segunda-feira, 31 de maio de 2021

O Esplendor da Coroa Real Portuguesa

 


‘E a Coroa não pode nem deve ser um sinal de divisão, ou uma sigla de partidos. Mas sim o cristal em que todos os portugueses possam encontrar a sua imagem.’


Francisco Sousa Tavares | Jornalista e Político Monárquico português in "Faz anos a República", 5 de Outubro, de 1991


Pode vê-La, em todo o seu esplendor enquadrada pela Mais Bela Bandeira do Mundo, na exposição "D. Maria II. De princesa brasileira a rainha de Portugal.", no Palácio Nacional da Ajuda, desde dia 26 de Maio. Que se torne um objecto de Culto e que façamos por voltar a merecê-La.


Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

Portugal à conquista de Jerusalém

 


Na imagem, tapeçaria representativa da conquista da cidade marroquina de Azamor por Dom Jaime, Duque de Bragança.


Como a seu tempo notou Luís Filipe Thomaz, dir-se-ia que a expansão portuguesa no Oriente obedecera a um plano pré-existente de dominação política e económica do Oceano Índico. Contudo, pondo de parte as manifestas dificuldades de que a análise marxista dá sinais ao abeirar-se do século XVI português, interessa localizar, para lá do conhecimento das facções da corte e lutas pelo poder, qual a ideia de expansão que tinham as sucessivas gerações de governantes que animaram o esforço português no Oriente. D. Manuel I parece ter sido fortemente influenciado pelo messianismo dos seus preceptores e, depois, por Duarte Galvão, seu conselheiro muito impregnado de ideais joaquimitas. Os planos de D. Manuel I para a conquista do Médio Oriente não são frequentemente referidos na documentação coeva. A conquista do reino mameluco não era muito publicitada, por forma a não alvoroçar os restantes reinos cristãos que aspiravam à posse de Jerusalém, assim como as repúblicas mercantis italianas envolvidas do tráfico do Levante. Albuquerque pertencia ao círculo da corte que se identificava com a crença messiânica de iminente queda do “sultanato de Babilónia”, ou seja, do Cairo mameluco. Esta crença da proximidade de um acontecimento transcendente estava, aliás, muito difundida no círculo do Paço. Por volta de 1516, Diogo Velho exprimia tal convencimento, referindo-se expressamente à tomada de Jerusalém, à conversão dos judeus e do Xá Ismail:


“O grão Rei Dom Manuel
a Jebussen (judeus) e Ismael (Xá da Pérsia, aliado de Portugal)
tomará e fará fiel à lei universal.
Já os reis [do] Oriente
a este rei tão excelente
pagam páreas e presente
a seu estado triunfal” (1)


O que teria sido do destino do Médio Oriente se, por volta de 1520, Portugal tivesse expugnado Jerusalém? Não sabemos; ninguém sabe.


MCB


(1) Cancioneiro geral de Garcia de Resende, v. III. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1991.


Fonte: Nova Portugalidade

domingo, 30 de maio de 2021

Correio Real nº 23

 



Já foi divulgada a edição nº 23 do "Correio Real" que tem em destaque além duma reportagem da recente visita da Família Real aos Açores, um ensaio sobre a coroa britânica - uma muito antiga história de modernidade, um artigo sobre a Casa da Rainha, a instituição que na corte do antigo regime dava apoio às soberanas, e uma entrevista ao Professor Manuel Braga da Cruz, antigo reitor da Universidade Católica e um dos maiores activos, intelectuais e humanos, do movimento monárquico.


Santíssima Trindade

 


sábado, 29 de maio de 2021

O contágio aumenta entre os vacinados. Temos a certeza de que funciona?

 Tradução Deus-Pátria-Rei

Nas últimas semanas, não lemos notícias sobre efeitos secundários, muito menos mortes. As vacinas - que são as mesmas desde Janeiro - não causam mais efeitos secundários, embora nas emergências hospitalares ainda existam pessoas com sintomas vasculares ou neurológicos poucos dias após a aplicação da vacina. Para saber a verdadeira extensão do fenómeno, no entanto, teremos que esperar pelo próximo relatório actualizado da AIFA [agência de drogas italiana], fazendo um balanço de uma realidade ainda subestimada e subnotificada.

Mas há outro fenómeno que emerge numa imprensa que permanece silenciada: o das pessoas infectadas e positivas apesar de terem sido vacinadas. O grito de alarme vem da Nursing Up Association, o histórico sindicato de enfermeiros italiano, fundado em 1997 por um grupo de enfermeiros para defender os próprios enfermeiros. É um sindicato autónomo, representativo da categoria, independente da política governamental e não vinculado a nenhum partido político ou inspirado em qualquer ideologia.

Antonio De Palma, presidente nacional da Nursing Up, tornou pública sua preocupação com o aumento constante do número de profissionais de saúde infectados. Em particular, ele relata a situação do hospital de Taormina, onde em 2 de Maio ocorreu um surto de Covid no departamento de cardiologia. A culpa de algums enfermeiros “No Vax”? De jeito nenhum. Os médicos e enfermeiros do hospital já são vacinados regularmente com duas doses. Portanto, é inútil procurar bodes expiatórios fáceis. De Palma diz que há semanas sua associação recebe relatórios de toda a Itália sobre profissionais de saúde afectados pela Covid, apesar de terem sido vacinados, em quase todos os casos com vacinas da Pfizer.

As falas do presidente do Nursing Up são muito interessantes: “Os motivos dos contágios dos enfermeiros já vacinados podem estar ligados à já conhecida eficácia imperfeita dos medicamentos”.

Eficiência imperfeita também conhecida pelos profissionais de saúde, mas absolutamente negada ao nível institucional. E, mais uma vez, não podemos deixar de questionar quanta propaganda há nesta campanha de vacinação, segundo a qual as vacinas continuam a ser a única saída perante a epidemia. Uma campanha de vacinação que conta com o número cada vez maior de pessoas vacinadas.

No entanto, de acordo com algumas fontes, pelo menos 20% das pessoas que são vacinadas o fazem não por acreditarem nos benefícios da droga, mas por medo de represálias institucionais, como perder o emprego, não poder circular livremente, não poder visitar amigos e parentes, tendo que ficar confinado o tempo todo. Deste ponto de vista, o Passe Verde é sem dúvida uma arma poderosa para “convencer” quem ainda tem dúvidas sobre os efeitos das vacinas a levá-las aos centros de vacinação em massa, de boa vontade ou à força.

Uma ferramenta de pressão que não teria razão de existir se as vacinas fossem ineficazes, como são. Os vacinados podem, de facto, representar uma fonte de contágio. Isto é ainda confirmado pelas palavras de De Palma, que preconiza o rastreio dos níveis de anticorpos nos profissionais de saúde para evitar a exposição ao risco de contágio destes colegas já vacinados, que trabalham em enfermarias com doentes frágeis, e que “podem involuntariamente tornar-se um veículo de contágio próprio ao infectar mesmo quem já foi submetido à segunda dose ”.

O alarme sobre a baixa eficácia das vacinas já havia sido dado em Janeiro passado: o professor Peter Doshi, professor associado da Universidade de Maryland e pesquisador em serviços de saúde, havia declarado que a real eficácia das vacinas de mRNA seria entre 19% e 29% . Doshi notou discrepâncias nos dados fornecidos pela Pfizer e Moderna, que foram um tanto "forçados" (até porque eles usaram "suspeita de covid-19 e pacientes com sintomas não confirmados de covid-19"). O professor Doshi lembrou acertadamente que o limite para a eficácia de uma vacina para obter autorização das autoridades reguladoras (Ema e as várias agências nacionais) é fixado em 50%.

A Pfizer e a Moderna disseram que alcançaram 95% de eficácia em seus estudos de Fase II. Essa tese ainda não foi verificada, mas a experiência dos hospitais parece desvalorizar - e não só um pouco - essa afirmação. Seria desejável, à luz dos muitos casos de profissionais de saúde que adoeceram com a Covid apesar da vacina, iniciar um procedimento sério de verificação, de modo a não dar à população em geral quaisquer ilusões sobre os reais efeitos das vacinas.


Dr Paolo Gulisano


Fonte: Benoit & Moi

Comissária europeia encarregada das vacinas suspeita de corrupção

 Tradução Deus-Pátria-Rei

Stella Kyriakidou é suspeita de suborno passivo em seu país natal, a ilha de Chipre. Os valores ascendem a 4 milhões de euros. A comunicação social alemã informou em Abril de 2021 que a Maralo Limited, propriedade do marido de Stélla Kyriakídou, havia recebido empréstimos de 4 milhões de euros de um banco estatal. O Tribunal de Contas cipriota reagiu apontando a falta de justificação para estes empréstimos. Além disso, Stella Kyriakidou não mencionou na sua declaração de interesses a posição ocupada por seu marido:



Fonte: Le Salon Beige

sexta-feira, 28 de maio de 2021

«Esta farsa colapsará, desmoronará inexoravelmente», assevera Mons. Viganò sobre o Great Reset

 



15 de Maio de 2021
Sabbato post Ascensionem

Vos ex patre Diabolo estis,
et desideria patris vestri vultis facere.
Jo 8, 44

Agradeço sinceramente ao caro Professor Massimo Viglione que quis convidar-me a participar – por assim dizer remotamente – na Conferência que organizou como Presidente da Confederação dos Triarii. Dirijo também as minhas mais calorosas saudações a cada um dos ilustres participantes deste evento. Permitam-me que vos expresse a minha profunda estima e o meu mais fervoroso agradecimento pelo vosso corajoso testemunho, pelos contributos esclarecedores e pelo incansável empenho que não cessais de prodigalizar, de forma mais premente e incisiva desde Fevereiro do ano passado. Encorajo-vos a não recuar e a não desarmar nesta batalha mortal que todos nós somos chamados a combater nesta hora funesta da História, como nunca no passado. «Finalmente, tornai-vos fortes no Senhor e na sua força poderosa. Revesti-vos da armadura de Deus, para terdes a capacidade de vos manterdes de pé contra as maquinações do diabo. Porque não é contra os seres humanos que temos de lutar, mas contra os Principados, as Autoridades, os Dominadores deste mundo de trevas, e contra os espíritos do mal que estão nos céus. Por isso, tomai a armadura de Deus, para que tenhais a capacidade de resistir no dia mau e, depois de tudo terdes feito, de vos manterdes firmes» (Ef 6, 10-13). A breve reflexão que estou para vos apresentar é, de certa, forma uma antecipação, em forma reduzida, do meu discurso no Summit de Veneza que se realizará no próximo dia 30 de Maio, organizado pelo Prof. Francesco Lamendola, que contará com a participação de alguns de vós.      

*

Quando Estaline decidiu, em 1932, eliminar milhões de ucranianos no genocídio que foi o Holodomor, ele planeou uma carestia confiscando os alimentos, proibindo o comércio, proibindo as viagens, censurando aqueles que relatavam os factos. Este crime contra a humanidade, recentemente reconhecido por muitos Estados do mundo, foi conduzido de uma maneira não muito diferente daquelas adoptadas com a chamada “emergência pandémica” pelo Great Reset.        

Um camponês ucraniano poderia ter-se questionado: “Por que Estaline não envia suprimentos, em vez de proibir a abertura das lojas e qualquer movimento? Não se apercebe que assim nos faz morrer de fome?”. No entanto, um observador não afectado pela propaganda comunista ter-lhe-ia respondido: “Porque Estaline quer eliminar todos os ucranianos e culpa a carescia que conscientemente provocou para esse propósito”. Teria cometido o mesmo erro daqueles que, hoje, na presença de uma suposta pandemia, se perguntam por que os Governos destruíram previamente a saúde pública, enfraqueceram os planos pandémicos nacionais, proibiram os tratamentos eficazes, administraram terapias prejudiciais, se não mortais, e, hoje, estão a forçar os cidadãos, sob a chantagem de perpetuar bloqueios, recolher obrigatório e green pass inconstitucionais, a submeter-se a vacinas que não só não garantem imunidade, mas envolvem graves efeitos colaterais a curto e longo prazo, além de disseminar formas mais resistentes de vírus.          

Procurar uma lógica no que nos é dito pelos grandes media, pelos governantes, pelos virologistas e pelos chamados “especialistas” é praticamente impossível, mas essa irracionalidade encantadora desaparece e cai na mais cínica racionalidade se apenas invertermos o nosso ponto de vista. Ou seja, devemos renunciar a pensar que os nossos governantes agem para o nosso bem e, mais geralmente, que os nossos interlocutores são honestos, sinceros e animados por bons princípios.                

Claro, é mais fácil pensar que a pandemia seja real, que exista um vírus mortal que mata milhões de vítimas e que governantes e médicos devam ser apreciados pelo esforço feito diante de um acontecimento que os apanhou a todos despreparados; ou que o “inimigo invisível” seja efectivamente derrotado pela vacina prodigiosa que as empresas farmacêuticas, com espírito humanitário e sem nenhum interesse económico, produziram em muito pouco tempo. E, depois, há os parentes, os amigos e os colegas que nos olham como se fôssemos loucos, que nos chamam de “teóricos da conspiração” ou – como algum intelectual conservador começa a fazer comigo – que nos acusam de exasperar os tons de um confronto que, se moderado, ajudaria a compreender os termos da questão. E se os nossos amigos frequentam a paróquia, ouviremos a resposta de que Francisco também recomendou as vacinas, que o professor fulano de tal afirmou serem moralmente aceitáveis mesmo se produzidas com fetos abortivos, pois – avisam-nos – quem hoje critica a vacina contra o COVID aceita as administradas até agora, mesmo que também sejam obtidas com abortos.      

A mentira seduz muitos, até mesmo entre os conservadores e os próprios tradicionalistas. Também nós, certas vezes, achamos difícil acreditar que os operadores da injustiça estão tão bem organizados, que tenham conseguido chegar a manipular a informação, a chantagear os políticos, a corromper os médicos, a intimidar os comerciantes, a forçar biliões de pessoas a usar um açaimo inútil e a considerar a vacina como a única possibilidade de escapar à morte certa. No entanto, bastaria ler as orientações que a OMS redigiu, em 2019, a respeito do “COVID-19” que estava por vir, para entender que só existe um guião sob uma única direcção, com actores que cumprem o seu papel e uma claque de periodiqueiros que falseiam descaradamente a realidade.

Observemos toda a operação de fora, procurando identificar os elementos recorrentes: a inconfessibilidade do desígnio criminoso da elite; a necessidade de encobri-lo com ideais aceitáveis; a criação de uma situação de emergência para a qual a elite já planeou a solução, de outra forma inaceitável. Pode ser um aumento dos fundos destinados às armas ou um reforço dos controlos imediatamente após o ataque às Torres Gémeas, a exploração dos recursos energéticos do Iraque com o pretexto de que Saddam Hussein possui a arma química e bacteriológica, ou a transformação da sociedade e do trabalho depois de uma pandemia. Atrás está sempre uma desculpa, uma causa aparente, qualquer coisa de falso que esconde a realidade: uma mentira, enfim, uma fraude.   

A mentira é a marca registada dos artífices dos Great Reset dos últimos séculos: a Pseudo-Reforma Protestante, a Revolução Francesa, o Ressurgimento, a Revolução Russa, os dois conflitos mundiais, 1968 e a queda do Muro de Berlim. De cada vez, se notarmos, o motivo aparente dessas revoluções nunca correspondia ao real.          

Nesta longa série de Great Reset organizados pela mesma elite de conspiradores, nem mesmo a Igreja Católica conseguiu escapar. Pensemos: o que nos diziam os liturgistas do Concílio quando nos quiseram impor a Missa reformada? Que o povo não percebia, que a liturgia tinha de se tornar compreensível, para consentir uma maior participação dos fiéis. E, em nome daquela prophasis, daquele falso pretexto, não traduziram a Missa apostólica, mas inventaram outra, porque queriam eliminar o principal obstáculo doutrinal ao diálogo ecuménico com os Protestantes, doutrinando os fiéis à nova eclesiologia do Vaticano II.           

Como todas as fraudes, as que são tramadas pelo diabo e pelos seus servos baseiam-se em falsas promessas que nunca serão cumpridas, em troca das quais cedemos um certo bem que não nos será devolvido. No Éden, a perspectiva de nos tornarmos como deuses levou à perda da amizade com Deus e à condenação eterna, que só o Sacrifício redentor de Nosso Senhor foi capaz de reparar. E Satanás também tentou Nosso Senhor, como sempre, mentindo: «Dar-te-ei todo este poderio e a sua glória, porque me foi entregue e dou-o a quem me aprouver. Se te prostrares diante de mim, tudo será teu» (Lc 4, 6-7). Mas nada do que Satanás oferecia a Nosso Senhor era realmente seu, nem poderia dá-lo a quem queria, muito menos Àquele que é Senhor e Mestre de tudo. A tentação do diabo baseia-se no engano: o que podemos esperar daquele que é «assassino desde o princípio» (Jo 8, 44), «mentiroso e pai da mentira» (ibid.)?

Com a pandemia, contaram-nos gradualmente que o isolamento, os bloqueios, as máscaras, os recolheres obrigatórios, as Missas in streaming, o ensino à distância, o smartworking, os recovery funds, as vacinas, os green pass nos permitiriam sair da emergência e, acreditando nessa mentira, renunciámos a direitos e estilos de vida que eles nos avisam que nunca mais voltarão: «Nada será como antes». O “novo normal” representará, de qualquer modo, uma concessão, para a qual aceitaremos a privação da liberdade que tínhamos como certa, e desceremos a compromissos sem entender o absurdo da nossa condescendência e a obscenidade das reivindicações de quem nos chefia, dando-nos ordens tão absurdas a ponto de exigir realmente uma abdicação total da razão e da dignidade. A cada passo, uma nova volta do parafuso, mais um passo em direcção ao abismo: se não pararmos nesta corrida para o suicídio colectivo, nunca mais voltaremos.         

É nosso dever revelar o engano deste Great Reset, pois é atribuível a todos os outros assaltos que, ao longo da história, tentaram tornar vã a obra da Redenção e estabelecer a tirania do Anticristo. Porque isso é realmente o que os artífices do Great Reset almejam. A Nova Ordem Mundial – em significativa associação com o Novus Ordo conciliar – subverte o cosmos divino para espalhar o caos infernal, no qual tudo o que a civilização construiu laboriosamente ao longo dos milénios, sob a inspiração da Graça, é derrubado e pervertido, corrompido e eliminado.           

Ocorre que cada um de nós compreenda que o que acontece não é fruto de uma infeliz sequência de acasos, mas responde a um plano diabólico – no sentido de que por trás de tudo isso está o Maligno – que, ao longo dos séculos, persegue um único fim: destruir a obra da Criação, tornar ineficaz a Redenção e eliminar cada traço de Bem na terra. E, para alcançar este fim, o último passo é a instauração de uma sinarquia em que comandam alguns tiranos sem rosto, sedentos de poder, dedicados ao culto da morte e do pecado, ao ódio da vida, da virtude e da beleza, porque nestes resplandece a grandeza daquele Deus contra o qual ainda hoje clamam o seu infernal «Non serviam». Os membros desta seita amaldiçoada não são apenas Bill Gates, George Soros ou Klaus Schwab, mas aqueles que tramam nas sombras, desde há séculos, para derrubar o Reino de Cristo: os Rothschilds, os Rockefellers, os Warburgs e aqueles que, hoje, se aliaram aos líderes da Igreja, usando a autoridade moral do Papa e dos Bispos para convencer os fiéis a vacinar-se.  

Sabemos que a mentira é o emblema do diabo, o símbolo distintivo dos seus servos, a marca de reconhecimento dos inimigos de Deus e da Igreja. Deus é Verdade, o Verbo de Deus é verdadeiro e Ele mesmo é Deus: dizer a verdade, gritá-la dos telhados, revelar o engano e os seus artífices é uma obra sagrada e o Católico – como quem ainda tenha conservado um mínimo de dignidade e de honra – não pode fugir a este dever. 

Cada um de nós foi pensado, querido e criado para dar glória a Deus e fazer parte de um grande desígnio da Providência: desde a eternidade, o Senhor chamou-nos a partilhar com Ele a obra da Redenção, a cooperar para a salvação das almas e para o triunfo do bem. Cada um de nós, hoje, tem a possibilidade de escolher se estar ao lado de Cristo ou contra Cristo, se combater pela boa causa ou tornar-se cúmplice dos que praticam a iniquidade. A vitória de Deus é certíssima, como certo é o prémio que aguarda aqueles que fazem a escolha de campo ao lado do Rei dos reis; e certa a derrota daqueles que servem o Inimigo, certa a sua condenação eterna.            

Esta farsa colapsará, desmoronará inexoravelmente! Comprometamo-nos todos, com renovado zelo, para que seja restituída ao nosso Rei aquela coroa que os Seus inimigos Lhe arrebataram. Exorto-vos a fazer reinar Nosso Senhor nas vossas almas, nas famílias, nas vossas comunidades, no Estado, no trabalho, na escola, nas leis e nos tribunais, nas artes, na informação, em todos os âmbitos da vida privada e pública.  

Acabamos de celebrar as Aparições da Virgem Imaculada aos Pastorinhos de Fátima: recordemos a advertência de Nossa Senhora sobre os perigos e as punições que esperam o mundo se não se converter e fizer penitência. «Esta espécie de demónios não se expulsa senão à força de oração e de jejum» (Mt 17, 21), diz o Senhor. Enquanto esperamos que um Papa atenda plenamente aos pedidos da Mãe de Deus, consagrando a Rússia ao Seu Imaculado Coração, consagramo-nos a Ela, assim como as nossas famílias, perseverando na vida da Graça sob o estandarte de Cristo Rei. Reine com Ele também a nossa Santíssima Mãe e Rainha, Maria Santíssima. 

 Carlo Maria Viganò, Arcebispo

Fonte: DIES IRAE

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Chafariz D’El-Rei

 


Um dos mais antigos chafarizes de Lisboa, senão o mais antigo, está hoje seco. É-lhe atribuída uma origem anterior à nacionalidade e uma existência que se confunde com esta. A história e a vida que se estruturaram em seu redor ainda são perceptíveis graças às muitas representações que o retratam ao longo dos séculos. Uma delas foi mesmo objecto de polémica há relativamente pouco tempo. Uma placa ali colocada testemunha que foi “EDIFICADO NO SECULO XIII FOI REFORMADO PELO REI D. DINIS RECONSTRUIDO NO ANO DE 1747 REPARADO DEPOIS DE 1755 E MELHORADO NOS MEADOS DO SECULO XIX.”


Apesar das melhorias e de as todas alterações sofridas, o chafariz D’El-Rei já não dessedenta ninguém. Nada corre das suas bicas. Onde se esperava fluidez e frescura encontra-se, afinal, secura e aridez. Em vez de fonte de vida, é um cenário. Passado sem presente nem futuro. Uma peça de museu com uma única função: recordar o que foi e o que ainda poderia ser. Porque a água continua a correr no seu interior.


Mais do que uma memória de um outro tempo, o chafariz D’El-Rei encerra toda a potencialidade da sua regeneração. Havendo vontade para isso, a estrutura bloqueada pode conhecer a revivificação e reencontrar o caminho de serviço que lhe dá sentido.


A fonte seca, privada da água que lhe conferia um destino e da coroa sobre as armas portuguesas que sublinhava a sua identidade, é visitada por muitos que ali param e que tentam decifrar a sua função. Não é fácil compreendê-la sem que ninguém dali beba.


O seu nome mantém-se porque o escopro da destruição demora mais a erodir as palavras que as pedras. Por muito que o sequem e que o destruam, o chafariz é do Rei. Cento e dez anos passados da imposição da república, aquela ainda é a sua fonte.


O chafariz D’El-Rei espelha o nosso estado colectivo. Em vez de comunidade viva, alimentada pela ligação constante e natural com uma chefia do Estado que o corporiza, somos uma memória mal cuidada entregue a zeladores de turno e às respectivas personalidades e inclinações.


Os verbos “ser” e “estar” não são sinónimos neste caso: o Rei é e um Presidente da República está. E nunca está o tempo suficiente para ser, nem é o bastante para efectivamente estar. As sucessivas passagens presidenciais e a sobrepartidarização da figura que, sendo política, deveria permanecer acima dos políticos, priva-nos da continuidade que facilitaria todas as mudanças. Entorpece e seca os relacionamentos, ajuda a cavar antagonismos e amplifica as incompreensões mútuas.


Mais do que fons honorum, a monarquia é fons vitae. Sem um chafariz que a todos congregue, restam-nos poços particulares mais ou menos exclusivos, mais ou menos excludentes. A atomização social que hoje experimentamos, agravada pela pandemia, recomenda a revisitação da história e dos espaços comuns, a recuperação da política no que ela tem de mais nobre e a revitalização da ligação entre gerações. Uma chefia do Estado suficientemente estável para o permitir e suficientemente enraizada para não precisar de se justificar saciaria a nossa sede de legitimidade e de futuro.


João Vacas


Fonte: Real Associação de Lisboa

Alarmista

 


Alarmista – Assim chamam os Democráticos aos que descobrem suas maranhas, ou contam suas derrotas. Todos os Democráticos são homens de benéfica e santa intenção, e todos são mais invencíveis em sua fantasia, que foi D. Quixote em suas empresas. É por isso que apenas pensam em algum desastre ou revés da fortuna (que tantas vezes lhe tem sido adversa), imediatamente se deve gritar: Santo, saudável! E ainda quando hajam recebido mais pauladas que o Herói da Mancha, todos devem levantar a voz e dizer: Vitória para os Democráticos. E aquele que assim não faz é declarado imediatamente Alarmista, que vale o mesmo que ser condenado a prisão e fuzilamento.


D. Frei Fortunato de São Boaventura in «Novo Vocabulário Filosófico-Democrático», Nº 1, 1831


Fonte: Veritatis

quarta-feira, 26 de maio de 2021

O culto do covid e a nova normalidade

 


Tradução Deus-Pátria-Rei

Em Outubro de 2020, escrevi um ensaio chamado The Covidian Cult, no qual descrevi o chamado "novo normal" como um movimento ideológico totalitário global. A evolução dos últimos seis meses confirmou a exactidão desta analogia.

Um ano após o lançamento inicial de fotos absolutamente horríveis e totalmente fictícias de pessoas caindo mortas nas ruas, a taxa de mortalidade prevista de 3,4% e todo o resto da propaganda oficial, apesar da ausência de qualquer evidência científica real de uma praga apocalíptica (e a abundância de evidências em contrário), milhões de pessoas continuam a comportar-se como seguidores de um enorme culto à morte, andando em público com máscaras de aparência médica, repetindo roboticamente banalidades vazias, torturando crianças, idosos, deficientes, exigentes que todos se submetam à injecção de perigosas "vacinas" experimentais, geralmente agindo de forma delirante e psicótica.

Como chegamos lá ... até o ponto em que, como digo em The Covidian Cult, “em vez do local de culto existindo como uma ilha dentro da cultura dominante, o culto se tornou a cultura dominante, e aqueles entre nós? quem não aderiu ao culto tornou-se ilhas isoladas dentro dele ”?

Para entender isso, é preciso entender como os cultos controlam as mentes de seus membros, já que os movimentos ideológicos totalitários operam mais ou menos da mesma forma, mas em uma escala social muito maior. Há uma riqueza de pesquisas e conhecimentos sobre esse assunto e, para simplificar as coisas, usarei as "Seis Condições do Controle da Mente" de Margaret Singer, de seu livro de 1995, Cults in Our Midst, como uma lente para examinar o Covid Cult. (Itálico por Singer, comentários meus).

As seis condições de controle da mente

I. Mantenha a pessoa no escuro sobre o que está acontecendo e como está sendo mudado, passo a passo. Novos membros potenciais são conduzidos, passo a passo, por meio de um programa de mudança de comportamento, sem estar ciente da agenda final ou de todo o conteúdo do grupo.

Em retrospectiva, é fácil ver como as pessoas foram condicionadas, passo a passo, a aceitar a ideologia do "novo normal". Elas foram bombardeadas com propaganda aterrorizante, presas, privadas de seus direitos civis, forçadas a usar máscaras de aparência médica em público, realizar rituais absurdos de “distanciamento social”, submeter-se a constantes “testes” e tudo mais. Qualquer um que não cumprisse com este programa de mudança de comportamento ou desafiasse a veracidade e racionalidade da nova ideologia era demonizado como um "teórico da conspiração", um "negador Covid", um "antivax", na verdade um inimigo da seita, como uma “pessoa supressora” na Igreja de Scientology.

II. Controlar o ambiente social e / ou físico da pessoa; em particular, controlar o tempo.

Por mais de um ano, as autoridades do "Novo Normal" controlaram o ambiente social / físico e como os "Novos Normais" gastam seu tempo, com confinamentos, rituais de distanciamento social, paralisações. Negócios "não essenciais", propaganda generalizada, isolamento de idosos, restrições de viagens, regras sobre máscaras obrigatórias, proibições de manifestações e agora segregação dos “não vacinados”. Basicamente, a sociedade se transformou em algo que parece uma enfermaria de doenças infecciosas, ou um grande hospital do qual não há como escapar. Você viu as fotos dos felizes New Normals jantando fora, relaxando na praia, correndo, indo à escola e assim por diante, levando suas vidas "normais" em suas máscaras de aparência médica e suas roupas. O que você está vendo é a patologização da sociedade, a patologização da vida quotidiana, a manifestação física (social) de uma obsessão mórbida pela doença e pela morte.

III. Criar sistematicamente um sentimento de desamparo na pessoa.

Que tipo de pessoa poderia se sentir mais desamparada do que um Novo Normal obediente, sentado em casa, obsessivamente registrando o número de 'mortes de Covid', compartilhando fotos no Facebook de sua máscara de aparência médica e da sua certidão de "vacinação", enquanto ele está esperando autorização das autoridades para sair, visitar sua família, beijar sua amante ou apertar a mão de um colega? O facto de no culto de Covidian o líder carismático tradicional ter sido substituído por um zoológico de especialistas médicos e funcionários públicos não muda a dependência absoluta e o desamparo abjecto de seus membros, que foram reduzidos a um estado próximo da infância. Esse desamparo abjecto não é visto como um ponto negativo; pelo contrário, é comemorado com orgulho. Daí a repetição como mantra da Nova Normalidade, "Confie na ciência!" por pessoas que, se você tentar mostrar a eles a ciência, se desentendem completamente e começam a produzir absurdos agressivos para calar sua boca.

4. Manipular um sistema de recompensas, punições e experiências de uma forma que iniba o comportamento que reflicta a antiga identidade social de uma pessoa.

Trata-se da transformação de uma pessoa anteriormente fundamentalmente racional em uma pessoa totalmente diferente aprovada pelo culto, em nosso caso, um obediente tipo de pessoa "Novo Normal". Singer aborda esse assunto com mais detalhes, mas sua discussão se aplica principalmente a cultos subculturais, não a movimentos totalitários em grande escala. Para nossos propósitos, podemos integrar este ponto na condição V.

V. Manipular um sistema de recompensas, punições e experiências para promover o aprendizado sobre a ideologia do grupo ou sistema de crenças e comportamentos aprovados pelo grupo. O bom comportamento, a demonstração de compreensão e aceitação das crenças do grupo e a adesão são recompensados, enquanto as perguntas, dúvidas ou críticas geram desaprovação, reparação e eventual rejeição. Se alguém faz uma pergunta, ela sente que há algo inerentemente errado com ela em fazer perguntas.

Ok, vou te contar uma pequena história. Esta é a história de uma experiência pessoal, que tenho a certeza de que também viveste. É a história de um certo Novo Normal que tem me assediado por vários meses. Vou chamá-lo de Brian Parks porque, bem, esse é o nome dele, e não tenho mais escrúpulos em compartilhá-lo. 

Brian é um ex-amigo / colega do mundo do teatro que se tornou completamente “Novo Normal” e está absolutamente chateado por eu não estar. Brian está tão furioso por eu não ter entrado para a seita que ele anda por aí me chamando de "teórico da conspiração" e sugerindo que eu tive algum tipo de colapso nervoso e que preciso de tratamento psiquiátrico imediato porque não acredito em a história oficial do “New Normal”. Isso não seria grande coisa, excepto para Brian questionar minha personalidade e tentar prejudicar minha reputação nas páginas do Facebook de outros colegas de teatro, o que ele acha que tem direito de fazer, visto que sou um 'negador Covid', teórico da conspiração 'e' antivax ', ou o que for, e dado que ele tem o poder do estado, dos média, etc. do seu lado.

É assim que funciona nas seitas e em grandes sociedades totalitárias. Normalmente, a Gestapo não vem atrás de você. Geralmente são seus amigos e colegas. O que Brian faz é usar este sistema de recompensas e punições para impor sua ideologia, porque ele sabe que a maioria dos meus outros colegas no mundo do teatro também mudou para o "novo normal", ou pelo menos olham para longe e permanecem em silêncio enquanto ele é implementado.

A questão é que esse tipo de condicionamento ideológico acontece em todos os lugares, todos os dias, no trabalho, com os amigos e até mesmo com a família. A pressão para obedecer é intensa, pois nada é mais ameaçador para sectários devotos, ou membros de movimentos ideológicos totalitários, do que aqueles que questionam suas crenças centrais, confrontam-nos com os factos ou demonstram de qualquer outra forma que sua "realidade" não seja realidade em absoluto, mas sim uma ficção delirante e paranóica.

A diferença essencial entre seitas e movimentos ideológicos totalitários é que, geralmente, uma seita é um grupo subcultural e, portanto, os não-membros da seita têm o poder da ideologia da sociedade dominante para resistir às tácticas de controle da mente da seita e tentar desprogramar seus membros... enquanto, em nosso caso, esse equilíbrio de poder é revertido. Os movimentos ideológicos totalitários têm a seu lado o poder dos governos, dos média, da polícia, da indústria cultural, da academia e das dóceis massas. E, portanto, eles não precisam persuadir ninguém. Eles têm o poder de ditar a "realidade".

Devemos resistir ferozmente a essa pressão de conformidade, a esse condicionamento ideológico, quaisquer que sejam as consequências, tanto na vida pública quanto na vida privada, ou o "novo normal" certamente se tornará nossa "realidade". Apesar do facto de que nós, 'negadores de Covid' actualmente superamos o número de adoradores de Covid, devemos nos comportar como se não fossemos, e nos apegar à realidade, aos factos e à verdadeira Ciência, e tratar os Novos Normais exactamente como eles são, membros de um novo movimento totalitário, adoradores delirantes e furiosos. Se não o fizermos, vamos acabar com a Condição VI de Singer.

VI. Proponha um sistema lógico fechado e uma estrutura autoritária que não permita feedback e se recuse a ser alterado, excepto por aprovação dos líderes ou por ordem executiva. O grupo tem uma estrutura piramidal e top-down. Os líderes devem ter meios verbais para nunca perder.

Ainda não chegamos lá, mas é para onde vamos... totalitarismo global patologizado. Então, por favor, fale. Chame do que é. Enfrente o Brian da sua vida. Mesmo que eles pensem que estão tentando ajudá-lo a "recobrar os seus sentidos", "ver a verdade" ou "confiar na ciência", eles não estão. Eles são intolerantes, que estão tentando desesperadamente fazer você se conformar com suas crenças paranóicas, colocando pressão sobre você, manipulando você, intimidando você, ameaçando você. Não desça ao nível deles e não deixe que eles o pressionem a aceitar suas premissas. Exponha-os, confronte-os com suas tácticas e motivações. Você provavelmente não mudará a cabeça deles nem um pouco, mas seu exemplo pode ajudar outros Novos Normais, cuja fé vacila, a começar a reconhecer o que foi feito com suas mentes e a se separar do culto.



terça-feira, 25 de maio de 2021

SAR, o Senhor D. Duarte de Bragança esteve em Ourém para a inauguração do monumento ao Papa Pio XII

 



S.A.R., o Senhor Dom Duarte de Bragança esteve em Ourém para a inauguração do 
monumento ao Papa Pio XII, de quem era afilhado de baptismo, que teve lugar no Jardim 
Regina Mundi do Castelo de Ourém.


Fonte: Casa Real Portuguesa

Portrait : Stéphanie de Hohenzollern-Sigmaringen, Rainha de Portugal (1837-1859)

 Tradução Deus-Pátria-Rei




A Princesa Stephanie, Josepha, Friederike, Wilhelmine, Antonia de Hohenzollern-Sigmaringen nasceu em 15 de Julho de 1837 em Krauchenwies. Ela é a segunda de seis filhos do Príncipe Karl Anton de Hohenzoller-Sigmaringen (1811-1885), chefe da casa principesca e da Princesa Josefina de Baden (1813-1900).

Ela tem o primeiro nome de sua avó materna, a Grã-Duquesa de Baden, nascida Stéphanie de Beauharnais, parente da Imperatriz Josefina, adoptada por Napoleão I. Em 1855, o Rei D. Pedro V de Portugal, filho da falecida Rainha D. Maria II, visitou Bruxelas. Fala-se em casamento com a princesa Carlota, filha do rei Leopoldo I, mas a princesa recusa, não emocionada com o que lhe dizem sobre a vida na corte de Lisboa. O Rei D. Pedro é próximo da Rainha Vitória e do Príncipe Alberto. Foram eles que o aconselharam a princesa Stéphanie de Hohenzollern-Sigmaringen, que ele nunca havia conhecido antes. O casamento foi celebrado por procuração a 19 de Abril de 1858 em Dresden e depois a 18 de Maio em Lisboa. Stéphanie torna-se Rainha de Portugal. O entendimento é perfeito entre os cônjuges.

A jovem rainha rapidamente se envolveu no terreno social de sua nova pátria, mas seu reinado durou pouco. Um ano depois, ela sofreu de angina que degenerou em difteria. Morreu a 17 de Julho de 1859 em Lisboa. Ela tinha acabado de fazer 22 anos. Desta breve união não houve descendência. D. Pedro V, sinceramente dominado por este luto, nunca voltou a casar. Um ano depois, lançou a construção do Hospital Infantil da Bemposta, que recebeu esse nome em homenagem à falecida Rainha. A febre tifóide mata-o em 11 de Novembro de 1861, tendo ele cuidado de seu irmão Fernando, que faleceu em 6 de Novembro. Seu outro irmão João falecerá em Dezembro. Seu irmão Luiz (1834-1889) o sucedeu. A monarquia sobreviverá até 1908. O Rei D. Pedro e a Rainha Stephanie estão sepultados no Mosteiro de São Vicente de Flora. Stéphanie nunca conheceu os destinos brilhantes de seus irmãos e irmãs: o príncipe herdeiro Leopold (1835-1905) casou-se com a Infanta Antónia, irmã de D. Pedro V; Karl (1839-1914) tornou-se Carol I da Roménia e Marie (1845-1912) casou-se com o Príncipe Philippe da Bélgica, Conde de Flandres, ela é a mãe do Rei Albert I.


Fonte: Noblesse & Royautés

segunda-feira, 24 de maio de 2021

A catolicidade da Igreja

 Catolicidade é um dos quatro caracteres da Igreja, e exprime a sua universalidade. A Igreja é universal quanto aos seus adeptos, os quais habitam em todas as nações conhecidas e em obediência ao mesmo Chefe, que é o Papa. É universal quanto à doutrina, porque em toda a parte ensina a mesma doutrina e condena os mesmos erros. É universal quanto à sucessão, porque abraça todos os tempos desde os Apóstolos, isto é, começou com os Apóstolos, e desde então não se pode dizer que a Igreja Católica tenha principiado em algum lugar da terra, como se diz de cada seita religiosa aparecida em tal ou tal tempo.


Pe. José Lourenço in «Dicionário da Doutrina Católica», 1945.

§

Conforme ensinou ainda D. Marcel Lefebvre: A nota de catolicidade da Igreja reside precisamente na sua capacidade de reunir numa unidade sublime de Fé, os povos de todos os tempos, de todas as raças e de todos os lugares, sem suprimir as suas legítimas diversidades.


Fonte: Veritatis

Foucauld e a vida ‘oculta’ de Jesus

 


Nascido em Estrasburgo, a 15-9-1858, numa família aristocrática francesa, Charles de Foucauld ficou muito novo órfão de pai e mãe, sendo educado pelo seu avô materno, oficial do Exército, que nele incutiu o apreço pela vida militar, que seguiu. Destinado ao Norte de África, então colónia francesa, fez-se acompanhar pela sua amante e entregou-se a uma vida boémia. Conta-se que, tendo sido abatido o seu cavalo, por ter fracturado uma pata, discursou no enterro da besta, em que a elogiou dizendo que, seguramente, a dita iria para o céu, o que significava, pela certa, que nunca mais a veria …

Em 1886 converteu-se e, dois anos depois, foi em peregrinação à Terra Santa, com a qual tinha uma remota relação familiar, que também tem que ver com Portugal. Com efeito, Charles de Foucauld descendia de João de Brienne, Imperador de Constantinopla e Rei de Jerusalém, o qual tinha sido casado com a Infanta Berenguela de Castela, neta paterna da Infanta Urraca, filha de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal. Alheio a estes majestosos antecedentes, foi a existência de Jesus em Nazaré que o cativou. Desde então, procurou imitá-la, numa vida de silêncio, de trabalho e de oração.

Embora seja tradicional o uso da expressão ‘vida oculta’, para designar o tempo que Jesus Cristo viveu em Nazaré, até ao início do seu ministério público, a verdade é que essa etapa da sua existência nada tem de misteriosa, nem de oculta. Com efeito, os evangelistas referem que a sua vida era, ao contrário do que é próprio dos religiosos contemplativos, genuinamente secular e laical. Não só vivia, como qualquer conterrâneo, na casa de família, com seus pais Maria e José, como constavam publicamente os nomes dos seus ‘irmãos’ e ‘irmãs’, que eram os seus parentes mais próximos, como acontece nas pequenas povoações, em que todos se conhecem bem, também pelas suas relações familiares (cf. Mt 13, 53-56).

Pelo contrário, seu primo João Baptista é protótipo da vida religiosa e do inerente contemptus mundi. Talvez por já ser órfão, uma vez que nasceu quando os seus pais eram já de idade avançada, habitava solitariamente no deserto, trajava “um vestido feito de peles de camelo e um cinto de couro à volta dos rins, e o seu alimento era gafanhotos e mel silvestre” (Mt 3, 4).

Jesus de Nazaré, que também neste particular se distinguia do Baptista, desempenhava uma profissão socialmente relevante (Mc 6, 3), porque o carpinteiro daquele tempo, para além do que hoje se entende pela prática deste ofício, também exercia como mestre-de-obras. Só a normalidade dessa sua vida pode explicar o assombro causado, em Nazaré, pelas primeiras notícias dos seus milagres, realizados noutras paragens. Por isso, e por ter aplicado a si próprio uma passagem bíblica claramente messiânica, quando regressou a Nazaré e comentou a Escritura na respectiva sinagoga, quiseram-no precipitar do alto de um monte (cf. Lc 4, 16-29).

Em Charles de Foucauld a impropriamente dita “vida oculta” de Jesus foi sentida, paradoxalmente, como um apelo vocacional a uma vida solitária e contemplativa. A sua primeira experiência monástica aconteceu na Trapa, de onde saiu em 1897, para viver só, como eremita, entre os tuaregues. Já sacerdote, exerceu o ministério pastoral com os habitantes da região, e também com os elementos das forças armadas francesas que operavam na zona. Dedicava-se à oração, mas também ao trabalho e ao estudo das gentes e tradições do Norte de África, desenvolvendo um trabalho que lhe mereceu, em 1885, a medalha de ouro da Sociedade de Geografia de Paris.

O seu apostolado caracterizava-se mais pelo testemunho da sua presença e caridade, do que por qualquer acção directamente evangelizadora, ou proselitista. Na realidade, mais do que propor a fé cristã, procurava conhecer bem a cultura do povo tuaregue, com o qual se identificou, para que o processo de evangelização não fosse interpretado como uma acção promovida pela potência colonizadora, mas como algo inserido na cultura local. É em circunstâncias algo confusas que ocorre a sua morte, no 1º de Dezembro de 1916, em Tamanrasset, no Saará, Argélia.

Queira Deus que a sua próxima canonização favoreça a evangelização do Norte de África, que já tantos santos deu à Igreja, como São Cipriano de Cartago, Santa Mónica, Santo Agostinho de Hipona e, mais recentemente, os mártires de Tibhirine. Foi também nessa terra africana que o nosso Infante ‘Santo’ verteu o seu generoso sangue, bem como os mártires de Marrocos, a que Santo António de Lisboa ficou a dever a sua vocação franciscana.


P. GONÇALO PORTOCARRERO DE ALMADA


Fonte: Voz da Verdade

sábado, 22 de maio de 2021

Espírito Santo domina visita dos Duques de Bragança à Terceira

 

DOM DUARTE E DONA ISABEL DE BRAGANÇA, ACOMPANHADOS PELO FILHO DOM AFONSO, ESTIVERAM EM QUATRO ILHAS

O Espírito Santo dominou a visita dos Duques de Bragança à Terceira, a 15 de Maio, data de aniversário de SAR Dom Duarte de Bragança.

Os Duques de Bragança, acompanhados pelo filho Dom Afonso, estiveram nos Açores entre os dias 15 e 18 deste mês. A visita foi promovida pelas Reais Associações da Ilha Terceira e da Ilha de São Miguel e incluiu a Terceira, Pico, Faial e São Miguel.

Na Terceira, os Duques de Bragança almoçaram, no Palácio de Nossa Senhora de Oliveira, com os embaixadores Pedro e Cheryl Catarino; foram recebidos pelo vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, no Palácio dos Capitães Generais; assistiram à conferência “Dos Açores do passado aos Açores do presente e do futuro: a política, a religião e o povo”, proferida por Avelino de Meneses, da Universidade dos Açores, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo; participaram na missa de Pentecostes na Igreja da Sé; foram recebidos por D. João Lavrador, no Palácio do Episcopado, e tiveram um encontro no Moinho da Agualva, proporcionado pelo presidente da Junta de Freguesia, em colaboração com o presidente da Câmara da Praia da Vitória.

“O mais importante terá sido a evocação do Espírito Santo evidenciada pelo professor Avelino de Meneses, ao esclarecer que, ao longo de quinhentos anos de História dos Açores - com algumas décadas de centralização político administrativa ditadas de cima no século XVIII e na actualidade - o que prevaleceu para unidade e identidade açoriana foi o culto ao Espírito Santo e a unidade na diversidade da organização eclesial das ilhas. O Senhor Dom Duarte complementou dizendo que são essas instituições que poderão desenvolver a identidade portuguesa espalhada pelo mundo, cabendo aos açorianos a responsabilidade de as difundirem. A sugestão foi confirmada pelo pároco da Sé, que, na homilia do Pentecostes, lembrou que as únicas ordens dadas por Jesus Cristo foram “Fazei isto em memória de mim; amai-vos uns aos outros; e ide por todo o mundo anunciar a Boa Nova”, que, para os açorianos, quer dizer ide por todo o mundo anunciar o Espírito Santo alicerçado na eucaristia e no amor ao próximo”, referem as Reais Associações da Terceira e São Miguel numa nota endereçada ao DI.

No dia 16, no Pico, o ponto alto foi a subida de Dom Afonso à montanha mais alta de Portugal, acompanhado por um guia. Os Duques de Bragança “sentiram terramotos e fizeram viagens ao centro da terra na Casa dos Vulcões”. A visita à Área de Paisagem Protegida da Vinha do Pico, complementada com um almoço com os presidentes das Câmaras Municipais da Madalena, São Roque e Lajes, “serviu para apreciar e viver o vinho do Pico, com uma conversa aberta e sábia sobre as vantagens e desvantagens do teleférico, os limites aos mandatos eleitorais, o rendimento mínimo garantido, a atracção de indústria ligeira em novas tecnologias da informação, o vinho e o queijo”.

No dia 17, os Duques de Bragança estiveram no Faial. Na nota enviada ao DI refere-se que “o terceiro dia foi mais político, com um almoço com os deputados dos vários partidos”, tendo também decorrido encontros com o presidente da Assembleia Legislativa dos Açores e com o presidente da Câmara Municipal da Horta. Os Duques de Bragança participaram ainda conferência “O direito vigente responde aos desafios actuais do mar?”, que teve como palestrante Assunção Cristas, da Universidade Nova de Lisboa, e foi comentada por Gui Menezes e Mariana Guedes.

No mesmo dia, em São Miguel, os Duques de Bragança jantaram com membros da Real Associação.

No dia 18 houve uma oração pelas vítimas da pandemia, na Ermida de Santana, rezada pelos Romeiros de São Miguel, bem como um encontro com os Duques de Bragança no Palácio dos Jardins de José do Canto.


Fonte: Diário Insular

Dom Afonso - Príncipe da Beira

 


Augusto Ataíde convidou-me para as cerimónias que no Jardim José do Canto, celebraram um segundo centenário do criador dessa joia científica da jardinagem, como diz Isabel Soares d'Albergaria, prestaram homenagem ao Rei D. Carlos, a propósito da Visita Régia aos Açores, em 1901, e para que o herdeiro do trono, D. Duarte, tivesse oportunidade de ali plantar uma árvore, bem junto doutra que o Presidente Rebelo de Sousa ali colocou. Uma banda de música interpretou hinos oficiais e um pequeno grupo de Romeiros rezou e cantou o Terço, na pequena Ermida consagrada à Avó do Salvador. Houve convívio em que os reais visitantes conversaram simpaticamente com meia centena de convivas, gerando uma ambiência agradável que permite reviver recordações de factos e pessoas que duma maneira ou doutra entraram nas nossas vidas. D. Duarte é um bom conversador e soube louvar as nossas ilhas limpas do vírus que tanto nos atormenta, chamando a atenção para Timor que desde sempre seguiu de perto. D. Isabel, mulher inteligente e culta, discorre com facilidade sobre açorianos que conheceu e conhece dando ao interlocutor a imagem de quem cumpre, como Mulher e Mãe, a muito difícil tarefa, de construir e manter uma Família Real respeitável e respeitada, símbolo duma Nação espalhada pelo mundo, por Povos independentes e autónomos falando a mesma língua, que no filiado e no dizer de Pessoa, é a própria Pátria. Restava-me tentar conhecer o primogénito da Casa Real, D. Afonso que a tradição intitula Príncipe Real ou Príncipe da Beira. Nestas reuniões sociais, as pessoas circulam de grupo para grupo (guardando as pandémicas distâncias), e chegou a vez de conhecer o herdeiro do trono que falou como se sempre nos tivéssemos conhecido. Percebi que a educação que recebeu permitirá manter viva uma instituição que, mesmo fora do poder, encarna a ideia imortal da portugalidade de que nós açorianos somos parte autónoma e essencial.

Dr Carlos Mello Bento - 19 de Maio de 2021 in O Açoriano Oriental


sexta-feira, 21 de maio de 2021

SAR, Dom Duarte de Bragança entrevistado pelo "Correio dos Açores"

 


No último dia da sua visita ao arquipélago dos Açores, D. Duarte Pio de Bragança – acompanhado por Dona Isabel de Bragança e D. Afonso de Bragança – marcaram presença no Jardim José do Canto, onde participaram nas várias acções que decorreram durante o dia de ontem, iniciado com um momento de oração junto com alguns romeiros na Ermida de Sant’Ana.
Em seguida, na saída lateral desta ermida, foi apresentado um painel de azulejos alusivo à passagem do Bicentenário do nascimento de José do Canto, encomendado pela Fundação José do Canto a Dona Luísa Eugénia Cabral da Câmara Pinto Leite, Viscondessa dos Olivaes, autora dos painéis de azulejos existentes num dos percursos do jardim, que mereceu os ruidosos aplausos de quem lá estava presente, incluindo descendentes do próprio José do Canto.
Ainda para assinalar a passagem do Duque de Bragança e da respectiva família por Ponta Delgada, foram colocadas duas coroas de flores junto a dois monumentos que existem no referido jardim, nomeadamente junto à estátua de José do Canto e junto ao busto de D. Carlos I.
Já no Paço do Jardim José do Canto, Dom Duarte Pio de Bragança, Herdeiro da Coroa de Portugal, plantou um Freixo-da-Nova-Zelândia, árvore rara em Portugal, seguindo-se um momento em que os presentes puderam desejar um feliz aniversário ao Duque que, no passado dia 15 de Maio, dia da sua chegada à ilha Terceira, celebrou o seu 76.º aniversário.
De acordo com D. Duarte de Bragança nesta entrevista, a última vez que esteve de visita aos Açores foi há três anos, e em relação à visita realizada em plena pandemia, destaca o facto de esta ter sido “muito interessante”, graças aos convívios proporcionados e às iniciativas programadas, tais como a realização de conferências, “embora, infelizmente, tenha sido uma visita curta demais”.

(Correio dos Açores) Tendo em conta que passamos por uma pandemia, o que achou de diferente nas nossas ilhas e na sua visita em geral?
(Duque de Bragança) Notei um grande sentido de responsabilidade por parte da população. De facto, conseguiram evitar a disseminação da pandemia na maior parte das ilhas e houve um comportamento cívico fantástico, o que faz com que os Açores sejam um exemplo a nível mundial de um território que conseguiu escapar ao pior da pandemia.

Tem acompanhado com preocupação as notícias relacionadas com a pandemia?
Há dois aspectos a ter em conta. O primeiro é o das pessoas que ficaram doentes, com consequências e as que morreram, mas, se fizermos as contas, percebamos que a percentagem de pessoas que morreram é baixíssima, menos de 2%.
Em comparação com outras doenças é uma percentagem baixíssima, mas o problema principal foi a dificuldade do nosso sistema de Saúde ao se confrontar com essa situação, então o país teve que ser paralisado economicamente, com consequências gravíssimas, para preservar uma parte pequenina da população que não tinha condições de ser protegida, e faria muito mais sentido as pessoas em grupos de risco, por idade ou por saúde, ficarem isoladas e o resto do país continuar a funcionar. Faria muito mais sentido do que fechar a economia.

O que o preocupa a seguir?
O empobrecimento de uma grande parte da população devido a situações trágicas, e há o perigo de haver falta de responsabilidade, como se viu nas celebrações da vitória do Sporting (…), mas daqui a oito dias é que vamos ver quais as consequências desta concentração, espero que não se tenha começado outra vez a espalhar a pandemia.
Temos que perceber que não podemos gastar dinheiro com coisas muito engraçadas mas que não têm grande utilidade, como novas auto-estradas, mais gastos com a chamada “cultura”, que muitas vezes não é cultura, gastos com coisas que são muito caras mas que não são úteis para o país e que não contribuem para o crescimento da riqueza ou para que a economia seja mais produtiva e mais eficiente.
Não pode haver nesta altura desperdício de recursos, há que dar uma grande prioridade a tudo o que seja criação de riqueza e no evitar os efeitos da miséria. Há que trabalhar com lógica e não com sentimentalismo. É  humano, compreende-se, mas não é inteligente. Inteligente é utilizar o raciocínio lógico e procurar tomar as medidas que efectivamente ajudem ao crescimento económico, senão, como têm dito vários economistas, daqui a uns anos estarão gastos os milhões provenientes da ajuda europeia, e ficamos na mesma: pouco produtivos e na mesma situação de pobreza.
(…) Importar produtos não resolve situação nenhuma para o país, habituamo-nos a importar o que precisamos e, se o dinheiro de Portugal, seja do turismo, seja da economia produtiva, é desperdiçado com produtos estrangeiros, daqui a uns anos estaremos na mesma. Somos um dos países menos desenvolvidos da União Europeia, há países da antiga Europa comunista que nos passaram à frente.

Na sua opinião, o que originou esta situação?
Diria que, em parte, é uma consequência da mentalidade da República. Ou seja, a República, apesar de ter presidentes excelentes como o actual e como o General Ramalho Eanes, é efémera por natureza.
Passa-se o mandato, o Presidente vai embora, e alguns estão mais preocupados com a sua reeleição do que com o futuro, outros não, mas é muito efémero. No fundo, o sistema republicano é uma democracia a prazo onde os responsáveis estão preocupados com as próximas eleições, enquanto os reis estão preocupados com os seus netos e com o futuro. Por isso é que as monarquias europeias, e fora da Europa, são, em geral, mais prósperas e mais responsáveis do que a maior parte das repúblicas, com a excepção das repúblicas muito tradicionais, como por exemplo a Suíça, que tem uma república medieval, e aí o sistema republicano funciona muito bem.
Em Portugal, os bons presidentes da República, são aqueles que tentam actuar como se fossem o rei, serem isentos partidários, estarem preocupados com o futuro, serem conciliadores, e isso é uma característica real que marca os bons presidentes da República.

No que diz respeito à pandemia, se fosse rei, o que faria de diferente do Governo actual?
Tentaria dar sempre um bom exemplo de comportamento pessoal, de encorajamento das boas iniciativas e de tudo aquilo que está a ser bem feito, dos médicos e dos enfermeiros, como todo o pessoal que trabalha no sector médico que sofreu muito. (…) Os reis europeus fizeram isso, visitaram os hospitais, mas isto não é de agora, porque D. Pedro V morreu porque foi visitar os hospitais na altura de uma pandemia e apanhou a doença.

Quais as maiores adversidades que enfrentam os Açores neste momento, no seu entender?
(…) Diria que aqui nos Açores, o grande risco é a economia estar muito dependente do sector leiteiro e, de certa forma, do turismo. Praticamente não há produção e a própria agricultura está muito focalizada só numa produção. Isso é perigoso.
Se há excesso de leite em determinadas zonas, este poderia ser industrializado e aumentar a produção de queijos, por exemplo. Outros derivados do leite, que são óptimos para a saúde, como o kefir e uma série de outros derivados, têm um enorme interesse alimentar e economicamente são rentáveis.
(…) Uma outra coisa que venho defendendo, mas que algumas pessoas interpretaram mal, é que um estatuto bom para os Açores e para a autonomia açoriana seria um estatuto semelhante ao Reino Unido, o reino inglês, o caso mais conhecido, mas também há o reino unido das Antilhas, na Holanda. Isto dá o máximo de autonomia com o máximo de coordenação nacional. Os antilhanos são complemente contrários a qualquer tipo de separação em relação à Holanda, e se nós nos tivéssemos encaminhado por aí antes da revolução, teríamos muito provavelmente hoje um estatuto de reino unido com Timor, Cabo Verde, Guiné e, possivelmente, com províncias ultramarinas maiores.

O que pensa do facto de o PPM ter sido um dos partidos a ter integrado a coligação que constitui o actual Governo Regional?
O PPM dos Açores nasceu da Real Associação, tem uma mentalidade muito mais baseada nos princípios tradicionais da democracia municipalista portuguesa e da ecologia divulgada por Gonçalo Ribeiro de Telles, não tem uma mentalidade partidária.
No almoço de convívio que tivemos no Faial, antes da conferência de Assunção Cristas, estavam representados os deputados de todos os partidos, e o convívio foi organizado tendo em conta a ideia monárquica portuguesa que é a harmonia inter-partidária, para que todos em conjunto lutemos por Portugal.
Por isso acho que a presença do PPM no Governo é muito positiva e muito útil, no sentido em que contribui para esse tipo de mentalidade, e, mesmo republicano, o país deveria seguir por esse caminho e não pelo caminho da luta partidária. Uma certa disputa é saudável, mas não o é ao transformar a vida partidária num desafio de futebol.

O que necessita de ser urgentemente melhorado no país?
Algo que tem que melhorar urgentemente no país todo é a educação. A nossa educação é muito influenciada ideologicamente, é muito condicionada por certos pensamentos ideológicos e pela propaganda política.
As aulas que antes se chamavam de Educação Sexual e que agora se chamam Educação Cívica, são uma violência contra as famílias e, aliás, as crianças não podem levar os livros para casa que os pais ficariam chocados com a agressão moral que a Educação Sexual faz à moral das famílias. É violentamente hostil com um objectivo ideológico que se chama ‘marxismo cultural’.
(…) Está-se a tentar destruir a família e a sua moral espiritual, e destruir os valores que, no fundo, criaram Portugal e mantêm uma coesão na sociedade portuguesa, e temos que prestar atenção a isso. Não faz sentido que uma pequena minoria iluminada se considere dona da verdade e, à socapa da democracia e da opinião do povo, imponha uma mudança radical nos comportamentos sociais da população. Não é democrático, não é justo nem moralmente aceitável.