segunda-feira, 17 de setembro de 2012

"Mesa Real. A Dinastia de Bragança" de Ana Marques Pereira


Sabia que D. Carlos era um rei gourmet? Que a mostarda entrava quase em todas as refeições e que os legumes eram vistos como alimentos que apenas os pobres comiam? Sabia que a primeira ementa surgiu na década de 1880?

Encontra estas e muitas outras curiosidades no livro Mesa Real. Dinastia de Bragança de Ana Marques Pereira. Uma viagem aos hábitos alimentares dos reis da Dinastia de Bragança e da sua corte durante 270 anos, da progressiva introdução dos alimentos, às modas e orientações sociais e religiosas, os objetos usados na mesa, as cozinhas e os tipos de utensílios, técnicas e formas de confeção e o protocolo à mesa que foi evoluindo ao longo dos tempos.


Esta história começa em Vila Viçosa com o casamento do duque de Bragança, futuro D. João IV com D. Luísa de Gusmão, que encheu os salões do palácio para um magnífico e requintado banquete. Com a subida ao trono em 1640 e o início da Dinastia de Bragança, a corte muda-se para Lisboa, ganha novos hábitos alimentares e de aparato. Depois de uma apurada e exaustiva pesquisa, com a consulta de variados arquivos pessoais e em bibliotecas, Ana Marques Pereira apresenta-nos uma obra original, que nos mostra que a história da mesa não se baseia apenas em receituários. Esta viagem amplamente ilustrada com quadros, azulejos, gravuras, ementas régias, imagens de grandes baixelas e objetos de porcelana e vidro, termina com o fim da monarquia e a chegada da Primeira República. O último ato público do rei D. Manuel foi exatamente num banquete em honra do presidente da República brasileiro de visita ao país. Poucos dias depois a revolução estava na rua e a família real partia para o exílio falhando a programada visita de Sua Majestade ao Vidago, no dia 6 de outubro. A recordar essa data ficaria a ementa já impressa de um banquete que não passaria do papel.
 

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