sexta-feira, 30 de abril de 2021

Cernache homenageia Nuno Álvares Pereira como santo e guerreiro


Em cada esquina da vila de Cernache de Bonjardim há referências a D. Nuno Álvares Pereira também, conhecido por Nun’Álvares, o Santo Condestável, o Beato Nuno de Santa Maria, cuja canonização aconteceu no 26 de Abril de 2009. O guerreiro que se tornou santo nasceu naquela vila do concelho da Sertã em 1360.

Para festejar o 12º ano da canonização desta figura histórica, o Município da Sertã e a União de Freguesias de Cernache do Bonjardim, Nesperal e Palhais organizaram uma iniciativa conjunta no dia 26 de Abril que reuniu largas dezenas de autarcas e populares, apesar de decorrer na tarde de um dia de semana.

As comemorações começaram com uma missa celebrada na igreja do Seminário das Missões, na qual participaram dezenas de pessoas entre as quais, autarcas da câmara, da assembleia e das juntas de freguesia com preponderância na freguesia anfitriã.

O próprio presidente da Câmara, José Farinha Nunes, subiu ao ambão para fazer uma das leituras da missa. Ao som do grupo coral local, com destaque para a performance de uma cantora lírica e de uma intérprete de flauta, a missa foi transmitida pelas plataformas digitais do município o que exigiu um grande aparato tecnológico.

Já na parte final da eucarística, procedeu-se à bênção da bandeira dos escuteiros, instituição que tem como patrono D. Nuno Álvares Pereira, tal como o Exército Português e algumas paróquias de Portugal.

Após a celebração, decorreu uma romaria simbólica ao local de nascimento de São Nuno de Santa Maria, onde se encontra um nicho alusivo àquela figura histórica, a escassas dezenas de metros do seminário.

À frente da romaria, segurando uma coroa de flores estava o Presidente da Câmara da Sertã, José Farinha Nunes, e a presidente da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Cernache do Bonjardim, Nesperal e Palhais, Filomena Bernardo. Os dois autarcas depuseram a coroa de flores no nicho, que faz parte do recinto do Seminário das Missões.

Na hora dos discursos, o presidente da Câmara destacou a importância da figura de S. Nuno de Santa Maria, apresentando-o como um exemplo a seguir pelo estilo de vida de escolheu. Chegou a ser uma das pessoas mais ricas de Portugal, mas depois acabou por dar tudo o que tinha “e isso não é para qualquer pessoa”, realçou José Farinha Nunes, destacando as facetas de “guerreiro, lutador e santo” do homenageado.

Para o autarca, o exemplo de vida de D. Nuno Álvares Pereira deve ser imitado por aquilo que representa na história de Portugal e na religião católica.

“Temos a sorte de ter nascido na nossa terra o grande ou talvez o maior português da nossa história”, disse a anfitriã Filomena Bernardo, depois de agradecer a presença de todos.

A eleita pediu “aos cernachenses que nunca percam a alma de guerreiros de S. Nuno, do Condestável”. “Desejo que para o ano a pandemia nos deixe festejar esta romaria com alma e coração”, concluiu.

D. Nuno Álvares Pereira nasceu em 1360, nos Paços de Cernache de Bonjardim. Era filho de um dos mais ilustres senhores do reino, D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior da Ordem Militar dos Hospitalares. D. Nuno teve uma educação militar, típica dos nobres. Foi canonizado no dia 26 de Abril de 2009, no Vaticano, pelo Papa Bento XVI, depois de ter sido beatificado, 90 anos antes (em 1918), pelo Papa que adoptou o nome Bento XV.

O seu processo de canonização tinha sido reaberto no dia 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, com uma sessão solene presidida por D. José Policarpo.

José Gaio




quinta-feira, 29 de abril de 2021

Liberdade para quê?

 


Por vezes pergunto-me: para que serve a liberdade? Pode parecer estranho, sobretudo questionar a liberdade quando, em tantos lugares, não existe liberdade, ou é limitada, condicionada...

Segundo o dicionário mais consultado na internet, o Wikipédia, a liberdade é a “condição daquele que é livre; é a capacidade de agir de si mesmo, e denota a ausência de submissão e de servidão”. A liberdade está, também, relacionada com o denominado livre arbítrio, questão mais filosófica e teológica que se traduz na vontade livre de escolha, ou seja, nas decisões livres que são dadas por Deus ao Homem.

No entanto, pode colocar-se a questão: a liberdade deve permitir fazer uso dela para fazer o mal? Somos livres de escolher por uma das duas vias, mas se Deus é Amor, e nos criou para o bem, ao dar-nos o livre arbítrio espera, da nossa parte, a prática do bem. Mas também nos permite escolher pelo mal e é por isso que, tantas vezes, usamos mal a liberdade que nos é dada e falhamos no bem, distanciando-nos, assim, de Deus. Por isso, somos livres, mas precisamos saber usar a liberdade que temos. Usamos mal a liberdade quando fazemos o mal, seja ele qual for prejudicando outrem, ou a nós mesmos, e até mesmo a nossa relação de comunhão com Deus. Por seu lado, usamos bem a liberdade quando fazemos o bem, pondo em prática o plano de Deus.

O conceito da liberdade é muito mais do que aqui se pode escrever e pode ter muitas interpretações, a partir do que são determinadas ideologias políticas ou teorias filosóficas, mas nós somos verdadeiramente livres quando somos capazes de escolher, não o que queremos, mas o que Deus quer.


P. Nuno Rosário Fernandes


Fonte: Voz da Verdade

Perversão eutanásica

 Tradução Deus-Pátria-Rei

De Martial Deux, empresário, para o Salon Beige.

Que perversão ignóbil querer transformar o médico e seus companheiros mais próximos em assassinos de enfermos, idosos ou desafortunados deprimidos! É muito mais conveniente, para os inquilinos da eutanásia e outros Thenardiers do suicídio, suprimir a pessoa em vez de aliviar seu desconforto!

Para esses relativistas egoístas e orgulhosos, de que adianta viver se tudo deve morrer um dia? Um pouco antes ou um pouco mais tarde, qual é a diferença? Esta é a doutrina daqueles tristes assassinos "compassivos", aqueles que se aproximam de você com o beijo de Judas nos lábios, suas mãos armadas com veneno e seus corações sufocados por um turbilhão de pensamentos homicidas.

“Você não vai matar! “Diz Deus, que também coloca esta lei no foro privado do homem. E sob este comando primordial, a Vida se espalhou, bela, livre e protegida. Mesmo abrigando em seus ramos majestosos bilhões de belas e amorosas vidas em sua dignidade de criaturas de Deus.

Qual é o sentido de viver? Qual é a diferença entre morrer um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde? Uma série de diferenças, no entanto! Uma enorme multidão! Vamos ver! Vida. Amor. A paz. Descanso. Ter esperança. Força. Alegria. Doçura. Paciência. A beleza. Temperança. A luz. Sabedoria. Inteligência. A verdade. A pureza. Humildade. Liberdade. Justiça. Bondade. A caridade. O verdadeiro bem. Compaixão. A Mansidão. Magnanimidade. Modéstia. Oração. A fé. A cura. Salvação da alma. Redenção. A Reeleição como filho de Deus. A Salvação das almas dos familiares, amigos... A Possibilidade de Reparar o mal do passado e muitas outras maravilhas espirituais e morais ainda, desde que a pessoa seja acompanhada DIGNAMENTE nesse caminho de salvação. Porque a morte do corpo não é o fim definitivo. É a passagem da vida terrena para a vida eterna, a da alma. As apostas são altas: "A eternidade é muito tempo, especialmente no final", brincou Woody Allen.

Como fazer? Que alternativa à terapia implacável ou à eutanásia imoral e indefensável? No entanto, existe na França: CUIDADOS PALIATIVOS! Mas quem ainda está bloqueando a aplicação? Seriam os promotores do suicídio prescrito infiltrados em nosso corpo social e instalados no topo do poder? Mas não queremos esses mercenários assassinos! Não queremos essa doutrina desprezível que promove a aniquilação de nossos semelhantes! Não os queremos, os rostos dos nossos pais, maridos, filhos, famílias, amigos, colegas, estranhos esmagados sob a bota de discussões desprezíveis! A vozinha insidiosa, que repete que a morte é a solução, não é uma vozinha que quer o nosso bem: ela deseja, com um hálito pestilento alimentado por pensamentos hipócritas, a nossa supressão final!

Mesmo o ateu mais equivocado deveria admitir honestamente que ele não é apenas um corpo destinado a apodrecer após sua breve existência! Ele tem um nível espiritual, acima do nível moral e bem acima do nível inferior, material e animal, da carne. A Alma. A parte mais nobre de seu ser, espiritual e eterna desde sua concepção e sua infusão por Deus, Espírito Eterno e Omnipotente, no bebé ele se tornou na fecundação.

Se seu destino eterno, após a breve passagem terrena, é divino ou infernal depende de sua boa vontade, pois Deus não força a vontade do homem. O Amor Eterno, que quer ser amado por toda a sua criação, não obriga seu filho a amá-lo: o amor respeita a Liberdade de cada um... Mas quem quiser Viver, que escolha a Vida, o Verdadeiro Vivo, Deus, A sua paz, a sua alegria, o seu amor... Aquele que quer juntar-se aos condenados que se afastaram definitivamente e ao seu príncipe infernal, em vez de correr para a bem-aventurança dos tesouros eternos, para os braços amorosos abertos para o perdoar e acolher, quaisquer que sejam os amontoados de seus pecados (cf. parábola do filho pródigo em São Lucas 15, 11-32), leva à ruína pela estupidez do orgulho. Um final muito infeliz para aqueles que se acreditavam - erroneamente - racionais.


Fonte: Le Salon Beige

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Liberdade Em Monarquia

 


‘Assim caros adversários de hoje, o tão sedutor ideal da Liberdade que vos conduziu para a república, acabará por vos orientar e muito logicamente agora para a Monarquia autêntica, depois da necessária rectificação de rumo…
Mas dentro do vosso patriotismo um só caminho se vos depara – o da Monarquia. Aí vereis autoridade sem opressão, liberdades sem desordem, respeito sincero pela vontade da nação, igualdade de todos perante a lei.
Entre o vosso republicanismo e o vosso patriotismo tem que se travar duro combate porque sois homens de consciência.
Decidi-vos com presteza, pois cada hora que vamos vivendo é mais grave do que a anterior.
Se eu não tivesse a certeza de que o vosso patriotismo acabará por vencer o vosso republicanismo, não vos teria dirigido uma só palavra que fosse.’


Jacinto Ferreira, António (1906, Lisboa, Portugal - 10 de Outubro de 1995, Lisboa, Portugal), publicista e militante Monárquico, fundador e director do jornal “O Debate” - semanário monárquico de grande expansão | "Prédicas de um Monárquico", 1957


Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

Apontamentos Portugueses de um Monárquico

 


As políticas que por consenso democrático usufruíram de continuidade, e foram efectivamente prosseguidas, guindaram-nos aos melhores lugares na comparação internacional. É o caso dos cuidados materno-infantis, é o caso da investigação científica e das infraestruturas de comunicação viária e digital. Políticas concretizadas por vários governos e por diferentes partidos são hoje políticas de sucesso. Porém, preocupa-nos sobremaneira a consolidação do défice e da dívida, a sustentabilidade económica, fiscal e financeira. Se o efeito da conquista de mercados internacionais é uma contribuição decisiva para o reequilíbrio de uma balança comercial deficitária e de uma balança de pagamentos com défices crónicos, é também necessário elaborar para o mercado interno um caminho sólido e estruturado. Importantes decisões estruturais encontram-se perante o nosso futuro colectivo, decisões democráticas, decisões de sustentabilidade, decisões de cooperação. Decisões democráticas: de estratégia e de coesão social. Decisões de sustentabilidade económica e de maior autonomia alimentar. Decisões de cooperação, social e política. É necessário, pois, elaborar soluções: Soluções sociais, soluções económicas e soluções democráticas. Soluções sociais, com uma educação que corresponda a projectos de vida, ligada ao vivido e às instituições de Cultura, com práticas de cidadania e de solidariedade. Soluções para a saúde, pela prevenção e pela investigação, constituindo-se o SNS como um serviço de excelência e vanguarda. Soluções para a corrupção, com códigos de conduta que responsabilizam.
 
É necessário elaborar soluções económicas, pois o tecido produtivo não está a ser capaz de incluir as pessoas que se encontram na situação de desemprego e na pobreza. Não pode haver fome nem tecto, educação e saúde a todos os portugueses. É necessário abrir oportunidades de realização económica pelas indústrias. Oportunidades de investimento e de emprego, com transversalidade, abrangendo todos os níveis de qualificação: Por uma economia do mar, que tem vectores de modernidade e de compensação; por uma economia das cidades, que se constituam em polos únicos de produção e atracção; por uma agricultura sustentável ecologicamente e pela defesa de nosso património genético na agricultura; pela afirmação do empreendedorismo feminino e jovem; pelo intensificar da produção de pensamento estratégico.

Contudo, uma transformação económica exige uma transformação cultural e política. Sem uma mudança pujante na nossa política, na nossa democracia, nada mais poderemos alcançar. É necessário elaborar uma solução democrática, com pessoas vocacionadas para a defesa do interesse público, com uma Assembleia da democracia representativa forte, capaz de soluções positivas, e, a meu ver, não menos importante, ampliando a representação do todo nacional, por uma unidade sem divisões, completamente apartidária, que evidencie valores comuns, que evidencie a lógica da participação sobre a lógica do confronto - uma instância de unidade, de equilíbrio, de estabilidade, voz da sequência estratégica e da continuidade política. Temos de realizar referências estáveis à democracia. A política decorre na livre contenda de interesses e opiniões. Os conflitos expressam-se na discussão democrática. O nosso modo de viver é plural. Contudo, temos de identificar, colectivamente, formas políticas comprovadas que permitam uma vida democrática mais completa. Cada época procura encontrar formas adequadas para expressar os eternos valores humanos que pretende viver.    

Defendo, pois, um regime democrático com uma instância apartidária, que represente as referências nacionais, voz do consenso democrático, voz da necessária continuidade estratégica.     

Defendo uma transformação positiva que não cinda a nossa história, que realize equilíbrio de poderes, que contenha órgãos de controvérsia e órgãos de acordo, que ajude a permitir, equilibradamente, tanto as alternativas como os consensos, o direitos e os deveres cívicos.
 
O nosso modo de viver já foi sulcado por mudanças profundas. Sabemos, portanto, que por nossas mãos a situação pode transformar-se. O nosso percurso, social e económico, foi constituído por alguns poucos anos de entusiasmo e por muitos de preocupação. Recuso, porém, atribuir atrasos e percalços a defeitos nacionais, mas à falta de continuidade estratégica, à insuficiente modernização, à preferência pelas redes clientelares em vez da preferência pela competitividade. Todavia, é injusta a visão de bloqueio, de astenia e de cinzentismo. A ideia presente para o País é de dificuldade, de muita dificuldade, mas é também de construção, de criatividade e de expansão. 

Monarquia e democracia é comprovadamente uma conjugação política de sucesso, de sucesso social, de sucesso democrático, de sucesso económico. Monarquia e Assembleia Democrática é um regime reconhecido, é o equilíbrio na livre contenda e é perspectiva na voragem do tempo.

Sou monárquico pela certeza que a Restauração traz a Portugal. Associo a monarquia à defesa dos valores mais altos, à defesa da liberdade sobre as opressões, à defesa da soberania, à defesa da pessoa sobre interesses sem rosto.
 
A pertença a uma comunidade com um representante histórico é determinante para a evolução do País.   

Posto o que temos vivido e aprendido, tenho confiança na nossa história. O futuro tem um passado, um passado que nos acrescenta e consolida, e tem uma democracia que nos actualiza.

Há alguns anos atrás lutámos pela democracia, lutemos agora por uma democracia melhor. Só por uma democracia renovada pela monarquia constitucional poderemos alcançar unidade na livre diversidade, voz da continuidade estratégica, equilíbrio de poderes, promoção apartidária das referências nacionais.
 
Requer-se, a meu ver, cada vez com mais premência, um regime que, além do semicírculo do confronto e das alternativas políticas tenhamos uma mesa para os consensos democráticos e sua monitorização, com todas as lideranças políticas além e ou com o Conselho de Estado. Com a monarquia constitucional e com a expressão da soberania popular, a democracia, a Instituição Real é aquela instituição que sem peias eleitorais (como a Justiça, ou as forças de segurança, por exemplo), sem obediências partidárias e ideológicas, que permite representar o Estado em plena liberdade soberana. Os desígnioestratégicos, que tanto aprofundará o nosso vetor de modernidade como de compensação, fica para mim claro que requer mais do que um voluntarismo um regime consoante com estratégias profundas, geracionais. Não podemos ter confiança no eleitoralismo e no populismo.


Pedro F. Correia


terça-feira, 27 de abril de 2021

Vacinas e células fetais abortadas, alguém ainda está interessado nisso?

 


Tradução Deus-Pátria-Rei

No que diz respeito à questão moral do uso das vacinas, é necessário considerar um aspecto que está no coração de muitos católicos. Ou seja, a utilização de linhagens celulares de fetos abortados, “linhagens celulares de origem ilícita” conforme definido na instrução “Dignitas personae” (2008). Isso parece necessário porque, ultimamente, há muita confusão que vai desde uma total banalização do assunto até a criação de lendas urbanas.

Portanto, comecemos com os dados reais: todas as vacinas que circulam actualmente na Europa, de uma forma ou de outra, estão relacionadas - para produção, desenvolvimento ou teste - com duas linhagens celulares de fetos abortados há 40 ou 50 anos. Estas são, portanto, células desenvolvidas em ciclos sucessivos a partir das células originais. Nenhum aborto é realizado actualmente para produzir essas vacinas, nem essas células estão presentes na vacina.

Isso significa que não há problema? Absolutamente não, o problema moral existe a tal ponto que a Igreja estabelece condições muito específicas para que o uso dessas vacinas seja considerado moralmente lícito.

A primeira condição é que haja um estado de necessidade, ou seja, "um perigo grave, como a propagação incontrolável de um patogénico grave", como afirma a recente nota da Comissão. sobre a moralidade do uso de certas vacinas anti-Covid-19 (Dezembro de 2020). Este estado de necessidade existe hoje? A nota do CDF leva isso como certo, mas a questão é, pelo contrário, discutível. Vejamos os números fornecidos pelo governo: desde o início da pandemia, os casos comprovados (os casos, não os doentes) são pouco mais de 3.700.000, ou 6% de toda a população italiana. No entanto, existem actualmente 536.361 casos positivos na Itália, ou 0,9% da população. Entre eles, 31.749 pacientes estão hospitalizados, incluindo 3.603 em terapia intensiva. Mas o que é ainda mais interessante do que os dados gerais é que a idade média dos doentes falecidos é de 81 anos (Istituto Superiore di Sanità, actualizado para 31 de Março de 2021), e que os falecidos tinham em média 3,6 doenças anteriores. Se tivermos também em conta que as primeiras terapias são testadas com sucesso, podemos dizer que se existe um estado de necessidade, diz respeito a um segmento muito específico da população, nomeadamente os idosos e os que sofrem de doenças específicas.

O segundo pré-requisito para poder falar sobre o uso moralmente lícito dessas vacinas é que não existem alternativas eticamente perfeitas. Mais uma vez, não é que não existam tais alternativas em termos absolutos, é que não são disponibilizadas pelo nosso governo (e outros governos europeus). Problema intransponível para o cidadão individual, mas o discurso é diferente se as associações, os grupos católicos e a Igreja pressionam por vacinas eticamente irrepreensíveis.

Mas isso não basta: admitamos o estado de necessidade e a ausência de alternativas. É preciso deixar claro que o uso dessas vacinas “não pode, por si só, constituir uma legitimação, mesmo indirecta, da prática do aborto, e pressupõe oposição a essa prática por parte de quem a ela recorre” (Nota do CDF). Para que essa oposição tenha algum significado, deve ser explícita, pública. E deve ser transformado em uma forma de pressão sobre as empresas farmacêuticas e agências governamentais de saúde para "produzir, aprovar, distribuir e oferecer vacinas eticamente aceitáveis ​​que não criem problemas de consciência para os profissionais de saúde ou os próprios vacinados". Além disso, o memorando do CDF explica que "a vacinação não é, via de regra, uma obrigação moral e, portanto, deve ser voluntária". Também indica que se pode fazer objecção de consciência, ou seja, pode-se recusar essas vacinas.

Você viu ou ouviu algo semelhante de nossos pastores? Você já viu a Santa Sé se posicionar sobre isso, talvez até - a Cidade do Vaticano sendo um estado soberano - estocar vacinas eticamente perfeitas? Poderia um dos muitos intelectuais católicos que dão palestras pró-vida apresentar o problema? Obviamente que não, ao contrário: vimos o Papa definir a vacinação como um dever moral, o Estado do Vaticano obrigando os seus residentes e funcionários a serem vacinados, a Igreja italiana disponibilizando as instalações das paróquias como centros de vacinação e vários intelectuais pró-vida gozarem com aqueles que questionam a ética do uso dessas vacinas.

Enquanto o Magistério da Igreja diante dessas vacinas diz “sim, mas ...”, estabelecendo assim condições estritas, na prática os principais representantes da Igreja foram directamente ao “sim sem ses e sem mas”, tornaram-se apoiadores da vacinação em massa deixando de lado todas as considerações éticas e colocando-se a serviço do poder deste mundo. Atitude objectivamente escandalosa, que fez com que a Igreja perdesse uma grande oportunidade de "promover uma nova cultura da vida" (cf. Dignitas personae, n ° 37).

Deve-se acrescentar a isso que certas indicações devem ser colocadas em um contexto mais amplo; e o contexto actual diz-nos que há um uso cada vez maior de células fetais para produtos farmacêuticos e cosméticos, de forma que silenciar sobre a ética das vacinas anti-Covid, dizer um sim total a este tipo de vacinação, soa como um sinal verde para este tipo de pesquisa e produção.


Fonte: Benoit & Moi

Xavier Bazin: "É chegada a hora de abrirmos nossos olhos, pedir contas aos nossos governos"

 


Tradução Deus-Pátria-Rei

Valeurs actuelles publica um artigo de Xavier Bazin, autor do livro Big Pharma unmasked! Da cloroquina às vacinas, a crise do coronavírus revela o lado negro do nosso sistema de saúde em que explica que os governos têm se concentrado na busca de vacinas e novas moléculas e que antigos tratamentos e moléculas, não lucrativos para as indústrias farmacêuticas, eram desprezadas:

“Foi o professor Éric Caumes quem alertou em Fevereiro passado:“ Foi um erro estratégico apostar tudo na vacina. Acho que o tratamento foi totalmente negligenciado." Esse erro é tanto mais trágico quanto vários tratamentos preventivos e curativos mostraram grande eficácia contra Covid-19. Dizer isso corre o risco de ser surpreendente, até mesmo chocante. Mas todas as evidências científicas estão aí. Porque em todo o mundo, equipes de médicos e pesquisadores testaram centenas de moléculas antigas. E entre eles, alguns têm uma eficácia formidável contra o Covid-19.

O mais espectacular é a ivermectina, um antiparasitário banal, sem a menor toxicidade, cuja eficácia in vitro foi detectada na primavera de 2020. Desde então, foram realizados mais de vinte estudos randomizados, com resultados empolgantes. De acordo com duas meta-análises recentes de pesquisadores independentes, a ivermectina reduz a mortalidade em 68 a 75%. Estamos falando de um número de mortos potencialmente dividido por quatro.

Outro grande remédio espectacularmente ignorado é a vitamina D. Já em Maio de 2020, a Academia de Medicina pediu o uso massivo de vitamina D na prevenção de formas graves de Covid-19. Mas o ministério de Olivier Véran não moveu um dedo, já que vários estudos publicados entretanto confirmaram a eficácia desta vitamina na prevenção de infecções e formas graves.

Olivier Véran fez apenas uma “concessão” ao tratamento precoce. Muito recentemente, falando da boca para fora, o ministro admitiu que os clínicos gerais poderiam prescrever um antibiótico para pacientes com Covid-19 para "prevenir a pneumonia". Isso é exatamente o que o professor Raoult recomendou desde o início, com o antibiótico azitromicina. Quantas mortes teríamos evitado se tivéssemos seguido amplamente o protocolo do professor Raoult, baseado na azitromicina, associada à hidroxicloroquina?

Porque agora sabemos que a hidroxicloroquina foi realmente eficaz: isso é demonstrado pela esmagadora maioria das centenas de estudos científicos publicados em todo o mundo sobre esta molécula simples e de baixa toxicidade. Então, por que você demonizou o protocolo Raoult e depois o ignorou? Porque, como a ivermectina e a vitamina D, tinha o azar de ser barato (portanto não lucrativo para a indústria farmacêutica) e, acima de tudo, competir com as vacinas.

O mesmo infortúnio aconteceu com uma molécula antiga muito promissora, identificada pelo Instituto Pasteur de Lille. Desde o início, o governo não se dignou a financiar esta pesquisa (o Instituto Pasteur teve que contar com a generosidade do LVMH). Pior ainda, quando o Instituto Pasteur pediu a Olivier Véran autorização para realizar um ensaio clínico acelerado nesta molécula in vitro atóxica e muito eficaz, seu ministério recusou-lhe uma objeção, sem a menor razão válida. E ainda existem muitos outros tratamentos eficazes "esquecidos" (...)

Aqui, novamente, não apenas esses tratamentos foram ignorados. Um exemplo:  um spray nasal projectado especificamente para neutralizar o coronavírus teve autorização para ser  comercializado na França no início de Março, mas a Agência Nacional de Segurança de Medicamentos e Produtos de Saúde (ANSM) proibi-o no último momento.

Não é estranho que nossos “especialistas” do ANSM tenham julgado que uma lavagem nasal comum era mais arriscada do que vacinas experimentais, baseadas em ARN mensageiro rodeado por nanopartículas (Pfizer, Moderna), ou adenovírus geneticamente modificado (AstraZeneca)? (…)

Em suma, se o Ocidente tivesse mostrado pragmatismo em testar massivamente moléculas antigas disponíveis no mercado, os danos da epidemia poderiam ter sido minimizados até o verão de 2020.

Mas os estados ocidentais estão interessados ​​apenas em um tipo de tratamento: moléculas inovadoras, sob patente e, portanto, muito lucrativas para as empresas farmacêuticas. Foi assim que na França, na primavera, o remdesivir de Gilead foi testado como prioridade, sem sucesso. Muito recentemente, apesar de um nível muito baixo de evidência de eficácia, o governo de Emmanuel Macron autorizou outro tratamento "inovador" (a mais de 1.000 euros cada, é claro), o bamlanivimab do poderoso laboratório americano Lilly.

Tragicamente, as autoridades “esqueceram” de testar massivamente moléculas já existentes, conhecidas há muito tempo e potencialmente activas contra a Covid-19. No entanto, foi isso que o professor Raoult recomendou no início da epidemia: “Devemos examinar as moléculas potencialmente activas que estão imediatamente disponíveis no mercado. Se o Ocidente tivesse seguido essa recomendação de bom senso, a epidemia teria sido extinta em grande parte no verão passado, e não teríamos que suportar as mortes e contenções outono-inverno 2020-2021.

É chegada a hora de abrirmos nossos olhos, pedir contas aos nossos governos e reformarmos fundamentalmente um sistema que foi enganado pelos interesses da toda poderosa indústria farmacêutica. "


domingo, 25 de abril de 2021

A "verdade" enquanto fabricação mediática

 


O que é a verdade? Para a multidão é aquilo que continuadamente lê e ouve. Uma pequena gota perdida pode cair algures e reunir terreno para determinar "a verdade" – mas o que obtém é apenas a sua verdade. A outra, a verdade pública do momento, que é a única que interessa para resultados e sucessos no mundo dos factos, é, hoje em dia, um produto da Imprensa. O que a Imprensa quer torna-se verdade. Os seus dirigentes evocam, transformam, permutam verdades. Três semanas de trabalho jornalístico e a verdade passa a ser conhecida por toda a gente. As suas bases são irrefutáveis, enquanto houver dinheiro disponível para as manter intactas.


Oswald Spengler in «Der Untergang des Abendlandes», 1922


Fonte: Veritatis

OS NOSSOS POLÍTICOS NÃO SÃO GENTE

 


"Os nossos políticos não são gente. Nenhum deles mostra ter tido na sua vida uma daquelas crises espirituais donde se emerge talvez ferido para sempre, mas psiquicamente homem, personalidade espiritual.

São ateus pela mesma razão que o é um burro ou uma árvore. São portugueses porque, por desgraça nossa, nasceram adentro da nossa fronteira, oriundos de gente que assim tinha feito. Nenhuma consciência da Raça lhes acende um momento o olhar. São vazios e estúpidos. Só sabem comer e manobrar para comer.

Cada vez mais corruptos, cada vez mais indisciplinados, cada vez mais à mercê do estrangeiro.

Esta opressão, que todos nós sentimos, esta vergonha de estarmos sendo governados por tendeiros da política, que roubam no peso da própria retórica."

(Escreveu Fernando Pessoa em 1915, in "Carta a um herói estúpido", Ed. Ática, 2010)

sábado, 24 de abril de 2021

Os 521 anos do descobrimento do Brasil da Portugalidade


Pouco depois do retorno de Vasco da Gama a Lisboa, em Agosto de 1499, D. Manuel I, em parceria com investidores particulares, organizava uma nova expedição para Calicute. Decidido a impressionar o monarca local, ou a convencê-lo pelas armas, o rei enviava agora uma expedição ostensivamente rica e poderosa, composta de 13 navios com uma tripulação estimada entre 1.200 e 1.500 homens.


Seu comando foi confiado a um fidalgo de 33 anos, chamado Pedro Álvares Cabral. A bordo, estavam presentes alguns dos mais experientes navegadores portugueses, como Bartolomeu Dias, o mesmo que dobrou o cabo da Boa Esperança, atingindo pela primeira vez o oceano Índico.


A partida da armada de Cabral foi programada para 8 de Março de 1500, embora tenha sido adiada para o dia seguinte, devido ao mau tempo. Uma cerimónia espetacular foi organizada na ocasião pelo rei de Portugal. Toda a população de Lisboa - cerca de 60 mil pessoas - foi convocada para assistí-la, o que era uma forma de oficializar o pioneirismo português no caminho da Índia, assegurando para o reino luso os direitos do comércio com o Oriente.


Rumo ao Ocidente, a frota chegou às ilhas Canárias cinco dias depois da partida e dirigiu-se para o arquipélago de Cabo Verde, onde uma nau desapareceu no mar. Após tentar em vão encontrá-la, o comandante decidiu seguir a viagem. Cruzou a linha do Equador a 9 de Abril, seguindo uma rota para o sudoeste que avançava nessa direcção, comparativamente ao caminho seguido por Vasco da Gama.


No entardecer do dia 22 de Abril, ancorou em frente a um monte, baptizado de Pascoal, no magnífico cenário do litoral Sul do actual estado de Bahia. No dia 26 de Abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.


Antes de continuar a viagem para a Índia, os navegantes permaneceriam ali até o dia 2 de Maio, tomando posse da terra, "em nome de D. Manuel I e de Jesus Cristo".


Assim, a chegada de Cabral ao Brasil é dois anos posterior à de Duarte Pacheco (1498 - atingiu o litoral brasileiro e chegou a explorá-lo, à altura dos actuais Estados do Pará e do Maranhão). Além disso, o actual território brasileiro já era habitado desde tempos pré-históricos. Cinco milhões de índios espalhavam-se particularmente ao longo do litoral, em 1500.


Por isso é preciso relativizar a ideia de que ocorreu um descobrimento a 22 de Abril. Na verdade, a data marca a tomada de posse das terras brasileiras pelo reino de Portugal, o que significa a integração do país no contexto da história europeia e global.


O NOME "BRASIL"


O primeiro nome da região foi “Ilha de Vera Cruz", dado por Pedro Álvares Cabral quando chegou à terra recém-encontrada. No entanto, a discussão em torno da escolha de um nome para essa região da América estava apenas começando. “Terra dos papagaios” e “Terra de Santa Cruz” também eram denominações empregadas, sendo esta última nomenclatura criada pelo rei português D. Manuel.


Pedro Vaz de Caminha em sua carta enviada ao rei de Portugal utilizou dois termos diferentes sobre o mesmo território: "Terra de Vera Cruz" e" Ilha de Vera Cruz".


Em meio à esta confusão de nomenclaturas, outro nome logo surgiu a partir das primeiras extrações de pau-brasil das florestas. Os navegantes começaram a denominar o território de Brasil por causa dessa árvore que durante as três primeiras décadas foi o principal motivo de viagens dos portugueses à região encontrada por Cabral. Portanto, o nome Brasil fixou-se no imaginário dos viajantes, prevalecendo sobre os demais.


Guilherme Carinha


Fonte: Nova Portugalidade

O Real

 


O Real foi a unidade de moeda de Portugal desde cerca de 1430 até 1911. Substituiu o dinheiro à taxa de 1 real = 840 dinheiros e foi substituído pelo escudo a uma taxa de 1 000 réis = 1 escudo. Esta moeda foi utilizada em todas as colónias portuguesas nos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX.


Imagem: Moeda D. Manuel II (1908 - 1910), 1.000 Réis – Prata, 1910 (Cent.º Guerra Peninsular), tamanho real


Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

sexta-feira, 23 de abril de 2021

São Jorge, Portugal!

 


Conhecido como ‘o grande mártir’, foi martirizado no ano 303. A seu respeito, contou-se muitas histórias. Fundamentos históricos temos poucos, mas o suficiente para podermos perceber que ele existiu, e que vale a pena pedir sua intercessão e imitá-lo.

Pertenceu a um grupo de militares do imperador romano Diocleciano, que perseguia os cristãos. Jorge, então, renunciou a tudo para viver apenas sob o comando de nosso Senhor, e viver o Santo Evangelho.

São Jorge não queria estar a serviço de um império perseguidor e opressor dos cristãos, que era contra o amor e a verdade. Foi perseguido, preso e ameaçado. Tudo isso com o objetivo de fazê-lo renunciar ao seu amor por Jesus Cristo. São Jorge, por fim, renunciou à própria vida e acabou sendo martirizado.

Uma história nos ajuda a compreender a sua imagem, onde, normalmente, o vemos sobre um cavalo branco, com uma lança, vencendo um dragão:

“Num lugar existia um dragão que oprimia um povo. Ora eram dados animais a esse dragão, e ora jovens. E a filha do rei foi sorteada. Nessa hora, apareceu Jorge, cristão, que se compadeceu e foi enfrentar aquele dragão. Fez o sinal da cruz e, ao combater o dragão, venceu-o com uma lança. Recebeu muitos bens como recompensa, o qual distribuiu aos pobres.”

Verdade ou não, o mais importante é o que essa história comunica: Jorge foi um homem que, em nome de Jesus Cristo, pelo poder da Cruz, viveu o bom combate da fé. Compadeceu-se do povo, porque foi um verdadeiro cristão. Isto é o essencial.

Ele viveu sob o senhorio de Cristo e testemunhou o amor a Deus e ao próximo. Que Ele interceda para que sejamos verdadeiros guerreiros do amor.

São Jorge, rogai por nós!

Fonte: Canção Nova

DEVOÇÃO A SÃO JORGE SUA DISSEMINAÇÃO E LUGARES


Na Itália, era padroeiro da cidade de Gênova.

Frederico III da Alemanha dedicou a ele uma Ordem Militar.

Desde Dom Nuno Álvares Pereira, o santo é reconhecido como padroeiro de Portugal e do Exército.

Na França, Gregório de Tours era conhecido por sua devoção ao santo cavaleiro; o Rei Clóvis dedicou-lhe um mosteiro, e sua esposa, Santa Clotilde, mandou erguer várias igrejas e conventos em sua honra.

A Inglaterra foi o país ocidental onde a devoção ao santo teve papel mais relevante.

O monarca Eduardo III colocou sob a proteção de São Jorge a Ordem da Jarreteira, fundada por ele em 1330.

Por considerá-lo o protótipo dos cavaleiros medievais, o rei inglês Ricardo I, comandante de uma das primeiras Cruzadas, constituiu São Jorge padroeiro daquelas expedições que tentavam reconquistar a Terra Santa dos muçulmanos.

No século XIII, a Inglaterra já celebrava o dia dedicado ao santo e, em 1348, criou a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge.

Os ingleses acabaram por adotar São Jorge como padroeiro do país, imitando os gregos, que também trazem a cruz de São Jorge na sua bandeira.

Ainda durante a Grande Guerra, muitas medalhas de São Jorge foram cunhadas e oferecidas aos enfermeiros militares e às irmãs de caridade que se sacrificaram ao tomar conta dos feridos de guerra.

Padroeiro de Portugal

Pensa-se que os Cruzados ingleses que ajudaram o Rei Dom Afonso Henriques a conquistar Lisboa em 1147 terão sido os primeiros a trazer a devoção a São Jorge para Portugal.

No entanto, só no reinado de Dom Afonso IV de Portugal que o uso de "São Jorge!" como grito de batalha se tornou regra, substituindo o anterior "Sant'Iago!".

O Santo Dom Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino, considerava São Jorge o responsável pela vitória portuguesa na batalha de Aljubarrota.

O Rei Dom João I de Portugal era também um devoto do Santo, e foi no seu reinado que São Jorge substituiu Santiago como padroeiro de Portugal.

Em 1387, ordenou que a sua imagem a cavalo fosse transportada na procissão do corpo de Cristo. Assim, séculos mais tarde, chegaria ao Brasil.


Fonte: Breviário

mw-mrec

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Negar a Sagrada Comunhão a políticos que obstinadamente persistem em pecados graves

 Tradução Deus-Pátria-Rei


Jeanne Smits traduziu uma declaração do Cardeal Burke sobre a recepção da Sagrada Comunhão por aqueles que persistem em pecado público grave. Excerto:

[...] 7. Às vezes, argumenta-se que um político católico pode acreditar pessoalmente na imoralidade do aborto, ao mesmo tempo que promove uma política pública que prevê o aborto denominado "legalizado". Este foi o caso, por exemplo, nos Estados Unidos da América, durante a cúpula entre certos teólogos morais católicos que defendiam a teoria moral errónea do proporcionalismo ou consequencialismo, e políticos católicos, que haviam estado na propriedade da família Kennedy em Hyannisport , Massachusetts, no verão de 1964. São João Paulo II responde claramente a esse pensamento moral erróneo na Evangelium Vitae: “Nenhuma circunstância, nenhum fim, nenhuma lei no mundo nunca pode tornar lícito um acto que é intrinsecamente ilegal, porque é contrário à Lei de Deus, escrita no coração de cada homem, discernível pela própria razão e proclamada pela Igreja. " Em sua carta encíclica Veritatis Splendor, São João Paulo II corrige o erro fundamental do proporcionalismo e do consequencialismo.

8. Às vezes é dito que recusar a Sagrada Comunhão a políticos que teimosamente persistem em pecado grave constitui o uso da Sagrada Comunhão pela Igreja para fins políticos. Pelo contrário, incumbe solenemente à Igreja salvaguardar a santidade da Sagrada Eucaristia, impedir os fiéis de cometerem sacrilégios e evitar escândalos entre os fiéis e outras pessoas de boa vontade.

9. Antes, é o político católico, que pública e obstinadamente advoga aquilo que é contrário à lei moral e que, no entanto, ousa receber a Sagrada Comunhão de forma sacrílega, que usa a Sagrada Eucaristia para fins políticos. Em outras palavras, o político se apresenta como um católico devoto, quando a verdade é bem diferente. […]


Fonte: Salon Beige

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Apóstolas de apóstolos

 O dignidade e missão das mulheres cristãs é um tema recorrente da agenda eclesial: não estranha, portanto, que a Santa Sé tenha agora nomeado uma nova comissão ad hoc, que investigue, em termos históricos e teológicos, a relação entre o serviço eclesial prestado pelas mulheres e a diaconia sacramental. Também a Conferência Episcopal Portuguesa, que reuniu em Fátima esta semana, se propôs reflectir sobre “o diaconado permanente e a maior presença das mulheres nas funções da Igreja católica” (Público, 13-4-2021).

Não é preciso ser teólogo para afirmar a importância das mulheres na missão da Igreja, desde os seus primórdios. Nos relatos evangélicos da paixão de Cristo, destaca-se a impressionante fidelidade das mulheres cristãs, não obstante a sua exclusão da última Ceia, onde não estiveram presentes ou, pelo menos, não receberam de Jesus o poder de celebrar a Eucaristia. Até a mulher de Pôncio Pilatos, decerto pagã, intercedeu por Jesus de Nazaré, junto do seu marido que, contudo, O condenou à morte. A fidelidade das santas mulheres durante a paixão do Mestre contrasta com a generalizada traição dos apóstolos: Judas foi o traidor, Pedro negou por três vezes a Cristo e, ao pé da Cruz, João é o único presente.

Também os episódios que referem a gloriosa ressurreição de Jesus Cristo têm, por regra, as mulheres como protagonistas. Para além de Maria, a mãe de Jesus, a quem seu Filho teria concedido a graça da sua primeira aparição depois de ressuscitado, segundo uma revelação particular, os Evangelhos são particularmente insistentes no que respeita ao papel das mulheres: é a elas que Cristo primeiro aparece; Maria Madalena, por ter sido quem anunciou aos apóstolos a vitória de Cristo sobre a morte, foi denominada ‘apóstola dos apóstolos’; até os discípulos de Emaús atribuem às mulheres cristãs o rumor de que o divino ressuscitado estava vivo e lhes tinha aparecido.

Deus, ao criar o ser humano, o fez em duas modalidades: homem e mulher os criou. Iguais em natureza e dignidade, o individuo humano, feminino ou masculino, tende a completar-se com uma pessoa do outro sexo, porque só a união conjugal é fecunda. Contradizem a Escritura não apenas aqueles que negam a igual dignidade e natureza de homens e mulheres, mas também aqueles que não entendem a complementaridade do feminino e do masculino na família e na Igreja.

Não se pode negar a igual dignidade de todos os fiéis cristãos, qualquer que seja o seu sexo, porque todos são igualmente filhos de Deus e estão chamados à mesma santidade, que só numa mulher, a santíssima Virgem Maria, é referida no superlativo. Mas também não se pode esquecer que essa necessária complementaridade do masculino e do feminino é querida por Deus na família e na Igreja. Da mesma forma como o homem não está chamado a ser mãe, a mulher também não está chamada a ser pai: o pai não é uma outra mãe, nem a mãe é outro pai. Os filhos precisam de uma mãe e de um pai para a sua concepção, mas também para o seu crescimento em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens.

O mesmo se diga, também, da complementaridade do masculino e do feminino na Igreja: a mulher cristã não está chamada a ser como o homem cristão, ou à sua imagem e semelhança. Na santidade, todos devem certamente convergir, como coincidem na vocação baptismal à santidade e ao apostolado, mas cada qual segundo o seu próprio modo de ser, feminino ou masculino.

Não consta que ninguém tenha ainda reivindicado o ‘direito’ dos homens cristãos a serem ‘religiosas’, ‘irmãs’ e ‘madres’, mas não faltam os que, à conta do que dizem ser um preconceito da Igreja, reivindicam o ‘direito’ das mulheres cristãs ao sacramento da Ordem, ou seja, a serem ‘padres’. Uma tal pretensão não decorre do reconhecimento da igual dignidade de ambos os sexos, mas de um machismo encapotado, que pretende reduzir os dois sexos ao estereotipo masculino, exigindo às mulheres a substituição do seu modo de ser feminino pela modalidade masculina inerente ao sacerdócio ministerial, indispensável para que sejam, não obstante a contradição do termo, ‘padres’.

Para combater este clericalismo machista, fazem falta, na Igreja universal e na Igreja portuguesa, mulheres cristãs que sejam feministas e lutem pela sua igual dignidade, no respeito pela sua própria especificidade natural e eclesial. Mulheres cristãs que repudiem as tentativas clericais e machistas de as converter em ‘padres de segunda’ e se afirmem, sem complexos, não apenas como apóstolas – como o são tão frequentemente nas famílias, catequeses, escolas, etc. – mas, como Santa Maria Madalena, apóstolas de apóstolos.


P. GONÇALO PORTOCARRERO DE ALMADA


Fonte: Voz da Verdade

mw-mrec

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Fuzileiros: 400 anos a elevar o nome de Portugal

 



A 18 de Abril de 1621, há 400 anos, foi oficialmente criado o Terço da Armada da Coroa de Portugal, a mais antiga Força Militar permanente em solo português, apesar de já existirem desde 1585 tropas especializadas para guarnecer a artilharia e a fuzilaria nos navios de guerra portugueses. O Terço da Armada foi tido desde o princípio como uma unidade de elite da Marinha portuguesa, ficando inclusive com a responsabilidade de garantir a guarda pessoal do Rei de Portugal.


No início do século XVIII a força seria divida em dois Regimentos, sendo posteriormente acrescentado o Regimento de Artilharia da Marinha. No final do século, em 1797, a Rainha D. Maria I ordenaria que todos os Regimentos se fundissem na nova Brigada Real da Marinha, que seria extinta em 1832, tendo sido criados vários Batalhões e Forças da Marinha.


Em 1924, tornaria a ser criada uma unidade permanente de infantaria na Marinha, a Brigada da Guarda Naval, que se manteria em funções em 1934.


Em 1961, por ocasião da Guerra do Ultramar, seriam criados os Destacamentos de Fuzileiros Especiais, especialistas em operações de assalto anfíbio e as Companhias de Fuzileiros Navais, que patrulhavam e defendiam os navios e demais instalações navais.


Em 1975, todas as unidades de Fuzileiros passaram a estar dependentes do novo Comando do Corpo de Fuzileiros, dando uma autonomia e unidade especial a esta força de elite.


A 15 de Março de 1985, o Corpo de Fuzileiros seria agraciado com o grau de Membro-Honorário da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e a 25 de Abril de 1999 com o grau de Membro-Honorário da Ordem da Liberdade.


Hoje, quatro séculos depois, o Corpo de Fuzileiros continua a honrar o legado de coragem, brio e patriotismo que a sua História lhe conferiu, prestando estreita cooperação de natureza Técnico-Militar aos Fuzileiros dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique e participando em operações de apoio à paz e de assistência humanitária, tendo estado presentes na Bósnia-Herzegovina, em Timor-Leste, na ex-República do Zaire, na Guiné-Bissau, em Moçambique, na República Democrática do Congo, no Afeganistão e na Lituânia.


A todos os Fuzileiros portugueses, a Nova Portugalidade expressa o seu mais sentido louvor e agradecimento.


Fonte: Nova Portugalidade

Covid: o remédio do Bispo Kleda, o exemplo dos Camarões

 


Tradução Deus-Pátria-Rei


A Itália [e nós !!!], para não admitir as carências do sistema nacional de saúde, as disfunções da medicina territorial, o número insuficiente de médicos e leitos nos hospitais, insiste em considerar o confinamento e as vacinas como único meio eficaz de luta contra COVID-19. O resultado é sermos o sétimo no mundo em número de mortes: 107.933; e entre os dez primeiros para o número de mortes por milhão de habitantes: 1.787 [na França, aparentemente é um pouco melhor, o número é de 1.447, ndt].

Muitos países estão lutando contra o coronavírus e têm sistemas de saúde muito, muito piores do que o nosso, mas não estão sofrendo tanto. Na África, faltam médicos, hospitais e remédios. O estado africano com mais médicos é a África do Sul, que tem apenas 91 por 100.000 habitantes. Além disso, apenas uma pequena parte da população africana é capaz de compensar as deficiências do sistema público de saúde às suas próprias custas. No Uganda, por exemplo, a única máquina de radioterapia quebrou em 2016 e, por dois anos, quem tinha dinheiro foi para o tratamento no Quênia ou em outro estado vizinho. Outros pacientes com cancro ficaram sem tratamento. No continente, as pessoas fazem piadas amargas sobre o "turismo de saúde" de chefes de Estado, ministros e parlamentares que vão se tratar na Europa e nos Estados Unidos.

No entanto, a África, particularmente a África Subsaariana, pela qual esperava-se o pior, é a área geográfica menos afectada pela Covid-19 e continuamos nos perguntando por quê. Sabemos que um grande número de africanos, por necessidade e convicção, confia nos curandeiros tradicionais: obviamente com resultados dramáticos, exceto no caso de doenças que passam por si próprias. Certamente não é a bruxaria que previne e cura COVID-19. Mas há outra alternativa na África aos cuidados de saúde públicos, que faltam, e aos cuidados de saúde privados, que são caros, que é a rede capilar de clínicas, hospitais, centros de saúde financiados e administrados e geridos por institutos religiosos cristãos e em particular pela Igreja Católica: a maioria deles foi criada durante a era colonial europeia, alguns até antes. Tratam com dedicação e profissionalismo, aceitam até quem não tem condições de pagar. Sabemos que é graças a essas estruturas de saúde, com a ajuda de fundos privados e do serviço voluntário de muitos médicos, que milhões de africanos nasceram, foram criados, vivem com boa saúde e são assistidos nas necessidades. Jamais saberemos quantas pessoas já foram tratadas e curadas do coronavírus, podem ser dezenas, centenas de milhares, porque sabemos que onde existem, sua presença faz a diferença.

Só nos Camarões, milhares de pessoas foram curadas do coronavírus durante um ano graças a dois medicamentos à base de plantas, Elixir Covid e Adsak Covid, criados por Dom Samuel Kleda, arcebispo da capital económica Douala, especialista no uso de medicamentos à base de plantas. O bispo Kleda anunciou em Abril que havia encontrado uma cura que poderia aliviar os sintomas do coronavírus. Logo depois, a Arquidiocese de Douala abriu clínicas para distribuir os dois tratamentos gratuitamente. Pessoas se aglomeraram. Mesmo aqueles hospitalizados receberam tratamento e se recuperaram. A percentagem de mortes entre as pessoas gravemente afetadas pelo vírus também foi reduzida. "Até agora", disse Dom Kleda no final de Abril, "distribuímos o tratamento a centenas de pessoas e todas foram curadas." Desde então, em vista dos resultados, políticos e empresários começaram a arrecadar fundos para permitir a Dom Kleda produzir grandes quantidades de seus medicamentos. Em Junho passado, o Ministro da Saúde Malachie Manaouda e o Primeiro Ministro Joseph Ngute encontraram-se com o Bispo Kleda, após uma audiência organizada no Parlamento.

Chegamos hoje com o anúncio feito no dia 17 de Março por Marius Macaire Biloa, coordenador nacional da Associação Católica de Saúde dos Camarões, de que os dois medicamentos serão colocados no mercado externo, a um preço de 30 e 36 dólares, enquanto eles continuarão a ser totalmente gratuitos em todo o país, onde actualmente são distribuídos em uma dezena de centros de saúde católicos nas duas principais cidades que registram a maioria dos casos de COVID-19: Douala e a capital Yaoundé.

Os Camarões tem pouco mais de 27 milhões de habitantes. Até agora, 47.669 casos de COVID-19 foram detectados e houve 721 mortes, ou cerca de 27 por milhão de habitantes [lembrete, 1.447 na França]. Desde Maio passado, as regras anti-infecciosas foram gradualmente relaxadas. A abertura de locais públicos à noite despertou temores de disseminação da doença, mas não foi o caso. O bispo Kleda, que foi nomeado arcebispo de Douala pelo Papa Bento XVI em 2009, é um ervanário conhecido e respeitado. Começou a trabalhar com ervas e remédios naturais há 30 anos, quando era reitor do seminário menor de Saint-Paul-de-Guider, no norte de Camarões, impulsionado pela falta de remédios para eles. “Nós curamos graças às ervas”, como costuma dizer Dom Kleda, “e com a intercessão da Virgem Maria”. Um importante e valioso "efeito colateral" de sua cura anti-COVID-19 é que foi uma oportunidade para iniciar uma reflexão esclarecedora, tomada por líderes políticos, sobre a diferença entre o uso medicinal de substâncias naturais e a feitiçaria ainda tão arraigada em todo o continente africano.


Fonte: Benoit & Moi