Em matéria político-social, a Portugalidade compõe-se de vários elementos: uns que a criaram e estão, portanto, na sua origem e lhe são, até anteriores, como a Monarquia; outros que a integraram, completaram e desenvolveram, como o Nacionalismo e a Tradição.
Antes de sermos uma nacionalidade, já éramos um Estado, já éramos uma Monarquia. A Nação, isto é, a consciência de um passado comum, de interesses e de aspirações comuns, surgiu mais tarde e foi obra dos seus Reis e da Igreja Católica. Eis porque um doutrinador de Portugalidade, como o foi Alfredo Pimenta, tem de, fatalmente, defender a Igreja e defender a Realeza. Defender a Igreja, primeiro, porque esta representa Deus na terra, e as sociedades humanas nascem, desenvolvem-se e existem, para servir um fim espiritual, ou seja, para servir a Deus. Depois, porque é em Deus que reside a origem do Poder, para a Monarquia hereditária. E, finalmente, porque, como Alfredo Pimenta escreveu, se «foi a espada dum Rei que fez Portugal», fê-lo «por amor da Cruz e para servir a Cruz». E acrescentava: «Português que não seja fiel a esta dupla tradição religiosa e política, é português transviado por influências estrangeiras ao espírito, aos sentimentos e ao sangue de Portugal, seja qual for o seu valor particular».
Júlio Evangelista na homenagem ao Dr. Alfredo Pimenta, promovido pela Junta Escolar Monárquica do Porto, em 28 de Abril de 1951. Publicado em «Gil Vicente», vol. II - 2.ª série, Nov/Dez de 1951
Fonte: Causa Tradicionalista
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