Augusto Ataíde convidou-me para as cerimónias que no Jardim José do Canto, celebraram um segundo centenário do criador dessa joia científica da jardinagem, como diz Isabel Soares d'Albergaria, prestaram homenagem ao Rei D. Carlos, a propósito da Visita Régia aos Açores, em 1901, e para que o herdeiro do trono, D. Duarte, tivesse oportunidade de ali plantar uma árvore, bem junto doutra que o Presidente Rebelo de Sousa ali colocou. Uma banda de música interpretou hinos oficiais e um pequeno grupo de Romeiros rezou e cantou o Terço, na pequena Ermida consagrada à Avó do Salvador. Houve convívio em que os reais visitantes conversaram simpaticamente com meia centena de convivas, gerando uma ambiência agradável que permite reviver recordações de factos e pessoas que duma maneira ou doutra entraram nas nossas vidas. D. Duarte é um bom conversador e soube louvar as nossas ilhas limpas do vírus que tanto nos atormenta, chamando a atenção para Timor que desde sempre seguiu de perto. D. Isabel, mulher inteligente e culta, discorre com facilidade sobre açorianos que conheceu e conhece dando ao interlocutor a imagem de quem cumpre, como Mulher e Mãe, a muito difícil tarefa, de construir e manter uma Família Real respeitável e respeitada, símbolo duma Nação espalhada pelo mundo, por Povos independentes e autónomos falando a mesma língua, que no filiado e no dizer de Pessoa, é a própria Pátria. Restava-me tentar conhecer o primogénito da Casa Real, D. Afonso que a tradição intitula Príncipe Real ou Príncipe da Beira. Nestas reuniões sociais, as pessoas circulam de grupo para grupo (guardando as pandémicas distâncias), e chegou a vez de conhecer o herdeiro do trono que falou como se sempre nos tivéssemos conhecido. Percebi que a educação que recebeu permitirá manter viva uma instituição que, mesmo fora do poder, encarna a ideia imortal da portugalidade de que nós açorianos somos parte autónoma e essencial.
Dr Carlos Mello Bento - 19 de Maio de 2021 in O Açoriano Oriental
Sem comentários:
Enviar um comentário