segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A ler no Público


"Maria Adelaide de Bragança descobre o seu país. Um país pobre, de múltiplas carências. Visita as barracas de Porto Brandão, os galinheiros onde vivia a mão-de-obra nos primórdios da industrialização da margem sul. Cenários de muitas necessidades. De profunda miséria. Uma revelação que a incomoda. Lança uma obra social, à margem dos usos e costumes do regime. Com sentido prático e sem pose. Chamou-lhe Fundação Don Nuno Álvares Pereira. E descobre também o despovoamento intelectual do regime. Uma confrangedora falta de ideias e iniciativas para quem, nascida em 31 de Janeiro de 1912 em Saint-Jean-de-Luz, junto à fronteira hispano-francesa, sempre vivera na activa Europa central da primeira metade do século passado."
Conhecendo-se a intensa actividade do Senhor D. Duarte - caótica descolonização, apressado ingresso "de cruz" na CEE, destruição do aparelho produtivo, liquidação do património e do ambiente, incessante cooperação com a CPLP, aproximação às populações do desertificado interior, perfeito conhecimento das zonas mais abandonadas do país, etc -, convém que a população deste país comece a entender o que é e o que significa a Casa de Bragança.

Nuno Castelo-Branco
 

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