S.A.S. A Senhora Infanta Dona Maria Adelaide de Bragança
(31/01/1912 - 24/02/2012)
Faleceu ontem de manhã Sua Alteza a Senhora Infanta Dona Maria Adelaide. As cerimónias fúnebres serão privadas, reservadas apenas à família.
A Real Associação do Médio Tejo apresenta as mais sentidas condolências à Família Real Portuguesa e a toda a Família da Senhora Infanta.
Que Deus A Guarde junto de Si e Lhe dê a felicidade eterna.
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"Haverá, no entanto, missa de sétimo dia no Mosteiro dos Jerónimos, na próxima quinta-feira às 20:00", disse à Lusa Francisco de Bragança van Uden.
A infanta D. Maria Adelaide no passado dia 31 de Janeiro, quando completou 100 anos, foi condecorada com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito Civil pelo Presidente da República, num jantar realizado em Lisboa em sua homenagem.
D. Maria Adelaide integrou a resistência austríaca aos nazis, esteve presa e veio viver para Portugal, onde criou a Fundação Nun’Álvares Pereira para apoio aos carenciados.
"É um exemplo de vida pela estatura moral", disse à agência Lusa Raquel Ochoa, autora de uma biografia da infanta editada em maio do ano passado.
D. Maria Adelaide de Bragança é tia do actual duque de Bragança, D. Duarte Pio de Bragança, filha do exilado D. Miguel, da linha dinástica banida de Portugal pela Convenção de Évora Monte, de 1834, após a derrota do rei D. Miguel, o absoluto, pelas tropas liberais que apoiavam o irmão, D. Pedro IV, que proclamou a independência do Brasil, e sua filha, D. Maria II.
Referindo-se à actividade de D. Maria Adelaide como resistente aos nazis, na Áustria, Raquel Ochoa considerou que é “um acto heróico, mas quando questionada sobre a questão, D. Maria Adelaide apenas afirma que foi uma reacção natural com algo com que não concordava. Era-lhe impossível viver num mundo assim”.
“A resistência era como respirar, perante a educação que tinha tido e os ideais que tinha. Não resistir é que era uma violência contra ela mesma. Resistir era um acto natural”, explicou a biógrafa.
D. Maria Adelaide foi detida pelas tropas nazis, tendo sido salva de fuzilamento “in extremis” após várias diligências de António Oliveira Salazar, então presidente do Conselho de Ministros, que se indignou por terem prendido uma infanta portuguesa.
A autora sublinhou que D. Maria Adelaide de Bragança van Uden “teve outros actos heróicos”, referindo o seu trabalho “como assistente social em prol das populações desfavorecidas” na margem sul do Tejo, desenvolvido de “forma discreta”.
“Ela [D. Maria Adelaide] percebeu que através da discrição não era notada nem perseguida, além de, por educação, não gostar de fazer alarde do que faz. Há zero de gabarolice nesta família, o que é a antítese da sociedade em que vivemos”, disse.
Esta acção social foi feita no âmbito da Fundação Nun'Álvares Pereira que se diluiu após o 25 de Abril de 1974.
Referindo-se à posição da infanta ao regime que antecedeu a revolução de 1974, Raquel Ochoa afirmou que “reconheceu Salazar como quem pôs em ordem as contas do Estado, mas insurgiu-se sempre contra os métodos usados”.
Na obra, intitulada “D. Maria Adelaide de Bragança. A Infanta Rebelde”, com chancela da Oficina do Livro, D. Duarte Pio de Bragança diz no prefácio que a tia é “um exemplo”.
D. Maria Adelaide nasceu em Saint Jean de Luz, França, a 31 de Janeiro de 1912, tendo sido padrinhos a rainha D. Amélia e o rei D. Manuel II, já no exílio.
Em 1949, com 37 anos, Maria Adelaide de Bragança fixou residência na Costa de Caparica.
Fonte: Caras (24 de Fevereiro 2012)
Infanta Adelaide de Bragança
Morre aos 100 anos
A tia do duque de Bragança morreu esta sexta-feira aos 100 anos
Era tia do duque de Bragança e a única neta viva do rei D. Miguel de Portugal. No dia 31 de Janeiro foi distinguida pela Presidência da República com a comenda da Ordem do Mérito Civil.
Era viúva do médico holandês Nicolaas van Uden, tinha seis filhos, 21 netos e sete bisnetos.
Viveu duas guerras mundiais e foi presa e condenada à morte duas vezes pelos nazis. Foi salva por Salazar e pela sorte e a história da sua vida foi contada recentemente por Raquel Ochoa na biografia "A Infanta Rebelde". Como fez questão de frisar, ajudar o próximo foi a sua grande missão na vida. Criou a Fundação D. Nuno Álvares Pereira para prestar apoio a mães carenciadas.Em recente entrevista à VIP, o filho Francisco van Uden afirmou que a mãe, que tinha o título de alteza sereníssima, vivia "em tranquilidade e estava serena, a preparar-se para ir".
Fonte: VIP
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