pela Vida, da Conferência Episcopal italiana e da Associação Italiana de Médicos Católicos[50], assim como da declaração conjunta da primeira com a Comissão vaticana Covid-19[51]. Dita Comissão, que faz parte do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, produziu até um fascículo de propaganda intitulado “Vacinas anti-Covid-19: Kit para os representantes da Igreja”, onde se diz: “Aqui você encontrará informações sobre as vacinas COVID-19, recursos para apoiar a preparação de homilias, frases do Papa Francisco, links para informações úteis, mensagens curtas para sites, boletins paroquiais e outros tipos de média. O Guia do Coronavírus para Famílias (COVID-19) foi elaborado para ajudar as comunidades locais a combater a desinformação”[52].

Essa pressão moral sobre a consciência dos fiéis no sentido de uma suposta obrigatoriedade moral de se vacinar é tanto mais desorientadora quanto o Papa Francisco e os organismos supracitados silenciam quase completamente a necessidade de graves motivos que tornem lícito o uso de vacinas “manchadas” pelo emprego de cultivos celulares oriundos de abortos, assim como o dever de manifestar a oposição ao emprego de tais cultivos por parte dos laboratórios[53].

À margem da ditadura sanitária e na medida em que, sob o pretexto de salvaguardar a saúde da população, as liberdades públicas iam sendo restringidas, foi-se aos poucos impondo uma ditadura político-ideológica. Além das restrições à liberdade de ir e vir, essencial numa democracia, houve drásticas restrições à liberdade de manifestar, uma repressão violenta dos protestos e mesmo um monitoramento dos activistas contrários ao confinamento pelas agências estatais de espionagem[54].

A exemplo dos regimes totalitários do século XX, uma “verdade oficial” foi também imposta em nome da ciência[55], o que é uma contradição nos termos, pois o próprio das ciências experimentais é revisar continuamente seus postulados à luz de novas descobertas, além do facto notório de que a comunidade científica está muito dividida a respeito de vários aspectos da epidemia e da resposta mais apropriada à mesma[56]. Não obstante, a liberdade de opinião foi drasticamente cerceada sob o pretexto de combate às fake news[57], estabelecendo-se um clima de medo até no meio da comunidade científica[58].

O mais grave do caso é que os totalitarismos do passado empregavam a força do aparelho estatal para impor o “pensamento único”, enquanto hoje, sob o pretexto de combate à Covid-19 e da proteção à saúde, são as instituições do sector privado que se encarregam de “cancelar” os opositores da linha oficial[59].

A plataforma Youtube talvez ganhe o primeiro prémio no ‘zelo pela ortodoxia’, ao eliminar qualquer vídeo que ponha em dúvida algum dos ‘dogmas’ do novo catecismo sanitário. Baseando-se em seu “regulamento sobre informações médicas incorretas”, ela não permite conteúdo veiculando informações “que contradigam as autoridades de saúde locais ou a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o COVID-19”[60], as quais gozam, aos seus olhos, do carisma da infalibilidade. Em seu “oficialismo” preconceituoso, Youtube chegou ao extremo de eliminar de sua rede vídeos de cientistas reputados e com funções importantes em centros de pesquisa famosos, como foi o caso de uma mesa redonda sobre o uso de máscaras, organizada pelo governador da Flórida e da qual participaram os três redactores da Declaração de Great Barrington, os quais ocupam altos cargos nada menos que em Oxford, Harvard e Stanford[61].

Não raramente, mesmo os cientistas reconhecidos que levantam questões sobre os protocolos farmacêuticos e não farmacêuticos de controle da doença são falsamente acusados de “negacionistas”, ou de impugnar a existência do coronavírus ou do contágio. Os verdadeiros negacionistas são os que nem sequer avaliam os trabalhos científicos e os resultados contrários à versão oficial e que procuram silenciar qualquer pensamento divergente.

Mas isso não é tudo. Nem George Orwell chegou a imaginar, em seu romance 1984,a “cultura da denúncia” promovida por muitos governos, em que a vigilância e o controle dos cidadãos são feitos pelos próprios vizinhos, colegas de trabalho e até familiares, que denunciam os faltosos à polícia[62]. Para facilitá-los em sua ignóbil tarefa, algumas autoridades os municiam de aplicativos digitais que lhes permitem fotografar ou filmar os contraventores com geolocalização automática do lugar onde ocorreu a infração[63].

7. A recessão económica e os planos de um Grande Reinício

Em Abril de 2020, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira previa um calamitoso impacto económico dos confinamentos e citava em particular o caso da Itália.

Na realidade, a contracção da economia mundial, o número de falências de empresas e o aumento do desemprego foram, ao menos por enquanto, bastante inferiores aos originariamente anunciados. Mas isso resultou das ajudas faraônicas outorgadas pelos governos, que não levaram em conta a explosão da dívida pública. Uma situação em extremo precária que pode piorar subitamente, seja pelo prolongamento da recessão, pela explosão de uma bolha financeira, pelo aumento dos juros da dívida, ou simplesmente pela desconfiança dos mercados, fazendo ruir o frágil castelo de cartas da economia actual.

Essa contenção da depressão evitou a explosão de uma revolta social, pois os mais afectados ainda estão recebendo ajuda emergencial e, sobretudo, preocupados com a sobrevivência do dia-a-dia. Mas a situação pode piorar — como reconheceu em recente entrevista ao jornal Clarín de Buenos Aires o já citado Jacques Attali, conselheiro de todos os presidentes franceses, de Mitterrand até Macron: “O que mais me preocupa é o facto de a humanidade ainda não ter compreendido que a crise que se aproxima será muito, muito profunda em termos de recessão, desemprego e miséria”[64].

Onde não foi possível, porém, evitar o impacto social é nos países pobres. Baseado num informe da Organização Internacional do Trabalho, o documento do IPCO previa uma perda global de 6,7% nas horas de trabalho, o equivalente à jornada integral de 195 milhões de trabalhadores, o que significa um número bem maior de desempregados, pois muitos deles trabalham em tempo parcial. A realidade foi bastante pior: 8,8% das horas de trabalho globais foram perdidas, o equivalente a 255 milhões de empregos em tempo integral. Isso resultou em uma queda de 8,3% na renda global do trabalho, compensada em parte pelas ajudas estatais. Mesmo assim, segundo um recente estudo do Banco Mundial[65], em 2020, entre 119 e 124 milhões de pessoas caíram na extrema pobreza ou ficaram impedidas de sair dela por causa da crise global (nas duas últimas décadas, 54 milhões de pessoas tinham saído cada ano da extrema pobreza). O aumento exponencial da miséria nos países pobres acarretou, de facto, o previsto agravamento da fome aguda e das mortes por desnutrição nas áreas mais miseráveis do planeta.

O que o IPCO não podia prever é que os máximos expoentes do macrocapitalismo globalizado aproveitariam a precariedade da conjuntura económica e financeira para propor um Grande Reinício (chamado por eles de “Great Reset”) que transforme radicalmente o actual sistema económico capitalista, baseado na propriedade privada e na livre iniciativa.

Na edição de 2019 do Fórum Econômico Mundial, em Davos, a activista verde Greta Thunberg tinha aberto a pista na qual os empresários iriam esquiar: “Eu não quero que vocês tenham esperanças, eu quero que vocês entrem em pânico”[66]. Coube ao fundador-presidente do Fórum, o Dr. Klaus Schwab, materializar o desejo da jovem activista, e o fez declarando: “A pandemia representa uma rara e estreita janela de oportunidade para reflectir, reimaginar e redefinir tudo, e criar um futuro mais saudável, mais equitativo e mais próspero”[67]. Palavras aparentemente simpáticas, mas que ocultam a enorme mudança social que está em curso e à qual se deu o nome de “novo normal” e “Great Reset”.

Uma janela de oportunidade que pretendem aproveitar sem demoras e de maneira proactiva, como auspicia Jacques Attali, na entrevista ao Clarín: “O que mais me surpreendeu foi que, quase da noite para o dia, mais de 2,5 bilhões de pessoas foram trabalhar de forma remota. Isto mostra que a humanidade, sob pressão, pode mudar muito rapidamente[68].

Para que se tenha uma ideia mais precisa de como seria o futuro do mundo após o Grande Reinício sonhado por Thunberg, Schwab & Cia., basta citar algumas passagens de um artigo publicado no site WeForum, uma das plataformas de discussão no seio do Fórum Económico Mundial. Sua autora, Ida Auken, ex-ministra do Meio Ambiente da Dinamarca e actual deputada social-democrata, sob o título “Eis como a vida poderia mudar na minha cidade pelo ano 2030”, começa sublinhando que suas palavras não devem ser tomadas como “um sonho, uma utopia”: “É um cenário mostrando para onde poderíamos estar caminhando”. Trata-se de um futuro ecológico, comunista e robotizado, onde tudo é controlado por câmeras, bem ao estilo chinês:

“Bem-vindo ao ano de 2030. Bem-vindo à minha cidade – ou devo dizer, ‘nossa cidade’. Eu não possuo nada. Eu não tenho carro. Eu não tenho uma casa. Eu não possuo nenhum electrodoméstico ou nenhuma roupa. Pode parecer estranho para você, mas faz todo o sentido para nós nesta cidade. Tudo o que você considerava um produto, agora se tornou um serviço. Temos acesso a transporte, alojamento, alimentação e tudo o que precisamos em nosso dia a dia. Uma por uma, todas essas coisas se tornaram gratuitas, então para nós acabou não fazendo sentido possuirmos muito. […] Quando a energia limpa se tornou gratuita, as coisas começaram a andar rapidamente. O preço do transporte caiu drasticamente. Não fazia mais sentido para nós ter carros, porque poderíamos chamar um veículo sem motorista ou um carro voador para viagens mais longas em poucos minutos. […] Na nossa cidade não pagamos aluguel, pois outra pessoa está utilizando nosso espaço livre sempre que não necessitamos. Minha sala de estar é usada para reuniões de negócios quando eu não estou lá. […] Compras? Eu realmente não consigo lembrar-me o que é. Para a maioria de nós, isso se transformou na escolha de coisas para usar. Às vezes acho isso divertido e às vezes só quero que o algoritmo faça isso por mim. Ele conhece meu gosto melhor do que eu agora. Quando a I.A. [Inteligência Artificial] e os robôs assumiram grande parte do nosso trabalho, de repente tivemos tempo para comer bem, dormir bem e passar tempo com outras pessoas. […] Por um tempo, tudo se transformou em diversão e as pessoas não queriam se preocupar com questões difíceis. Foi apenas no último minuto que descobrimos como usar todas essas novas tecnologias para propósitos melhores do que apenas matar o tempo. […] De vez em quando, fico irritada com o facto de que não tenho verdadeira privacidade. Em nenhum lugar eu posso ir sem ser filmada. Sei que, em algum lugar, tudo o que faço, penso e sonho fica registrado. Só espero que ninguém use isso contra mim. Em suma, é uma vida boa. Muito melhor do que o caminho que estávamos percorrendo, onde ficou claro que não poderíamos continuar com o mesmo modelo de crescimento”[69].

As forças “progressistas” sonham de facto em impor essa distopia ao mundo inteiro, seguindo o mesmo método do medo induzido com o qual já impuseram a ditadura sanitária. Durante uma reunião de presidentes dos parlamentos dos países do G7, organizada pela Sra. Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes nos Estados Unidos, Sir Lindsay Hoyle, actual Speaker da Casa dos Comuns britânica, perguntou: “Se a grande lição da pandemia foi que tomar ações sérias de maneira oportuna é a chave – por que isso não seria verdade em termos de mudança climática?” E acrescentou: “Ninguém poderia imaginar que usaríamos máscaras com tanta facilidade e que também seríamos tão complacentes”[70].

Mariana Mazzucato, professora de Inovação Económica na Universidade de Londres, prevê que “proteger o futuro da civilização exigirá intervenções dramáticas”, e que “num futuro próximo o mundo poderá precisar recorrer novamente a lockdowns – desta vez para enfrentar uma emergência climática”. Ela acrescenta: “Sob um ‘bloqueio climático’, os governos limitariam o uso de veículos particulares, proibiriam o consumo de carne vermelha e imporiam medidas extremas de economia de energia, enquanto as empresas de combustíveis fósseis teriam que interromper a perfuração”. E, adotando uma postura semelhante à de Klaus Schwab, ela sugere que, “para evitar tal cenário, devemos reformular nossas estruturas económicas e fazer o capitalismo de maneira diferente”, caminhando para “uma transformação económica verde”. Para obtê-la, os Estados deveriam condicionar o cumprimento de obrigações sociais e ecológicas estritas à atribuição das enormes ajudas económicas às empresas beneficiárias. E “como os mercados não liderarão sozinhos uma revolução verde”, isso “exigirá um Estado empreendedor que inove, assuma riscos e invista ao lado do sector privado”[71].

Bem-vindos ao Socialismo do século XXI, que levou a Venezuela à falência e seis milhões de seus cidadãos à emigração…

8. Com o apoio do Papa Francisco, uma República Universal desrespeitosa das soberanias nacionais e gravitando em torno da China

Em seu documento de um ano atrás, o IPCO alertava para o facto de que os promotores dessa “nova sociedade” apregoavam uma resposta coordenada e global como única solução para a pandemia, o que exigiria um órgão executivo mundial que impusesse, como primeiro passo, uma coordenação fiscal e monetária.

A União Europeia tem sido por várias décadas uma iniciativa pioneira para a erosão gradual das soberanias em benefício de uma entidade supranacional. Seu maior passo nesse sentido foi a criação de uma moeda única administrada pelo Banco Europeu, com a condição de que não houvesse uma mutualização das dívidas dos países-membros, para que os países nórdicos “frugais” não se vissem forçados a pagar os déficit dos países “perdulários” do Sul.

Porém, após os lockdowns e sob o pretexto de evitar a recessão, esse ferrolho caiu e uma mutualização real da dívida pública foi incluída no novo orçamento de sete anos da UE e no instrumento de recuperação temporário chamado Next Generation EU. 750 bilhões de euros de dívida serão emitidos conjuntamente e repassados aos países da UE sob a forma de subvenções e empréstimos, sob a condição de obter a aprovação da Comissão Europeia para o plano nacional de emprego do dinheiro (mais uma limitação à soberania), o qual deve imperativamente priorizar a “transição ecológica” e a “transição digital”. O Instituto Jacques Delors aplaudiu a iniciativa, asseverando: “É uma das mais ambiciosas de uma longa série de propostas para a mutualização da dívida europeia”[72]. Por outro lado, alguns analistas consideraram o fundo Next Generation EU como um verdadeiro “socialismo de guerra” que bloqueia a sociedade, no qual “os Estados dão mais um passo adiante em relação à sociedade civil e são eles próprios parcialmente ultrapassados ​​por uma governança europeia reforçada”[73].

Mas o maior avanço rumo aos “Estados Unidos da Europa” – almejados pela corrente federalista desde o lançamento, em 1923, do Manifesto Pan-europeu do conde Coudenhove-Kalergi – se deu no campo da saúde pública, no sentido de ir gradualmente sugando as competências dos Estados-membros em favor da Comissão Europeia, a qual passou a coordenar uma resposta europeia comum ao surto de coronavírus. No Tratado de Lisboa (2007), a Europa Unida (EU) tinha ganhado competência para complementar de maneira permanente as políticas nacionais através da sua Estratégia de Saúde, assim como para assegurar “a vigilância de ameaças sanitárias transfronteiriças graves” e lutar contra as mesmas.

Agora, a Comissão Europeia aproveitou-se da crise do vírus chinês para impor uma verdadeira mutualização da resposta sanitária por meio de:

  • Negociação e aquisição de equipamento médico, testes, remédios e vacinas, transformando a União Europeia (UE) no principal negociador e comprador (incluindo transações extremamente onerosas de remédios ineficazes para o combate à Covid-19 e com graves efeitos secundários, como o Redemsivir, do laboratório Gilead);
  • Investimentos directos da UE para projectos de pesquisa e desenvolvimento de diagnósticos e tratamentos através da Iniciativa de Medicamentos Inovadores;
  • Adopção de regras para a utilização, validação e reconhecimento mútuo entre países membros da UE de testes rápidos de antigênios e de uniformização dos certificados de vacinação para fins médicos;
  • Lançamento do programa “Incubadora HERA”, em colaboração com pesquisadores, empresas de biotecnologia, fabricantes e autoridades públicas, destinado a detectar novas variantes, desenvolver novas vacinas adaptadas e acelerar seu processo de aprovação;
  • Patrocínio, em parceria com a OMS, de reuniões do Conselho de Facilitação de Alto Nível, visando apressar, em escala mundial, o desenvolvimento e a implantação de vacinas, testes e tratamentos, bem como para melhorar os sistemas de saúde;
  • Contribuição financeira ao mecanismo COVAX para garantir acesso equitativo a vacinas, testes, tratamentos e organização de uma campanha de colecta de donativos em favor da Resposta Global ao Coronavírus, que recolheu 15,9 bilhões de euros em favor do mesmo objectivo[74].

Se elevarmos nossas vistas do plano regional europeu para o plano global, verificamos que a Organização Mundial da Saúde não somente teve um papel preponderante em criar o clima de pânico que condicionou as respostas governamentais, como foi adquirindo uma importância crescente na determinação das políticas de combate mundial à epidemia, com prejuízo para a soberania sanitária das nações.

A OMS obteve uma verdadeira governança de facto através das declarações de seus mais altos responsáveis, de seus documentos-guia, das suas plataformas de aprendizado on-line, de seu Plano de Preparação Estratégica e de Resposta, dos seus protocolos de teste e de tratamento, bem como de sua certificação das vacinas e missões conjuntas ou de verificação na China e alhures[75]. Segundo declarou o ministro da Saúde alemão Jens Spahn, ao anunciar a criação em Berlim de um novo centro mundial para a colecta de dados sobre pandemias em parceria com a OMS, a luta contra novos vírus requer um “Global Reset”. “É um fato da natureza que surgirão mais vírus com o potencial de desencadear epidemias ou pandemias” – disse na ocasião Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da organização[76]. A OMS transformar-se-á destarte numa espécie de Pontifex Maximus de referência na nova “guerra santa”contra as pandemias emergentes.

A OMS e a União Europeia se tornaram, nos respectivos níveis, as executoras pioneiras do sonho formulado por Jacques Attali no artigo de 2009, já citado: “Implantar uma polícia mundial, estoques mundiais e, portanto, uma fiscalização mundial. Chegar-se-ia assim, muito mais rápido do que a mera conveniência económica permitiria, a deitar as bases de um verdadeiro governo mundial”[77].

Com grande dor e estupor, verificamos que um novo e decisivo apoio à germinação de um governo mundial unificado proveio do Papa Francisco… Não somente por suas contínuas críticas a uma gestão das crises sanitárias respeitosa da soberania dos países e suas declarações no sentido de que a pandemia exigia uma resposta global[78], mas acima de tudo pela publicação de sua controvertida encíclica Fratelli Tutti.

Para o Pontífice, a crise de saúde da covid-19 foi a grande oportunidade para sairmos da “autoproteção egoísta”: “Oxalá já não existam ‘os outros’, mas apenas um ‘nós’”, para que “a humanidade renasça com todos os rostos, todas as mãos e todas as vozes, livre das fronteiras que criamos” (Fratelli Tutti nº 35), pois “a verdadeira qualidade dos diferentes países do mundo mede-se por esta capacidade de pensar não só como país, mas também como família humana” (FT nº 141).

Segundo Francisco, é preciso “pensar e gerar um mundo aberto” (é o título do capítulo 3º da encíclica), onde vigorem “direitos sem fronteiras” (é o subtítulo de uma seção), pois “ninguém pode ser excluído” e “os confins e as fronteiras dos Estados não podem impedir que isto se cumpra” (FT nº 121). Mas, “para se tornar possível o desenvolvimento de uma comunidade mundial capaz de realizar a fraternidade a partir de povos e nações que vivam a amizade social” (FT nº 154), é necessário “fazer crescer não só uma espiritualidade da fraternidade, mas também e ao mesmo tempo uma organização mundial mais eficiente” (FT nº 165).

Neste contexto, torna-se indispensável – continua o Papa – “a maturação de instituições internacionais mais fortes e eficazmente organizadas, com autoridades designadas de maneira imparcial por meio de acordos entre governos nacionais e dotadas de poder de sancionar”. Uma “autoridade mundial” que não reside numa pessoa, mas em instituições “dotadas de autoridade para assegurar o bem comum mundial” (FT nº 172) [79].

Essa autoridade mundial desejada pelo Papa Francisco não parece estar longe do sonho iluminista de uma República Universal incubada nas lojas maçônicas já antes da Revolução Francesa. Não surpreende, portanto, que a Grande Loja da Espanha tenha publicado a seguinte declaração: “A última encíclica do Papa Francisco demonstra quão distante está a actual Igreja Católica de suas antigas posições. Em ‘Fratelli tutti’, o Papa abraça a Fraternidade Universal, o grande princípio da Maçonaria moderna”[80].

Nessa grande fraternidade universal, porém, a China pretende assumir o papel de Grande Irmão. Apesar de ela ter sido o foco do início da praga e, de maneira irresponsável, não ter avisado os demais países do que estava acontecendo, passou a ser considerada como um modelo a ser imitado, pela suposta eficácia de suas drásticas medidas de contenção[81]. Mais adiante, pelo envio massivo de máscaras e aparelhos de respiração a grande número de países, os líderes comunistas chineses granjearam a simpatia das populações crédulas de seu suposto desprendimento, enquanto as demais nações disputavam entre si esses materiais e levantavam barreiras proteccionistas[82].

Um dos factores que mais contribuiu para essa mudança de atitude foi a recusa da comunicação social e dos líderes políticos em chamar o Sars-Cov-2 de “vírus chinês”, enquanto – sem nenhum escrúpulo de incitação ao racismo – enchiam suas colunas e discursos com referências às variantes inglesa, brasileira, indiana ou sul-africana.

Uma sondagem da companhia SWG, feita na Itália logo após o país ter sido afectado pelo coronavírus e socorrido pelos chineses, mostrou que nessa conjuntura o ex-Império Celestial ficou em primeiro lugar no pódio dos países “amigos”, com o voto de 52% dos sondados, seguido da Rússia com 32%, enquanto os EUA ficaram em terceiro lugar com o voto de apenas 17% dos entrevistados. Em sentido contrário, nesse início de pandemia, os vizinhos europeus foram considerados “hostis” (Alemanha 45%, França 38% e Reino Unido 17%)[83].

Pesquisa realizada em Janeiro passado – quase um ano depois – por Datapraxis e YouGov junto a 15 mil entrevistados em 11 países europeus, mostrou que 59% deles consideram que dentro de dez anos a China será uma potência mais forte que os Estados Unidos. As taxas mais altas corresponderam aos países do Sul: espanhóis (79%), italianos e portugueses (72%) e franceses (62%). Resultado dessa percepção geopolítica: 60% dos consultados acham que em caso de uma desavença entre os Estados Unidos e a China seu país deve ficar neutro; os demais se dividiram entre os que acham que deve acompanhar os Estados Unidos (22%), os que acham que deve seguir a China (6%) e os que não sabem responder (12%); os mais favoráveis à neutralidade são os húngaros (68%), os portugueses (67%) e os alemães (66%)[84].

A persistência do engano de amplos sectores da população ocidental em relação à China comunista não deve surpreender. Ele resulta não apenas da propaganda chinesa, mas também da atitude complacente dos governos e dos empresariados do Ocidente, para os quais o mercado chinês é sua tábua de salvação para sair da recessão, além de acreditarem ingenuamente numa democratização futura daquele país. Isso não impede, porém, que sectores cada vez maiores da opinião pública vejam com desconfiança crescente as verdadeiras intenções dos herdeiros de Mao, manifesta na perseguição aos opositores internos e no neocolonialismo da política exterior.

A actual disputa mundial pelas vacinas está servindo de ocasião para o reforço desse soft power chinês, especialmente nos países menos desenvolvidos, através de doações e parcerias comerciais[85]. Em artigo para o Financial Times intitulado “O Ocidente deve prestar atenção na diplomacia de vacinas da Rússia e da China”, Moritz Rudolf, do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança, declarou: “A saúde era um dos muitos subtópicos da iniciativa Belt & Road [a assim chamada “nova rota da seda”, a maior iniciativa geopolítica da China neste século]. Com a pandemia, ela se tornou o foco principal”[86].

A América Latina é particularmente visada pela diplomacia chinesa e, segundo o jornal People’s Daily, órgão oficial do Partido Comunista Chinês, “sob o pano de fundo especial da epidemia, o presidente Xi Jinping manteve estreito contato e comunicação com líderes de muitos países latino-americanos, incluindo Brasil, Argentina, Cuba, México, Chile e Venezuela, entre outros, o que consolidou as bases para o desenvolvimento das relações entre a China e a América Latina sob a nova situação e iluminou o caminho para as relações futuras”[87].

A referência de Xi Jinping aos líderes do Brasil não visa obviamente o Presidente Jair Bolsonaro – que tem manifestado severas restrições à agenda ideológica do Partido Comunista Chinês –, mas alguns governadores, como o do Estado de São Paulo, que entraram directamente em contacto com as autoridades chinesas.

Se no começo da epidemia as autoridades chinesas foram vistas pela população da região como responsáveis pelas dificuldades por que estavam passando, depois da ampla distribuição de vacinas chinesas a imagem pública da China melhorou aos olhos de parte dos latino-americanos [88]. Essa mudança de atitude tem feito com que alguns governos invertam sua posição em face dos voluminosos investimentos chineses na região e, acima de tudo, levantem as barreiras para a participação da controvertida firma Huawei nos leilões de rede 5G dos respectivos países, apesar dos riscos para a segurança dos dados trafegados pela rede e de espionagem[89].

No confronto com os Estados Unidos, a China se apresenta nos foros internacionais como uma vítima da hegemonia norte-americana e grande defensora de um mundo “multipolar” baseado na primazia de organizações internacionais, como a Organização Mundial da Saúde e as Nações Unidas, vistas como eixo da almejada Nova Ordem Mundial [90].

Em discurso proferido no dia 20 de Abril último no Boao Forum for Asia Annual Conference 2021 – uma espécie de “Davos chinês” –, o presidente Xi Jinping declarou que é preciso “derrotar a pandemia por meio da solidariedade, fortalecer a governança global e continuar buscando uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade”, para o que é necessário “salvaguardar o sistema internacional centrado na ONU”. Precisamos – acrescentou – desenvolver “plenamente o papel-chave da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, tomando medidas abrangentes “para melhorar a governança global na segurança da saúde pública” e assim criar “uma comunidade global de saúde para todos”.

Após recordar aos participantes que “o ano de 2021 marca o centenário do Partido Comunista da China”, Xi Jinping afirmou que seu país “continuará realizando a cooperação anti-Covid com a OMS e outros países, honrará seu compromisso de tornar as vacinas um bem público global e fará mais para ajudar os países em desenvolvimento a derrotar o vírus”[91].

Importa ressaltar o emprego contínuo, pela propaganda chinesa e por outros, de “palavras-talismãs” (“multipolar”, “solidariedade”, “governança global”, “futuro compartilhado” etc.), as quais tomam um sentido diverso e são usadas para favorecer uma baldeação ideológica do público para a aceitação submissa de uma autoridade supranacional desrespeitosa da soberania de cada país. Essa agenda ganhou um novo aliado na pessoa do Presidente Joe Biden, que se manifestou favorável à quebra das patentes das vacinas[92] e prometeu fortalecer a OMS[93].

Essa visão “multipolar” coincide em muitos pontos com a vontade do Papa Francisco de contribuir para a construção de sua sonhada “globalização poliédrica”[94], a qual veria o fim da “ordem atlântica” – vigente desde o fim da Segunda Guerra Mundial e onde ainda vigorava certa primazia dos restos da civilização ocidental e cristã. Essa convicção do pontífice argentino de que o século XXI será o século da Ásia pela transferência para o Extremo Oriente do polo de avanço da humanidade, é um dos motivos que explica a reciclagem da Ostpolitik e a aproximação do Vaticano com a China, que culminou na assinatura de um acordo sobre a nomeação de bispos.

Essa atracção pelo extremo-oriental transparece até em suas nomeações cardinalícias, com a outorga, nos sete consistórios de seu pontificado, de treze capelos a prelados da região asiática. Tal atracção é igualmente notória na encíclica Fratelli Tutti – como analisa com perspicácia Piero Schiavazzi em artigo para o Huffington Post, ao se referir a “uma verdadeira traslatio imperii” que o Pontífice “não apenas secundou, mas antecipou, pigmentando de púrpura e colocando o barrete, ou, se quisermos, o ‘capelo’, nos futuros equilíbrios planetários”. Segundo o analista, “o ‘pivô para a Ásia’ de Francisco […] consiste na conversão para o Leste do eixo preferencial da política externa. […] Um ‘livrinho vermelho’, que se apresenta como vacina e antídoto para o vírus mutante do individualismo e do mercantilismo exasperado, nos novos cenários do mundo de tração – e atracção – do Oriente”[95].

A consequência prática do acordo China-Vaticano é que a hierarquia católica oficial, submissa ao governo, não somente ficou sob as garras das autoridades da China, como também passou a contribuir na glorificação do Partido Comunista Chinês, em preparativos para celebrar seu primeiro centenário no próximo mês de Julho. Dom Ma Yinglin – presidente da Conferência episcopal (da chamada Igreja Patriótica) e um dos bispos cuja excomunhão foi suspensa pelo Papa Francisco em decorrência do acordo –, sublinhou num simpósio em Pequim que “sem o Partido Comunista não haveria Nova China, nem um socialismo com características chinesas e nenhuma vida feliz para nós hoje”. Por isso, “a comunidade católica na China deve responder activamente à iniciativa de amar o Partido, amar a pátria, amar o socialismo, apoiar firmemente a liderança do Partido Comunista da China, apoiar o sistema socialista com características chinesas, seguir firmemente o caminho do patriotismo e do amor, e adaptar-se activamente à sociedade socialista”[96].

Obviamente esse discurso pró-comunista e a submissão às imposições ditatoriais do regime são rejeitados pelos Bispos, padres e fiéis da heroica Igreja clandestina, que não aceitam a posição cismática do clero registrado na Igreja Patriótica, reconhecida pelas autoridades.

Em resumo, o Grande Reinício pós-pandemia tem boas chances de acabar, afinal de contas, no declínio do Ocidente, em particular dos Estados Unidos, e na extensão ao mundo inteiro desse modelo chinês: uma ditadura centralizadora digital inspirada em Mao Tsé-Tung e com as bênçãos do Papa Francisco…

9. “Digitus Dei est hic” (Ex 8, 15)

[97]

Esta exaustiva actualização da tese do IPCO, de que por ocasião da epidemia de Covid-19 presenciamos “a maior manobra de engenharia social e de baldeação ideológica da História”, poderia levar algum leitor a imaginar que consideramos a actual conjuntura exclusivamente como a execução de um plano meramente humano. Contudo, tal percepção seria enganosa.

É claro que todos os dados fornecidos acima demonstram à saciedade que por trás da ditadura sanitária e da marcha rumo a uma República Universal há um discreto grupo de pressão que dispõe de muitíssima influência junto às mais altas autoridades internacionais e nacionais e – quão triste é dizê-lo! – também junto às autoridades religiosas.

Pouco importa saber se o Sars-Cov-19 foi deliberadamente preparado como arma de guerra biológica em um laboratório altamente especializado de Wuhan, se escapou involuntariamente ou se foi o resultado de uma mutação natural em algum animal que depois o passou para os seres humanos[98]. O que realmente importa para o futuro da humanidade é que sua aparição abriu a janela de oportunidade espreitada por aqueles que sonhavam com um Grande Reinício. A parcela do homem na dramática situação em que vive o mundo é, portanto, inegável, ainda que ele não tenha sido o responsável pelo evento que serviu de ocasião para criá-la.

Um olhar católico deve, porém, elevar-se por cima das realidades naturais e humanas até as realidades superiores e perguntar em que medida e de que forma essa mudança de situação interfere na grande batalha que se desenrola ao longo da História no mundo sobrenatural. Ou seja, a batalha entre Deus e Satanás, entre a Cidade de Deus e a Cidade do Homem, para empregarmos a comparação de Santo Agostinho.

Essa visão da realidade – que não prescinde da Fé para analisar os dados concretos da vida humana – não poderia deixar de analisar o facto, dificilmente explicável por circunstâncias puramente naturais, de que, ao ordenar os países pela taxa de falecimentos por milhão de habitantes, aparece algo surpreendente: dos 81 países cuja taxa está acima da média mundial, 65 deles (80%) são de tradição cristã, sendo que os primeiros 48 são todos países cristãos, das três Américas, do Caribe e da Europa[99].

Paralelamente, a suspensão, por vários meses, das missas públicas em quase todos os países ocidentais – com a triste cumplicidade de muitas autoridades eclesiásticas, mais preocupadas em alimentar e cuidar do corpo do que em alimentar e cuidar da alma –, deixou órfãos inúmeros fiéis, muitos dos quais morreram sem acesso aos sacramentos. A situação é tanto mais grave quando se verifica que o aumento das restrições ocorreu exactamente na época das festas litúrgicas mais importantes, como a Páscoa e o Natal.

Como ensina o Catecismo da Igreja Católica, “o Mal não é uma abstração, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus. O ‘Diabo’ (‘dia-bolos’) é aquele que ‘se atravessa’ no desígnio de Deus e na sua ‘obra de salvação’ realizada em Cristo” (n°2851). No Padre-Nosso, “ao pedirmos para sermos libertados do Maligno, pedimos igualmente para sermos livres de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador” (n°2854). Esses males são principalmente espirituais, mas também podem ser físicos, incluindo doenças, como se observa na vida de Jesus, em alguns relatos das Escrituras (particularmente no Livro de Jó) e nos relatos dos exorcistas. Sendo anjos caídos, os demônios têm de facto poder sobre a matéria. Nada impede, portanto, que eles tenham participado, por permissão divina, no surto ou na difusão do Sars-Cov-19.

Do ponto de vista do mal espiritual promovido pelos demônios, o documento do IPCO sustentava que, sem uma infestação preternatural colectiva, dificilmente se explicariam a extrema passividade da opinião pública diante das graves limitações à sua liberdade e das violações da ordem democrática, bem como sua disponibilidade de se deixar baldear ideologicamente. Pior ainda, a grande maioria da população mostrava-se simpática em relação aos seus captores, como se fosse vítima da “síndrome de Estocolmo”[100].

Apesar dos protestos que mobilizaram milhares de pessoas em muitos países, as enquetes de opinião de reputadas companhias de sondagem continuam a mostrar uma grande aceitação da maioria da população às decisões dos governos e até mesmo aos planos de impor controles ainda mais estritos e invasivos.

Por exemplo, em relação aos recentes 12 meses desde o primeiro lockdown no Reino Unido, uma sondagem da Ipsos em colaboração com o King’s College de Londres mostrou que “um terço do público (32%) afirma que para eles pessoalmente o ano passado foi semelhante ou melhor do que a média [dos anos anteriores], enquanto a maioria (54%) afirma que vão ter saudades de pelo menos alguns aspectos das restrições da Covid-19 e um em cinco (21%) diz que suas finanças estão melhores do que estariam se a pandemia não tivesse acontecido”. O paradoxo é que uma boa parte reconhece que “a pandemia vai piorar sua saúde mental” (43%) e que “foi pior do que o esperado para o país como um todo” (57%)[101].

Outra sondagem da Ipsos – desta vez para o Fórum Económico Mundial – descobriu que, em média, “cerca de três em cada quatro adultos em 28 países concordam que os passaportes da vacina COVID-19 devem ser exigidos dos viajantes para entrar em seu país, e que eles seriam eficazes para fazer viagens e grandes eventos seguros”. E “cerca de dois em cada três dizem que [eles] deveriam ser exigidos para ter acesso a grandes locais públicos, e um número igual deles esperam que sejam amplamente utilizados em seu país”. A aprovação cai para a metade dos 21 mil entrevistados apenas em se tratando do acesso a lojas, restaurantes e escritórios[102].

Seja qual for a preponderância do factor medo das populações, o qual as leva a aceitar limitações que normalmente não aceitariam, não é possível desdenhar a presença de um factor preternatural nessa surpreendente passividade da maioria.

Qualquer que seja o balanço entre os elementos humanos e preternaturais na criação da actual conjuntura e na atitude enigmática de grande parte das autoridades e boa parte da população, um católico não pode negar que tudo isso tenha sido permitido por Deus, que habitualmente governa a História por meio das causas segundas, ou seja, pela acção de suas criaturas, as quais podem ser os vírus, os demônios, os homens, ou os três simultaneamente.

Assim sendo, se a origem da epidemia tiver sido puramente natural, tratar-se-ia manifestamente de um grande castigo para a humanidade iniciado pelo próprio Deus, que poderia intensificá-lo por meio de novas variantes do vírus e pelo caos sanitário, económico e social que novas ondas da pandemia trariam em seu bojo.

Se, de outro lado, a epidemia – pouco importa se natural ou artificial – tiver sido meticulosamente aproveitada para produzir o “novo normal” ditatorial para o qual o mundo parece encaminhar-se, isso também poderia ser um meio utilizado por Deus para infligir um grande castigo à humanidade, por ter consentido em tornar-se escrava por medo de morrer.

Nessa perspectiva, castigo divino e acção preternatural e humana não se excluem.

Em Fátima, Nossa Senhora explicou aos pastorzinhos que a Grande Guerra, ainda em curso em 1917, era um castigo pelos pecados dos homens. Mas esse castigo da sociedade brilhante e corrupta da Belle Époque veio pela mão de homens que tinham planos definidos, cuja execução acarretou o massacre da flor da juventude, a queda das monarquias nos Impérios centrais, a perda de influência política e cultural da Europa e a ascensão do modelo liberal-igualitário publicitado por Hollywood, e – acima de tudo – a ascensão do comunismo na Rússia e a criação da Sociedade das Nações, predecessora da ONU.

Portanto, os castigos de Deus podem vir pela mão das tramas iníquas dos homens.

Uma reflexão similar pode ser feita no que concerne um aspecto particularmente doloroso da conjuntura actual: o escancarar-se da crise interna na Santa Igreja, na qual também se podem ver a mão do homem, as garras do demônio e o “dedo de Deus” (Ex 8,15) castigando as infidelidades.

A docilidade da imensa maioria dos pastores diante das imposições arbitrárias e ilegais das autoridades; sua conformidade em suspender os actos de culto divino e as grandes festas e em impedir ou limitar o acesso dos fiéis às igrejas; sua pressa em favorecer cerimónias penitenciais gerais, sem confissão individual dos pecados, e em proibir a forma reverente de receber a Sagrada Comunhão, de joelhos e na língua; sua malevolência em relação a sacerdotes zelosos que contornavam regras absurdas para administrar os sacramentos; seu prurido em defender tais medidas e as autoridades civis que as impuseram; e, finalmente, seu esforço para convencer os fiéis a se vacinarem, apesar de não haver motivos proporcionalmente graves para fazê-lo, tudo isso tornou público e notório que esses prelados substituíram a fé no sobrenatural por uma adesão incondicional ao “medicamente correcto” e o zelo pastoral pela submissão ao mundo e aos seus caprichos do momento.

Mas como não ver que com essa atitude os prelados deixavam entrar às golfadas, pelas fissuras das portas e das janelas das igrejas fechadas, a “fumaça de Satanás” modernista que há tantas décadas polui o interior dos ambientes católicos.

Nesse patentear-se aos olhos de todos – até dos fiéis mais simples – do processo de autodemolição da Igreja Católica, é possível discernir com olhos sobrenaturais o dedo de Deus. A atitude de grande parte da Hierarquia permitiu que por desígnio divino se desvelasse aos olhos dos pequeninos a decadência de grande parte do clero, sobre a qual Nossa Senhora chorou na aparição de La Salette.

Mais uma vez se pode dizer que os castigos de Deus vêm por vezes através das tramas iníquas dos homens.

10. Pela acção do Espírito Santo, uma parcela ponderável da Opinião Pública se articula e começa a quebrar o cerco do silêncio

O manifesto do IPCO analisou prioritariamente a aceitação majoritária da manobra de engenharia social e de baldeação ideológica da qual a população mundial estava sendo vítima. Efetivamente, em Abril do ano passado, bem no começo do longo lockdown, ainda não havia reacções. Mas esta actualização não seria completa se não mencionasse as que surgiram depois em inúmeros países.

Elas provieram de circunstâncias inteiramente explicáveis, como a recuperação do bom senso após a diminuição do medo, o cansaço com as medidas restritivas, o descalabro económico para muitas pessoas e para sectores inteiros da economia, a desconfiança diante das tergiversações dos Governos e da unilateralidade dos média etc.

No Reino Unido, na França, na Alemanha, na Áustria, na Finlândia, na Sérvia, na Romênia[103]… Em pelo menos 42 países, no dia 20 de Março último, milhares de pessoas saíram às ruas contra as medidas anti-Covid, particularmente contra os lockdowns[104].

No Brasil, no último 1º. de Maio –  data utilizada tradicionalmente pelos sindicatos de esquerda para marcar o “dia do “trabalho” –, o País foi surpreendido por grandes manifestações que, vencendo o medo do contágio, reuniram centenas de milhares de pessoas contra as medidas restritivas. De forma pacífica e ordeira, repetiam as frases que marcaram as grandes manifestações pelo impeachment da ex-presidente esquerdista Dilma Roussef, ocorridas em 2016: “Nossa bandeira jamais será vermelha!”; “Não queremos o comunismo!” [105].

Ao mesmo tempo, sente-se o sopro do Espírito Santo. Jovens privados de missas e impedidos de rezar nas igrejas se aproximam da Igreja tradicional e buscam a Missa em latim[106]. A vontade de conhecer e defender esse passado marcado pela Civilização Cristã exerce neles uma atracção que se manifesta em suas participações nos debates das redes sociais e na formação de grupos de discussão sobre temas religiosos.

A evocação do passado cristão do Ocidente – época histórica odiada pela esquerda, menosprezada pelo clero dito “progressista”, atacada sistematicamente pela imprensa e pelo mundo académico – renasce inesperadamente, não como mero saudosismo romântico e ineficaz, mas como inspiração para a luta em vista de sua restauração. À diferença das gerações anteriores – que no dizer de Plinio Corrêa de Oliveira “eram amigas de Deus, mas não inimigas dos inimigos de Deus”[107] –, os jovens católicos de hoje querem militar numa cruzada pelos princípios cristãos, por se declararem abertamente inimigos dos inimigos de Deus.

E isso se passa em todo o mundo. Na França, em pleno lockdown, centenas de jovens rezaram publicamente diante das igrejas fechadas em diversas cidades exigindo o retorno das missas[108], obtendo a revogação de uma medida discriminatória[109]. Nos Estados Unidos, enquanto a participação nas missas em inglês diminui, as missas em latim crescem de público[110]. Tal facto é muito mais revelador da extenuação da actual era histórica de pós-modernidade e do retorno de Deus na História, do que eventuais análises político-partidárias.

11. Conversão, fidelidade e resistência: marco derradeiro para um grande ressurgimento

Analisada a realidade actual a partir dessa perspectiva sobrenatural, torna-se evidente que a atitude dos católicos diante dela deve formar um tríptico: a) conversão e penitência, conforme os pedidos feitos por Nossa Senhora em Fátima; b) fidelidade absoluta aos ensinamentos tradicionais do Magistério e às práticas litúrgicas e pastorais imemoriais da Santa Igreja; e c) resistência inabalável ao plano humano-satânico de construção de uma nova ordem mundial anticristã.

A fim de incentivar os leitores a essa tríplice atitude, transcrevemos alguns trechos de um artigo publicado por Plinio Corrêa de Oliveira em Fevereiro de 1958, por ocasião do centenário da primeira aparição de Nossa Senhora em Lourdes, o qual parece ter sido profeticamente escrito para os nossos conturbados dias. Eis o que, sob o título “Primeiro marco para um ressurgimento contra-revolucionário”, escreveu o grande pensador cujo nome o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira se honra de ostentar.

“Mas, poder-se-ia perguntar, o que resultou daí [do dogma da Imaculada Conceição, ratificado pela aparição] para a luta da Igreja com seus adversários externos? Não se diria que o inimigo está mais forte do que nunca, e que nos aproximamos daquela era, sonhada pelos iluministas há tantos séculos, de naturalismo científico cru e integral, dominado pela técnica materialista; da república universal ferozmente igualitária, de inspiração mais ou menos filantrópica e humanitária, de cujo ambiente sejam varridos todos os resquícios de uma religião sobrenatural? Não está aí o comunismo, não está aí o perigoso deslizar da própria sociedade ocidental, pretensamente anticomunista, mas que no fundo também caminha para a realização deste ‘ideal’?

“Sim. E a proximidade deste perigo é até maior do que geralmente se pensa. Mas ninguém atenta para um facto de importância primordial. É que enquanto o mundo vai sendo modelado para a realização deste sinistro desígnio, um profundo, um imenso, um indescritível mal-estar se vai apoderando dele. É um mal-estar muitas vezes inconsciente, que se apresenta vago e indefinido até mesmo quando é consciente, mas que ninguém ousaria contestar. Dir-se-ia que a humanidade inteira sofre violência, que está sendo posta em uma forma que não convém à sua natureza, e que todas as suas fibras sadias se contorcem e resistem. Há um anseio imenso por outra coisa, que ainda não se sabe qual é. Mas, enfim, facto talvez novo desde que começou, no século XV, o declínio da civilização cristã, o mundo inteiro geme nas trevas e na dor, precisamente como o filho pródigo quando chegou ao último da vergonha e da miséria, longe do lar paterno. No próprio momento em que a iniquidade parece triunfar, há algo de frustrado em sua aparente vitória.

“A experiência nos mostra que é de descontentamentos assim que nascem as grandes surpresas da História. À medida que a contorção se acentuar, acentuar-se-á o mal-estar. Quem poderá dizer que magníficos sobressaltos daí podem provir?

“No extremo do pecado e da dor, está muitas vezes, para o pecador, a hora da misericórdia divina…

“Ora, este sadio e promissor mal-estar é, a meu ver, um fruto da ressurreição da fibra católica com os grandes acontecimentos que acima enumerei, ressurreição esta que repercutiu favoravelmente sobre o que havia de restos de vida e de sanidade em todas as áreas de cultura do mundo. […]

“O futuro, só Deus o conhece. A nós, homens, é lícito entretanto conjecturá-lo segundo as regras da verossimilhança.

 “Estamos vivendo uma terrível hora de castigos. Mas esta hora também pode ser uma admirável hora de misericórdia. A condição para isto é que olhemos para Maria, a Estrela do Mar, que nos guia em meio às tempestades. […]

“Em Fátima, Nossa Senhora delineou perfeitamente, em suas aparições, a alternativa. Ou nos convertemos, ou um tremendo castigo virá. Mas, no fim, o Reinado do Imaculado Coração se estabelecerá no mundo.

“Em outros termos, de qualquer maneira, com mais ou com menos sofrimentos para os homens, o Coração de Maria triunfará.

“O que quer dizer, afinal, que de acordo com a Mensagem de Fátima, os dias do domínio da impiedade estão contados. A definição do dogma da Imaculada Conceição marcou o início de uma sucessão de fatos que conduzirá ao Reinado de Maria”[111].

13 de Maio de 2021
Festa da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo
Aniversário da 1º. aparição de Nossa Senhora em Fátima

[43] https://covid19criticalcare.com/wp-content/uploads/2020/11/FLCCC-Ivermectin-in-the-prophylaxis-and-treatment-of-COVID-19.pdf

[44] https://www.mediterranee-infection.com/wp-content/uploads/2020/09/Rapport-Prof-Didier-Raoult.pdf

[45] https://www.entreprendre.fr/le-professeur-didier-raoult-porte-plainte-contre-ses-diffamateurs-et-obtient-gain-de-cause/

[46] https://www.ouest-france.fr/economie/transports/avion/covid-19-le-pass-sanitaire-teste-sur-les-vols-vers-la-corse-avant-sa-generalisation-cet-ete-da7c819c-a755-11eb-bac8-769827b2d6b4

[47] https://elpais.com/internacional/2021-04-25/la-union-europea-recomendara-permitir-la-entrada-de-los-estadounidenses-vacunados.html

[48] https://www.lejdd.fr/International/covid-19-le-pass-sanitaire-se-deploie-dans-le-monde-mais-suscite-la-controverse-4041605

[49] https://www.repubblica.it/vaticano/2021/01/09/news/la_violenza_non_e_mai_accettabile-281820545/

[50] https://www.agensir.it/quotidiano/2017/7/31/vaccini-pont-acc-vita-cei-amci-obbligo-morale-di-garantire-la-copertura-necessaria-per-la-sicurezza-altrui/

[51] https://press.vatican.va/content/salastampa/en/bollettino/pubblico/2020/12/29/201229c.html

[52] https://lanuovabq.it/storage/docs/it-resource-kit-covid-19-1.pdf

[53] https://edwardpentin.co.uk/what-concrete-steps-is-the-vatican-taking-to-help-campaigns-against-abortion-tainted-vaccines/ & https://www.crisismagazine.com/2021/abortion-tainted-vaccines-from-objection-to-obligation?mc_cid=366946c635&mc_eid=4ea668634b

[54] https://www.reuters.com/article/us-health-coronavirus-germany-security/german-spies-monitor-anti-lockdown-activists-for-suspected-sedition-idUSKBN2CF1D0

[55] https://blogs.lse.ac.uk/impactofsocialsciences/2020/11/12/the-government-is-following-the-science-why-is-the-translation-of-evidence-into-policy-generating-so-much-controversy/

[56] https://www.bmj.com/content/370/bmj.m3702

[57] https://www.consilium.europa.eu/en/policies/coronavirus/fighting-disinformation/

[58] https://www.express.co.uk/news/uk/1415896/climate-fear-handling-pandemic-experts-jobs-lost-families-threats

[59] https://www.livemint.com/news/india/social-media-news-platforms-step-up-efforts-to-fight-fake-news-on-covid-19-11587113249653.html

[60] https://www.youtube.com/howyoutubeworks/our-commitments/fighting-misinformation/

[61] https://www.tampabay.com/news/florida-politics/2021/04/09/youtube-removes-video-of-desantis-coronavirus-roundtable/

[62] https://www.elmundo.es/opinion/2020/05/02/5eac277521efa0e4418b45ef.html

[63] https://www.france24.com/en/20200825-add-photo-feature-on-turkey-s-virus-app-sparks-alarm

[64] https://www.clarin.com/opinion/jacques-attali-crisis-avecina-profunda-terminos-recesion-desempleo-miseria-_0_2F3acamEi.html

[65] https://blogs.worldbank.org/opendata/updated-estimates-impact-covid-19-global-poverty-looking-back-2020-and-outlook-2021

[66] http://www.think-thimble.fr/Documents/Greta_Thunberg_Davos.pdf

[67] https://www.weforum.org/agenda/2020/06/now-is-the-time-for-a-great-reset/

[68] https://www.clarin.com/opinion/jacques-attali-crisis-avecina-profunda-terminos-recesion-desempleo-miseria-_0_2F3acamEi.html

[69] https://www.weforum.org/agenda/2016/11/how-life-could-change-2030/

[70] https://www.pressreader.com/uk/sunday-express-1070/20200913/281608127848991

[71] https://www.marketwatch.com/story/we-need-to-act-boldly-now-if-we-are-to-avoid-economy-wide-lockdowns-to-halt-climate-change-11600879250

[72] https://institutdelors.eu/wp-content/uploads/2020/10/PP255_European-debt-mutualisation_Eisl_EN.pdf

[73] https://lanuovabq.it/it/recovery-fund-un-socialismo-di-guerra-che-blocca-la-societa

[74] https://ec.europa.eu/info/live-work-travel-eu/coronavirus-response/timeline-eu-action_en

[75] https://www.who.int/news/item/29-06-2020-covidtimeline

[76] https://www.reuters.com/world/europe/germany-calls-global-reset-fight-pandemics-2021-05-05/

[77] Op. cit.

[78] https://www.nytimes.com/2020/10/04/world/europe/pope-francis-coronavirus-response.html

[79] http://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20201003_enciclica-fratelli-tutti.html

[80] https://ipco.org.br/fratelli-tutti/

[81] https://www.theguardian.com/world/2020/mar/25/china-shows-way-to-ease-lockdowns-before-vaccine-ready-suggests-report-imperial-college

[82] https://www.economist.com/china/2020/04/16/chinas-post-covid-propaganda-push

[83] https://formiche.net/2020/05/infodemia-chi-vince-numeri-swg-dibattito-centro-studi-americani/

[84] https://ecfr.eu/publication/the-crisis-of-american-power-how-europeans-see-bidens-america/

[85] https://qz.com/africa/1984683/african-countries-targeted-by-chinas-vaccine-diplomacy/

[86] https://www.ft.com/content/c20b92f0-d670-47ea-a217-add1d6ef2fbd

[87] https://asiapowerwatch.com/the-impact-of-the-pandemic-on-latin-americas-relations-with-china/

[88] https://globalvoices.org/2021/04/27/merkel-macron-or-biden-no-latin-america-is-relying-on-china-for-vaccines/

[89] https://www.nytimes.com/es/2021/03/15/espanol/vacuna-china-huawei.html

[90] https://economictimes.indiatimes.com/news/international/world-news/an-alliance-of-autocracies-china-wants-to-lead-a-new-world-order-/articleshow/81747340.cms

[91] http://www.ihu.unisinos.br/608821-a-china-por-uma-comunidade-global-o-mundo-precisa-de-justica-nao-de-hegemonia

[92] https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2021/05/quebra-patente-vacinas-apoio-biden/

[93] https://news.un.org/pt/story/2021/01/1739282

[94] https://www.corriere.it/cronache/17_febbraio_18/manifesto-bergoglio-saldatura-l-incontro-bauman-0e357d0c-f550-11e6-acae-b28574795707.shtml

[95] https://www.huffingtonpost.it/entry/concistoro-in-salsa-orientale-il-cappello-cardinalizio-sul-mega-patto-rcep_it_5fc27e3dc5b68ca87f84aa48

[96] https://www.aldomariavalli.it/2021/04/28/conoscere-e-ringraziare-il-partito-ecco-la-liberta-religiosa-secondo-pechino/

[97] “Isso é o dedo de Deus”. Frase que disseram os magos do Faraó do Egito diante dos castigos enviados por Moisés e Aarão.

[98] https://thehill.com/policy/healthcare/551099-dozens-of-scientists-call-for-deeper-investigation-into-origins-of-covid-19

[99] https://www.worldometers.info/coronavirus/

[100] Síndrome de Estocolmo é o nome normalmente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade pelo seu agressor.

[101] https://www.ipsos.com/ipsos-mori/en-uk/year-life-under-lockdown-how-it-went-and-what-people-will-miss

[102] https://www.ipsos.com/ipsos-mori/en-uk/global-public-backs-covid-19-vaccine-passports-international-travel Note-se que, nessa questão dos passaportes da vacina Covid, o que é questionável não é a vacina em si mesma, posto que a grande maioria das vacinas tem sido até agora um bem para a saúde da humanidade e, enquanto tal, incentivadas pela Igreja. O que é objetável é que se imponha a vacina a pessoas que não precisam dela (por serem jovens e não terem vulnerabilidades) ou que não querem correr riscos desnecessários e, mais ainda, que o tal “passaporte”, cujo formato anunciado é digital, pretenda ser usado como instrumento de um verdadeiro regime de apartheid, no qual os que não se vacinarem serão cidadãos de segunda classe ou, pior ainda, que se transforme no primeiro elemento de um controle social mais amplo, como o que vigora atualmente na China.

[103] https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/03/20/europeus-vao-as-ruas-em-manifestacoes-anti-lockdown.ghtml

[104] https://pt.euronews.com/2021/03/20/manifestacoes-anti-confinamento-varrem-todo-o-mundo

[105] https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2021/05/01/protesto-pro-bolsonaro-brasil-1-de-maio-eu-autorizo.htm

[106] https://veja.abril.com.br/religiao/tradicionalismo-atrai-jovens-fieis-missa-em-latim-e-mulheres-de-veu/

[107] Reunião Santo do Dia em 9 de junho de 1995.

[108] https://www.lemonde.fr/sante/article/2020/11/15/rendez-nous-la-messe-des-catholiques-reclament-la-reouverture-des-eglises-des-discussions-a-venir_6059820_1651302.html

[109] https://www.conseil-etat.fr/actualites/actualites/limite-de-30-personnes-dans-les-etablissements-de-culte-decision-en-refere-du-29-novembre

[110] https://www.washingtonexaminer.com/news/traditional-catholic-parishes-grow-even-as-us-catholicism-declines

[111] https://www.pliniocorreadeoliveira.info/1958_086_CAT_Primeiro_marco_do_ressurgimento.htm


Fonte: IPCO

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