Nas últimas semanas, alguns bispos e arcebispos americanos – Aquila, Cordileone, para citar apenas dois – disseram e escreveram que os católicos que promovam acções contrárias ao que a Igreja ensina, por exemplo, que promovam políticas abortistas, como está a fazer Joe Biden, patrocinado por Planned Parenthood, o maior promotor de abortos do mundo, devem abster-se de receber a Comunhão.
O Arcebispo Aquila argumentou que a coerência eucarística requer que aqueles que participam da Eucaristia, incluindo os políticos católicos, estejam em comunhão com a Igreja. Ou seja, devem aderir ao ensinamento doutrinal e moral fundamental da Igreja. Não o fazer estaria em contraste com a exortação de São Paulo: «Assim, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor».
Poucas horas depois da publicação do artigo do Arcebispo Aquila, o Cardeal Blase Cupich escreveu-lhe uma carta na qual criticava o seu artigo. A crítica do cardeal não era, de forma alguma, pertinente ao que o Arcebispo Aquila havia escrito, mas permitiu-lhe fabricar uma crítica com a qual expressar a sua decepção. Por razões políticas, Blase Cupich, como outros da fileira McCarrick promovida pelo Pontífice reinante, nos Estados Unidos e no Vaticano, é a favor dos democratas e dos progressistas.
A acusação que fazem a bispos como Áquila e Cordileone é a de politizar a Eucaristia. Mas, a partir do momento em que este assunto está muito vivo e presente em todos os países, Itália compreendida, é interessante notar o que escreve a esse propósito o P. Thomas Weinandy, um religioso capuchinho muito conhecido em âmbito académico.
Weinandy diz que alguns bispos argumentam que não se deve recusar a Comunhão a tais políticos católicos porque fazê-lo significaria politizar a Eucaristia. Recusar-se a dar a Sagrada Comunhão a políticos católicos dissidentes, todavia, não é politizar a Eucaristia. A politização da Eucaristia ocorre no acto do político católico que se apresenta para receber a Comunhão, embora saiba que fazê-lo é contrário ao que a Igreja ensina.
Àqueles que estão objectivamente em estado de pecado mortal, ou que discordam ou promovem posições contrárias ao ensinamento dogmático ou moral fundamental da Igreja, é proibido receber o corpo e o sangue de Jesus, porque se tornaram indignos de fazê-lo. Assim, esses políticos católicos, apresentando-se ao altar, estão a usar – e, portanto, a abusar – a Eucaristia para fins aparentemente políticos – para se apresentarem como católicos “devotos”.
Em primeiro lugar, aqueles que são indiscutivelmente católicos devotos não precisam de se identificar como tal – é evidente a todos que o são. Em segundo lugar, quando um político dissidente afirma ser um católico devoto, imediatamente se sente que algo está errado. Os políticos católicos enfatizam a sua devoção – e os seus apoiantes ecoam a declaração – porque há algo no seu comportamento que é suspeito.
E como manifestam a sua devoção? Vão à Comunhão! Ironicamente, tais políticos católicos fazem exactamente o que nenhum católico verdadeiramente devoto faria. A própria acção “devota” que realizam, de receber a Sagrada Comunhão, é uma declaração flagrante de que carecem de autêntica devoção católica.
Por fim, o padre Weinandy tenta justificar de uma certa maneira o seu comportamento: alguém declara ser católico devoto e recebe a Comunhão na esperança de que, de alguma forma, um dia, tudo correrá bem. Isso avizinha-se perigosamente a superstição “católica” sentimental. Mas conclui, no final, o que não pode ser negado em todo esse engano é a obra do diabo. Acima de tudo, quer politizar a Eucaristia – para reduzi-la ao marketing político. Nada poderia ser mais enganador do que políticos católicos “devotos” que causam estragos na Igreja Católica e bispos católicos que aprovam tal comportamento diabólico.
Marco Tosatti
segunda-feira, 10 de maio de 2021
Os católicos “devotos” que promovem activamente o aborto e querem a Eucaristia
Fonte: Dies Irae
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