sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Público – (Semi)abandonamos o nosso património REAL

Não só o património natural (não cuidamos suficientemente dos nossos parques e reservas naturais como temos visto) mas também o património histórico-cultural. Refiro-me, a título de exemplo, ao comboio real português que tem sido vedeta no museu ferroviário de Utreque (Holanda). Numa exposição que decorre até 10 de Setembro, onde se podem apreciar carruagens reais de toda a Europa. O nosso comboio, um dos dois que se encontram ainda completos, é uma das peças mais apreciadas, pelos visitantes e pela rainha Beatriz, que disse ter fi cado “impressionada” com o salão D. Maria Pia, uma das partes que formam a composição, juntamente com a locomotiva D. Luiz e a carruagem do príncipe D. Carlos.Ainda segundo o PÚBLICO de 6/8, a locomotiva D. Luiz (outrora a mais rápida do mundo) foi construída em 1862 para a Exposição Internacional de Londres, onde ganhou uma medalha de ouro. 1862 é também o ano em que D. Luís e D. Maria Pia se casam. No ano seguinte, nasce o fi lho D. Carlos, futuro rei de Portugal. Em 1864, e graças a Fontes Pereira de Melo, Portugal possuía cerca de 720 Km de rede ferroviária, e em 1894 o nosso país alcançava “um honroso décimo lugar entre as nações do mundo no que respeitava à densidade ferroviária por quilómetro quadrado, estando à frente de países como a Espanha, a Roménia, a Noruega (…)”, afirma Oliveira Marques. Os caminhos-de-ferro e as estradas vieram facilitar o comércio, e foram estabelecidos vários tratados comerciais, inclusivamente com a Holanda.

Agora vem a segunda parte da minha exposição: o comboio real português foi recuperado, os portugueses puderam vê-lo até Março no Entroncamento, antes de partir para a Holanda. Ora estas despesas, ainda de acordo com o jornal PÚBLICO, saíram do bolso dos holandeses!?: “As autoridades holandesas não pouparam esforços para recuperar o comboio que estava semiabandonado na secção museológica de Santarém (…) ficaram deslumbrados com o
conjunto da composição e pagaram 55 mil euros pela sua recuperação e uma pequena fortuna pelo seu transporte em 4 camiões TIR.” Sinto vergonha… Éramos ricos, agora somos pobres.

Céu Mota
Santa Maria da Feira

Fonte: Causa Monárquica

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