Deixou de haver jornalistas capazes de investigar, denunciar ou informar com rigor e imparcialidade, para termos um conjunto de repugnantes “formatadores de opinião”, que diariamente debitam todo o tipo de alarvidades, omissões e falsidades, em obediência a interesses ocultos (ou nem por isso, porque as “agendas” são conhecidas) que lhes “pagam” e, paulatinamente, vão levando as opiniões públicas a aceitar e interiorizar como “verdades” um conjunto de falácias repetidas de forma sistemática – enquanto se escondem os factos e a realidade.
Isto a propósito do paradigmático título na 1ª página do Jornal de Notícias, de 23-3-2022: “Governo vai financiar carregadores elétricos nos condomínios”.
Factos (em falta):
Qual “governo”? O que está “em gestão mínima” e já devia ter sido “varrido” por comprovada indecente e má figura, ou o “governo” que ainda nem sequer tomou posse nem se sabe qual é? Ou será mesmo o governo socialista que já por 3 vezes pôs o País na bancarrota?
Vai “financiar” com que dinheiro? O deles ou o “dinheiro público”? Parafraseando a ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher – “do tempo” em que ainda havia estadistas – “Não existe dinheiro público, existe apenas o dinheiro de quem paga impostos”.
Obtido como? Qual a nova extorsão fiscal com “autorização de Bruxelas” na “calha”?
Não sendo o dinheiro do “governo”, sabendo-se ainda que o País está falido (há décadas!) por gestão danosa dos sucessivos “governos”, e que não há “verbas” para o “Estado” cumprir obrigações mínimas como se pode ler na “parangona” seguinte do mesmo “jornal” – “Estado penhorado por não pagar indemnização a inocente preso” –, a que propósito vai o “governo” financiar (muito generosamente), com 1.800 € por lugar de estacionamento (!), carregadores elétricos em condomínios privados? Com que real objetivo (oculto)? Qual a “negociata” envolvida? Quem “lucra”?
Factos (que deveriam ser evidenciados):
Ao longo de todo o «ciclo de vida» os carros eléctricos poluem mais, sobretudo se levarmos em conta os “atentados ambientais” nos países de 3º mundo na extracção de cobre, lítio, etc., ou a não reciclagem das baterias de lítio. Qual o real “interesse” agora na sua promoção intensiva por “governantes” que se deslocam às “cimeiras do clima” em jactos particulares (até para percorrer 50 Km…)?
Portugal e restante Europa debatem-se todos os Invernos com uma profunda crise energética, agora agravada pela “guerra na Ucrânia” mas, sobretudo, pela incompetência (para não dizer pior) dos “governantes”. Portugal, mesmo esvaziando as barragens até ao limite (com graves consequências ambientais!), até para aquecimento e necessidades básicas tem de importar de Espanha electricidade “ecológica” de centrais a carvão ou nucleares, com preços que já são proibitivos.
Vão abastecer os ditos “carregadores eléctricos” (aos milhares) com os Gigawatts-hora necessários adicionais de electricidade, proveniente de onde? De mais centrais a carvão ou nucleares? A quem vão comprar e a que custo, sabendo-se que a dita “electricidade verde” foi, é, e será sempre insuficiente?
A “ecologia” substitui o emprego, saúde e melhoria das condições sociais das populações como principal obrigação (é, antes de mais, para isso que recebem um salário pago pelos contribuintes!) destes “governantes”?
Ou será mais uma distracção para a autêntica “desbunda” de Bruxelas com “dinheiros públicos” dos diversos países e ditos “fundos comunitários” que todos pagamos?
Portugal, já miserável, mas deslumbrado com esta “Europa”, faz lembrar a rábula do africano que, ao ver o leite a ferver numa cafeteira crescer e transbordar, repetia: “Que Deus te acrescente!”, “Que Deus te acrescente…”, até que o leite desapareceu, acabando por dizer: “Deus te acrescentou, e o Diabo te levou!”.
Não acordem, não…“O Governo dá…”.
Luís Vila
Fonte: Inconveniente
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