Segundo o site Pordata, o rendimento médio dos portugueses em 2019 (controlando o efeito do custo de vida) foi inferior ao de 2001, altura em que o Euro ainda não estava em vigor.
Os números em bruto, a preços correntes, indicam que o rendimento médio dos portugueses foi de € 26.435, em 2001, e de € 34.433, em 2019. No entanto, esses valores não levam em conta o custo de vida. Para retirar o efeito da inflação é necessário consultar o gráfico a «preços constantes». Então, o caso muda de figura e a situação inverte-se.
As opções do gráfico permitem a consulta por «preços constantes» sob dois critérios possíveis. O primeiro é de acordo com a variação de preços do PIB, o segundo, com a variação do IPC – Índice de Preços do Consumidor. Ora, em qualquer dos critérios adoptados, o rendimento médio dos portugueses em 2019 foi inferior ao de 2001.
Concretamente, tendo como critério os Preços Constantes-PIB, o rendimento médio em 2001 foi de € 35.192, enquanto em 2019 foi apenas de € 32.765. Já de acordo com os Preços Constantes-IPC a diferença é menor, mas ainda assim se confirma: € 34.733 em 2001 versus € 33.520.
Os números apresentados pela Pordata vão de 1995 a 2019. Assim, podemos também estabelecer a comparação entre os últimos anos do Escudo (1995-2001)* e as quase duas décadas de Euro em que temos vivido. Numa visão geral, o rendimento médio dos portugueses resulta nas seguintes médias, de acordo com as opções A e B:
Opção A: Preços Constantes-PIB
1995-2001 (últimos 7 anos do Escudo): € 33.733
2002-2008 (primeiros 7 anos do Euro): € 34.309
2013-2019 (últimos 7 anos do Euro até 2019): € 31.392
2002-2019 (18 anos de Euro): € 32.952
Opção B: Preços Constantes-IPC
1995-2001 (últimos 7 anos do Escudo): € 32.874
2002-2008 (primeiros 7 anos do Euro): € 34.341
2013-2019 (últimos 7 anos do Euro até 2019): € 31.234
2002-2019 (18 anos de Euro): € 32.833
Como podemos constatar, os primeiros sete anos do Euro correram bem em relação aos anteriores. No entanto, a média de 2013 a 2019, correspondente aos rendimentos médios dos portugueses, é objectivamente inferior à dos sete últimos anos do Escudo, entre 1995 e 2001, em qualquer dos critérios utilizados. Por fim, ainda que se tratem de períodos de anos bastante discrepantes em número, registe-se, a título de curiosidade, que as médias referentes aos tempos finais do Escudo (1995-2001) são também superiores às do Euro no seu todo (2002-2019).
* A Portada não apresenta qualquer valor para 1998, uma pequena limitação que em pouco ou nada deverá alterar os resultados.
Fonte: Notícias Viriato
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