Não raras vezes, do falso argumentatório anti-Monarquia, bolsam a ideia de que um Rei é fruto do privilégio do nascimento e que, portanto, só um herdeiro presuntivo com a regalia de ADN pode vir a ser Chefe de Estado, enquanto numa república “qualquer um pode ser presidente”. Ora se a primeira é falsa, a segunda é uma percepção errónea, baseada num logro.
Pigarreiam, para colocar a voz, e soltam, naquele ufano de pesporrência, que ‘numa república qualquer um pode ser presidente! Ora repare-se, que dizem: ‘- qualquer um pode ser presidente!’; mas não dizem: ‘numa república TODOS podem ser presidente!’, que seria a verdadeira igualdade - que fingem reclamar - em que todos seriam iguais e, portanto todo e cada um dos cidadãos estaria em condições de ser presidente da república e não apenas uns quantos, ou melhor: ‘qualquer um!’ Onde pára, pois, a proclamada igualdade?! Sem dúvida que vai a pé, enquanto a equidade vai de carruagem!
Assim, a ideia de que qualquer um pode ser Presidente da República, de acordo com o princípio de igualdade entre os homens, É UMA FANTASIA!
Trata-se de uma concepção errada teorizada num modo geral quando a realidade é bem concreta e diversa; é uma alegoria geral e abstracta baseada no mito da igualdade, pois assenta em premissas erradas, uma vez que supõe existir um nivelamento social que possibilite a subida ao poder a todos os elementos e camadas sociais da sociedade, quando a maioria da população, arredada do caciquismo político ou das camadas sócio-económicas superiores, que vêem o caminho do poder mais acessível, se vê diariamente barrada dos seus supostos direitos – até dos mais elementares como a saúde, a alimentação e um tecto, e muitas vezes a vida – quanto mais serem presidentes da república!
Teorizar que à maioria é consentido o direito de atingir os privilégios que só são concedidos a uma minoria – uma vez que esta é uma democracia do Numerus Clausus, ou uma partidocracia -, é uma idealização que parte do princípio que na prática existe igualdade entre todos, quando o exercício do poder, ao contrário, é inerente a um pequeno grupo que se apropriou dos meios de poder, de coacção ou do domínio financeiro – ou é financiado por essas corporações, porque é nado do seu colo. É, portanto, UMA UTOPIA! Sim, “Portugal é diferente”, nem todos podem ser Presidente: não é Presidente quem quer, só é Presidente quem pode!
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