quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Da esquerda à direita

Um facto que salta à vista (e nem é preciso estar muito atento) é que Portugal vive tempos difíceis. Mas vejamos bem: Portugal alguma vez deixou de estar em tempos difíceis desde a implantação da República?
 
A primeira república foi o caos que se sabe e dela não saiu absolutamente nada de positivo.
 
A segunda república foi a ditadura que se conhece mas que, apesar dos seus tantos aspectos negativos teve, pelo menos, a virtude de conseguir equilibrar as contas públicas e encher os cofres públicos.
A terceira república é aquela que vivemos actualmente e tem algumas peculiaridades que praticamente a transformam num ‘worst-off’ (oposto de ‘best-off’) das duas anteriores.
 
Antes de prosseguir deve-se ressalvar que ainda está por explicar como é que tendo a 2ª republica deixado os cofres cheios (e as contas em ordem), poucos anos depois do 25 de Abril o País já estava em falência! E como é que faliu novamente menos de 10 anos depois da primeira falência? Intrigante! Muito intrigante! Alguma explicação devia ser dada ao Povo Português a este respeito! Parece haver aqui qualquer (muita) coisa que não joga bem!
 
Desde que a 3ª República se iniciou em 25 de Abril de 1974 tem-se visto uma grande variedade de forças políticas no poder. Já se teve de tudo: governos de esquerda, governos de direita e às vezes até governos com o ‘centro’ à mistura. Tiveram-se também Presidentes da esquerda à direita (será isto aceitável?)!
 
As combinações de esquerda e direita no governo e na Presidência têm sido, portanto, as mais diversas possíveis. O resultado, contudo, tem sido invariavelmente o mesmo: o completo e absoluto desastre. Aliás, as diferenças entre esquerda e direita que se estudaram na escola parecem esbater-se cada vez mais, originando um grande núcleo “ideológico” que se poderia chamar de ‘esqueita’ ou ‘direida’ mas que, melhor ainda, se deveria chamar ‘gamela’ ou ‘a grande gamela’. Mas está-se a divergir!
 
Houve até casos em que ficou no ar a dúvida se determinados Presidentes não estariam a favorecer os seus partidos (estivessem eles no governo ou na oposição). Note-se que tal suspeita seria impossível em Monarquia simplesmente porque o Rei não deve a sua posição/cargo a nenhum partido. A independência face aos partidos da governação e parlamento seria total e absoluta.
 
O Rei existe pela População, para a População e só a ela deve o cargo que ocupa. Consequentemente é unicamente perante a População que o Rei deve responder!
 
O facto é que, com esta alternância entre esquerda e direita que se tem verificado sem que nada pareça ficar efectivamente resolvido, se chega à conclusão que este regime em que se vive actualmente se esgotou (e bem rápido por sinal).
 
Estranhamente a esquerda e a direita digladiam-se para ver de quem é a culpa deste estado desastroso a que o País chegou, talvez para iludir a opinião pública. Esqueça-se, contudo, que o Povo Português não é estúpido e sabe perfeitamente que a culpa os abrange a eles todos, da esquerda à direita (ou da direita à esquerda, como preferirem), sem excepção.
 
Nenhum deles é isento de culpa! Como se diz em linguagem popular “não vale a pena tapar o Sol com a peneira”. Pelo menos tentem manter alguma dignidade (já lhes resta tão pouca) e não se dêem ao ridículo.
 
Desta forma, a não ser que se tenha um perturbante sentido masoquista, simplesmente não vale a pena continuar a insistir no mesmo porque se sabe à partida que não vai funcionar. A república em Portugal simplesmente foi e é um fracasso, um fiasco! Nesse sentido porque não dar uma nova oportunidade à Monarquia? Da maneira como as coisas estão não perderíamos nada e teríamos muito a ganhar já que a Monarquia, ao longo de mais de 750 anos deu muito boas provas!
 
 

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