sábado, 21 de agosto de 2010

Este querido mês de Agosto...

Ódio, Igreja e Bispos na I República.

Para que não se pensem, como pensam alguns Católicos, leigos e eclesiásticos, que a I República «libertou» a Igreja. A única que coisa que libertou foi o «Inferno» anti-cerical e odioso que hoje regressa em força, mesmo apesar de alguns bispos o consentirem com o seu beneplácito sobre as Comemorações acintosas do Regime. Sic Transit Gloria Ecclesia.

O gosto pela ignorância.

De como nos dias que correm é preferível explicar às crianças que a cena da luta no topo do Monumento às Guerras Peninsulares representa um jogo de futebol entre o Sporting e o Benfica e não a resistência da Ibéria ao invasor francês. De resto, que interessa saber que a Águia é historicamente um símbolo Imperial, se o resultado é o mesmo quando aplicado a um clube desportivo?

A Maçonaria e a Carbonária

A. Balbino Caldeira faz uma incursão pela análise histórica e documental sobre a participação de grupos secretos no derrube da Monarquia e termina com esta conclusão:

Todavia, os regimes não são, nem têm de ser, a sua génese. A República não é um regime iníquo por ter sido o resultado da insurreição maçónica, nem os novos regimes maus, em si, pela origem ou pelo carácter dos grupos ou indivíduos que promovem as revoluções que os criam ou pelos crimes que no seu processo são cometidos. Na mesma perspectiva, os regimes também não são propriedade dos grupos, ou dos homens, que lideram as revoluções que os constituem: devem ser o produto consolidado da vontade popular. A República e a Democracia, tal como o Estado português, não são propriedade da Maçonaria, nem de nenhuma sociedade secreta ou discreta. Portugal é do povo. Todo.

Concordo. Mas se a República nasceu torta, ainda se não endireitou. Primeiro a República Portuguesa não foi consolidada pela vontade popular. A Primeira foi desastrosa e a Segunda uma negação completa da Liberdade Individual e Colectiva. Referendo nunca houve, nem haverá. E quanto ao facto de a República, a Democracia ou o Estado não serem propriedade de grupelhos secretos, não posso concordar. Basta olhar em redor de nós: Justiça, Comunicação Social, etc são geridos por homens e por grupos. Com interesses. Neste caso e cada vez mais o todo é de partes.

A obra gloriosa, bla bla bla da República.

Nesta estória da República, em ano de bambochatas, todos têm algo a dizer e a opinar. Os escaparates estão cheio de novelas, romances, ensaios, reedições, edições vulgares e de luxo. Nunca se escreveu tanto sobre o republicanismo em Portugal. Mas se a maioria vai e vem, existem duas vestais que guardam o fogo sagrado da República Portuguesa no seu coração. São da velha guarda, de pele ressecida, óculo forte e punho cerrado. Não ouso dizer o nome de tais sacerdotisas, mas não posso deixar de louvar-lhes a dedicação. Uma dessas velhas parcas escreve hoje um artigo sobre a qualidade dos chefes suicidas da revolução de Outubro, a outra escreve qualquer coisa amanhã.

Fonte: Obliviário

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