terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

« A consciência nacional sente já hoje que El-Rei D. Carlos morreu no serviço do seu país » João Franco, 1923.

« No meio de uma nação decadente, mas rica de tradições, o mister de recordar o passado é uma espécie de magistratura moral, uma espécie de sacerdócio; e os que podem e sabem devem exercê-lo, porque, não o fazer é um crime ». Alexandre Herculano

" Porque D. Carlos serviu o País, usando o complexo distinto de qualidades com que era dotado sempre ao serviço da Nação, preciso é se inclua o seu nome na galeria dos mais excelsos servidores da Pátria ( ... ) " Casimiro Gomes da Silva, « D. Carlos I »

Depois de ler as cartas d'El-Rei a João Franco, por este publicadas em 1923, foi este o desabafo do republicano João Chagas: " Aliviam a memória de D. Carlos de um grande peso ". Porque da sua leitura ficava a todos muito evidente o patriotismo do Rei, o quanto ele se esforçou por resgatar PortugaL:
« Meu querido João Franco
...Ha muito a fazer, e temos, para bem do Paiz, que seguir por caminho differente d'aquelle trilhado até hoje; para isso conto comtigo e com a tua lealdade e dedicação, como tu podes contar com o meu auxilio e com toda a força que te devo dar. ( ....................... )
Vamos por certo ter uma campanha sobretudo contra nós dois, mas para isso é que cá estamos. ( ... ) Deixemos, pois, fallar quem falla, e continuemos, serenamente, com calma, mas com firmeza, a nossa obra. ( ... ) Desde que tenhamos a razão do nosso lado, devemos ir até aonde o nosso dever o indicar, dando garantias de bem servir o Paiz. Devemos prosseguir o nosso caminho, dôa a quem doer, e sempre me terás a teu lado, por maiores que sejam os sacrificios que eu tenha que fazer. Devo-os ao meu Paiz.
Um abraço do teu amigo verdadeiro
Carlos R. »

Este é que é o verdadeiro « Sentido de Estado », que, hoje, como ontem, se arrasta pelas ruas da amargura.
 
 
Cristina Ribeiro
 

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