quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Discurso do Presidente da Direcção Nacional da Causa Real, Pedro Quartin Graça no Jantar dos Conjurados 2023

Altezas Reais,

Minhas senhoras e meus senhores,

Caros amigos,

Cabe-me agradecer a Vas. Altezas Reais a possibilidade de partilharmos com a Família Real esta data de celebração na véspera de um dia e de um momento que amanhã mesmo se comemora, o 1 de Dezembro de 1640, data marcante da história pátria.

Uma data que, recordo, deixou tristemente de ser feriado nacional durante alguns anos e para cuja difícil restauração muitos patriotas aqui presentes tiveram ocasião de contribuir.

Hoje mais do que nunca comemorar o 1º de Dezembro é um dever patriótico!

Agradeço também a todos quantos, monárquicos ou não, aqui se encontram hoje, em elevadíssimo número, aliás, e a todos os que tornaram possível este jantar. Faço-o na figura de SAR a Infanta Dona Maria Francisca cuja Associação foi peça absolutamente essencial para o êxito desta iniciativa.

Permitam-me que saúde também, nesta ocasião a Juventude Monárquica Portuguesa que agora comemora 10 anos de vida e de luta pela monarquia e que vive actualmente os mais elevados números de filiação da sua história. Bem-haja JMP! E obrigado à Maria João Lencastre e ao José Carlos Lobão pelo apoio de sempre.

Foram 40, bem menos, muito menos dos que aqui se encontram presentes, os homens que em 1640 permitiram que hoje aqui estejamos como Portugueses.

São 40 os que nós hoje homenageamos e cujo espírito temos de honrar e continuar a seguir: os Conjurados.

E foram esses 40 patriotas que, pondo em risco posses, posição, família e até a sua própria vida, enfrentaram um contingente muitíssimo superior de castelhanos e que, unidos com o povo de Lisboa, estiveram na génese da reconquista do país e da aclamação de D. João IV como Rei.

Hoje, como no passado, e num momento em que a crise que actualmente atravessamos, mais do que política é, sobretudo, uma crise de identidade, é de novo hora de abandonar a passividade, a miopia e a mediocridade e de tomar uma atitude semelhante aos portugueses de 1640. É com esse mesmo espírito de coragem, determinação, convicção e união à volta de uma causa maior do que cada um de nós deve enfrentar o presente para construir o futuro.

E o futuro existe apenas se formos livres. É essa a nossa causa maior.

É esse combate pela liberdade que hoje nos deve mover. Uma liberdade que está ameaçada quando os  símbolos pátrios são erradicados da simbologia do nosso país. Anos atrás foi o nosso feriado da independência que foi suprimido. Agora são os castelos e as quinas que caiem por terra. Mas todos nós temos uma bandeira que nos une na nossa história pátria: a bandeira azul e branca carrega toda o nosso passado, representa o presente e é a única que assegura a nossa unidade no futuro.

Dentro desta lógica também a Causa Real tem procurado levar para a frente essa mensagem numa mudança de atitude para a qual a Família Real é absolutamente determinante.

Para além de vermos no nosso Rei e na Família Real uma ligação directa e ininterrupta à nossa história milenar, ao desenvolvimento da nossa consciência enquanto portugueses e à nossa independência enquanto Nação, vemos também no Senhor Dom Duarte, hoje como no passado, esse espírito de luta, de defesa da liberdade, de que deu sempre provas.

Quem não se recorda do papel absolutamente determinante que o Duque de Bragança teve na libertação de Timor Leste do jugo indonésio e de todos os esforços que desenvolveu para permitir a continuação da integração de Timor num espaço lusófono de que realmente faz parte?

Hoje, consolidada que está a jovem democracia timorense, é de novo Portugal que se volta para o seu Rei, como único garante da sua continuidade.

Contam os Portugueses portanto com a Família Real nessa luta pela liberdade que alguns nos tentam cercear ou, pura e simplesmente, eliminar.

Permitam-me que dedique breves palavras à Causa Real e na sua posição de apresentação de uma alternativa política de regime para o País.

A Causa Real não sendo nem pretendendo ser um partido político não abdica contudo dos princípios de defesa da Pátria e de restauração da monarquia.

O nosso projecto, o das Reais Associações e da Juventude Monárquica que federamos é claro, firme, inamovível e resoluto: pugnamos pela unidade do movimento monárquico, servimos para apresentar propostas aos Portugueses, lutamos pela defesa dos direitos, liberdades e garantias do nosso Povo e pela possibilidade dos portugueses fazerem escolhas através de nova  legislação eleitoral que permita a real representação dos eleitores.

Defendemos, pois, a dignificação do Homem, da vida e da Nação Portuguesa.

Mas essa só é possível com o Rei. Só com a restauração da Monarquia seremos livres e independentes.

Termino citando e reiterando o apelo que nesta mesma ocasião lancei no ano passado. São palavras de Pessoa: (...) "Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro! Ó Portugal, hoje és nevoeiro... É a hora!"

Peço que se juntem a mim bebendo à saúde de SS.AA.RR. os Duques de Bragança, ao Príncipe e aos Infantes de Portugal que, encarnando a nossa história, representam uma instituição que será sempre um símbolo de esperança para o futuro de Portugal.

Viva Portugal! Viva o Rei!

Lisboa, 30 de Novembro de 2023


Fonte: Causa Real

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