Primeiro foram os farmers brancos que produzem os víveres que alimentam o país, depois os lojistas portugueses que fornecem aos consumidores os géneros alimentícios. Logo de seguida, os retalhistas indianos e chineses passaram a ver queimados os seus estabelecimentos. Há dois anos, uma caça implacável, raiando a bestialidade, provocou a morte a dezenas de moçambicanos e zimbabueanos. Agora, uma vaga de terror abate-se sobre nigerianos, congoleses, zambianos e tanzanianos. Fala-se em dezenas de vítimas mortais, mas serão certamente centenas. Espanta-me que no Ocidente ninguém emita a mais leve crítica, o mais tímido protesto e que nas Nações Unidas não haja uma reacção colectiva e um voto de repúdio que obrigue o governo sul-africano a reprimir duramente os pogroms em curso. Todos sabemos que isto não é consequência do apartheid que acabou há trinta anos. Isto é o princípio do fim da tal nação arco-íris. Isto é o tribalismo que ditará a prazo a fuga das minorias empreendedoras, da elite cognitiva, dos técnicos qualificados. Há que deixar de simular esperança e encarar de frente o retorno de centos de milhares dos nossos portugueses expostos à matança.
A Nova Portugalidade vai enviar uma carta à Comissão dos Negócios Estrangeiros da Assembleia da República, sensibilizando os deputados para a urgência de se discutir a necessidade de uma ajuda efectiva aos mais de 500.000 portugueses residentes naquele país e sua eventual evacuação.
Fonte: Nova Portugalidade
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